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ROTINAS E CÁLCULOS TRABALHISTAS AULA 1 Profª Paolla Hauser 2 CONVERSA INICIAL Olá alunos, bem-vindos à disciplina de Rotinas e Cálculos Trabalhistas. Eu sou a professora Paolla e mostrarei a vocês as principais rotinas do departamento de pessoal das empresas e escritórios. Em nossas aulas, vocês conhecerão conteúdos básicos que serão usados por qualquer profissional atuante em departamento de pessoal, desde as rotinas de admissão, passando pelos proventos e descontos, até chegarmos na rescisão de contrato de trabalho. A área de departamento de pessoal ou recursos humanos é uma das mais importantes dentro de uma empresa, necessária em qualquer organização. Assim, podemos dizer que o profissional que estuda e está atualizado nas mudanças constantes da legislação e entendimentos jurídicos sempre terá uma posição importante no mercado de trabalho. Nossas primeiras aulas serão um pouco mais teóricas. Aprenderemos as normas que regem os contratos de trabalho, os tipos de empregados e trabalhadores que existem no Brasil, as rotinas de admissão e jornada de trabalho, entre outros assuntos pertinentes à disciplina. A partir da nossa terceira aula, vamos aprender os cálculos da folha de pagamento, descontos, adicionais, férias, 13º salário e rescisão contratual. Em nossa última aula, conversaremos sobre os encargos patronais, ou seja, os valores devidos pelo empregador sobre a folha de salário. Veremos também os benefícios da previdência social. Na aula de hoje, você conhecerá o conceito comum de direito do trabalho, os tipos de trabalhadores que existem no Brasil, as rotinas de admissão e documentos necessários para tal e um breve conteúdo sobre o e- Social. Desejo que todos aproveitem bastante esta disciplina. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Nossa disciplina está relacionada a toda empresa, incluindo os empregados que ali estão todos os dias, sócios, prestadores de serviços e clientes. É no RH que se inicia o processo de sucesso ou não dos novos (e antigos) colaboradores. Esse setor guarda muitas informações importantes e 3 sigilosas para o ambiente corporativo. Portanto, para atuar nessa área, é necessário que o profissional seja discreto e respeite as diferenças entre as áreas e funções. Outra questão bastante importante ao departamento de pessoal de uma empresa é a atualização constante do profissional atuante. Nossa lei trabalhista não muda o tempo todo – pelo contrário, a CLT está até desatualizada. Por conta disso, temos tantas decisões como jurisprudência, soluções de consultas e outras legislações fora da Consolidação das Leis do Trabalho que é necessária bastante atenção na hora de tomar uma decisão que possa impactar nas relações trabalhistas. Um exemplo atual disso é a terceirização de mão de obra. Até pouco tempo, somente era permitida a terceirização das atividades- meio da empresa, tais como limpeza e portaria. Com a publicação da Lei n. 13.429/2017, essa regra foi alterada, passando a valer também a terceirização das atividades-fim, ou seja, a atividade operacional da organização. Mesmo que o tema esteja sendo bastante explorado, temos que levar em consideração o que a legislação traz em seu enunciado para que seja feita a melhor opção de contratação. Pesquise Pesquise sobre a nova lei de terceirização (Lei n. 13.429/2017, que altera a Lei n. 6.019/1974) para saber mais a respeito das novas regras de terceirização de mão de obra. TEMA 1 – DIREITO DO TRABALHO De acordo com Almeida (2009), antigamente, o trabalho era tido como uma punição, já que se destinava aos escravos. Atualmente, o trabalho é tido como necessário e imprescindível para qualquer classe econômica. É possível observar que praticamente todo ser humano com mais de 18 anos exerce ou já exerceu algum tido de atividade laborativa. Em meados do século XVIII nasceu a relação de emprego e, com ele, o trabalho assalariado. Em consequência disso, nasceu também o Direito do Trabalho que, para Nascimento (2006, p. 34), “é o ramo da ciência do direito que tem por objetivo as normas, as instituições jurídicas e os princípios que 4 disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho em sua estrutura e atividade”. No Brasil, a Justiça do Trabalho foi criada em 1939. Em 1934 foi instituído o salário mínimo, previsto na Constituição Federal como “capaz de satisfazer, conforme as condições de cada região, as necessidades do trabalhador” (Brasil, 1934). No mesmo período foram também criadas a jornada diária de oito horas, liberdade sindical, isonomia salarial, repouso semanal remunerado (conhecido como RSR ou DSR), férias anuais remuneradas, proteção do trabalho das mulheres e menores, entre outras provisões do Art. 121 daquela Constituição. Nove anos depois, em 1º de maio de 1943, as regras trabalhistas foram sistematizadas por meio do Decreto-Lei n. 5.452/1943 aprovando a