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Faculdade Estácio de Sergipe Curso de Psicologia Disciplina: Psicologia do Pensamento e da Linguagem Profa. Dra. Carla Rezende Gomes O que são os Transtornos de Linguagem? Entende-se por Transtornos de Linguagem os quadros que apresentam desvios nos padrões normais de aquisição da linguagem desde suas etapas iniciais. Entretanto, crianças normais variam amplamente na idade na qual elas iniciam a aquisição da linguagem falada e no ritmo no qual as habilidades de linguagem se tornam firmemente estabelecidas. 2 Existem diferentes tipos de Transtornos de Linguagem, embora seja freqüente a presença de comorbidades, tanto entre si, como entre transtornos psicológicos. Sendo assim, muitas crianças que apresentam atrasos na aquisição da linguagem, possuem dificuldades de leitura e escrita, e também problemas nos relacionamentos interpessoais, que levam respectivamente, a um rendimento escolar deficiente e a possíveis transtornos da esfera emocional e de comportamento Embora a criança que apresenta algum quadro de Transtorno de Linguagem seja capaz de se comunicar melhor em situações que lhe sejam familiares, o comprometimento da linguagem existe em qualquer situação. 3 Quais são as causas? As etiologias das alterações da linguagem e da fala podem envolver aspectos genéticos, degenerativos, lesionais, ambientais e/ou emocionais. Alguns autores classificam os transtornos com base em dois tipos de fatores que podem alterar e incidir desfavoravelmente na evolução da comunicação e da linguagem: fatores orgânicos, sejam eles genéticos, neurológicos ou anatômicos e fatores emocionais. Entretanto, outros autores consideram que a diferenciação entre os transtornos de etiologia orgânica e psicológica pode resultar mais útil no adulto, embora ambos os tipos de fatores devam ser considerados de forma integrada. Na criança essa diferenciação está ultrapassada, já que o efeito de qualquer fator orgânico ou psicológico tem repercussões sobre o conjunto de processos de ordem psicológica que constituem a aquisição e o desenvolvimento da linguagem. 4 Tipos de Transtornos de Linguagem Os transtornos que interferem na comunicação do indivíduo, podem estar relacionados à fala, à linguagem, à audição ou à voz. 5 Dislexia “Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem de origem neurológica. É caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e por dificuldade na habilidade de decodificação e soletração. Essas dificuldades resultam tipicamente do déficit no componente fonológico da linguagem que é inesperado em relação a outras habilidades cognitivas consideradas na faixa etária. http://www.dislexia.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=70&Itemid=72 6 Uma das hipóteses causais da dislexia é uma deficiência nas habilidades conhecidas como consciência fonêmica. Se refere à capacidade de observar, de identificar e de manipular as menores partículas que compõem uma palavra: os fonemas. 7 A Avaliação para o Diagnóstico Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não para por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc. Então, como diagnosticar a dislexia? Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada. 8 Uma equipe multidisciplinar, formada por Neuropsicólogos, Fonoaudiólogos e Psicopedagogos deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso. A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de avaliação multidisciplinar e de exclusão. 9 Tratamento O tratamento de intervenção psicopedagógica com o portador de distúrbios de aprendizagem ou com o portador de dislexia, tem por finalidade dar suporte às atividades escolares; oferecer apoio pedagógico àqueles que necessitam desenvolver seu repertório acadêmico; iniciar o processo de autonomia de cada um para a vida prática e social; levar o aprendente a construir seu próprio aprendizado, sendo ele o próprio sujeito de seu conhecimento. 10 Diz-se “intervenção psicopedagógica” porque é o “aprender a aprender”, uma educação para a vida. Para que isso aconteça, leva-se em conta a realidade sócio-cultural de cada aprendente, pois é a partir de sua história que é possivel elaborar um projeto pedagógico adequado onde será respeitada a individualidade de cada um. Dependendo da idade do paciente são utilizados materiais lúdicos como computador, jogos, brinquedos para uma estimulação indireta ou exercícios direcionados, sendo uma terapia mais diretiva. 11 •Disgrafia •Falha na aquisição da escrita •Implica uma inabilidade ou diminuição no desenvolvi- mento da escrita. •Lento traçado das letras, em geral ilegíveis •Apresentação desordenada do texto •Espaço irregular entre palavras, linhas e entrelinhas 12 Disgrafia Alteração da escrita que a afeta na forma ou no significado, sendo do tipo funcional. Perturbação no componente motor do ato de escrever, provocando compressão e cansaço muscular, que por sua vez são responsáveis por uma caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas. 13 De forma geral, a criança com disgrafia apresenta uma série de sinais ou manifestações secundárias motoras que acompanham a dificuldade no desenho das letras, e que por sua vez a determinam. Entre estes sinais encontram-se uma postura incorreta, forma incorreta de segurar o lápis ou a caneta, demasiada pressão ou pressão insuficiente no papel, ritmo da escrita muito lento ou excessivamente rápido. http://www.appdae.net/disgrafia.html 14 Disgrafia Sinais indicadores: Postura gráfica incorreta. Forma incorreta de segurar o instrumento com que se escreve. Deficiência da preensão e pressão. Ritmo de escrita muito lento ou excessivamente rápido. Letra excessivamente grande. Inclinação. Letras desligadas ou sobrepostas e ilegíveis. Traços exageradamente grossos ou demasiadamente suaves. Ligação entre as letras distorcida. 