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NUTRIÇÃO CLÍNICA DE CÃES E GATOS Objetivos: Administração de nutrientes, pensando em zerar ou tornar positivo o balanço energético – jejum prolongado é extremamente maléfico – gera balanço energético negativo (não ingere alimento não tem energia para ser consumida pela célula); Impedir o BEN, zerar, ou torna-lo positivo. BEN estado catabólico no paciente = queda de proteína, queda de lipídeo. Algumas situações que geram o BEN e que geram estado hipercatabólico: traumas, neoplasias, inflamações, infecções, queimaduras. (extremamente maléfico para o sistema imune do paciente). Se o paciente estiver em jejum prolongado ou com perdas extremamente maléfico. A deficiência nutricional e o jejum prolongado estão associados à diversas situações e podem acarretar em redução da resistência contra infecções oportunistas, vai interferir de forma direta tanto na imunidade celular quanto imunidade humoral, vai interferir na imunidade natural das mucosas e vai interferir de forma direta nos mecanismos antimicrobianos celulares, ou seja, a resposta imune vai ser prejudicada. O deslocamento das bactérias intestinais vai ocorrer de forma clara, na maioria das espécies, em especial nos cães e gatos. Jejum prolongado queda da resposta imune aumento da proliferação bacteriana descolamento bacteriano enterite SIRS. 5 PARÂMETROS VITAIS DO EXAME CLÍNICO PADRÃO: Temperatura retal, corporal; Pulso; Respiração; Avaliação de dor; Avaliação nutricional fracionada = de triagem ou aprofundada. Para saber qual fazer vai depender da presença ou não de fatores predisponentes. Avaliação de triagem: Dados de idade (-1 ou +7 são pacientes mais susceptíveis), peso, escore e IMC. Avaliação aprofundada: Pacientes com menos de 1 ano ou mais do que 7; Fatores predisponentes; Cálculo de necessidade calórica que precisa por dia; Fatores predisponentes ou considerados de risco: Função gastrointestinal alterada, vômito, diarreia, náusea, flatulência ou constipação; Doenças ou distúrbios regressos presentes, e em quais situações, exemplo paciente diabético, doente renal crônico analisar histórico em relação à doença. Uso de medicamentos ou suplementos dietéticos, principalmente se estiver usando corticoide, diurético, fármacos que estimulam o catabolismo. Dieta não convencional (alimento cru, alimento feito em casa, vegetariano ou não habitual). Comer mais que 10% das calorias totais em biscoito, petisco ou comida caseira. Mora ou vive em ambiente inadequado ou impróprio. No exame físico: Índice de condição corpórea = escala de condição corporal (tabela) Qualquer índice abaixo de 4 ou acima de 5 já é considerado fator de risco; Índice de massa muscular – perda de massa acentuada = atrofia de temporal; Perda de muscular leve, moderada ou acentuada, perda ou ganho inexplicável de peso; Doenças periodontais; Pele ou pelo de má qualidade; Toda vez que for realizada uma avaliação nutricional precisa basicamente avaliar peso, índice de condição corpórea, escala de condição corpórea e índice de massa muscular. Qual o problema do peso hoje? – diferentes tamanhos dentro das mesmas raças, entre sexos – por isso não é sempre uma medida 100% confiável sozinha. Avaliação de escore e índice de massa corporal e muscular: inspeção e palpação. Índice de condição corpórea: Toda vez que um paciente é classificado numa escala de 9 pontos em 1, 2 ou 3 significa que está magro demais envolve a inspeção e palpação de proeminências ósseas (costelas, vértebras lombares, ossos pélvicos e todas as proeminências ósseas visíveis à distância) – ausência de gordura corporal tecidual e perda de massa muscular evidente. 4 e 5 escore ideal – costelas facilmente palpáveis com cobertura adiposa. Vista de cima a cintura é facilmente observada. 6, 7, 8 e 9 considerados acima do peso. Obesidade mórbida quando é acima de 9. Dependendo o caso podemos definir o índice sem palpação, apenas com a inspeção. Índice de massa muscular: Palpação de região lombo-sacra, região de escápula, região de gradil-torácico e a região temporal. O que vai ser definido na palpação: ausência de perda muscular leve ou moderada e acentuada, massa muscular. A partir do momento que tem perda muscular leve já é considerado fator de risco pra avaliação nutricional. Exemplos de avaliação: Atrofia de musculatura temporal + comum; Jejum prolongado: Ausência de nutrientes intraruminal; Aumento da permeabilidade intestinal; Aumento da virulência bacteriana; Síndrome da resposta inflamatória sistêmica. A partir do momento que define-se que o paciente está em escala alterada, com presença de fatores de risco, IMM alterado e está no internamento técnica a ser utilizada para definir quais métodos de recuperação utilizar: nutrição enteral ou nutrição parenteral? Qual a diferença? Nutrição ENTERAL: Utilização do trato gastrointestinal. Sonda nasogástrica; Faringostomia; Medida para usar o TGI o mais rápido possível, pois se ficar parado haverá redução da resposta imune, translocamento intestinal e maior chance do paciente evoluir para BEN. Sempre preconizar essa dieta para haver utilização do TGI. Alguns métodos como: alimentação espontânea (alimento palatável), estimular apetite (aquecer o alimento), realizar alimentação forçada (seringas – cuidar com náuseas ou estresse deve evitar para não gerar aversão alimentar), intubação (sonda pela narina que desemboca no esôfago, finaliza pouco antes do piloro, mas tem que diluir muito o alimento), faringostomia (precisa anestesiar, tubo ou sonda no esôfago por 15 min), esofagostomia, gastrostomia, jejunostomia minimizar o jejum. Ambiente precisa ser calmo e tranquilo ou pedir ao tutor para fornecer o alimento. No internamento: alimentação espontânea, forçada, estimulo apetite e intubação. O quanto fornecer para o paciente: calcular a necessidade energética de manutenção. Saber o valor do peso correto. Conhecer os alimentos que serão fornecidos. Nutrição PARENTERAL: Via intravenosa; Precisa de um alimento pronto, comercial, feito ou manipulado pelo veterinário ou proprietário; Equilíbrio de proteína, lipídeo e carboidrato. Não contém nada de soluto no alimento, não há partículas pois causaria embolia. Paciente anorético a mais de 3 dias, hiporético a mais de 7 dias, escore corporal inferior a 3 ou com perda proteica extra, diarreia ou proteinuria. Se o paciente se enquadra em qualquer um destes critérios – gera preocupação pois obrigatoriamente vai ter desnutrição clínica. Perguntar: TGI está normal? Ausência de vomito e diarreia? – se estiver vomitando já vai para terapia nutricional parenteral. Se eu avaliei o paciente e ele está desnutrido devo instituir alimentação forçada. Caso não tenha necessidades que possam ser alcançadas por via oral segue para terapia enteral. Louise Helene Bacher
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