Consolidação das Leis do Trabalho – a CLT. Importante ressaltar que a CLT não é um código, pois não traz um conjunto de regras novas, ela apenas reuniu as regras já existentes de forma ordenada. Para Martins (2016, p. 38), “direito do trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições atinentes à relação do trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhe são destinadas”. Assim, a Constituição Federal versa sobre os direitos dos trabalhadores rurais e urbanos conforme segue: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III – fundo de garantia do tempo de serviço; IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 5 X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do serviçoextraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º) XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV – aposentadoria; XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, 6 os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013) (Brasil, 1988) Desta forma, com o surgimento da relação de emprego, aparecem os sujeitos responsáveis por essa relação: o empregador e o empregado. A Consolidação das Leis do Trabalho conceitua empresa em seu art. 2º como sendo a que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Ou seja, o empregador é aquele que assume 100% da atividade realizada, independentemente da pessoa que esteja fazendo o trabalho. Por exemplo, o atraso de uma obra com pagamento de indenização é de inteira responsabilidade da empresa, uma vez que é ela quem assume o risco do seu negócio. O art. 3º da CLT conceitua empregado como sendo a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a um empregador sob a dependência deste e mediante salário. Identificamos, então, que o empregado será sempre uma pessoa física que tenha habitualidade. Ou seja, que esteja presente na empresa diariamente (ou periodicamente), no mesmo horário, que tenha subordinação. Isso quer dizer que deve cumprir ordens do empregador e, o mais importante: o conceito sob a dependência financeira deste significa que a prestação do serviço é mediante pagamento. Ou seja, o empregado conta que receberá todo mês para arcar com suas obrigações. Depois de estudado o conceito de empregado e empregador, temos então a relação de emprego entre ambos, em que devem ser observados alguns elementos legais para que seja configurada tal relação. São eles: pessoalidade: o serviço é prestado pela mesma pessoa, podemos dizer que essa é a pessoa esperada para realização do trabalho; habitualidade: o comparecimento ao trabalho é contínuo e não eventual; subordinação: o empregado cumprirá as regras do empregador para prestar seus serviços; dependência econômica ou onerosidade: o trabalhador é assalariado pelo contratante e depende deste rendimento para cumprir suas obrigações, não possuindo (em regra) outras formas de remuneração. O empregado é, portanto, uma pessoa física que presta serviços de natureza continua a um empregador, pessoalmente, sob subordinação e mediante pagamento de salário. (Martins, 2016) 7 TEMA 2 – TIPOS DE TRABALHADORES NO BRASIL Independentemente da forma de contrato, a pessoa física que prestar serviços a um terceiro, seja este pessoa física, seja jurídica, será um trabalhador. Temos diversos tipos de trabalhadores no Brasil que não são caracterizados como empregados por não cumprirem integralmente os elementos da relação de emprego. Vamos conhecer agora as espécies de trabalhadores que temos em nossas relações de trabalho. Autônomos – O autônomo é uma pessoa física que exerce por conta própria atividade econômica com fins lucrativos ou não. É um trabalhador não habitual, isto é, não cumpre jornada com habitualidade. Também não há subordinação na relação de trabalho, o autônomo é contratado para entregar um determinado trabalho no prazo acordado não estando sujeito a cumprir ordem do contratante. Outro elemento importante a ser observado na distinção entre empregado e trabalhador autônomo é a dependência financeira. O autônomo trabalha em mais de um local, não dependendo da renda de somente um contratante. Eventual – O trabalhador eventual é a pessoa física contratada para trabalhar em certa ocasião específica e não há habitualidade. Para Martins (2016), o empregador eventual é aquele contratado para prestar serviços em certo evento, como reparar instalações elétricas. Avulso – É o trabalhador que presta serviço a várias empresas sem vínculo empregatício, seja rural ou urbano, com intermediação do sindicato (Lei n. 8.212/1991). Estagiário – É o estudante contratado para se desenvolver profissionalmente. As regras para contratação de estagiário estão previstas na Lei n. 11.788/2008, qual dispõe que: Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. § 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando. § 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o 8 desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. (Brasil, 