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PLANO DE AULA 3 DIREITO PENAL III

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SEMANA 3
LESÃO CORPORAL Art.129
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade pessoal do indivíduo, protegendo-o na sua saúde corporal, fisiológica e mental (atividade intelectiva, volitiva e sentimental).
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há somente o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de ofender a integridade física ou a saúde de outrem).
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, qualquer pessoa pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa, porém nas hipóteses do art. 129, § § 1º, IV e 2º, V, a vítima deve, necessariamente, ser mulher grávida.
Consumação e tentativa.
Consumação – consuma-se o criem no instante em que ocorre a ofensa à integridade corporal ou à saúde física ou mental da vítima.
	
	
Tentativa – na modalidade dolosa é perfeitamente possível.
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO e CULPOSO (há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
O conceito de dor e a tipificação da conduta. (In)disponibilidade do bem jurídico tutelado. Aplicação do principio da insignificância.  
A dor não integra o conceito de lesão corporal, até porque a sua análise é de índole estritamente subjetiva. Nas lesões corporais dolosas de natureza leve o consentimento do ofendido caracterizará causa supralegal de exclusão da ilicitude, desde que seja (a) expresso, pouco importando sua forma, (b) livre de coação, (c) anterior a consumação da infração e (d) manifestado por pessoa capaz.
É possível a incidência do princípio da insignificância na lesão corporal dolosa de natureza leve e na lesão corporal culposa (art. 129, caput e § 6º, CP), quando a conduta acarreta em ofensa ínfima à integridade corporal ou à saúde da pessoa humana.
HC 95.445/DF - STF - Min. Eros Grau:
HABEAS CORPUS. PENAL. LESÃO CORPORAL LEVE [ARTIGO 209, § 4º, DO CPM]. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. 1. O princípio da insignificância é aplicável no âmbito da Justiça Militar de forma criteriosa e casuística. Precedentes. 2. Lesão corporal leve, consistente em único soco desferido pelo paciente contra outro militar, após injusta provocação deste. O direito penal não há de estar voltado à punição de condutas que não provoquem lesão significativa a bens jurídicos relevantes, prejuízos relevantes ao titular do bem tutelado ou, ainda, à integridade da ordem social. Ordem deferida.
Figuras típicas.
Lesão corporal leve.
Art. 129, caput
Lesão corporal qualificada pelo resultado: grave ou gravíssimo.
Art. 129. § 1º e § 2º
JURISPRUDÊNCIA
INFORMATIVO 590, STJ, (6ª TURMA)
DIREITO PENAL. NATUREZA DA LESÃO CORPORAL QUE RESULTA EM PERDA DE DENTES.
A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes tem natureza grave (art. 129, § 1º, III, do CP), e não gravíssima (art. 129, § 2º, IV, do CP). Com efeito, deformidade, no sentido médico-legal, ensina doutrina, "é o prejuízo estético adquirido, visível, indelével, oriundo da deformação de uma parte do corpo". Assim, a perda de dois dentes, muito embora possa reduzir a capacidade funcional da mastigação, não enseja a deformidade permanente prevista no art. 129, § 2º, IV, do CP e, sim, debilidade permanente (configuradora de lesão corporal grave). De fato, a perda da dentição pode implicar redução da capacidade mastigatória e até, eventualmente, dano estético, o qual, apesar de manter o seu caráter definitivo - se não reparado em procedimento interventivo -, não pode ser, na hipótese, de tal monta a qualificar a vítima como uma pessoa deformada. Dessa forma, entende-se que o resultado provocado pela lesão causada à vítima (perda de dois dentes) subsume-se à lesão corporal grave, e não à gravíssima. Precedente citado: REsp 1.220.094-MG, Quinta Turma, DJe 9/3/2011. REsp 1.620.158-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/9/2016, DJe 20/9/2016.
INFORMATIVO 562, STJ, (6ª TURMA)
DIREITO PENAL. CRIME DE LESÃO CORPORAL QUALIFICADO PELA DEFORMIDADE PERMANENTE.
