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Apostila de Planejamento Tributario

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Prévia do material em texto

PROFª MS Tatiane Romana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: A presente apostila não se trata de obra original, mas compilação e em alguns 
casos transcrição literal de diversos autores 
 
ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
APOSTILA DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 2 
 
SUMÁRIO 
1. REVISÃO DE CONCEITOS ........................................................................................................... 5 
1.1. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL .................................................................................................... 5 
1.2. ELEMENTOS ESSENCIAIS QUE COMPÕEM A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................ 7 
1.3. TRIBUTOS ...................................................................................................................................... 9 
1.3.1. Espécie ................................................................................................................................... 9 
1.3.2. Classificação ......................................................................................................................... 9 
1.3.3. Tipos ..................................................................................................................................... 10 
1.3.4. Formas de tributação ........................................................................................................ 10 
1.3.5. Alíquotas do imposto vigentes (Lucro Real e Lucro Presumido): ........................ 10 
1.3.6. Competências Tributárias ............................................................................................... 11 
1.4. IMUNIDADES, ISENÇÕES E INCENTIVOS FISCAIS ........................................................... 12 
1.4.1. Imunidades .......................................................................................................................... 13 
1.4.2. Isenção ................................................................................................................................. 15 
1.4.3. INCENTIVO FISCAL PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS ......................................... 16 
2. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................................................ 24 
2.1. COMENTÁRIOS GERAIS .................................................................................................................. 24 
2.2. O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS ................................................................... 25 
2.3. ELEMENTOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ....................... 27 
3. ELISÃO FISCAL ........................................................................................................................... 30 
3.1. CONCEITOS E ESPÉCIES DE ELISÃO FISCAL ................................................................................. 30 
3.2. NORMAS ANTIELISÃO..................................................................................................................... 35 
4.1. REGIMES DE APURAÇÃO ....................................................................................................... 38 
4.1.1. Lucro Presumido ............................................................................................................... 38 
4.1.2. Lucro Arbitrado .................................................................................................................. 40 
4.1.3. Lucro Real............................................................................................................................ 42 
4.1.4. Simples ................................................................................................................................. 43 
4.2. BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA ................................................................................................... 46 
4.3. LUCRO LIQUIDO.............................................................................................................................. 47 
4.4. REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO – RTT ................................................................................ 48 
5. LUCRO REAL – IRPJ E CSLL .................................................................................................... 49 
5.1. CONCEITO ....................................................................................................................................... 49 
5.2. DATA DE APURAÇÃO ..................................................................................................................... 51 
5.3. BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA ................................................................................................... 52 
5.4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ..................................................................................................... 52 
5.5. PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS ................................................................................. 52 
5.6. PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL .................................................................... 54 
5.7. COMO SE DETERMINA O LUCRO REAL ......................................................................................... 55 
6. ADIÇÕES PARA FINS DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL ................................................... 56 
6.1. CUSTOS, DESPESAS, ENCARGOS, PERDAS, PROVISÕES, PARTICIPAÇÕES E DEMAIS VALORES 
INDEDUTÍVEIS ......................................................................................................................................... 57 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 3 
 
6.1.1. Despesas Operacionais E Custos – Vinculação Intrínseca Com A Produção Ou 
A Comercialização ........................................................................................................................ 57 
6.1.2. Despesas Com Veículos .................................................................................................. 59 
6.1.3. Despesas De Comissões E Assessoria ....................................................................... 59 
6.1.4. Multas Administrativas ..................................................................................................... 60 
6.1.5. Despesas Com Provisões................................................................................................ 61 
6.2 RESULTADOS, RECEITAS E DEMAIS VALORES NÃO INCLUÍDOS NA APURAÇÃO DO LUCRO 
LÍQUIDO .................................................................................................................................................. 62 
6.3 QUANTIAS TIRADAS DOS LUCROS OU DE QUAISQUER FUNDOS AINDA NÃO TRIBUTADOS ....... 63 
6.4 PAGAMENTOS À SOCIEDADE CIVIL LIGADA À FONTE PAGADORA ............................................... 63 
6.5 ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO DE BEM JÁ INTEGRALMENTE DEPRECIADO EM VIRTUDE DE 
GOZO DE INCENTIVOS FISCAIS ............................................................................................................. 63 
6.6 PERDAS EM OPERAÇÕES DAY-TRADE .......................................................................................... 66 
6.7 DESPESAS COM ALIMENTAÇÃO DE SÓCIOS, ACIONISTAS E ADMINISTRADORES ....................... 66 
6.8 CONTRIBUIÇÕES NÃO COMPULSÓRIAS .......................................................................................... 67 
6.9 DOAÇÕES ........................................................................................................................................ 68 
6.10 DESPESASCOM BRINDES ............................................................................................................ 70 
6.11 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO REGISTRADA COMO CUSTO OU DESPESA 
OPERACIONAL ....................................................................................................................................... 70 
6.12 PERDAS NOS MERCADOS DE RENDA VARIÁVEL E EM OPERAÇÕES DE SWAP .......................... 73 
6.13 PARCELA DA COFINS COMPENSADA COM A CSLL ................................................................. 74 
7. EXCLUSÕES E COMPENSAÇÕES PARA APURAÇÃO DO LUCRO REAL ........................ 74 
TENHA UMA ÓTIMA AULA! ............................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
7.1. VALORES CUJA DEDUÇÃO SEJA AUTORIZADA PELO RIR/99 MAS NÃO COMPUTADAS NA 
APURAÇÃO DO LUCRO LÍQUIDO ........................................................................................................... 76 
7.1.1. Despesa com Depreciação .............................................................................................. 76 
7.1.2. Despesas com Amortização ........................................................................................... 78 
7.2. RESULTADOS, RECEITAS E DEMAIS VALORES INCLUÍDOS NO LUCRO LÍQUIDO QUE NÃO 
DEVAM SER COMPUTADOS NO LUCRO REAL ...................................................................................... 80 
7.2.1. Receita De Dividendos De Participações Societárias Avaliadas Pelo Custo De 
Aquisição Quando Recebidos Após Seis Meses Da Data Do Investimento ................. 80 
7.3. PREJUÍZO FISCAL APURADO EM PERÍODOS ANTERIORES........................................................... 80 
7.4. IMPOSTO DE RENDA. DEDUÇÃO DO PREJUÍZO. ........................................................................... 82 
7.5 RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL NAS TRANSFERÊNCIAS DE IMÓVEIS DESAPROPRIADOS 
PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA ...................................................................................................... 83 
7.6 DIVIDENDOS ANUAIS MÍNIMOS DISTRIBUÍDOS PELO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO84 
7.7. JUROS PRODUZIDOS PELOS BÔNUS DO TESOURO NACIONAL - BTN E PELAS NOTAS DO 
TESOURO NACIONAL – NTN .................................................................................................................. 84 
7.8 JUROS REAIS PRODUZIDOS POR NOTAS DO TESOURO NACIONAL – NTN NO ÂMBITO DO PND
 ............................................................................................................................................................... 86 
7.9 PARCELA DAS PERDAS ADICIONADAS DECORRENTES DE OPERAÇÕES NOS MERCADOS DE 
RENDA VARIÁVEL E OPERAÇÕES DE SWAP ........................................................................................ 86 
7.10. DESPESAS COM PROVISÕES ....................................................................................................... 86 
7.11. PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA ............................................................ 87 
8 - APURAÇÃO COM BASE NO LUCRO REAL ........................................................................... 88 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 4 
 