2008) Conforme exposto no trecho da lei, o estagiário visa o aprendizado prático do que aprende em sala de aula. Desta forma, esse trabalhador não pode ser o responsável direto pelo trabalho, devendo estar acompanhado de um supervisor da empresa contratante.A jornada de trabalho do estagiário é diferente da jornada normal dos empregados. No caso de estágio, as horas não poderão ultrapassar: Quatro horas diárias e vinte horas semanais, no caso de estudantes de Educação Especial e dos anos finais do Ensino Fundamental, na modalidade profissional de Educação de Jovens e Adultos; Seis horas diárias e trinta horas semanais, no caso de estudantes do Ensino Superior, da Educação Profissional de nível médio e do Ensino Médio regular. O contrato de estágio não poderá exceder dois anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência. Além disso, a eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício. Rural – O empregado rural é regido pela Lei n. 5.889/1973, a qual prevê que “empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.” Segundo Martins (2016), trabalhador rural é aquele que planta, aduba, ordenha e cuida do gado, o tratorista, o peão, o boiadeiro etc. A diferença entre o trabalhador rural e o urbano é que o primeiro presta serviços a um empregador que explora atividade rural com finalidade lucrativa. Doméstico – É a pessoa física que presta serviço de forma continua, subordinada, onerosa, pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família em seu âmbito residencial por mais de dois (2) dias por semana. Com a publicação da Lei Complementar n. 150 de 2015, o empregado doméstico passou a ter novas regras e benefícios, como a obrigatoriedade do pagamento do FGTS, que era facultativo aos 9 empregadores, limite de jornada de trabalho diária com marcação em cartão ponto, entre outros. Temporário – É o trabalho prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou devido ao acréscimo extraordinário de serviços. O trabalhador temporário somente poderá ser contratado por empresa registrada no Departamento Nacional de Mão-de-Obra do Ministério do Trabalho e Previdência Social nas disposições previstas na Lei n. 6.019 de 1974. O contrato do trabalhador temporário tem prazo de três meses, podendo ser prorrogado por mais três meses, desde que autorizado pelo Ministério do Trabalho. Aprendiz – É o trabalhador empregado com idade entre quatorze e vinte e quatro anos que esteja inscrito em programa de aprendizagem. O aprendiz possui todos os direitos de um empregado comum com algumas diferenças, tais como o FGTS, que é de 2%. Já a jornada de trabalho é de: seis horas diárias, no máximo, para os que ainda não concluíram o Ensino Fundamental, computadas as horas destinadas às atividades teóricas e práticas, cuja proporção deverá estar prevista no contrato (Art. 432, caput, da CLT); oito horas diárias, no máximo, para os que concluíram o Ensino Fundamental, computadas as horas destinadas às atividades teóricas e práticas (Art. 432, § 1º, da CLT), cuja proporção deverá estar prevista no contrato. Não é, portanto, possível uma jornada diária de 8 horas somente com atividades práticas. Por isso, a jornada normal do aprendiz na empresa é de quatro horas. Saiba mais Aprofunde seus conhecimentos sobre o aprendiz, acesse o Manual da Aprendizagem em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/8A7C816A454D74C101 459564521D7BED/manual_aprendizagem_miolo.pdf>. Terceirização é a contratação de uma empresa prestadora de serviços por outra para a realização de atividades determinadas e específicas. Não há 10 vínculo empregatício entre a empresa contratante e os trabalhadores ou sócios das prestadoras de serviços. Saiba mais a respeito da terceirização. Leia esta reportagem: <http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/post/terceirizacao- como-fica-partir-de-agora.html> e a Lei n. 13.429/2017 disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13429.htm>. TEMA 3 – ROTINAS DE ADMISSÃO É comum que as empresas iniciem seus processos de contratação por meio de anúncios em redes sociais específicas para o mercado de trabalho, jornais, agencias de empregos e até empresas especializadas em recrutamento e seleção de pessoal. Após o processo de recrutamento, seleção e escolha do candidato, é iniciado o processo de contratação do empregado, quando a empresa irá solicitar documentação necessária para o registro do empregado. Vamos agora conhecer a documentação inicial para que o registro do empregado seja realizado: CPF (Cadastro de Pessoas Física) – Sem CPF, o empregado não poderá ser registrado, pois ele é o documento de cadastro junto à Previdência Social e a Receita Federal do Brasil. RG (Registro Geral) – Também chamado de carteira de identidade, é a identificação da pessoa física. Caso o candidato não a possua, deverá procurar a Secretaria de Segurança Pública