A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima. Isso porque, o fato criminoso é valorado no momento de sua consumação, não o afetando providências posteriores, notadamente quando não usuais (pelo risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou de tratamentos prolongados, dolorosos ou geradores do risco de vida) e promovidas a critério exclusivo da vítima. HC 306.677-RJ, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-SP), Rel. para acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/5/2015, DJe 28/5/2015.
Lesão corporal seguida de morte – delito preterdoloso.
Art. 129, § 3º
Lesão corporal privilegiada.
Art. 129, § 4º
Lesão corporal culposa.
Art. 129, § 6º
Conflito aparente de normas entre o delito de lesão corporal culposa prevista no Código Penal e no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9503/1997).
Quando a lesão corporal culposa for provocada na direção de veículo automotor, aplica-se o art. 303 do CTB.
Perdão Judicial.
Art. 129, § 8º, CP
Natureza jurídica. 
Trata-se de uma causa extintiva da punibilidade (art. 107, IX, CP).
Obrigatoriedade ou facultatividade de aplicação.
Pode parecer ser uma faculdade do juiz conceder o perdão judicial, mas não é. Trata-se de um direito subjetivo de liberdade, isto é, a expressão "poderá" empregada pelo CP não consiste em uma faculdade. Assim, satisfeitos os pressupostos exigidos pela norma, está o juiz obrigado a deixar de aplicar a pena.
Natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial. Controvérsia: entendimento dos Tribunais Superiores. Verbete de Súmula n. 18 STJ.
A natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial é controvertida, pois uma 1ª corrente entende que é declaratória, conforme súmula 18 do STJ, já a 2ª corrente entende que é condenatória.
Conflito aparente de normas e Concurso de crimes com demais figuras típicas contra a pessoa.
Deve ser feita a distinção entre lesão corporal e os crimes contra a vida, devendo tal distinção ser feita na análise do dolo, ou seja, na análise da intenção, no animus necandi temos a intenção de matar e no animus vulnerandi ou laedendi a intenção de ferir ou lesionar.
Confronto entre a contravenção penal de vias de fato, crime de lesão corporal leve e injúria qualificada,  crime de perigo de transmissão  de moléstia grave, autolesão  e estelionato, autolesão e crime militar. 
Contravenção de vias de fato (art. 21, LCP) - trata-se de ofensa física que não produz lesão ou incômodo à saúde, nem tampouco deixa vestígios (exemplo: empurrões, puxão de cabelo etc.)
Lesão corporal leve e injúria qualificada - se a violência deve for empregada com o nítido propósito de injuriar o crimeserá o do art. 140, § 2º, do CP.
Crime de perigo de transmissão de moléstia grave (art. 130, CP) - se resultar lesão corporal leve, este será absorvido pelo crime do art. 130 do CP, por se tratar de mero exaurimento; se resultar lesão corporal grave ou gravíssima o agente responde por este crime.
Autolesão e estelionato - no Direito Penal a autolesão não constitui ato ilícito, exceto quando acarretar prejuízo a terceiro. É o que se dá com o crime do art. 171, § 2º, V, do CP.
Autolesão e crime militar - se a autolesão caracterizar a criação ou simulação de incapacidade física o art. 184 do Código Penal Militar pune tal conduta. 
A representação como condição de procedibilidade da ação penal para o delito de lesões corporais leves e culposas.
De acordo com o art. 88 da Lei 9099/95 somente se procede mediante representação quando ocorrer os crimes de lesão corporal leve ou culposa. 
Distinção entre violência doméstica e violência de gênero discriminatório contra a mulher – confronto entre o art. 129, § § 9°, 10 e 11 do Código Penal e art. 5° da Lei n. 11340/2006 (Lei Maria da Penha).
Art. 129, § 9º - trata-se de forma qualificada da lesão corporal leve e leva em conta o contexto em que é praticada. O legislador não quis proteger somente a integridade física da vítima (homem e mulher), mas também tutelar a tranquilidade e harmonia dentro do âmbito familiar.