8.1. QUADRO RESUMO .......................................................................................................................... 88 
8.2. LALUR ............................................................................................................................................. 93 
8.2.1. Parte A .................................................................................................................................. 94 
8.2.2. Parte B .................................................................................................................................. 95 
8.2.3. Exemplo de Lalur Preenchido ........................................................................................ 96 
9. LUCRO PRESSUMIDO – IRPJ E CSLL ..................................................................................... 98 
9.1. CONCEITO ....................................................................................................................................... 98 
9.2. PESSOAS JURÍDICAS AUTORIZADAS A OPTAR A PARTIR DE 2003 ............................................. 98 
9.3. ALÍQUOTAS E ADICIONAL .............................................................................................................. 99 
9.4. MOMENTO DA OPÇÃO E MUDANÇA DE OPÇÃO ............................................................................ 99 
9.5. PERÍODO DE APURAÇÃO, PRAZO E FORMA DE PAGAMENTO ................................................... 100 
9.6. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS PARA O LUCRO PRESUMIDO ......................................................... 100 
9.7 QUAL A MELHOR OPÇÃO: LUCRO REAL OU PRESUMIDO ........................................................... 104 
10. RECONHECIMENTO DOS EFEITOS DOS AJUSTES NA APURAÇÃO DO LUCRO REAL
 .......................................................................................................................................................... 107 
10.1 CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 139 A 146, CTN): ......................................... 107 
10.1.1 Modalidades de Lançamento: ..................................................................................... 107 
10.1.2 Suspensão do Crédito Tributário (Art. 151 a 155, CTN): ...................................... 108 
10.1.3 Extinção do Crédito Tributário (art. 156 a 174, CTN): ........................................... 109 
10.1.4 Exclusão do Crédito Tributário (arts. 175 a 182, CTN): ........................................ 110 
11.2. CONSTITUIÇÃO DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................ 110 
11.2.1 Obrigação Tributária – Conceito e Características: ............................................. 110 
11.2.2 Obrigação Tributária Principal (ART. 113, § 1º, CTN): .......................................... 111 
11.2.3. Obrigação Tributária Acessória (ART. 113, §§ 2º e 3º, CTN): ............................. 111 
11.2.4. Fato Gerador: .................................................................................................................. 111 
11.2.5 Sujeito Ativo: .................................................................................................................. 112 
11.2.6 Sujeito Passivo: .............................................................................................................. 112 
11.2.7 SOLIDARIEDADE (art. 124, CTN): ............................................................................... 112 
11.2.8 Capacidade Tributária: .................................................................................................. 113 
11.2.9 Domicílio Tributário (art. 127, CTN): .......................................................................... 113 
11.2.10 Responsabilidade Tributária: .................................................................................... 114 
11.3. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO ............................................................................................. 116 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 121 
 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 5 
 
1. REVISÃO DE CONCEITOS 
1.1. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
O sistema tributário nacional é um conjunto de normas que trata de tributação 
no Brasil.Ele é composto por Leis Complementares, Resoluções do Senado 
Federal, Leis ordinárias, Medidas provisórias, decretos e outros atos, com 
intuito de autorizar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no 
tocante à instituição de impostos, taxas e contribuições. 
 
A Hierarquia das leis que regem o Sistema Tributário se dá da seguinte forma: 
➢ Constituição Federal; 
➢ Leis Complementares; 
➢ Leis Ordinárias e Medidas Provisórias 
➢ Decretos, Portarias, Instruções Normativas, Atos Normativos, 
Declaratórios, etc. 
 
Vale lembrar que a Constituição é a lei máxima de um país e que todas as 
outras legislações deverão dela decorrer, não podendo, sob nenhuma hipótese, 
estar em conflito com a Carta Magna. 
 
Cumpre, também, informar que a Constituição não estabelece o pagamento de 
nenhum tributo, tão somente apresenta princípios norteadores de sua 
aplicação. 
 
Portanto, podemos citar como fontes primárias da Legislação Tributária: 
➢ Constituição Federal 
➢ Emendas à Constituição Federal 
➢ Tratados e Convenções Internacionais 
➢ Leis Complementares 
➢ Leis Ordinárias, Leis-Delegadas, Decretos-Lei, Medidas Provisórias e as 
Resoluções do Senado 
➢ Decretos Legislativos e Decretos Regulamentares. 
 
 
Art. 96 do CTN. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou 
em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
 
Podemos citar como fontes secundárias da Legislação Tributária: 
➢ Atos Normativos expedidos pelas autoridades fiscais; 
➢ Decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição adminstrativa, 
a que a lei atribua; 
➢ eficácia vinculante; 
➢ Práticas administrativas reiteradamente adotadas; 
➢ Convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios. 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 6 
 
 
Art. 100 do CTN São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções 
internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de 
penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de 
cálculo do tributo. 
 
O esquema a seguir, apresenta, portanto, um resumo do ordenamento jurídico 
referente à temática tributária: 
 
 
 
Assim, os princípios contidos na Carta Magna são regras que norteiam a 
interpretação das demais normas jurídicas, apontando os caminhos que devem 
ser seguidos por aqueles que aplicam a lei. 
 
O Sistema Tributário Nacional está ancorado quatro princípios constitucionais: 
a) Legalidade: 
Art. 5º da Constituição Federal de 1988 
II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei. 
 
b) Igualdade ou Isonomia Tributária: 
Art. 150, iniciso II.da CF/88 
O principio da isonomia tributária proíbe distinções arbitrárias entre contribuintes que se 
encontrem em situações semelhantes. 
 
c) Irretroatividade: 
Art. 150, III, “a”, da CF/88: 
“É vedado a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em 
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído 
ou aumentado” (art. 150, III, “a” da CF). 
 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 7 
 
d) Capacidade contributiva: 
Constituição Federal: art. 145, § 1º 
... "sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos 
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte". 
 
Outros princípios jurídicos relevantes na questão tributária: 
 
e) Princípio da Anterioridade 
A instituição ou aumento de tributo produz efeitos somente a partir do exercício 
financeiro subseqüente ao da publicação da lei. 
 
f) Princípio da Generalidade 
Não pode haver distinção em razão de ocupação profissional ou função 
exercida, idade, sexo, capacidade civil ou criminal. 
 
g) Princípio da Universalidade 
O imposto incide sobre todas as rendas, independentemente de sua 
denominação jurídica (exceto imunes e isentos). 
 
h) Princípio da Progressividade 
Visa adequar a carga tributária à capacidade econômica do contribuinte, 
fazendo com que o valor do imposto seja tanto maior quanto maior for a renda. 
 
 
1.2. ELEMENTOS ESSENCIAIS QUE COMPÕEM A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
A Obrigação tributária é composta pelos seguintes elementos: 
a) Lei que a institua ou defina; 
b) Fato Gerador; 
c) Sujeito Ativo; e 
d) Sujeito Passivo 
 
No tocante à necessidade de lei o artigo 97 do CTN estabelece que: 
 
 
Art. 97 da Lei nº 8.313/66. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 
65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso 
I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 
21, 26, 39, 57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou 
para outras infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou 
redução de penalidades. 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 8 
 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em 
torná-lo mais oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a 
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. 
 
Os artigos 114 a 118 do citado diploma legal estabelecem a conceituação de 
Fato Gerador do Tributo: 
 
Art. 114 da Lei nº 8.313/66. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei 
como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes 
os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente 
constituída, nos termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposiçãode lei em contrário, os 
atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do 
negócio. 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou 
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
 
No mesmo diapasão, os artigos 119 e 120 do CTN estabelecem a 
conceituação para SUJEITO ATIVO do tributo: 
 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência 
para exigir o seu cumprimento. 
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se 
constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja 
legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria. 
 