15 Disgrafia Problemas associados: Biológicos. Perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das funções perceptivo-motoras. Perturbação de eficiência psicomotora (motricidade débil; perturbações ligeiras do equilíbrio e da organização cinético- tónica; instabilidade). Pedagógicos Orientação deficiente e inflexível, Orientação inadequada da mudança de letra de imprensa para letra manuscrita, Ênfase excessiva na qualidade ou na rapidez da escrita, Prática da escrita como atividade isolada das exigências gráficas e das restantes atividades discentes. 16 Disgrafia Pessoais Imaturidade física, Motora, Inaptidão para a aprendizagem das destrezas motoras, Pouca habilidade para pegar no lápis, Adoção de posturas incorretas, Déficits em aspectos do esquema corporal e da lateralidade. 17 Disgrafia O que pode fazer: Encorajar a expressão através de diferentes materiais (massa de modelar, pinturas e lápis). Todas as tarefas que impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas. Incitar a criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar. Promover situações em que a criança utilize a escrita (ex.: escrever pequenos recados, fazer convites e postais). Fazer atividades como contornar figuras, pintar dentro de limites, ligar pontos, seguir um tracejado, etc. Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem corrigir nem julgar os resultados. Procurar ajuda especializada. 18 Dislalia Transtorno na articulação dos fonemas por alterações funcionais dos órgãos periféricos da fala A dislalia é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os ordenadamente. 19 Sinais da Dislalia Substituição de letras semelhantes Omissão - adição de “h“. Escrita de “n“ em vez de “m“ antes de “p“ ou “b“. Substituição de “r“ por “rr“. 20 Disortografia A disortografia é a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo manifestar se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais, confusão nos artigos e pequenas palavras, e em formas mais banais na troca de plurais, falta de acentos ou erros de ortografia em palavras correntes ou na correspondência incorreta entre o som e o símbolo escrito, (omissões, adições, substituições, etc.). Nem sempre a disortografia faz parte da dislexia e pode surgir nos transtornos ligados á má alfabetização, na dificuldade de atenção sustentada aos sons, na memória auditiva de curto prazo (Déficit de Atenção) e também nas dificuldades visuais que podem interferir na escrita. Quando não estão co-morbidas à Dislexia, o prognóstico é melhor. 21 Sinais indicadores: Substituição de letras semelhantes. Omissões e adições, inversões e rotações. Uniões e separações. Omissão - adição de “h“. Escrita de “n“ em vez de “m“ antes de “p“ ou “b“. Substituição de “r“ por “rr“. 22 Problemas associados: Perceptivos:Deficiência na percepção e na memória visual auditiva Deficiência a nível espácio-temporal (correcta orientação das letras), discriminação de grafemas com traços semelhantes e adequado acompanhamento da sequencia e ritmo da cadeia falada. Linguístico: Problemas de linguagem – dificuldades na articulação Deficiente conhecimento e utilização do vocabulário 23 Afetivo-emocional: Baixo nível de motivação Pedagógicas: Método de ensino não adequado, (utiliza frequentemente o ditado, não se ajusta à necessidades diferenciais e individuais dos alunos, não respeitando o ritmo de aprendizagem do sujeito). 24 O que fazer: Encorajar as tentativas de escrita da criança, mostrar interesse pelos trabalhos escritos e elogiá-la. Incitar a criança a elaborar os seus próprios postais e convites, a escrever o seu diário no final do dia como rotina. Chamar a atenção da criança para as situações diárias em que é necessária a utilização da escrita. Incite a criança a ajudá-la na elaboração de uma carta. Não valorize demasiado os erros ortográficos da criança uma vez que estes já são motivo de repreensão e frustração demasiadas vezes. 25 Não corrija simplesmente os seus erros mas tente antes procurar a solução com a criança (ex.: "qual a outra letra que podemos usar para fazer esse som?"). Recorra a livros de actividades que existem no mercado que permitem à criança trabalhar os vários casos de ortografia. Não sobrecarregue, contudo, a criança com trabalhos e fichas que a cansem demasiado e a levem a ver as atividades acadêmicas como desagradáveis. Também é preciso brincar. Fonte:www.appdae.net/disortografia.html# 26 Ecolalia Ecolalia é a repetição de palavras ou frases inteiras, muito comum em autistas, mas não somente em autistas. Eles repetem o que você fala, logo após ser dito ou até mesmo simultaneamente e há casos em que eles guardam na memória frases completas e repetem tempos depois. "Parece haver dois tipos de ecolalia: ecolalia imediata e ecolalia tardia. Ecolalia imediata é a repetição de algo que a criança acabou de ouvir e ecolalia tardia é a repetição de informações ouvido anteriormente - minutos, horas, dias, semanas, meses ou anos. Algumas pessoas vêem a ecolalia como fala sem sentido, mas há alguns profissionais que acreditam que a ecolalia pode servir como uma função de comunicação para o indivíduo com autismo. (www.associatedcontent.com/article/859633/autism_speaks_what_is_echolalia.html) 28 Os profissionais acreditam que a presença da ecolalia em crianças com autismo pode ser favorável indicador para o desenvolvimento significativo da linguagem futura. A sensação que a ecolalia mostrada nas crianças, é, pelo menos, um processamento de linguagem. Ecolalia foi uma época considerada como apenas um outro comportamento inadequado em uma pessoa com autismo, entretanto, os pesquisadores atualmente vêem a ecolalia agora como uma valiosa ponte para uma utilização mais estabelecida da linguagem." (www.associatedcontent.com/article/859633/autism_speaks_what_is_ echolalia.html) 29 Referências http://www.appdae.net/disgrafia.html http://www.centrodefonoaudiologia.com/disgrafia/ http://www.dislexia.org.br/index.php?option=com_conten t&view=article&id=70&Itemid=72 http://www.tatyanefonoaudiologa.com.br/?p=1427 www.associatedcontent.com/article/859633/autism_speak s_what_is_echolalia.html http://www.psicopedagogavaleria.com.br/site/index.php?o ption=com_content&view=article&id=24:disortografia&cat id=1:artigos&Itemid=11 30
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