Art. 129, § 10 - Se a lesão corporal for grave, gravíssima ou seguida de morte, e o crime for praticado com violência doméstica, incidirá sobre as penas respectivas (art. 129, § § 1º, 2º e 3º) o aumento de 1/3 imposto pelo § 10.
Art. 129, § 11 - a pena de lesão corporal leve cometida com violência doméstica será aumentada de 1/3 quando a vítima for pessoa portadora de deficiência.
Vale ressaltar que há diferença entre violência doméstica (art. 129  § § 9°, 10 e 11 do Código Penal) e violência de gênero (prevista na Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha). São fenômenos distintos, que tem respostas políticos-criminais diversas. Houve uma opção legislativa ainda mais específica, e censurante, no que tange à proteção do gênero (mulher).
OBS: Entrou em vigor no dia 07 de julho de 2015 a Lei 13.142/15 com acrescentando o § 12 ao art. 129 do Código Penal.
O consentimento do ofendido em cirurgias estéticas, transexuais (mudança de sexo, transplante de órgãos, transfusão de sangue e violência desportiva).
Nas lesões corporais de natureza leve o consentimento do ofendido caracterizará causa supralegal de exclusão da ilicitude, desde que o ofendido seja capaz de consentir, o consentimento seja válido, ou seja, não viciado (ocorrido através de fraude ou simulação, coação etc.), o bem seja disponível (é irrelevante o consentimento quando ocorrer lesão corporal grave ou gravíssima) e o consentimento deve ser prévio ou simultâneo à lesão corporal.
Na cirurgia de mudança de sexo não há crime por ausência de dolo de lesionar a integridade corporal ou a saúde do paciente. O médico que realiza a cirurgia não pratica crime por estar acobertado pela excludente de ilicitude do exercício regular de direito (Portaria do Ministério da Saúde 1.707/08).
A Lei 9434/97 autoriza a disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano de pessoa viva, para fins de transplante e tratamento. O doador, maior e capaz, deve anuir ao ato, que não pode causar graves prejuízos à sua saúde. Devem ser cumpridos os requesitos legais previstos nos arts. 1º e 9º da lei, sob pena de tipificação do crime previsto no art. 14 do mesmo diploma legal.
Nas cirurgias emergenciais (transfusão de sangue) não há crime, mesmo que o médico atue sem o consentimento do ofendido, desde que exista risco concreto de morte do paciente, pois ocorre a excludente do estado de necessidade de terceiro.
Nos esportes em que a lesão decorre naturalmente de sua prática não há crime em razão da exclusão de ilicitude pelo exercício regular do direito.
A ação penal nos crimes de lesão corporal leve e culposa praticadas nos casos de violência doméstica contra a mulher.
Na ADIN 4424/DF o Plenário do STF, por maioria, julgou procedente ação direta, proposta pelo Procurador Geral da República, para atribuir interpretação conforme a Constituição aos artigos 12, I; 16 e 41, todos da Lei 11.340/2006, e assentar a natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão corporal, praticado mediante violência doméstica e familiar contra a mulher. Entendeu-se não ser aplicável aos crimes glosados pela lei discutida o que disposto na Lei 9.099/95, de maneira que, em se tratando de lesões corporais, mesmo que de natureza leve ou culposa, praticadas contra a mulher em âmbito doméstico, a ação penal cabível seria pública incondicionada. 
 
Da Periclitação da Vida e da Saúde.
Crimes de perigo e sua distinção dos crimes de dano
Crimes de dano são aqueles que só se consomem com a efetiva lesão do bem jurídico, exemplo homicídio e lesões corporais. 
Crimes de perigo são os que se consomem tão-só com a possibilidade do dano, exemplo perigo de contágio venéreo (art. 130, caput e art. 250 do CP). O perigo pode ser concreto ou presumido (abstrato). Assim, crime de perigo concreto é aquele que precisa ser provado, isto é, a conduta do agente precisa ser demonstrada no caso concreto. Crime de perigo abstrato é aquele em que o perigo é presumido pela lei, ou seja, o tipo penal entende como suficiente, para fins de caracterização do perigo, a pratica do comportamento, comissivo ou omissivo, por ele previsto. 
