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Dentística II Aula II

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BIANCA CHIESA 
Dentística II – Aula II 
Problemas relacionados às resinas compostas 
1 - Desgaste prematuro 
*O material apresenta um desgaste mais acentuado que o dente natural 
2 - Obtenção de contato proximal positivo 
*Difícil obtenção de ponto de contato 
3 - Controle da microinfiltração 
4 - Escultura 
*Necessária prática, mas levando-se em conta que a resina composta só toma presa 
quando incidimos a luz sobre o material, temos tempo suficiente para fazer a 
restauração, diferente do amálgama que tomará presa quimicamente em determinado 
período, limitando o tempo. 
5 - Sensibilidade pós-operatória 
Contração de polimerização 
*Se colocássemos todo o incremento de resina composta dentro de uma cavidade de 
uma única vez, em um único incremento e fizessemos a fotopolimerização do material, 
esse material sofreria uma contração de polimerização muito acentuada. Isso é 
inerente as resisnas compostas. Nas resinas temos a parte da carga e a parte da matriz. 
A parte da matriz é composta por monômeros, que ao sofrerem o processo de 
ativação, seja ela química ou através da luz, esses monomeros vão se atraindo uns aos 
outros para formar os polímeros (cadeia de polímeros). Nesse momento eles sofrem 
uma contração, chamada contração de polimerização. 
*Independente do adesivo utilizado, a tensão gerada na superficie em que esta 
aderido ao material é muito grande. Essa contração de polimerização ocorre 
independe do material utilizado. Existem resinas que apresentam menor contração de 
polimerização, mas em compensação apresentam características de manuseio mais 
complexas e esses materiais acabaram faltando no mercado (resinas condensadas). 
*Para compensar essa contração de polimerização, o que fazer? 
*Achava-se que a contração de polimerização ocorreria no sentindo em que seria 
colocado a luz. No entanto, isso é um conceito incorreto. Como a incidência é colocada 
naquele local, a contração começa naquele lado. 
 
 
*Foram criadas as cunhas de plástico, chamados cunhas reflexivas, que também não 
funcionam para evitar a contração e não geram o afastamento mecânico necessário 
para que se crie o ponto de contato, ou seja, não gera o afatsamento mecânico 
necessário para compensar a estrutura da matriz. 
*Não utilizam-se mais cunhas plásticas e nem tiras de poliéster. As tiras podem ser 
usadas em dentes anteriores. 
*A parede gengival na região cervical é a área de maior risco de contração de 
polimerização, porque não há mais esmalte nessa parede, apenas dentina. 
*Quando se faz o condicionamento ácido em dentina, ele atinge tanto a região 
intertubular como a peritubular. A peritubular é aquele que forma a parede do túbulo 
dentinário e a interbular é a dentina que fica entre um túbulo e outro. Onde se 
consegue a melhor qualidade de união adesiva, onde é feita a camada híbrida, é na 
dentina intertubular. Nessa região cervical os tubulos estao mais atresiados, mais 
estreitos, tendo pouco dentina intertubular, que é a dentina que precisamos ter em 
boa qualidade. 
Técnicas de inserção 
Fotoativação 
- Soft-start: polimerização lenta 
*Fotopolimerizadores em que a luz começa em intensidade baixa e depois vai 
aumentando sua intensidade. Se a energia luminosa for forte, a polimerização irá 
começar rapidamente de uma única vez e a contração de polimerização será muito 
grande. Se a energia luminosa for fraca, a polimerização será lenta, pois os monômeros 
irão se unir de forma mais lenta e a contração será menor. Na clínica diária podemos 
fazer isso colocando a energia luminosa em uma distância maior, mas precisamos 
colocar o foto por mais tempo, para compensar essa pouca energia e polimerizar a 
resina totalmente. O tempo é relativo a espessura. 
- Técnica incremental 
*Usar resina composta de forma que se reconstrua o dente por incrementos 
*Camada superficial que não é polimerizada por estar em contato com o oxigênio 
Fator C 
*Fator C: fator de configuração cavitária 
*É uma razão entre a quantidade de superfície livres pelas superfícies aderidas 
 