 
Por derradeiro, os artigos 121 a 123 dispõem quanto à definição de SUJEITO 
PASSIVO: 
 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o 
respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de 
disposição expressa de lei. 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 9 
 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que 
constituam o seu objeto. 
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à 
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para 
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. 
 
 
1.3. TRIBUTOS 
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
1.3.1. ESPÉCIE 
➢ Imposto: é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte não havendo necessidade de contraprestação específica 
por parte do governo. A sua cobrança se dá em função de 
acontecimento específico previsto em lei. Exemplo: IR, IPI, ICMS etc. 
➢ Taxas: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, 
são tributos vinculados e têm como fato gerador o exercício regular do 
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público 
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua 
disposição. Exemplo: Taxa de controle e fiscalização ambiental, Taxa de 
incêndio, Taxa cartorial etc. 
➢ Contribuições de melhorias: A contribuição de melhoria cobrada pela 
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no 
âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao 
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo 
como limite total a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
1.3.2. CLASSIFICAÇÃO 
➢ Diretos: É quando numa só pessoa reúnem-se as condições de 
contribuinte (aquele que é responsável pelo cumprimento de todas as 
obrigações tributárias previstas na legislação). Exemplo: IR 
➢ Indiretos: quando na relação jurídico-tributária que se estabelece entre 
o Estado e o sujeito passivo, este paga o tributo correspondente e se 
ressarce cobrando de terceiro através da inclusão do imposto no preço. 
Ou seja, incidem sobre o valor faturado, pois estão embutidos no preço 
de venda ou serviço; causam impacto nas etapas econômicas da 
produção, circulação e consumo; a cada etapa econômica são 
repassados para o preço do produto / mercadoria /Serviço; e não 
interferem na margem de lucro das empresas, mas aumentam o preço 
do produto. Exemplo: ICMS, IPI, PIS, COFINS, ISS, etc. 
 
 ASSOCIAÇÃO CARIOCA DE ENSINO SUPERIOR 
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REVISÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 10 
 
 
1.3.3. TIPOS 
➢ Proporcionais: caracterizados quando os impostos são estabelecidos 
em percentagem única incidente sobre o valor da matéria tributável. 
Exemplo: ITBI. 
➢ Progressivos: impostos cujas alíquotas são fixadas em percentagens 
variáveis e crescentes. Exemplo: Imposto de Renda - Pessoa Física. 
➢ Fiscais: Criado para arrecadar recursos a pessoa jurídica de direito 
público interno, para que possa cobrir seus gastos. Exemplo: Imposto de 
Renda. 
➢ Parafiscais: Contribuição cobrada por autarquia, órgãos paraestatais, 
profissionais ou sociais, para custear seu financiamento autônomo. 
Exemplo: taxa anual do CRC, CREA, etc. 
➢ Extrafiscais: É quando não visa só a arrecadação, mas também, corrigir 
anomalias. Exemplo: Imposto de Exportação 
 
1.3.4. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO 
 
a) Lucro Real 
Forma completa de tributação 
Apuração trimestral ou anual (opcional) 
Antecipações mensais (obrigatórias) 
Exigência de escrituração comercial 
Base de cálculo: é o lucro contábil, ajustado por Adições, Exclusões e 
Compensações. 
 
b) Lucro Presumido 
Forma simplificada de tributação 
Apuração trimestral (definitiva) 
Base de cálculo: é a receita bruta. 
 
c) Simples Nacional 
Forma simplificada de tributação 
Restrições à opção por este regime (LC 123/2006). 
Base de cálculo: é a receita bruta. 
 
 
1.3.5. ALÍQUOTAS DO IMPOSTO VIGENTES (LUCRO REAL E LUCRO PRESUMIDO): 
 
i) Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido: 
Alíquota normal = 15% (Lucro Tributável) 
Alíquota adicional = 10% (Lucro Tributável - $ 20 mil * nº de meses/ano) 
ii) Contribuição Social sobre o Lucro: 
Alíquota 9% (Lucro Tributável) 
 
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 11 
 
1.3.6. COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS 
No Brasil, cada nível de governo tem o direito de instituir os impostos e as 
contribuições que lhe são constitucionalmente atribuídos e que pertençam à 
sua competência tributária privativa. 
 
1.3.6.1. Competências tributárias da União 
Competem à União os impostos: 
➢ II – Imposto sobre Importação; 
➢ IE – Imposto sobre Exportação; 
➢ IR – Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR); 
➢ IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados; 
➢ IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou 
relativas a Títulos ou Valores Mobiliários; 
➢ ITR – Imposto sobre Propriedade Territorial Rural; 
➢ IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas. 
 
A União tem competência exclusiva para instituir empréstimos compulsórios, 
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de 
categorias profissionais ou econômicas. 
 
As contribuições sociais destinadas à seguridade social podem ser cobradas 
do empregador ou empresa, do empregado e demais segurados da previdência 
social, e sobre a receita de concursos de prognósticos, e podem ter as 
seguintes bases de cálculo: folha de pagamentos, lucro e receita ou 
faturamento. 
 
As contribuições sociais são receitas vinculadas, sua arrecadação só pode ser 
direcionada às áreas de saúde, previdência e assistência social. O mesmo se 
verifica em relação às contribuições de intervenção no domínio econômico, 
cuja arrecadação deve ser aplicada, exclusivamente,para as finalidades que 
motivaram sua criação. 
 
As principais contribuições sociais instituídas pela União são as seguintes: 
➢ Contribuição Previdenciária sobre a Folha de Pagamentos dos 
Empregados; 
➢ Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social sobre o 
faturamento das empresas (COFINS); 
➢ Programa de Integração Social (PIS); 
➢ Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP); 
➢ Contribuição sobre o Lucro Líquido das Empresas (CSLL); 
➢ Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF); 
➢ Contribuição Social para o Salário-Educação e Contribuições para o 
Sistema “S” (SESI, SESC, SENAI, SENAC, SENAR, SEBRAE etc.). 
 
 
 
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1.3.6.2. Competências tributárias dos Estados e Distrito Federal 
➢ ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicações; 
➢ IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores; 
➢ ITCD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis de Bens Imóveis e 
Doação de qualquer bem ou direito. 
 
Os Estados e o Distrito Federal também podem instituir contribuição para o 
custeio da previdência social de seus funcionários. 
 
1.3.6.3. Competências tributárias dos Municípios 
➢ IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana; 
➢ ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza; 
➢ ITBI – Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis. 
 
Os Municípios também podem instituir contribuição para o custeio da 
previdência social de seus funcionários. 
 
1.4. IMUNIDADES, ISENÇÕES E INCENTIVOS FISCAIS 
 
Imunidades, isenções e não incidências não eximem as pessoas jurídicas das 
demais obrigações previstas na legislação, especialmente aquelas relativas à 
retenção e recolhimento de impostos sobre rendimentos pagos ou creditados e 
à prestação de informações (Lei nº 4.506 de 1964, art. 33, artigo 167 do 
RIR/99). 
 
Art. 33 da Lei nº 4.506/64. A isenção de tributação da pessoa jurídica não a exime das demais 
obrigações previstas na legislação sobre imposto de renda, especialmente as relativas à 
retenção e recolhimento de impostos sobre rendimentos pagos e prestação de informações. 
 
Art. 167 da RIR/99 (Regulamento do Imposto de Renda - Decreto nº 3.000/99). As 
imunidades, isenções e não incidências de que trata este Capítulo não eximem as pessoas 
jurídicas das demais obrigações previstas neste Decreto, especialmente as relativas à retenção 
e recolhimento de impostos sobre rendimentos pagos ou creditados e à prestação de 
informações (Lei nº 4.506, de 1964, art. 33). 
 