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉRIO - Art. 130 
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade física e a saúde da pessoa.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: "MOLÉSTIA VENÉREA" ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: no caput há somente o DOLO (vontade livre e consciente de expor alguém a contágio de moléstia venérea) de perigo que pode ser direto (na expressão "que sabe") ou eventual (na expressão "deve saber"). No § 1º há o especial fim de agir, ou seja, dolo de dano. 
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime comum, para a maioria da doutrina, ou seja, qualquer pessoa pode praticar. Minoritariamente entende-se que é crime próprio, pois exige uma condição especial do agente, qual seja, ser portador de moléstia venérea.
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa.
Consumação e tentativa.
Consumação – o momento consumativo ocorre com a prática de atos de libidinagem, capazes de transmitir a moléstia venérea.
	
	
Tentativa – admite-se
Classificação doutrinária
Trata-se, dependendo da corrente adotada de CRIME COMUM ou PRÓRIO (aquele que não exige 	(COMUM) ou exige (PRÓPRIO) condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA VINCULADA (somente pode ser praticado pela forma prevista em lei); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Figuras típicas: simples e qualificada.
Art. 130, caput (figura simples), § 1º (figura qualificada)
Concurso de crimes ou conflito aparente de normas com os delitos contra a dignidadesexual.
O crime do art. 130 do CP pode ser praticado em concurso formal com criems contra a liberdade sexual. É o que se dá quando alguém comete um estupro, sabendo ou devendo saber da contaminação da moléstia venérea. Responderá pelos dois crimes em concurso formal perfeito. Se, entretanto, o sujeito tinha a intenção de transmitir a moléstia, responderá pelo crime qualificado e pelo estupro, em concurso formal imperfeito (art. 70, caput, in fine), justificado pela existência de desígnios autônomos.
O delito de perigo de contágio venéreo e a Lei n. 9099/1995.
 
Como a pena máxima em abstrato do caput do art. 130 é de um ano, a competência para julgar tal crime é do Juizado Especial Criminal, pois trata-se de crime de menor potencial ofensivo (art. 61 da Lei 9.099/95).
PERIGO DE MOLÉTIA GRAVE - Art. 131
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade física e a saúde da pessoa.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: MOLÉSTIA GRAVE ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de realizar ato capaz de produzir o contágio), como há também elemento subjetivo específico do tipo na expressão "com o fim de".
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime comum, para a maioria da doutrina, ou seja, qualquer pessoa pode praticar. Minoritariamente entende-se que é crime próprio, pois exige uma condição especial do agente, qual seja, ser portador de moléstia grave.
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa. inclusive o portador da moléstia grave, pois a contaminação pode ser agravada, ou então é possível seja a vítima infectada por nova enfermidade.
Consumação e tentativa.
Consumação – o momento consumativo ocorre quando da prática do ato capaz de produzir o contágio da moléstia grave
Tentativa – admite-se a tentativa.
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME PRÓPRIO (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Concurso de crimes ou conflito aparente de normas com o delito previsto no art. 267 do Código Penal – crime de perigo à incolumidade pública.
Se em decorrência da contaminação pela moléstia grave é também provocada epidemia, o sujeito responde pelos crimes dos arts. 131 e 267, § 2º (modalidade culposa), em concurso formal.
Confronto entre o perigo de contágio venéreo e o delito de perigo de contágio de moléstia grave. 
Se a moléstia for venérea e a exposição tiver sido por contato sexual a figura será a do art. 130 do CP.
Confronto entre o perigo de contágio de moléstia grave e o delito de lesões corporais.
Ao efetivar-se a transmissão da moléstia grave, quatro situações podem ocorrer: a) se resultar lesão corporal leve (art. 129, caput, CP) este crime será absorvido pelo perigo de contágio de moléstia grave, por se tratar de mero exaurimento; b) se resultar lesão grave ou gravíssima o agente responde somente por este crime (art. 129, § 1º e § 2º, CP).
