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Rafaela Candido Medicina UEMS 2017 Resposta INATA É aquela que visa impedir a entrada de patógenos no organismo, porém caso os antígenos consigam se estabelecer é a resposta inata que vai fornecer a resposta imune inicial contra tais antígenos. - Ela desempenha três funções essenciais: 1. É a resposta inicial aos microrganismos que previne, controla ou elimina a infecção do hospedeiro por muitos patógenos. - estudos mostram que qualquer deficiência, inibição ou eliminação de qualquer um dos mecanismos da resposta inata aumentam significativamente a suscetibilidade a infecções. 2. Os mecanismos imunes inatos eliminam células danificadas e iniciam o processo de reparo tecidual. - tais mecanismos reconhecem substâncias eliminadas pelo hospedeiro, ou até mesmo seus exemplares mortos. A lesão que inicia a resposta inata pode conter ou não formas dos agentes patógenos. 3. Estimula as respostas imunes adaptativas e pode influenciar sua natureza a fim de otimizar e melhorar sua ação. - Os principais tipos de respostas do sistema imune inato que protegem contra microrganismos são a defesa INFLAMATÓRIA e a ANTIVIRAL, além das defesas físicas e químicas em barreiras epiteliais. INFLAMAÇÃO: é o processo no qual leucócitos circulantes e proteínas plasmáticas são trazidos para os locais de infecções nos tecidos e são ativados para destruir e eliminar os agentes agressores. Também é a principal reação às células danificadas ou mortas e aos acúmulos de substâncias anormais nas células e nos tecidos. ANTIVIRAL: consiste em alterações nas células que previnem a replicação viral e aumentam a suscetibilidade à morte pelos linfócitos, eliminando, assim, os reservatórios de infecção viral. - a resposta imune inata praticamente não possui memória, em relação à quantidade, porém a exposição repetida a um microrganismo aumenta a rapidez, magnitude e efetividade de tais respostas. RECONHECIMENTO DE MICRORGANISMOS - Especificidade: para estruturas compartilhadas pelas classes de microrganismos (padrões moleculares associados com patógeno) se uma estrutura potencialmente reconhecida por um receptor existe em vários microrganismos diferentes é possível que haja uma resposta inata sobre tais agentes. - Receptores: são codificados em linha mãe e tem diversidade limitada possuem distribuição não clonal, ou seja, há receptores idênticos em todas as células da mesma linhagem. - Receptor do tipo Toll; - Receptor formil peptídeo; - Receptor de manose; - Receptpr scavenger. - Discriminação: células saudáveis do hospedeiro não são reconhecidas. Rafaela Candido Medicina UEMS 2017 - As substâncias microbianas que estimulam a imunidade inata, frequentemente são compartilhadas por classes de microrganismos e dão chamadas de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs). - O sistema imune inato reconhece produtos microbianos que frequentemente são essenciais para a sobrevivência dos microrganismos. Também reconhece moléculas endógenas produzidas ou liberadas por células danificadas ou mortas, essas substâncias são chamadas de padrões moleculares associados ao dano (DAMPs). - Receptores de reconhecimento padrão: são expostos na superfície, e vesículas fagocíticas e no citosol de vários tipos celulares, todos sendo localizações onde os microrganismos podem estar presentes. São receptores celulares para patógenos e moléculas associadas ao dano frequente. Moléculas de reconhecimento de padrão do sistema imune inato. Rafaela Candido Medicina UEMS 2017 - O sistema imune inato não reage contra células e tecidos normais, saudáveis. RECEPTORES DE RECONHECIMENTO DE PADRÃO ASSOCIADOS À CÉLULA E SENSORES DA IMUNIDADE INATA - Fagócitos, incluindo neutrófilos, macrófagos e células dendríticas expressam a maior variedade e maior número destes receptores. Receptores do tipo Troll (TLRs): são uma família de receptores de reconhecimento de padrão em muitos tipos celulares que reconhecem produtos de uma grande variedade de microrganismos, assim como moléculas expressas ou liberadas por células estressadas ou em processo de morte. Existem nove diferentes TLRs funcionais em humanos, denominados TLR1 até TLR9. - As bases estruturais das especificidades dos TLRs residem