Parágrafo único. A imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas jurídicas não 
aproveita aos que delas percebam rendimentos sob qualquer título e forma. 
 
 
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 13 
 
1.4.1. IMUNIDADES 
 
O artigo 150 da Constituição Federal estabelece as limitações ao Poder de 
Tributar. 
 
Dentre as limitações impostas pela CF/88, destacamos o disposto no inciso VI, 
a impossibilidade em instituir impostos sobre: 
 
➢ Partidos políticos, 
➢ Templos de qualquer culto, patrimônio, renda e serviços, inclusive suas 
fundações, 
➢ Entidades sindicais dos trabalhadores, 
Instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; e, 
➢ Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
 
Portanto, conclui-se que imunidade tributária representa a exclusão da 
competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em 
instituir tributos relativos a determinados atos, fatos e pessoas, previstos na 
Carta Magna. 
 
Cabe realçar que a imunidade tributária a que se refere, a Constituição Federal, 
abrange apenas as atividades que estejam relacionadas às finalidades 
essenciais das instituições anteriormente descritas, desde que as mesmas não 
possuam fins lucrativos, conforme determina o parágrafo 4º do artigo 150 da 
CF/88, a seguir transcrito: 
 
§ 4º do Art.150 da CF/88 - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", 
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades nelas mencionadas. 
 
Desse modo, somente as atividades estritamente relacionadas com o objeto da 
entidade sem fins lucrativos e que preencham os requisitos determinados em 
lei estarão imunes à incidência de tributos. 
 
Para assegurar a imunidade conferida constitucionalmente, é necessário o 
cumprimento das condições estabelecidas nos artigos 9º e 14 do Código 
Tributário Nacional. 
 
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Art. 9º da Lei nº 5.172/66. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto à majoração, o 
disposto nos artigos 21, 26 e 65; 
II - cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à data inicial do 
exercício financeiro a que corresponda; 
III - estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou mercadorias, por 
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais; 
IV - cobrar imposto sobre: 
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; 
d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros. 
§ 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da 
condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da 
prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por 
terceiros. 
§ 2º O disposto na alínea a do inciso IV aplica-se, exclusivamente, aos serviços próprios das 
pessoas jurídicas de direito público a que se refere este artigo, e inerentes aos seus objetivos. 
 
Art. 14 da Lei nº 5.172/66. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à 
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; ( 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades 
capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade 
competente pode suspender a aplicação do benefício. 
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os 
diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, 
previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. 
 
Portanto, toda instituição que se enquadrar nos critérios de imunidade tributária 
previstos na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional será 
considerada entidade imune. 
 
 
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 15 
 
Quanto à imunidade tributária das entidades anteriormente descritas, 
apresentamos o quadro a seguir: 
 
Descrição do Tributo Imunidade Sem Imunidade 
Imposto ▪ Impostosobre a propriedade predial 
e territorial urbana – IPTU 
▪ Imposto territorial rural – ITR 
▪ Imposto sobre operações 
financeiras - IOF 
▪ Imposto sobre a transmissão causa 
mortis ou doação de bens e direitos 
– ITCD 
▪ Imposto sobre a transmissão inter 
vivos de bens imóveis– ITBI 
▪ Imposto sobre a propriedade de 
veículos automotores – IPVA 
▪ Imposto sobre a renda e proventos 
de qualquer natureza - IR 
▪ Imposto sobre serviços de qualquer 
natureza- ISSQN 
▪ Imposto sobre a circulação de 
mercadorias e serviços de 
transporte intermunicipal, 
interestadual e de comunicação – 
ICMS (desde que a entidade esteja 
prestando serviços de transporte 
intermunicipal, interestadual ou de 
comunicação) 
 
▪ Imposto de Importação – I.I. 
▪ Imposto de Exportação – I.E. 
▪ Imposto sobre produtos 
industrializados - IPI 
▪ Imposto sobre a circulação de 
mercadorias e serviços de 
transporte intermunicipal, 
interestadual e de comunicação – 
ICMS 
 
Contribuição ▪ Contribuição ao Programa de 
Integração Social - PIS (Lei 
9.715/98: Prevê o recolhimento de 
1% sobre a folha de salários para 
as Entidades sem fins lucrativos) 
▪ Contribuição ao Financiamento da 
Seguridade Social - COFINS 
▪ Contribuição Social Sobre o Lucro - 
CSL 
▪ Contribuição previdenciária (quota 
patronal) - Requisitos previstos no 
art. 55 da Lei nº 8.212/91 
▪ Contribuições de Melhoria 
▪ Taxas 
▪ Empréstimos Compulsórios (com 
ressalvas) 
▪ Contribuições de Intervenção no 
Domínio Econômico 
▪ Contribuições de Categorias 
Profissionais e Econômicas 
 
1.4.2. ISENÇÃO 
As isenções podem ser definidas como uma exclusão do crédito tributário, 
conforme prevê o artigo 175, inciso I do CTN. 
 
Isenção é a exclusão, por lei, de parcela da hipótese de incidência, ou suporte 
fático da norma de tributação, sendo objeto da isenção a parcela que a lei retira 
dos fatos que realizam a hipótese de incidência da regra de tributação. 
Portanto, as isenções tributárias se constituem num verdadeiro favor legal, que 
pode ser revogado pelo legislador infraconstitucional a qualquer momento. 
 
 
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 16 
 
Art. 176 da Lei nº 5.172/66. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre 
decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os 
tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. 
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade 
tributante, em função de condições a ela peculiares. 
 
Art. 177 da Lei nº 5.172/66. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
Art. 178 da Lei nº 5.172/66 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de 
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, 
observado o disposto no inciso III do art. 104. 
 
Art. 179 da Lei nº 5.172/66. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, 
em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o 
interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos 
previstos em lei ou contrato para concessão. 
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste 
artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus 
efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a 
continuidade do reconhecimento da isenção. 
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, 
o disposto no artigo 155. 
 
São isentos os seguintes tributos: 
➢ Imposto de Renda sobre as atividades próprias (Lei 9.532/97 c/c art.174 
do RIR/99) 
➢ COFINS sobre as atividades próprias 
➢ Outros impostos dependendo do Município ou do Estado 
 
São entidades sujeitas à isenção fiscal: 
➢ Sociedades Beneficentes; 
➢ Fundações; 
➢ Associações; 
➢ Entidades sindicais; 
➢ A entidade binacional ITAIPU (Decreto Legislativo nº 23, de 30 de maio 
de 1973, art. XII, e Decreto nº 72.707, de 28 de agosto de 1973). 
 
 
1.4.3. INCENTIVO FISCAL PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS 
1.4.3.1. Dedutibilidade das doações 
Com a edição da Lei 9.249, de 26 de dezembro de 1996, a dedutibilidade de 
algumas despesas operacionais, dentre as quais as doações efetuadas pelas 
Pessoas Jurídicas ficou limitada, conforme previsão no artigo 13, §2º da 
referida Lei: 
 
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 17 
 
 
Art. 13 da Lei nº 9.249/96. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da 
contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções, 
independentemente do disposto no art. 47 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964: 
I - de qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e 
de décimo-terceiro salário, a de que trata o art. 43 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 
com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, e as provisões técnicas das 
companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, 
cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável; 
II - das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis, 
exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos bens e 
serviços; 
III - de despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, 
taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, exceto se 
intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços; 
IV - das despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores; 
V - das contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de 
saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em 
favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica; 
VI - das doações, exceto as referidas no § 2º; 
VII - das despesas com brindes. 
§ 1º Admitir-se-ão como dedutíveis as despesas com alimentação fornecida pela pessoa 
jurídica, indistintamente, a todos os seus empregados. 
 