 
*Exemplo: Classe II proximal. Paredes V,L, G e P (4) paredes. Resina composta em um 
único incremento, só a parede proximal ficaria livre (1). 4/1 = 4. Quanto menor o 
resultado obtido nessa razão melhor. É importante uma quantidade de superfícies 
aderidas o mais próximo possível da quantidade de paredes livres. 
*Onde entra a polimerização? Quanto mais áreas livres, mais áreas para liberar a 
tensão de contração que se tem. Quando se tem um objeto que sofre uma contração, 
ele entra em tensão. Se há uma parede onde ele está unida, essa tensão superficial 
ocorrerá toda em relação a essa parede. Tendo adesivo nessa parede, o material não 
irá descolar daquele local, entretanto no momento em que ele contrai ele gera uma 
tensão entre o material restaurador e a parede e essa tensão é distribuida na camada 
de adesivo e essa camada ficará em tensão por muito tempo. A tendência é que ocorra 
um arrancamento dessa região, causando infiltração marginal ou sensibilidade pós-
operatória. 
*Existem prolongamentos de células nervosas dentro dos túbulos dentinários, os 
odontoblastos. No momento em que há uma contração muito forte e é repuxado, a 
tendencia é que sejam sugados os prolongamentos dos odontoblastos ou o líquido que 
há dentro dos túbulos, para dentro dos túbulos. Tudo isso ocorre se trabalharmos em 
um único incremento, por isso utilizamos a técnica incremental. 
*Classe I, Paredes V, L, M, D e P, sendo cinco paredes aderidas e só uma livre, a O. Se a 
resina for colocada por incrementos, com uma pequena bolinha na parede vestibular e 
pulpar, a razão fica de 2/1=2, ou seja, há mais espaço (área de superfície livre) para 
liberar a tensão da contração de polimerização. 
*A contração de polimerização é a mesma, só há mais espaço para a liberação da 
tensão provocada por ela. 
- Área superficial livre vesurs aderida 
- Filzer et al (1987) 
- Quanto mais superfícies livres menos a possibilidade de deslocamento de superfícies 
aderidas 
C = Superfícies aderidas/ superfícies livres 
Acabamento e polimento 
-Muito excesso de resina 
-Pouco excesso de resina 
*Recomenda-se que a restauração seja terminada com pouco excesso, pois toda vez 
que se tem muito excesso, teremos que trabalhar com pontas diamantadas e 
 
 
multilaminadas. Toda vez que trabalhamos com instrumentos rotatórios, perde-se a 
capacidade de realizar uma escultura mais adequada, pois esculpir com instrumentos 
rotatórios torna-se mais difícil. 
*Do acabamento para o polimento, diminui-se a abrasividade. 
Acabamento muito excesso: 
- Pontas diamantadas finas (F) 
- Tarja vermelha (KG sonsen) 
- Discos de lixa flexíveis de granulação grossa  Mais indicadas em dentes anteriores e 
proximais dos dentes posteriores (arredondamento de cristas marginais) 
Acabamento pouco excesso: 
- Bisturi lâmina 12 
- Pasta diamantada FF; Brocas multilaminadas 
-Tiras de lixa nas proximais 
- Pontas abrasivas de borracha 
*Desgaste grande, pode fazer acabamento 
*A vantagem de se usar uma ponta abrasiva ao invés de uma carbide, é que ela deixa 
muito menos riscos e desgasta muito menos o esmalte e mais a resina. 
Polimento 
- Borracha KG Sorenden; silicone; dentsply; tvd; optimize;vigosdent. 
- Escovas de Robinson 
- Pastas de polimento inicial e intermediária 
- Poli I e II; Diamond (FGM) 
- Rodas de feltro 
- Kota dental 
Pasta de polimento final: 
- Fotogloss (kota dental) 
- Diamond (FGM) 
Processo de polimento 
 
