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Equilíbrio de Corpos Rígidos Murilo de Oliveira Laboratório de Física Experimental B - Instituto Federal do Paraná Paranaguá - Porto Seguro - 83215-750 - Brasil murilo.duel@gmail.com 10 de maio de 2017 Resumo Este artigo foi desenvolvido na disciplina de Laboratório Experimental de Física B, ofertada no Instituto Federal do Paraná, e tem o intuito de verificar experimentalmente as condições necessárias para um corpo rígiro estar em equilíbrio. O experimento foi dividido em três etapas que serão descritas no decorrer do artigo. A partir dos dados que foram coletados, foi possível fazer uma comparação com as condições que satisfazem o equilíbrio. Mesmo com os erros de medidas foi possível corroborar as condições de equilíbrio de modo experimental. Palavras-chave: Física Experimental. Equilíbrios de corpos rígidos. Força e Torque. I. Introdução É de suma importância estudar os corpos rígidos em equilíbrio, devido as suas inúmeras aplicações, por exemplo, os guindastes. Sendo esse o objetivo desse estudo, ou seja, entender como os corpos permanecem em equilíbrio mesmo sobre a ação de forças. Para os corpos estarem em equilíbrio, eles não devem rotacionar e nem transladar. Desse modo, dizemos que esses corpos estão em equilíbrio estático. Para o corpo estar em equilíbrio, deve-se satisfazer duas condições. A primeira condição relaciona as forças aplicadas no corpo, ou seja, a somatória de forças deve ser nula. A segunda condição para satisfazer o equilíbrio é que a somatória de torques deve ser zero. Essas condições podem ser expressas matematicamente, como [2]: ∑~Fres = 0 , (1) ∑~τres = 0 . (2) Essas duas condições não são apenas necessárias para o equilíbrio; elas são também suficientes, em outras palavras, a força aplicada em um corpo está relacionada com o movimento que pode causar, se a somatória vetorial das forças for nula significa que o corpo não está em movimento ou está em movimento retilíneo uniforme. Já para o torque, se a soma vetorial de todos os torques atuando no corpo for nulo significa que não está rotacionando. No entanto, também leva-se em conta que o centro de massa coincide com o centro de gravidade. Sendo o primeiro o ponto no objeto em que toda a massa 1 Física Experimental B • Maio do objeto está concentrada e o segundo, um ponto no objeto em que a força gravitacional age efetivamente. Para testar as condições de equilíbrio apresentadas nas Eq. (1) e (2), fez-se um experimento na disciplina de Física Experimental B, ofertada no Instituto Federal do Paraná, Campus Paranaguá. II. Procedimento Experimental Para a realização do experimento foram necessários os seguintes materiais: Painel metálico multifuncional, (1) alavanca inter-resistente, (2) travessão graduado de 400±5mm de comprimento, (3) parafuso M3 orientador central com porca, (4) dois batentes de parafuso M3 com porca, (5) três ganchos, (6) três massas acopláveis (∼= 50±0,3g cada), (7) dois dinamômetros de fixação magnética, (8) quatro fios de 0,13m com anéis. Os materiais podem ser vistos na Fig. 1. Figura 1: Imagem ilustrativa dos equipamentos utilizados no experimento. fonte: [1] O experimento dividiu-se em três etapas. A montagem da primeira etapa está ilustrada na Fig. 2. Figura 2: Imagem ilustrativa da primeira etapa do experimento. fonte: [1] Os dinamômetros foram suspensos na marca de 200±5mm do travessão graduado, ou seja, foram colocados nas extremidades. Contudo, antes de aplicar as forças P1 e P2 na direção vertical, escolheu-se no dinamômetro uma medida como referência para a realização dos cálculos. Após isso, aplicou-se duas forças no travessão, a primeira força P1 composta por dois ganchos e duas massas a uma distância de 50±5mm à esquerda do travessão, a segunda P2 composta por um gancho e uma massa a uma distância de 100±5mm á direita do travessão. Essa montagem pode ser vista na Fig. 2. A segunda etapa do experimento está ilustrada na Fig. 3. Nessa etapa, colocou-se o travessão graduado no orifício marcado com a letra O no painel utilizando o parafuso orientador, que foi atribuído como origem. Para limitar a rotação do travessão e evitar a queda dos ganchos, fixou-se em cada orifício marcado com as 2 Física Experimental B • Maio letras N e Q um parafuso M3x30. Figura 3: Imagem ilustrativa da segunda etapa do experimento. fonte: [1] Após executado a montagem da Fig. 3, aplicou duas forças na direção vertical. A primeira força P1, composta por dois ganchos e duas massas, colocada a uma distância de 50±5mm à esquerda da origem e a segunda força, com um gancho e uma massa, colocada a distância de 100±5mm à direita da origem. As distâncias escolhidas foram para obter o equilíbrio