§ 2º Poderão ser deduzidas as seguintes doações: 
I - as de que trata a Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991; 
II - as efetuadas às instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada 
por lei federal e que preencham os requisitos dos incisos I e II do art. 213 da 
Constituição Federal, até o limite de um e meio por cento do lucro operacional, antes de 
computada a sua dedução e a de que trata o inciso seguinte; 
III - as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacional da pessoa jurídica, 
antes de computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente constituídas 
no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de 
empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício da 
comunidade onde atuem, observadas as seguintes regras: 
a) as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante crédito em conta corrente 
bancária diretamente em nome da entidade beneficiária; 
b) a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, à disposição da fiscalização, 
declaração, segundo modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal, fornecida pela 
entidade beneficiária, em que esta se compromete a aplicar integralmente os recursos 
recebidos na realização de seus objetivos sociais, com identificação da pessoafísica 
responsável pelo seu cumprimento, e a não distribuir lucros, bonificações ou vantagens 
a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretexto; 
c) a entidade civil beneficiária deverá ser reconhecida de utilidade pública por ato formal 
de órgão competente da União.(grifo nosso) 
 
No que concerne à dedutibilidade das doações a instituições de ensino e 
pesquisa, ressaltamos que a mesma ficou restrita a 1,5% (um e meio por 
cento) e aquelas legalmente constituídas para prestação de benefícios de 
empregados este percentual poderá chegar a até 2% (dois por cento) do lucro 
operacional, tanto para fins de Imposto de Renda como para a Contribuição 
Social sobre o Lucro (CSL). 
 
 
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 18 
 
Vale realçar que uma instituição de ensino e pesquisa só poderá usufruir do 
disposto no parágrafo 2º, do artigo 13, da Lei 9.249/95, desde que cumpra os 
requisitos descritos no artigo 213 da Constituição Federal; ou seja, a instituição 
de ensino e pesquisa não pode ter finalidade lucrativa e deve aplicar seus 
recursos exclusivamente em educação. 
 
Art. 213 da CF/88. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser 
dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: 
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação; 
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou 
confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades. 
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o 
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de 
recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da 
residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na 
expansão de sua rede na localidade. 
§ 2º - As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do 
Poder Público. 
 
A seguir apresentaremos um exemplo de uma pessoa jurídica que efetuou 
doações das naturezas anteriormente indicadas para evidenciar o impacto das 
mesmas no orçamento da instituição: 
 
Obs.: Cálculo do adicional do IR é 10% do [Lucro Operacional – (R$20.000 x 
nº meses de operação)] 
 
 
Descrição Sem Doação Com Doação 
§2º/Art 13 
(1,5%) 
Econ. 
Trib. 
Com Doação 
§3º/Art 13 
(2%) 
Econ. 
Trib. 
Lucro Operacional 1.000.000,00 1.000.000,00 - 1.000.000,00 - 
Valor Máximo dedutível da 
Doação 
- 15.000,00 20.000,00 
Lucro antes da Contribuição 
Social e IRPJ 
1.000.000,00 985.000,00 980.000,00 
(-) Contribuição Social (9%) 90.000,00 88.650,00 1.350,00 88.200,00 1.800,00 
(-) Imposto de Renda (15%) 150.000,00 147.750,00 2.250,00 147.000,00 3.000,00 
(-) Adicional (10%) 76.000,00 74.500,00 1.500,00 74.000,00 2.000,00 
Total Carga Tributária 316.000,00 310.900,00 - 309.200,00 - 
Total da Economia 
Tributária 
- - 5.100,00 - 6.800,00 
Porcentagem de retorno financeiro 34% 34% 
 
Portanto, se a pessoa jurídica doasse R$ 15.000,00 para uma instituição de 
ensino ou pesquisa, o custo efetivo da doação seria de R$ 9.900,00, pois os 
R$ 5.100,00 retornaria sob forma de economia fiscal. 
 
 
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Da mesma forma, se a doação fosse de R$ 20.000,00 doados pela pessoa 
jurídica a uma entidade civil sem fins lucrativos, o custo efetivo da doação pela 
empresa é de R$ 13.200,00, pois a diferença (R$ 6.800,00) retornaria na forma 
de economia fiscal. 
 
1.4.3.2. Incentivo fiscal à cultura 
a) Lei nº 8.313/91 - Lei Rouanet 
A Lei nº 8.313/91 dispõe sobre o Programa Nacional de Apoio à Cultura - 
PRONAC foi editada para incentivar seguimentos artísticos e culturais, tais 
como: 
a) teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres; 
b) produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e 
congêneres; 
c) literatura, inclusive obras de referência; 
d) música; 
e) artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras 
congêneres; 
f) folclore e artesanato; 
g) patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueológico, 
bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos; 
h) humanidades; e 
i) rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial, etc. 
 
De acordo com a Lei Rouanet, a pessoa jurídica poderá considerar como 
despesa operacional (dedutível para fins de determinação do lucro real e da 
base de cálculo da CSLL), os valores destinados, a título de doação ou 
patrocínio, a projetos devidamente aprovados pelo Ministério da Cultura. 
 
Art. 26 da Lei nº 8.313/91. O doador ou patrocinador poderá deduzir do imposto devido na 
declaração do Imposto sobre a Renda os valores efetivamente contribuídos em favor de 
projetos culturais aprovados de acordo com os dispositivos desta Lei, tendo como base os 
seguintes percentuais: (Vide arts. 5º e 6º, Inciso II da Lei nº 9.532 de, 1997) 
I - no caso das pessoas físicas, oitenta por cento das doações e sessenta por cento dos 
patrocínios; 
II - no caso das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, quarenta por cento das 
doações e trinta por cento dos patrocínios. 
§ 1o A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá abater as doações e patrocínios 
como despesa operacional. 
§ 2o O valor máximo das deduções de que trata o caput deste artigo será fixado anualmente 
pelo Presidente da República, com base em um percentual da renda tributável das pessoas 
físicas e do imposto devido por pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real. 
§ 3o Os benefícios de que trata este artigo não excluem ou reduzem outros benefícios, 
abatimentos e deduções em vigor, em especial as doações a entidades de utilidade pública 
efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas. 
§ 4o (VETADO) 
§ 5o O Poder Executivo estabelecerá mecanismo de preservação do valor real das 
contribuições em favor de projetos culturais, relativamente a este Capítulo. 
 
De acordo com a Lei Rouanet: 
 
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DOAÇÃO - transferência gratuita, em caráter definitivo, à pessoa física ou 
jurídica de natureza cultural, sem fins lucrativos, de numerário, bens ou 
serviços, para a realização de projetos culturais, vedado o uso de publicidade 
paga para divulgação deste ato. 
 
PATROCÍNIO - transferência gratuita, em caráter definitivo, à pessoa física ou 
jurídica de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, de numerário, para a 
realização de projetos culturais, com a finalidade promocional e 
institucional de publicidade. Considera-se também patrocínio, a cobertura de 
gastos ou a utilização de bens móveis e imóveis do patrimônio do patrocinador 
sem a transferência de domínio, para a realização de projetos culturais sem 
fins lucrativos. 
 