para emitir o documento. Título de eleitor – Não é um documento obrigatório no momento do registo para empresas privadas. Porém, o empregado que tiver pendências com a Justiça Eleitoral poderá ser chamado para regularização devendo se afastar do trabalho sem prejuízo do salário. Ou seja, não poderá ocorrer desconto do salário do empregado para tal ausência. Certificado de reservista – Trabalhadores do sexo masculino devem provar que cumpriram a obrigação do alistamento militar. Caso contrário, poderão se ausentar do trabalho a pedido da justiça militar sem prejuízo do salário. Cadastramento no PIS (Programa de Integração Social) – Caso o empregado não tenha o cadastro no PIS, a própria empresa deve 11 providenciar seu registro junto à Caixa Econômica Federal. Sem o PIS, não há como o empregador realizar os depósitos do FGTS na conta do empregado. Comprovante de escolaridade – É exigido quando o cargo assim o determinar. Por exemplo, engenheiros, arquitetos, advogados, médicos, enfermeiros, motoristas e outras profissões devem possuir formação para sua função específica. Será necessária a carteira de habilitação para o exercício da profissão. Por exemplo, registro no CREA, OAB, CRM ou CRC. Foto 3x4 – Utilizada para a ficha de registro, crachá etc., tantas quantas forem necessárias. Certidão de nascimento – Filhos até quatorze anos ou inválidos. Para que o empregado tenha direito ao salário família, quando aplicável. Podemos incluir os filhos até 21 anos para que sejam considerados dependentes para fins do imposto de renda. Caderneta de vacinação – Filhos de até sete anos. Na admissão e anualmente no mês de novembro, para pagamento do salário família. Comprovante de frequência escolar – Filhos com idades entre sete e quatorze anos. Anualmente, nos meses de maio e novembro. A não apresentação dos documentos dos filhos pode suspender o pagamento do salário família. Comprovante de residência – Para o pagamento do vale transporte e envio de correspondências, caso necessário. Exame médico admissional – A Norma Regulamentadora n 7 (NR7) determina que o exame admissional deve ser realizado antes que o trabalhador assuma as suas atividades. São obrigatórios o exame admissional, o periódico, o de retorno ao trabalho, o de mudança de função e o demissional, por conta do empregador. Os exames médicos compreendem avaliação clínica, abrangendo análise ocupacional e exame físico e mental, bem como exames complementares, realizados de acordo com os termos especificados na citada NR7. Assim o Atestado médico de Saúde Ocupacional(ASO) é emitido pela empresa de medicina em duas vias, uma ficará em poder da empresa e outra, do empregado. O exame admissional é realizado por clínica especializada e assinado pelo médico do trabalho. 12 CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) – É documento obrigatório para o exercício de qualquer emprego. A carteira de trabalho é o documento mais importante na vida de qualquer trabalhador assalariado. Ao mesmo tempo em que ela garante a relação de emprego com as devidas anotações, ela servirá como prova do tempo de contribuição para aposentadoria. Portanto, a CTPS deve ser guardada, independentemente da quantidade de carteiras o trabalhador tenha. Uma outra questão importante que deve ser observada é a data de emissão da CTPS, pois o INSS pode não reconhecer o vínculo de emprego, com data anterior à emissão da carteira de trabalho. Caso seja necessária segunda via da carteira de trabalho, o empregado deve solicitar ao empregador cópia autenticada da ficha de registro. TEMA 4 – CARTEIRA DE TRABALHO E OUTROS REGISTROS A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é obrigatória para o exercício de qualquer emprego regido pela CLT, conforme previsto em seu art. 13, inclusive para trabalhadores rurais e trabalhador temporário. A carteira de trabalho é emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho – DRT. Por ocasião de esgotamento de páginas destinadas ao registro do emprego ou caso a carteira esteja danificada, o empregado deverá solicitar segunda via de sua CTPS, mantendo o número da carteira anterior. A carteira de trabalho carrega toda a vida profissional do trabalhador. Por este motivo, tal documento deve ser guardado pelo empregado para que ele o utilize quando for solicitar sua aposentadoria. As anotações na carteira ficam limitadas às informações previstas no documento de admissão, sendo proibidas anotações que desabonem ou possam prejudicar direta ou indiretamente o empregado causando danos à sua conduta profissional. O empregador que não cumprir tal determinação, que está prevista no art. 29 da Consolidação das Leis do Trabalho, fica sujeito a multa e indenização junto à Justiça do Trabalho. O empregador deverá cumprir o prazo de 48 horas contadas da admissão para devolver a carteira de trabalho ao empregado com as devidas anotações conforme previsto no art. 29 da CLT e art. 5º da Portaria n. 41 MTE de 28 de março de 2007. 