 
Objetivos: 
- Evitar acúmulo de placa bacteriana 
- Facilitar higienização 
- Manutenção da integridade do periodonto 
*Muita placa perto da gengiva,ocorrerá gengivite 
- Aumento da resistência do metal à oxidação e corrosão 
*restauração metálica fundida e amálgama, a superfície irá demorar mais tempo para 
escurecer 
- Melhora da função mastigatória 
- Diminuição do padrão de desgaste das superfícies antagonistas 
*Quanto mais rugosa a superfície, maior desgaste ela provoca 
- Reduzir pigmentação 
- Estética 
*Restauração de resina sem polimento fica opaca, então haverá uma diferença 
estética grande entre a restauração e o dente. O polimento da resina, depende do tipo 
de carga, da quantidade de carga, etc. Mas o material precisa ser repolido de tempos 
em tempos. 
*Quanto mais abrasivo é um produto, menos polidor ele é, ele é mais para 
acabamento. Conforme diminui a abrasividade, ele vai ficando mais polidor e menos 
desgastador. 
Fatores que influenciam no desgaste 
- Quanto ao tamanho das partículas utilizadas na composição do material (granulação 
e abrasividade)  quanto mais abrasivo, maior o desgaste, quanto menos abrasivo, 
menor o desgaste, mais polimento. 
- Quanto a velocidade  quanto mais rápido rodar o contra-angulo, mais desgaste é 
provocado, quanto mais devagar, mais polimento será gerado, ou seja, o instrumento 
deverá rodar mais rapidamente para o acabamento e mais devagar para o polimento. 
- Quanto a força de aplicação  mais pressão, mais desgaste, menos pressão mais 
polimento. Além disso, mais força irá gerar mais calor, gerando muito calor, não 
conseguimos dar polimento. O instrumento rodar em baixa rotação, de forma 
 
 
intermitente, sem grande pressão, pois a geração de calor derrete a matriz da resina, e 
não consegue-se polimento, ficando fosca. 
Polimento de amálgama 
- Multilaminadas para refinar a escultura (deixa a superfície menos rugosa que as 
pontas diamantadas). 
- Pasta de polimento: hidróxido de cálcio, com álcool ou água. 
- Borracha 
- Algodão 
Polimento de resina 
- Multilaminada F ou FF 
- Borrachas de Hans 
- Borrachas de polimento de baixa abrasividade 
- Lâmina de bisturi 
Contatos oclusais 
- Demarcação dos contatos oclusais 
*Saber onde os dentes estão tocando, pois ao final da restauração os dentes devem 
tocar no mesmo local, restauração alta pode causar mobilidade dentária, periodontite. 
Restauração baixa pode causar extrusão dentária. 
Revisão 
*Condicionamento ácido esmalte 15s; mais 15 na dentina; lavagem copiciosa com 
água; bolinha de algodão com água dentro da cavidade, para não desidratar a dentina 
e secagem o ar; cavidade úmida; aplicação do adesivo; 20s após volatização suave; 
polimerização; segunda camada de adesivo; volatização novamente; polimerização. 
*Restauração por técnica incremental – resina de dentina primeiramente, se numa 
cavidade funda, e depois resina de esmalte. Apenas resina de esmalte se a cavidade for 
rasa. 
*Batemos na base, para que a resina suba arredondada, usamos pincel para uni-la ao 
dente. 
*Para resina composta não usamos porta matriz em dentes posteriores, apenas 
matrizes individuais. Os porta matrizes ocupam espaço, dificultando ainda mais a 
obtenção do ponto de contato. Quando condensamos o amálgama na cavidade, essa 
 
 
condensação é realizada com força dentro da cavidade, empurrando a matriz e criando 
ponto de contato, gerando afastamento mecânico pela força da condensação. Já a 
resina é encaixada delicadamente no interior da cavidade, não gerando afastamento 
mecânico e nem ponto de contato. Se colocarmos a matriz dos dois lados, a matriz vai 
ocupar espaço dos dois lados, sendo que para criar ponto de contato precisamos do 
afastamento mecânico, esse afastamento é gerado com a cunha de madeira 
posicionada individualmente em cada lado. 
*A camada superficial da resina composta está em contato com o oxigênio e essa 
camada em contato com o oxigênio nao polimeriza. Essa camada que nao polimeriza, 
faz a segunda camada colocada grudar na primeira. É por isso que se o adesivo for 
afinado demais, ele ficara tao fino que nao vai polimerizar quando for colocada a luz, 
pois o oxigenio presente nao deixara a resina polimerizar. Além disso, não podemos 
reaplicar ácido e adesivo depois de terminar a restauração, pois os o ácido fosfórico 
ataca esmalte e resina (estruturas orgânicas). Devemos criar retençoes mecanicas com 
broca e jato de óxido de aluminio. Por isso que quando temos duas restaurações uma 
do lado da outra, devemos fazer uma de cada vez, devemos aplicar adesivo em uma de 
cada vez, para que farelos de uma não restauração não caiam sobre a outra. 
*Em dentes posteriores usamos sempre matrizes de aço.

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