Art. 23 da Lei nº 8.313/91. Para os fins desta lei, considera-se: 
I - (Vetado) 
II - patrocínio: a transferência de numerário, com finalidade promocional ou a cobertura, pelo 
contribuinte do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, de gastos, ou a 
utilização de bem móvel ou imóvel do seu patrimônio, sem a transferência de domínio, para a 
realização, por outra pessoa física ou jurídica de atividade cultural com ou sem finalidade 
lucrativa prevista no art. 3° desta lei. 
§ 1o Constitui infração a esta Lei o recebimento pelo patrocinador, de qualquer vantagem 
financeira ou material em decorrência do patrocínio que efetuar.§ 2o As transferências definidas neste artigo não estão sujeitas ao recolhimento do Imposto 
sobre a Renda na fonte. 
 
Art. 24. Para os fins deste Capítulo, equiparam-se a doações, nos termos do regulamento: 
I - distribuições gratuitas de ingressos para eventos de caráter artístico-cultural por pessoa 
jurídica a seus empregados e dependentes legais; 
II - despesas efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas com o objetivo de conservar, preservar 
ou restaurar bens de sua propriedade ou sob sua posse legítima, tombados pelo Governo 
Federal, desde que atendidas as seguintes disposições: 
a) preliminar definição, pelo Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC, das normas e 
critérios técnicos que deverão reger os projetos e orçamentos de que trata este inciso; 
b) aprovação prévia, pelo IBPC, dos projetos e respectivos orçamentos de execução das obras; 
c) posterior certificação, pelo referido órgão, das despesas efetivamente realizadas e das 
circunstâncias de terem sido as obras executadas de acordo com os projetos aprovados. 
 
No tocante aos percentuais possíveis para abatimento do IPRJ, 30% no caso 
de patrocínio e 40% no caso de doação, limitada a 4% (cinco por cento) do 
imposto de renda devido (excluído o adicional, nos termos do artigo 543 do 
Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000/99) no 
caso de pessoa jurídica e 6% para pessoa física. 
 
Assim, apresentaremos a seguir os efeitos financeiros da concessão de 
incentivo da Lei Rouanet para uma pessoa jurídica que tenha auferido um 
resultado (lucro) de R$ 4.000.000,00, e decida doar R$ 20.000,00 para algum 
projeto cultural. 
 
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 21 
 
 
 Sem Doação Com Doação Diferença 
Resultado 4.000.000,00 4.000.000,00 - 
Doação -20.000,00 -20.000,00 
Lucro Antes IRPJ e CSLL 4.000.000,00 4.000.000,00 
CSLL (9%) 360.000,00 360.000,00 
IRPJ 15% 600.000,00 600.000,00 
Adicional IRPJ (10%) 376.000,00 376.000,00 
Dedução 40% (a) -8.000,00 
 
Total Carga Tributária 1.336.000,00 1.326.000,00 10.000,00 
Porcentagem de retorno financeiro 50% 
(a) 40% do valor doado, limitado ao montante equivalente a 4% do IRPJ (15%) 
devido. 
 
Pode-se observar que dos R$ 20.000,00 doados, a pessoa jurídica recupera o 
equivalente a 50% - R$ 10.000,00 - a título de incentivo fiscal a cultura. 
 
Veja agora a hipótese do patrocínio: 
 
 Sem Patrocínio Com Patrocínio Diferença 
Resultado 4.000.000,00 4.000.000,00 - 
Patrocínio -20.000,00 -20.000,00 
Lucro Antes IRPJ e CSLL 4.000.000,00 4.000.000,00 
CSLL (9%) 360.000,00 360.000,00 
IRPJ 15% 600.000,00 600.000,00 
Adicional IRPJ (10%) 376.000,00 376.000,00 
Dedução 30% (a) -6.000,00 
 
Total Carga Tributária 1.336.000,00 1.330.000,00 6.000,00 
Porcentagem de retorno financeiro 30% 
 
 (a) 30% do valor patrocinado, limitado ao montante equivalente a 4% do IRPJ 
(15%) devido. 
 
Na hipótese de patrocínio, a pessoa jurídica teria retorno equivalente a 30% do 
valor doado - R$ 6.000,00 - com a vantagem de poder utilizar-se de 
marketing promocional ou publicitário. 
 
 
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b) – Lei nº 9.874/99 
A principal inovação que trouxe a Medida Provisória nº 1.589-1, de 24 de 
setembro de 1997, convertida na Lei nº 9.874/99, foi o estabelecimento de 
regras especiais de incentivo para doações ou patrocínios na produção cultural 
que atenderem, exclusivamente, aos seguintes segmentos: 
a) artes cênicas; 
b) livros de valor artístico, literário ou humanístico; 
c) música erudita ou instrumental; 
d) circulação de exposição de artes plásticas; e, 
e) doações de acervos para bibliotecas públicas e museus. 
 
O valor das doações e patrocínios em favor de projetos culturais dos 
segmentos acima referidos, previamente aprovados pelo Ministério da Cultura, 
poderá ser integralmente deduzido do imposto de renda devido pelo 
contribuinte pessoa, respeitados os mesmos percentuais anteriores: 30% (trinta 
por cento) no caso do patrocínio, e dos 40% (quarenta por cento) no caso das 
doações. 
 
Ressalta-se que o valor da dedução a ser efetuada continua sujeita ao limite de 
4% (quatro por cento) do imposto de renda (sem adicional) devido, nos casos 
das pessoas jurídicas, e 6% (seis por cento), para pessoas físicas. 
 
Assim, com a inovação produzida pela Lei nº 9.874/99, aplicando-se os 
mesmos valores dos exemplos anteriores, teríamos os seguintes impactos 
financeiros: 
 
 Sem 
Doação/Patrocínio 
Com 
Doação/Patrocínio 
Diferença 
Resultado 4.000.000,00 4.000.000,00 - 
Doação/Patrocínio -20.000,00 20.000,00 
Lucro Antes IRPJ e CSLL 4.000.000,00 4.000.000,00 
CSLL (9%) 360.000,00 360.000,00 
IRPJ 15% 600.000,00 600.000,00 
Adicional IRPJ (10%) 376.000,00 376.000,00 
Dedução (a) (b) -20.000,00 
Total Carga Tributária 1.336.000,00 1.316.00,00 20.000,00 
(a) O valor da despesa correspondente deverá ser adicionado ao lucro líquido 
para fins de determinação do lucro real 
(b) Valor da doação/patrocínio efetuado, limitado ao montante equivalente a 4% 
do IRPJ (15%) devido. 
Com as inovações aduzidas pela anteriormente citada, a pessoa jurídica 
poderá recuperar mais de 100% do valor doado/patrocinado, quando da 
 
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 23 
 
destinação de recursos para doação/patrocínio das atividades artístico-
culturais elencadas na Medida Provisória. 
 
 
1.4.3.3. Fundo da Criança e do Adolescente 
O Fundo é um recurso especial com intuito de viabilizar o Estatuto da Criança e 
do Adolescente, bem como suportar o cumprimento e execução das políticas 
para o atendimento infanto-juvenil. 
 
A Lei nº 8.096/90, que criou o Estatuto da Criança e do Adolescente, permitiu, 
em seu artigo 260, aos contribuintes do Imposto de Renda, declarar o valor das 
doações efetuadas aos Fundos desta natureza. 
 
O recurso dos Fundos são geridos pelos Conselhos da Criança e do 
Adolescente - CONDECA, órgãos subordinados à administração pública e que 
têm a função de fiscalizar a aplicação das doações subsidiadas e demais 
receitas. 
 
Para empresa tributada pelo lucro real, que destinar recursos aos fundos, será 
concedido o benefício fiscal de dedução do Imposto de Renda, limitada a 1% 
(um por cento) do valor do imposto devido, sendo vedada a dedução como 
despesa operacional. 
 