13 A empresa que infringir as disposições da CLT concernentes às anotações da CTPS incorrerá na multa de R$ 402,53. O extravio ou inutilização da CTPS por culpa da empresa terá multa de R$ 201. Vale ressaltar que há penalidades para a falta do registro do empregado, conforme a Lei n. 13.467/2017: O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do Artigo 41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência. §1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caput deste artigo, o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte. § 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao critério da dupla visita. (...) Art. 47-A. Na hipótese de não serem informados os dados a que se refere o parágrafo único do art. 41 desta Consolidação, o empregador ficará sujeito à multa de R$ 600,00 (seiscentos reais) por empregado prejudicado. 4.1 Principais anotações na carteira de trabalho Descrevemos agora quais são e onde são feitas as anotações na carteira de trabalho do empregado. Veja a seguir um exemplo de como são feitas as anotações. Foto 1 – Exemplo de anotações na carteira de trabalho 4.2 Página do Contrato de Trabalho Empregador – razão social da empresa contratante; CNPJ – número do cadastro nacional de pessoa jurídica do contratante; Endereço – local da empresa (rua, avenida, travessa etc.); 14 Município/UF - município e estado do empregador; Esp. do estabelecimento – espécie do estabelecimento (residencial, comercial, industrial); Cargo e CBO. A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), instituída pela Portaria n. 397 de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Os códigos de ocupações estão disponíveis na página do Ministério do Trabalho. Visite: <www.mte.gov.br>, em seguida clique em Dados Estatísticos, Classificação Brasileira de Ocupações – CBO e depois, Buscas. A pesquisa pode ser feita por título, código ou estrutura. Veja a seguir alguns exemplos de CBO. Tabela 1 – Exemplos de CBO Títulos 1422-05 - Gerente de recursos humanos Coordenador de RH, Gerente de planejamento de salários e benefícios, Gerente de relações de recursos humanos, Gerente de relações humanas, Gerente de relações industriais 1422-10 - Gerente de departamento pessoal Administrador de pessoal, Coordenador de administração de pessoal, Gerente de administração de pessoal, Gerente de divisão de pessoal, Gerente de setor de pessoal, Gerente de sistemas administrativos de pessoal Descrição Sumária Gerenciam atividades de departamentos ou serviços de pessoal, recrutamento e seleção, cargos e salários, benefícios, treinamento e desenvolvimento, liderando e facilitando o desenvolvimento do trabalho das equipes. Assessoram diretoria e setores da empresa em atividades como planejamento, contratações, negociações de relações humanas e do trabalho. Atuam em eventos corporativos e da comunidade, representando a empresa. Continuando os itens a serem preenchidos: Data de admissão – data de início da atividade da pessoa física junto ao empregador (dia, mês e ano). Número de registro – este registro é interno e particular para cada empresa, sendo informado o número sob o qual o empregado foi admitido, deve ser sequencial e utilizado como parâmetro o sistema de folha da empresa ou o livro de registros. Remuneração – deve ser informado o valor do salário inicial do empregado em valores numéricos e também por extenso. Caso o 15 empregado receba comissão, o percentual sobre as vendas deve também ser informado nestas linhas. Assinatura do empregador – sem a assinatura do empregador, o registro na carteira de trabalho não é valido. Data de saída e assinatura da saída – deve ser informado o último dia do empregado na empresa e, novamente, a assinatura do empregador quando da saída. A não assinatura do empregador incorre no não resgate do FGTS por parte do empregado e na impossibilidade de recebimento do seguro desemprego, quando aplicável. Essas foram as informações iniciais que devem constar no momento da admissão do empregado. A seguir, veremos outras anotações que devem constar na CTPS. 4.3 Contribuição sindical Em algumas carteiras antigas existem páginas específicas para anotação da contribuição sindical descontada do salário do empregado no mês de março. Já as carteiras de trabalho mais novas não possuem mais este campo. Neste caso, o empregador deve efetuar tal anotação nas páginas de Anotações Gerais. Devem constar: valor da contribuição; nome do sindicato; ano da contribuição. É importante lembrar que a contribuição sindical é equivalente a um dia do salário do empregado, devendo ser descontada, em regra geral, no mês de março. Caso o empregado tenha sido admitido dentro do mês de março e ainda não tenha contribuído para o sindicato, o descontodeve ser realizado pela empresa nesse mesmo mês. Em caso de admissão depois do mês de março e quando o empregado ainda não tiver contribuído, o desconto deve ser efetuado no mês subsequente à sua admissão. O empregado que se encontra afastado da empresa no mês de março sem receber salário deverá sofrer o desconto da contribuição sindical no primeiro mês subsequente ao de retorno ao trabalho. 