Buscar

Analise Funcional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Analise Funcional
Skinner acredita que o comportamento não ocorre por acaso, ou seja, existem fatores que determinam se o comportamento poderá ou não ocorrer. A análise funcional é um instrumento que facilita identificar as relações entre o indivíduo e seu mundo, tendo como foco as contingências ambientais que o mantém (Moreira, 2007). 
Análise Funcional é o processo de coletar informações sobre os antecedentes e consequências que estão relacionadas funcionalmente à ocorrência do comportamento. Uma avaliação funcional é planejada para determinar: onde e quando o comportamento ocorre; com que frequência; e o que acontece antes e depois que o comportamento ocorre. Então, com base nos dados da avaliação, os próximos passos são decididos e uma intervenção ou plano de tratamento é posto em ação. (Lear, 2004)
A análise do comportamento está interessada nas relações entre os eventos ambientais (os estímulos) e as ações do organismo (as respostas). A identificação destas relações é a análise funcional. Fazer uma análise funcional é identificar o valor de sobrevivência de determinado comportamento. (Meyer, 2003)
Para estabelecer as relações entre o comportamento e o ambiente, deve-se especificar a ocasião em que a resposta ocorre, a própria resposta e as consequências reforçadoras. O primeiro passo da análise funcional é a identificação do comportamento de interesse, que deve ser enunciado tanto em termos de ação ou omissão de ação. Para identificar relações entre as variáveis ambientais e o comportamento de interesse, inicia-se com a descrição da situação antecedente e da subsequente, para em seguida verificar quais destes eventos de fato exercem controle sobre a resposta analisada. (Meyer, 2003)
Análise funcional é um procedimento ativo, é um tipo de experimentação que acontece não apenas no laboratório, mas também no mundo cotidiano. Analistas do comportamento estão sempre experimentando, analisando contingências, transformando-as e testando suas análises, observando se o comportamento crítico mudou, se a análise está correta. A ausência de mudança comportamental demandará uma análise diferente. (Moreira, 2007)
Defendemos que a análise funcional é um instrumento essencial para se estudar o comportamento, com fins de produção de conhecimento e fins tecnológicos. Uma vez que se identificam e descrevem as variáveis determinantes do comportamento, podemos, enfim, compreendê-lo, predizê-lo, e controlá-lo. Sendo que predição de comportamento esta referindo apenas ao ato de conhecer um pouco melhor do que já é conhecido sobre em que circunstancias as pessoas fazem o que fazem. 
Controlar o comportamento significa dispor as condições necessárias e suficientes para que o comportamento se torne provável de ocorrer, por. ex.: a mãe ao atender as birras do filho está controlando o comportamento dele, ou seja, está tornando mais provável a sua ocorrência no futuro. No contraponto, quando a birra do filho cessa ao ter seu pedido atendido, o filho está controlando o comportamento da mãe de atendê-lo, ou seja, está tornando mais provável que a mãe emita esse comportamento no futuro, pois foi reforçado por cessa a birra. (Moreira, 2007)
As premissa subjacentes a grande maioria dos trabalhos desenvolvidos com os pais estão relacionadas aos conceitos da análise funcional do comportamento. Quando se pensa, por exemplo, na criança que é trazida para clinica, conclui-se que seu ambiente também deve ser alvo de análise. Olhar apenas para o comportamento infantil (ou para a criança que se comporta) é olhar apenas para uma parte da questão.
Isso porque se considera que o comportamento só pode ser entendido se relacionado ao contexto em que ocorre, já que seus determinantes e mantenedores estão na relação do individuo com o ambiente. Em conseqüência dessa inter-relação indivíduo -ambiente é que se considera que a alteração de alguma variável relevante do contexto (no caso, o comportamento parental) pode produzir mudanças.
Dessa forma, o trabalho parental efetivo requer três passos: os pais devem adquirir habilidades e modificar seu próprio comportamento; mudanças devem ser implementadas com as crianças; e mudanças devem generalizar e persistir. (Marinho, 2006)
Temos então que o psicólogo comportamental age, pelo menos em princípio, com base no processo de análise funcional, seja implementando programas previamente delineados e estruturados de forma mais ou menos rígida ou definindo particularmente cada etapa de seu trabalho no momento mesmo em que interage com o cliente. Isto porque essa análise faz parte de um diagnóstico prévio que é essencial para as intervenções futuras. (Silvares, 2006)
 Nesse procedimento não se destaca o comportamento problema e, sim se destaca ou conseqüência-se de maneira positiva outros comportamentos funcionais que tenham sido emitidos, mas que estão com freqüência baixa. (Silvares, 2006)
Ao considerar o relacionamento de pais e filhos não há que se apontar culpados e inocentes, mas manter o cuidado analítico de considerar diferentes variáveis que estão influenciando um comportamento e que podem explicar a sua existência. Quanto mais conhecemos sobre o contexto e a história de apresentação de um determinado comportamento mais poderemos nos aproximar de análises mais complexas, evitando conclusões simplistas da realidade. (Abreu, 2004).
Quando os pais aprendem a avaliar positivamente os comportamentos adequados mais simples da criança (como escovar os dentes antes de dormir, ser atento, alegre, organizado, etc.), deixam de ver essas atitudes como se fossem naturais ou obrigações, passando a considerá-las como méritos de seu filho, comportamentos adequados aprendidos. Consequentemente, chegam também a se perceber como pais mais eficientes do que julgam ser. (Souza, 2000)
Essas mudanças na percepção de si mesmo e dos aspectos do próprio ambiente (neste caso, do comportamento infantil) constituem objetivos importantes da intervenção psicológica, pois, alteram a relação do indivíduo com as contingências presentes em sua vida. (Souza, 2000)
O conhecimento, por parte dos educadores, dos detalhes da história de emissão de um determinado padrão de comportamento poderá favorecer o surgimento de alternativas de ação mais funcionais. Dessa maneira, a análise funcional torna-se uma ferramenta de grande utilidade. (Cabalo, 2006)
Referências Bibliográficas
ANDERY, M.A.; MICHELETTO, N. e SÉRIO, T.M. Comportamento e Causalidade. Laboratório de Psicologia Experimental – Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental da Análise do Comportamento, 2007.
BANACO, Roberto Alves. Sobre comportamento e cognição: volume 1 : aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. São Paulo: ESETec, 2001. 536p.
BALDWIN, J. D. & BALDWIN, J. I. Behavior Principles in Everyday Life. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1986 (Trad)
CABALLO, V. E., Manual de Psicologia Clinica Infantil e do Adolescente, Ed. Santos, São Paulo, 2006
ABREU, C. N., GUILHARDI, H. J. Terapia Comportamental e Cognitivo Comportamental, Práticas Clínicas, Ed.Roca., São Paulo, SP, 2004.

Outros materiais