da barra. Por fim, a terceira etapa está ilustrada na Fig. 4. Para a realização dessa etapa, usou-se o travessão inter-resistente. O parafuso do travessão foi fixado no orifício com a letra T no painel. O dinamômetro foi posicionado na extremidade do travessão, a uma distância de 400±5mm. Faz-se necessário deixar o travessão em equilíbrio horizontal, para isso foi preciso nivelar o dinamômetro. O valor marcado no dinamômetro foi usado para dizer se o travessão está ou não em equilíbrio. Figura 4: Imagem ilustrativa da terceira etapa do experimento. fonte: [1] Após realizada a montagem da Fig. 4, colocou-se um conjunto composto por três massas e um gancho na marca de 100±5mm, desequilibrando o travessão. O valor exibido no dinamômetro foi marcado, logo após, colocou-se o travessão em equilíbrio novamente puxando o dinamômetro para cima. Fez-se a diferença do valor da força com o travessão desequilíbrio e o valor da força logo após o travessão ser reequilibrado, com o intuito de saber qual a força aplicada necessária para equilibrar o travessão novamente. III. Resultados e Discussões Logo após do procedimento experimental foram construídos desenhos representando as forças atuando nos travessões das três etapas descritas anteriormente. A letra O nas Figuras 5, 6 e 7 simbolizam o ponto tomado como origem das barras. A Figura 5 apresenta as forças atuantes que foram descritas na primeira etapa do experimento, percebe-se que atuam quatro 3 Física Experimental B • Maio forças, a duas forças superiores na direção vertical são aplicadas pelo dinamômetro e as duas forças inferiores na direção vertical são aplicadas pelo peso das massas. Figura 5: Imagem esquemática das forças atuantes na etapa 1 do experimento. fonte: [1] Na Tabela 1, têm-se os valores das forças ilustradas pela Fig. 5. Utilizando a Eq. 1 pode-se calcular a força resultante atuando no sistema. Sabe-se que ela deve ser nula, para satisfazer a condição de equilíbrio, logo, como pode-se ver na Tab. 1 a força resultante é nula. Tabela 1: Valor das forças atuando na etapa experimental 1. Forças Valor da Força T1 0,735±0,01N T2 0,735±0,01N P1 0,490±0,002N P2 0,980±0,002N Fres 0±0,002N Na Figura 6 estão representadas as forças atuantes na segunda etapa do experimento. Conforme pode ser visto na imagem, são três forças atuando. As forças P1 e P2 são realizadas pelas massas e a força N surge com o contato da barra com o parafuso. Figura 6: Imagem esquemática das forças atuantes na etapa 2 do experimento. fonte: [1] Os valores das forças representadas acima estão quantificadas na Tab. 2. Utilizou-se a Equação 1 para calcular os valores das forças. Percebe-se que a força resultante é nula, isso é intuitivo, pois é uma condição para satisfazer o equilíbrio. Tabela 2: Valor das forças atuando na etapa experimental 2. Forças Valor da força N 1,470±0,002N P1 0,980±0,002N P2 0,490±0,002N Fres 0±0,002N Nas duas primeiras etapas não considerou-se a força resultante da massa da barra, diferentemente, na etapa 3 foi considerada. A Figura 7 ilustra as forçasatuantes no travessão, a força D1 é dada antes de ser aplicada a força peso das massas, já a força D2 é após as massas serem fixadas no travessão. Na imagem da Fig. 7 não foi colocada, mas a força da barra está localizada abaixo do ponto O e tem o valor de 1,519±0,01N. 4 Física Experimental B • Maio Figura 7: Imagem esquemática das forças atuantes na etapa 3 do experimento. fonte: [1] Na Tabela 3 se encontra os valores das forças esquematizadas na Fig. 7. A diferença entre as forças D2 e D1 é 0,68±0,01N, essa força é necessária para reequilibrar a barra. Tabela 3: Valor das forças atuando na etapa experimental 3. Forças Valor da Força N 1,11±0,08N D1 0,40±0,01N D2 1,08±0,01N P 1,47±0,002N IV. Conclusões Esse experimento foi realizado com o intuito de corroborar as condições de equilíbrio representadas pelas Equações 1 e 2. Apesar dos pequenos erros com a coleta das medidas por causa do erro de paralaxe, foi possível utilizar do método experimental para comprovar a teoria vista em sala de aula. Desse modo, foi satisfatório os resultados coletados para a realização e comprovação da teoria. Observou-se que tanto para a etapa 1 quanto para a etapa 2, as forças resultantes foram nulas, já para a etapa 3 obtemos a força necessária para reequilibrar o sistema. Com tudo, o conceito de equilíbrio foi validado experimentalmente. Referências [1] Cezar, A. B. Física Experimental B. 2017. [2] Halliday, D. R. Walker, R. J. Fundamentos da Física: Gravitação, Ondas e Termodinâmica. LTC: Rio de Janeiro - 8a Ed. 2009. 5 Introdução Procedimento Experimental Resultados e Discussões Conclusões
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