16 4.4 Reajuste salarial Os aumentos salariais, por qualquer motivo, data base (dissídio), promoção, espontâneo, por mudança de horário, entre outros, devem ser anotados nas páginas específicas de reajuste de salário. Devem constar: data do reajuste; valor do reajuste; função e CBO; motivo do reajuste. Caso as páginas para essa anotação tenham se esgotado, poderá ser utilizada a página anotações gerais. 4.5 Férias As férias devem ser anotadas na página anotações de férias. O empregado não pode entrar em gozo de férias sem apresentação da carteira de trabalho para a devida anotação. Devem constar: período aquisitivo das férias; período de gozo; assinatura do empregador. Caso as páginas para essa anotação tenham se esgotado, poderá ser utilizada a página anotações gerais. 4.6 Outras anotações necessárias Outras anotações devem ser feitas nas páginas anotações gerais. Também devem constar, além das informações previstas anteriormente: anotações sobre afastamentos; alteração de endereço da empresa; alteração de contrato; contrato de experiência; retificações. 17 4.7 Uso da Previdência A página uso do INSS/Previdência será preenchida pelo INSS quando houver afastamento do empregado por auxílio-doença e acidente de trabalho superiores a 30 dias. Este espaço não deve ser preenchido pelo empregador. 4.8 Demais Registros Estagiário. O Ofício-Circular n. 2 – MTE/1999 dispensa a anotação do estágio na Carteira de Trabalho, uma vez que o contrato é celebrado é um Termo de Compromisso de Estágio e inexiste vínculo empregatício. No entanto, algumas empresas realizam a anotação nas páginas anotações gerais. Tal anotação não cria vínculo de empregado, porém é utilizada pelo estagiário como forma de comprovação do estágio. Trabalho Temporário. Nos contratos temporários, a CTPS deve ser anotada com tal condição na página anotações gerais. Poderá ser realizada a anotação mediante carimbo padronizado, seguindo o modelo: “O titular desta carteira de trabalho presta serviço temporário, nos termos da Lei nº 6.019/1974, conforme contrato escrito em separado, a contar de ____/____/____, pelo prazo máximo de 90 dias, auferindo o salário de R$ __________ por _____ (hora, mês).” Aprendiz. Também em Anotações Gerais será anotado o contrato de aprendizagem, sem o qual a anotação não terá validade. Devem ser registrados o número do contrato de aprendizagem e a data de sua homologação. Poderá ser realizada a anotação mediante carimbo padronizado, conforme o exemplo: “Contratado como aprendiz para exercer a função de Eletromecânico, com um ano de duração conforme o contrato firmado, sob o número XXX, homologado na DRT-XX, em ___/___/___.” Aviso Prévio Indenizado. A anotação do aviso prévio indenizado na Carteira de Trabalho e Previdência Social deve ser feita nas páginas anotações gerais em conformidade com a Instrução Normativa n. 15 de 2010 projetando a saída para o aviso indenizado devido à contribuição ao INSS. A data de saída a ser colocada na CTPS contará o dia do aviso como se este fosse trabalhado. Poderá ser feita a anotação conforme exemplo a seguir: 18 “O empregado foi demitido com aviso prévio indenizado de 33 dias (aviso prévio proporcional) em ___/___/___.” Estrangeiro. A emissão da CTPS para estrangeiro, desde que tenha visto para trabalhar em território nacional, é de exclusividade da SRTE – Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego. A Resolução Normativa CNI n. 74 de 2007 estabelece que a empresa que tiver interesse em contratar estrangeiros em caráter permanente ou temporário deverá solicitar autorização de trabalho junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (tem) mediante o “Formulário de Requerimento de Autorização de Trabalho”. A solicitação deve estar acompanhada de documentação da pessoa jurídica e da pessoa física, assim como o contrato assinado por ambas às partes. 4.9 Etiquetas As anotações na CTPS podem ser feitas por meio de etiquetas, autenticadas pelo empregador. Saiba mais Assista a um vídeo para conhecer mais sobre a CTPS. Visite: <https://www.youtube.com/watch?v=Z9M9lJYaohQ>. TEMA 5 – E-SOCIAL O eSocial é um projeto do Governo Federal e um instrumento de unificação da prestação das informações referentes à escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. Ele tem por finalidade padronizar sua transmissão, validação, armazenamento e distribuição, constituindo um ambiente nacional. Desde 1 de outubro de 2015, está disponível a ferramenta que possibilitará o recolhimento unificado dos tributos e do FGTS para os empregadores domésticos a fim de unificar o recolhimento do INSS