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Centro Universitário do Vale do Ipojuca Farmacologia Humana P r o f . D r. O d a i r A l v e s osilva@unifavip.edu.br UNIFAVIP Fisiopatologia da doença de Alzheimer A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa, descrita pela primeira vez em 1906 por Alois Alzheimer. É a principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos no Brasil, Atinge 1% dos idosos entre 65 e 70 anos e mais de 60% depois dos 90 anos. A evolução da DA é progressiva e se manifesta por um conjunto de sintomas cognitivos e neuropsiquiátricos que afetam três áreas: a) A capacidade cognitiva e de memória, b) O comportamento e a sensopercepção c) As atividades da vida diária. 2 Manifestações iniciais • Perda de memória de curto prazo. • Diminuição de concentração, • Apatia, • Depressão • Desorientação alopsíquica. Manifestações tardias • Agnosia, • Dificuldade de comunicação, • Irritabilidade, • Agressividade, • Delírios • Ilusões UNIFAVIP Fisiopatologia da doença de Alzheimer O diagnóstico é clínico e é feito pelo uso sistemático de diversos testes padronizados (Mini Exame do Estado Mental). Análise anatomopatológica post mortem podem confirmar o diagnóstico demonstrando três sinais principais: 3 • Especialmente neurônios colinérgicos do hipocampo e do córtex cerebral. Causada por excitotoxicidade e aumento do estresse oxidativo neuronal. A perda de neurônios em áreas específicas • Depósitos extracelulares de filamentos que contenham proteína β-amilóide (Aβ ou A/4), A presença de placas senis • Acumulações intraneuronal formados a partir de diversas proteínas do citoesqueleto, incluindo microtúbulos e a proteína tau. Emaranhados neurofibrilares UNIFAVIP Fisiopatologia da doença de Alzheimer4 Mini Exame do Estado Mental UNIFAVIP Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer O tratamento farmacológico para a doença de Alzheimer tem quatro objetivos: Atrasar a deterioração, Manter as funções conservadas, Restaurar algumas das funções perdidas Melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Para isso, o tratamento se baseia em 3 estratégias terapêuticas. Porém, na atualidade, a única dessas terapias que se mostra realmente viável para uso é a terapia sintomática. A terapia sintomática está baseado no aumento da sinalização de acetilcolina (por inibidores da acetilcolinesterase) e na modulação da sinalização glumatérgica (pelo agonismo parcial dos receptores NMDA). 5 • Com manutenção ou recuperação dos neurotransmissores deficientes (acetilcolina) e modular os excitotóxicos, (glutamato). A terapia sintomático • Prevenindo a formação dos compostos bioquímicos que leve à formação de placas senis, dos emaranhados de neurofibrilas e da perda de neurônios. A terapia etiopatogênica • Desenvolvimento de vacinas dirigidas contra proteínas essenciais para a iniciação e progressão da doença. Terapia imunológica UNIFAVIP Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer Inibidores da acetilcolinesterase Atuam inibindo tanto a AChE quanto a BuChE. Os fármacos dessa classe utilizados para o tratamento da DA são: 6 Tacrina - foi o primeiro inibidor da acetilcolinesterase com efeitos clinicamente demonstráveis, mas mostrou muita hepatotoxicidade e caiu em desuso. Donepezila – é uma piperidina que produz seu bloqueio se ligando de forma facilmente reversível ao sítio aniônica da enzima, o que lhe confere uma curta duração de ação. Galantamina – é um fenantreno alcalóide e apresenta mecanismo de ação igual à donepezila. Rivastigmina – é um carbamato que se liga com grande afinidade ao sítio esterático das enzimas, lhe conferindo uma ação mais duradoura. UNIFAVIP Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer Inibidores da acetilcolinesterase Aplicações terapêuticas Melhoram a função cognitiva, atividades da vida diária, comportamento e estado clínico global. No entanto, a resposta a cada agente dessa classe é variável de pessoal para pessoal. Apesar dos efeitos sintomáticos claramente benéficos, não existem evidências concretas de que estes fármacos reduzam o progresso da neurodegeneração. Farmacocinética dos inibidores da acetilcolinesterase Absorvidos muito bem por via oral e podem atravessar a BHE. O metabolismo é hepático pelas enzimas CYP2D6, CYP2A6 e CYP3A4. Eliminação renal. A galantamina pode ser eliminada na forma não metabolizada. Reações Adversas A maioria das reações adversas são devido ao aumento da [ACh], e incluem náuseas, vômitos e diarreia e, em menor grau, tonturas, dor abdominal, anorexia e mialgia. Não recomendados em casos de úlcera gástricas, DPOC, asma e distúrbios de condução cardíaca. 7 UNIFAVIP Referências bibliográficas PENILDON SILVA, Tratado de Faromacologia. 8.ed Guanabara Koogan. 2010, pp. 474-491. HARDMAN, J.G.; LIMBIRD, L.E. Goodman & Gilman As Bases Farmacológicas da Terapêutica. McGraw Hill, 11ª ed. FARMACOLOGIA - RANG, DALE & RITTER (4a e 5a ed) Português. FARMACOLOGIA - KATZUNG (9ª ed) Português. GOLAN D.E. PRINCÍPIOS de FARMACOLOGIA - A Base Fisiopatológica da Farmacoterapia, 2ª edição. Guanabara Koogan. 2009, pp 131-145. 8
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