Novamente, veja o exemplo de uma pessoa jurídica que tenha auferido um 
resultado (lucro) de R$ 4.000.000,00, tendo, neste caso destinado R$ 6.000,00 
ao Fundo da Criança e do Adolescente. Comparando as cargas tributárias, com 
e sem a doação, tem-se: 
 
 Sem Doação Com Doação Diferença 
Lucro Antes IRPJ e CSLL 4.000.000,00 4.000.000,00 
CSLL (9%) 360.000,00 360.000,00 
IRPJ 15% 600.000,00 600.000,00 
Adicional IRPJ (10%) 376.000,00 376.000,00 
Dedução FIA 6.000,00 6.000,00 
Total Carga Tributária 1.336.000,00 1.330.000,00 6.000,00 
Porcentagem de retorno financeiro 100% 
 
 
 
 
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 24 
 
2. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
2.1. COMENTÁRIOS GERAIS 
Planejamento Tributário consiste em um conjunto de atos lícitos e 
economicamente consistentes, anterior à ocorrência do fato gerador, visando 
direta e ou indiretamente à economia de tributos devidos. 
 
O Planejamento Tributário é uma atividade empresarial preventiva,pois 
partindo do seu fator de análise que é o tributo, identifica e projeta os atos e 
fatos tributáveis e seus respectivos efeitos, comparando-os aos resultados 
prováveis, visando, então, à adoção de procedimentos possíveis, de forma a 
possibilitar a escolha da alternativa menos onerosa, sem extrapolar o campo da 
licitude. 
 
Portanto, o Planejamento Tributário tem um caráter preventivo, pois só pode 
adotar medidas antes da ocorrência do fato, isto é, antes da concretização da 
situação. Após a sua ocorrência, existem apenas duas alternativas para o 
sujeito passivo da relação jurídico-tributária: pagar ou não pagar o tributo 
decorrente da previsão legal descrita como fato gerador, sendo a alternativa de 
não pagar caracterizada como prática ilícita, estando o sujeito à ação punitiva 
do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal prática. 
 
O planejamento tributário visa à economia de tributos em uma das seguintes 
modalidades: 
 
1ª - impedindo ou retardando a ocorrência do fato gerador da obrigação: 
O contribuinte age de forma preventiva evitando a ocorrência do fato gerador 
da obrigação, ou procede legalmente, de tal forma a retardar o momento de 
sua caracterização para que coincida com aquele que seja mais adequado ou, 
no mínimo menos inadequado, frente as suas disponibilidades. 
 
Um exemplo de procedimento para evitar a ocorrência do fato gerador é a 
situação em que uma empresa, tendo oportunidade de vender seus estoques 
de produtos industrializados no mercado interno, ou para o mercado externo 
por preços aparentemente equivalentes, opta em atender o mercado externo. 
Com isso impediu a ocorrência de fato gerador do IPI e do ICMS, visto que 
ambos os impostos não incidem nas exportações para o exterior, contudo 
incidem nas vendas para o mercado interno. 
 
Um exemplo de como retardar licitamente a ocorrência do fato gerador de um 
imposto é o caso de fornecedor que recebe um pedido no final do mês e ao 
invés de emitir a nota fiscal imediatamente deixa para emiti-la no início do mês 
seguinte, postergando com isso o recolhimento dos tributos incidentes na 
venda, em um mês e não infringindo nenhuma norma legal. 
 
 
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2ª - reduzindo o montante do imposto devido: 
Na segunda modalidade um bom exemplo é o caso de contribuinte que, tendo 
a opção de apurar o IRPJ pelo lucro presumido, pelo lucro real, ou enquadrar-
se no Sistema Simplificado de Recolhimento de Tributos Federais – SIMPLES, 
analisa detalhadamente a situação e depois decide pela sistemática que 
representa o menor desembolso. 
 
 
2.2. O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS 
Preliminarmente vale ressaltar que o Planejamento Tributário não inclui: 
a) Atos ilícitos 
b) Simulações ou fraudes 
c) Abusos de qualquer natureza 
 
Denomina-se Evasão Fiscal os atos decorrentes de prática de atos ilícitos que 
podem ser caracterizados como SONEGAÇÃO ou FRAUDE. 
 
A Evasão Fiscal é um ilícito tributário sobre o qual incide as normas pautadas 
na legislação que dispõe sobre os crimes contra a ordem tributária, Lei nº 
8.137/90 conjunta com a Lei nº 9.249/95 e suas alterações. 
 
A Evasão Fiscal se caracteriza pela utilização de atos fraudulentos e ilícitos 
para obter uma economia tributária, diferentemente da Elisão Fiscal que se 
caracteriza por um meio legal, formalmente lícito, encabeçado pelos princípios 
da legalidade e da tipicidade1. 
 
A Sonegação Fiscal é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou 
retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade 
fazendária: 
 
1) da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua 
natureza ou circunstâncias materiais; 
2) das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a 
obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. 
 
A lei nº 4.729, de l4 de julho de 1965, em seu Art. 1º define o crime de 
sonegação fiscal, como se segue: 
 
Art. 1º Constitui crime de sonegação fiscal: 
I – prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que deva 
ser produzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público interno, com a 
 
1 Princípio da tipicidade determina que, a lei deve ser criada de forma adequada, ou seja, a 
lei deve adequar o fato à norma legal, devendo conter os elementos estruturais que compõem 
qualquer tributo, tais como: a definição do fato gerador, o sujeito passivo, a fixação da alíquota 
e a base de cálculo, hipótese de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, dentre 
outros. 
 
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 26 
 
intenção de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos, taxas e 
quaisquer adicionais devidos por lei; 
II – inserir elementos inexatos ou omitir rendimentos ou operações de qualquer 
natureza em documentos ou livros exigidos pelas leis fiscais, com a intenção de 
exonerar-se do pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública; 
III – alterar faturas e quaisquer documentos relativos a operações mercantis com o 
propósito de fraudar a fazenda pública; 
IV – fornecer ou emitir documentos graciosos ou alterar despesas, majorando-as, 
com o objetivo de obter dedução de tributos devidos à Fazenda Pública, sem 
prejuízo das sanções administrativas cabíveis; 
V – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário da paga, 
qualquer porcentagem sobre a parcela dedutível ou deduzido do Imposto sobre a 
Renda como incentivo fiscal. 
 
Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou 
parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou 
a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o 
montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. 
 
Tem-se, pois, que a fraude não é ato lícito, o contribuinte age deliberadamente 
contra os ditames legais com o objetivo de fugir do ônus tributário, mediante 
distorção abusiva das formas jurídicas ou pelo ato simulado assim, não é 
instrumento do planejamento tributário, dado que para haver a legítima 
economia de tributos, faz-se necessário que o contribuinte adote um 
procedimento permitido pela legislação pertinente que evite a ocorrência do 
fato gerador ou adote uma alternativa também legal para reduzir a carga 
tributária. 
 
O Código Civil Brasileiro define o ato simulado, assim como alguns dos seus 
efeitos. 
 
Art. 102 – Haverá simulação nos atos jurídicos, em geral: 
I – quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas das a 
quem, realmente, se conferem, ou transmitirem. 
II – quando contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não 
verdadeira. 
III – quando os instrumentos particulares forem antedatados ou pós-datados. 
 
Art. 105 – Poderão demandar a nulidade dos atos simulados os terceiros lesados 
pela simulação, ou os representantes do poder público, a bem da lei ou da 
fazenda. 
 
O artigo 128 do CTN estabelece que: 
 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo 
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao 
fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte 
ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da 
referida obrigação. 
 
 
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 27 
 
A título de informação, os artigos 128 a 145 tratam responsabilidade tributária 
do contribuinte(anexo 2 da apostila). 
 