patronal e do empregado e do FGTS, que são devidos mensalmente. O projeto eSocial é uma ação conjunta dos seguintes órgãos e entidades do Governo Federal: Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), Caixa Econômica Federal (CEF), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 19 Atualmente, o eSocial tem a funcionalidade de folha de pagamento para empregados domésticos, mas a ideia surgiu para simplificar as obrigações acessórias trabalhistas nas empresas. O eSocial foi instituído pelo Decreto n. 8.373/2014, que dispõe: Art. 2º O eSocial é o instrumento de unificação da prestação das informações referentes à escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas e tem por finalidade padronizar sua transmissão, validação, armazenamento e distribuição, constituindo ambiente nacional composto por: I - escrituração digital, contendo informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas; II - aplicação para preenchimento, geração, transmissão, recepção, validação e distribuição da escrituração; e III - repositório nacional, contendo o armazenamento da escrituração. A prestação das informações ao eSocial, irá substituir, outras obrigações que contenham as mesmas informações declaradas na escrituração. O eSocial se rege pelos seguintes princípios: viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; racionalizar e simplificar o cumprimento de obrigações; eliminar a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas; aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias; conferir tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte. A obrigatoriedade de utilização do eSocial já passou por diversas alterações. Portanto, o profissional deve ficar atento ao cronograma de exigência do fisco. Atualmente, a Resolução n. 2 de agosto de 2016 disciplinou as seguintes datas para o início da obrigatoriedade de utilização do eSocial: 1º de janeiro de 2018 para empregadores e contribuintes com faturamento no ano de 2016 acima de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais); 1º de julho de 2018, para os demais empregadores e contribuintes. A norma diz ainda que será disponibilizado aos empregadores e contribuintes até julho de 2017 um ambiente de produção restrito para que o sistema seja aperfeiçoado. 20 Essa resolução mantém o compromisso de tratamentodiferenciado às menores empresas e prazos mais longos para envio dos eventos associados a Saúde e Segurança do Trabalhador (SST). Eles somente serão devidos seis meses após o início do novo prazo de obrigatoriedade. O eSocial, instituído pelo Decreto n. 8.373/2014, já está parcialmente em operação por meio de um de seus módulos: o módulo do Empregador Doméstico. Ele materializa o disposto na Lei Complementar n. 150 de 1º de junho de 2015 que amplia e garante os direitos dos trabalhadores domésticos. O Módulo do Empregador Doméstico é responsável pela emissão mensal de mais de 1,2 milhões de guias de pagamento, os chamados Documentos de Arrecadação do eSocial, ou DAE. Saiba mais Veja as principais dúvidas a respeito do eSocial, obrigatório para as empresas. Acesse: <http://sped.rfb.gov.br/estatico/1C/094674E9BCA2BE805A 2DBFA0681BE144F8026F/PerguntaseRespostas_versao_2_final.pdf>. Conheça o manual do eSocial aplicável aos empregados domésticos. Disponível em: <http://www.esocial.gov.br/doc/Manual_de_Orientacao_do_eSo cial_para_o_Empregador_Domestico.pdf>. TROCANDO IDEIAS Leia as três reportagens indicadas a seguir e compartilhe sua opinião a respeito da terceirização da atividade-fim nas empresas em nosso fórum. Você encontra a primeira reportagem em <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/03/23/dez-perguntas- para-entender-o-que-e-terceirizacao-e-como-ela-afeta-sua-vida.htm>. A segunda reportagem está disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/terceirizacao-trabalho.htm>, e a terceira poderá ser acessada em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/04/1873956-terceirizacao- pode-enfraquecer-fiscalizacao-de-condicoes-de-trabalho.shtml>. NA PRÁTICA Leia a situação a seguir e responda à questão proposta. 21 No início do ano, um gestor em sua empresa pede para você (o responsável pelo RH) contratar um autônomo para trabalhar na sua empresa por um período indeterminado. Essa pessoa será subordinada ao gestor financeiro, o qual, segundo ele próprio, não pretende manter o trabalhador por muito tempo. Porém, esse executivo não tem previsão do término do contrato. Então você recebe mais informações para a busca do prestador de serviços: horário de trabalho de segunda a sexta das 9h às 17h com 1h de intervalo para almoço. Agora responda à seguinte questão: qual seria sua posição como responsável pelo departamento pessoal e controle de processos trabalhistas? FINALIZANDO Nesta aula, vimos a importância dos conceitos de empregado e empregador e as diferenças importantes entre o que podemos chamar de trabalhador e de empregado. O empregado possui os elementos essenciais previstos na CLT. Por outro lado, trabalhadores podem, em alguns casos, não serem considerados empregados. Também analisamos a rotina de admissão descrevendo a importância de cada documento solicitado ao empregado. Assim, podemos guardar toda documentação necessária para contratação e qualquer comprovação que venha a ser necessária. Por fim, conhecemos um pouco sobre o eSocial, que é uma ferramenta para facilitar a entrega das obrigações acessórias trabalhistas e previdenciárias. Também serve para a aplicação das normas trabalhistas com mais eficácia. 