nos múltiplos módulos extracelulares ricos em leucina destes receptores, que se ligam diretamente aos PAMPs ou a moléculas adaptadoras que se ligam aos PAMPs. - São encontrados na superfície celular e nas membranas intracelulares e são, então, capazes de reconhecer microrganismos em diferentes localizações celulares. - Estrutura: leucina+cisteína - TLR1: lipopeptídeos bacterianos. - TLR2: lipopeptídios bacterianos, peptidoglicano bacteriano e lipopolipeptídios bacterianos. - TLR3: dsRNA. (endossoma) - TLR4: LPS. junto à proteína MD2 o LPS consegue ser indentificado. - TLR5: flagelina bacteriana. - TLR6: lipopolipeptídios bacterianos. - TLR7: ssRNA. (endossoma) - TLR8: ssRNA. (endossoma) - TLR9: CpG DNA. (endossoma) - O reconhecimento dos ligantes microbianos pelo TLR resulta na ativação de várias vias de sinalização e, por fim, nos fatores de transcrição, que induzem a expressão de genes cujos produtos são importantes para respostas inflamatórias e antivirais. Receptores citosólicos para PAMPs e DAMPs: receptores de padrão de reconhecimento que detectam infecção ou célula danificada no citosol. - Três classes principais: - Receptores do tipo NOD (NRL): são uma família de mais de 20 proteínas citosólicas diferentes, algumas das quais reconhecem PAMPs e DAMPs e recrutam outras proteínas para formas complexos de sinalização que promovem inflamação. - Incluem um domínio repetido rico em leucina que “sente” a presença do ligante, similar às repetições ricas em leucina dos TLRs; Rafaela Candido Medicina UEMS 2017 - Incluem um domínio NACHT (proteína inibitória de apoptose neuronal); - Incluem um domínio efetor, que recruta outras proteínas para formar complexos de sinalização. três domínios: CARD, Pyrin e BIR. - CARD: NOD1 e NOD2, que são expressos no citosol de vários tipos celulares, incluindo células epiteliais de mucosa e fagócitos e respondem aos peptidoglicanos da parede celular bacteriana. O NOD2 é altamente expresso nas células intestinais de Paneth, onde estimula as defensinas. NOD1 reconhece o acido diaminopimiélico (DAP) e o NOD2 reconhece o dipeptídio muramil. - A subfamília de NLRP dos receptores do tipo NOD respondem aos PAMPs e DAMPs citosólicos com formação de complexos de sinalização chamados de inflamassomas, que geram formas ativas das citocinas inflamatórias IL-1 e IL-18. existem 14 NLRPs. - Receptores do tipo RIG (RLRs): são sensores citosólicos do RNA viral que respondem aos ácidos nucleicos virais induzindo a produção de interferons tipo I antivirais. - Receptores citosólicos de DNA e a via STING: os sensores citosólicos de DNA (CDSs) são moléculas que detectam o DNA citosólico e ativam vias de sinalização que iniciam as respostas antimicrobianas, incluindo produção de interferon tipo I e autofagia. A via STING é o principal mecanismo de ativação induzida por DNA das respostas de interferon tipo I. Outros receptores: - Associados à célula: - Receptores para carboidratos: receptores de manose e dectinas. - Receptores Scavenger: grupo de proteínas capazes de mediar a captação de lipoproteínas oxidadas para as células. - Receptores Formil-peptídio (FPR1), expresso em leucócitos. COMPONENTES CELULARES DO SISTEMA IMUNE INATO - Barreiras epiteliais: barreira física entre os microrganismos no meio ambiente externo e o tecido do hospedeiro.Produzem agentes químicos antimicrobianos que impedem a entrada de microrganismos. - Defensinas: são produzidas pelas células epiteliais das superfícies mucosas e pelos leucócitos contendo grânulos, incluindo neutrófilos, células natural killer e linfócitos T citotóxicos. - Catelicidina: é produzida pelos neutrófilos e pelas células da barreira epitelial da pele, trato gastrointestinal e trato respiratório. - Fagócitos: primeira linha de defesa contra microrganismos que rompem as barreiras epiteliais. - Células dendríticas: realizam o reconhecimento essencial e papéis efetores na imunidade inata. - Células Natural Killer e outras: células linfoides inatas (ILCs) são derivadas da medula óssea com morfologia linfocítica. Rafaela Candido Medicina UEMS 2017 Sistema complemento Referências - ABBAS, A.K. LICHTMAN, A. H. PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
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