O quadro a seguir apresenta em resuma os principais exemplos de crimes 
tributários, incluindo aqueles anteriormente citados nesta apostila: 
 
TIPO CARACTERIZAÇÃO EXEMPLOS 
Sonegação Diminuição ou omissão de receita que 
acarreta não pagamento parcial ou 
total do tributo 
Venda de mercadorias ou 
prestação de serviços sem 
emissão de Nota Fiscal 
Fraude Alteração de documentação para 
diminuir ou omitir pagamentos 
Alteração de dados contábeis: 
Balanços, Notas Fiscais, etc. 
Simulação Participação de dois ou mais agentes 
que simulam atos irreais 
Venda de imóvel de uma empresa 
a sócios, por preço menor que o 
mercado (distribuição disfarçada 
de lucros) 
Contrabando Importação de mercadorias sem 
autorização legal 
Drogas, éter, acetona, armas, etc. 
Descaminho Importação de mercadoria lícita sem o 
recolhimento de tributos incidentes 
Entrada de mercadoria não 
declarada superior ao limite 
permitido em lei 
Depositário infiel e 
apropriação indébita 
previdenciária 
Omissão de repasse ao agente de 
tributos já descontados de terceiros 
IRRF, INSS descontados de 
salários, IPI, ICMS 
Dolo em geral Má fé, ou seja, intenção do agente de 
causar lesão ao fisco 
Erros propositais na declaração 
de rendimentos 
 
O Planejamento Tributário, conforme já mencionado consiste em eliminar, 
reduzir ou postergar a carga tributária; contudo, tais ações deverão se 
caracterizar por meio de atos lícitos devidamente tipificados em lei, conforme 
descritos no capítulo 3 desta apostila. 
 
 
2.3. ELEMENTOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
Um Planejamento Tributário eficiente requer um conhecimento profundo e 
atualizado da legislação tributária, contábil e societária. 
 
Atualmente, o Fisco tem diversos mecanismos de averiguação das atitudes 
tomadas pelas pessoas físicas e jurídicas, tais como: 
➢ a Declaração com os dados sobre a movimentação financeira das 
pessoas físicas e jurídicas – DIMOF – documento emitido pelas 
instituições financeiras; 
➢ a Declaração de movimentação das pessoas físicas e jurídicas com seus 
cartões de crédito – DECRED – documento emitido pelas 
administradoras de cartões; 
➢ a Declaração de operações realizadas como a compra, venda e doação 
de bens imóveis – DOI – documento emitidos pelos cartórios e 
tabelionatos; 
 
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 28 
 
➢ a Declaração sobre operações ocorridas com imóveis – DIMOB – 
documento emitido pela imobiliárias, construtoras e incorporadoras; 
➢ o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED – que abrange a Nota 
Fiscal Eletrônica, a Escrituração Fiscal Digital, a Contabilidade Digital 
entre outros. 
 
A importância do Planejamento Tributário está na disposição da empresa em 
encontrar mecanismos lícitos para reduzir a carga tributária paga, face à 
elevada quantidade de tributos a serem pagos pelo contribuinte o que em certa 
medida acarreta a alta dos preços dos produtos ou serviços. 
 
A ausência desse tipo de planejamento pode vir a interferir diretamente 
competitividade do mercado, já que o consumidor está em busca da melhor 
qualidade pelo menor preço. 
 
Para dar início a realização de Planejamento Tributário em uma empresa é 
importante observar alguns passos fundamentais: 
1. instituir um Departamento Fiscal, organizado e dirigido por um 
profissional especializado que deverá estar sempre alinhado com as 
novidades da legislação tributária; 
2. fazer um levantamento histórico da empresa, identificando a origem de 
todas as transações efetuadas, e escolher a ação menos onerosa para 
os fatos futuros; 
3. verificar a ocorrência de todos os fatos geradores dos tributos pagos e 
analisar se houve cobrança indevida ou recolhimento a maior; 
4. verificar se houve ação fiscal sobre fatos geradores decaídos, pois os 
créditos constituídos após cinco anos são indevidos; 
5. analisar, anualmente, qual a melhor forma de tributação do Imposto de 
Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro, calculando de que forma 
(real ou presumida) a empresa pagará menos 
6. levantar o montante dos tributos pagos nos últimos cinco anos, para 
identificar se existem créditos fiscais não aproveitados pela empresa; 
7. analisar os casos de incentivos fiscais existentes, tais como: isenções, 
redução de alíquotas entre outros; 
8. analisar qual a melhor forma de aproveitamento dos créditos existentes 
(compensação ou restituição); 
9. conhecer todas as situações em que é possível o crédito tributário, 
principalmente com relação aos impostos e contribuições não 
acumulativas (ICMS, IPI, PIS, COFINS etc.); 
10. aproveitar as lacunas deixadas na legislação e ficar atento às mudanças 
nas normas e aos impactos nos resultados das empresas. 
 
Quanto aos tipos de Planejamento Tributário, podemos citar: 
➢ Operacional = forma do registro dos fatos. 
➢ Estratégico = implica mudança de características estratégicas da 
empresa. 
 
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 29 
 
➢ Preventivo = orientações, cumprir a legislação tributária, agir 
preventivamente. 
➢ Corretivo = ao detectar anormalidade, procede-se ao estudo e 
alternativas de correção. 
➢ Especial = surge em casos específicos, tais como: abertura de filial, 
novos produtos, reestruturação de empresa, reorganização, fusão, 
incorporação ou cisão, etc. 
 
O Planejamento Tributário dever ser realizado com a utilização das seguintes 
ferramentas: 
1. Legislação tributária (Constituição, Código Tributário Nacional e outras 
legislação sobre o tema); 
2. Documentação contábil da empresa; 
3. Livros contábeis e fiscais 
4. Guias de recolhimentos e declaração de rendimentos, EFD 
Contribuições2, DCTFs3 e PERDCOMP4 e outras declarações que são 
obrigações próprias do contribuinte. 
 
O Planejamento Tributário exige uma soma de conhecimentos: especialmente 
os conhecimentos contábil e jurídico. Contábil, porque este profissional 
identifica com maior facilidade no processo operacional da empresa os fatos 
geradores de tributos e Jurídico, porque o advogado, consegue identificar na 
legislação tributária as oportunidades de redução de carga tributária. 
 
 
 
2 EFD Contribuições – Apura o PIS e COFINS. 
3 DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais 
4 PERDCOMP - Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração 
de Compensação 
 
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 30 
 
3. ELISÃO FISCAL 
3.1. CONCEITOS E ESPÉCIES DE ELISÃO FISCAL 
 
As definições de elisão e evasão fiscal não são unânimes na doutrina, havendo 
muitas vezes ambiguidade nas expressões mencionadas. 
 
MACHADO5, por exemplo, utiliza o termo evasão para designar o 
comportamento lícito do contribuinte, ao passo que, para ele, elisão implicaria 
no emprego de meios ilegítimos para se furtar ao pagamento de tributos. Já, 
TÔRRES6 ressalta que o termo elisão seria impróprio e propõe uma nova figura 
classificatória denominada "elusão", conforme trecho destacado a seguir: 
 
“É imperioso registrar, contudo, que o termo "elisão" não poderia ser usado para 
significar a postura lícita do contribuinte na economia de tributos, devendo, por 
rigor lingüístico, ser abandonado. Para evitar confusões no uso da linguagem e 
por melhor representar as condutas enfocadas, preferimos o termo "elusão". 
"Elisão", do latim elisione, significa ato ou efeito de elidir; eliminação, supressão. 
"Eludir", do latim

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