22 REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. L. P. de. Direito do Trabalho. 6. ed. São Paulo: Rideel, 2009 BRASIL. Constituição (1934). Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, DF, 16 de julho de 1934. _____. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 de outubro de 1988. _____. Decreto n. 8.373, de 11 de dezembro de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 dez. 2014. _____. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, DF, 9 ago 1943. _____. Instrução Normativa n. 15, de 14 de julho de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jul 2010. _____. Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, DF, 11 jun 1973. _____. Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm>. Acesso em: 23 out. 2017. _____. Lei n. 6.019, de 3 de janeiro de 1974. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 jan. 1974. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/L6019.htm>. Acesso em: 23 out. 2017. _____. Lei n. 13.429 de 31 de março de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 mar. 2017. Edição extra. _____. Lei n. 13.467 de 13 de julho de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 jul 2017. Disponível em <http://legis.senado.leg.br/legislacao/ListaTextoSigen.action?norma=17728 053&id=17728058&idBinario=17728664&mime=application/rtf>. Acesso em: 23 out. 2017. BRASIL. Lei Complementar n. 150, de 1o de junho de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 jun. 2015. 23 _____. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 jul. 1978. _____. Portaria MTE n. 41, de 28 de março de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 mar. 2007. _____. Portaria MTE n. 397, de 9 de outubro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 out. 2002. _____. Resolução Normativa CNI n. 74, de 9 de fevereiro de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 fev. 2007. FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013. FERRARI, E. L. Contabilidade geral: teoria e 1.000 questões. 12. ed. rev. Niterói: Impetrus, 2012. FAVERO, H. L., et al. Contabilidade: teoria e prática. 1. ed. 3. tri. São Paulo: Atlas, 1997. GOMES, E. D. Rotinas trabalhistas e previdenciárias. 13. ed. Belo Horizonte: Líder, 2013. GONÇALVES, G. Resumo prático de cálculos trabalhistas. 1. ed. 5. tri. Curitiba: Juruá, 2007. LEMES, E. C. Manual dos cálculos previdenciários – benefícios e revisões. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2012. MARTINS, S. P. Manual de direito do trabalho. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. MASSAMBANI, V. Resumo de Previdência Social. 2. ed. Curitiba. Juruá, 2013. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Classificação Brasileira de Ocupações. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquis as/BuscaPorTituloResultado.jsf>. Acesso em: 23 out. 2017. NASCIMENTO, A. M. Iniciação ao direito do trabalho. 32. ed. São Paulo. LTR, 2006. 24 RESPOSTAS Na aula de hoje, você aprendeu que algumas condições previstas em lei conceituam um trabalhador como empregado. Vamos revisar quais são elas. Elementos da relação de emprego: pessoalidade – o serviço é prestado pela mesma pessoa, é a pessoa esperada para realização do trabalho; habitualidade – o comparecimento ao trabalho é contínuo e não eventual; subordinação – o empregado cumprirá as regras do empregador para prestar seus serviços; dependência econômica ou onerosidade – o trabalhador é assalariado pelo contratante e depende desse rendimento para cumprir suas obrigações, não possuindo (em regra) outras formas de remuneração. Portanto, podemos observar que o gestor financeiro quer contratar um empregado. Entendemos isso pois o trabalhador será necessário com habitualidade. Isso nos levará a outro elemento do vínculo empregatício, que é a dependência econômica. Afinal, o trabalhador não poderá prestar serviços para outros tomadores, não terá como obter outras fontes de renda. Ao contratar esse trabalhador como autônomo, a empresa ficaria sujeita a uma ação trabalhista com pedido de reconhecimento de vínculo empregatício. Consequentemente, a melhor opção para este caso é a contratação deum empregado celetista ou um temporário conforme a legislação em vigor.
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