O delito de perigo de contágio de moléstia grave e a Lei n. 9099/1995.
Como a pena máxima em abstrato do caput do art. 131 é de quatro anos, a competência para julgar tal crime não é do Juizado Especial Criminal, pois não se trata de crime de menor potencial ofensivo (art. 61 da Lei 9.099/95), porém cabe suspensão condicional do processo, vez que a pena mínima é de um ano (art. 89, Lei 9099/95).
JURISPRUDÊNCIA
INFORMATIVO 584, STF, 1ª TURMA
Portador do Vírus HIV e Tentativa de Homicídio
A Turma iniciou julgamento de habeas corpus em que se discute se o portador do vírus HIV que, tendo ciência da doença e deliberadamente a ocultando de seus parceiros, pratica tentativa de homicídio ao manter relações sexuais sem preservativo. Trata-se de writ impetrado contra o indeferimento, pelo STJ, de liminar em idêntica medida na qual se reitera o pleito de revogação do decreto de prisão preventiva e de desclassificação do delito para o de perigo de contágio de moléstia grave (CP: “Art. 131 Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: ...”). Preliminarmente, o Min. Marco Aurélio, relator, salientando a existência de sentença de pronúncia e aduzindo que, em prol de uma boa política judiciária, a situação em tela estaria a ensejar a manifestação do STF, conheceu do writ. No mérito, concedeu, em parte, a ordem para imprimir a desclassificação do crime e determinar o envio do processo para distribuição a uma das varas criminais comuns do Estado-membro. Em interpretação sistemática, reputou descabido cogitar-se de tentativa de homicídio, porquanto haveria crime específico, considerada a imputação. Registrou, relativamente ao tipo subjetivo, que se teria no art. 131 do CP a presença do dolo de dano, enquanto que no art. 121 do CP verificar-se-ia a vontade consciente de matar ou a assunção do risco de provocar a morte. Afirmou não ser possível potencializar este último tipo a ponto de afastar, tendo em conta certas doenças, o que disposto no aludido art. 131 do CP. Após os votos dos Ministros Dias Toffoli e Cármen Lúcia acompanhando o relator, pediu vista o Min. Ayres Britto.
HC 98712/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 27.4.2010. (HC-98712)
Ementa 
MOLÉSTIA GRAVE – TRANSMISSÃO – HIV – CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA VERSUS O DE TRANSMITIR DOENÇA GRAVE. Descabe, ante previsão expressa quanto ao tipo penal, partir-se para o enquadramento de ato relativo à transmissão de doença grave como a configurar crime doloso contra a vida. Considerações.
 
PERIGO PARA A VIDA OU A SAÚDE DE OUTREM - Art. 132
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade física e a saúde da pessoa.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há somente o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de expor a vida ou a saúde de outrem).
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, qualquer pessoa pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa.
Consumação e tentativa.
Consumação – o momento consumativo ocorre com a produção do perigo concreto para a vítima.
	
	
Tentativa – admite-se a tentativa na modalidade comissiva.
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para a consumação); CRIMECOMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação), porém pode ser praticado por OMISSÃO; CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Figuras típicas: simples e majorada.
Art. 132, caput (figura simples)
Art. 132, Parágrafo Único (figura majorada). É um delito de trânsito, embora situado no CP.
OBS: Por força do princípio da especialidade, quando a vítima for pessoa idosa e a conduta encontrar correspondência no art. 99 da Lei 10.741/03, restará afastado o art. 132 do CP.
Concurso de crimes ou conflito aparente de normas com os delitos previstos na Lei n. 10.826/2003, Estatuto do Desarmamento. 
No art. 15 do Estatuto do Desarmamento há o crime de disparo de arma de fogo. Assim, no crime do art. 132 do CP o sujeito expõe a perigo de dano pessoa certa e determinada. No crime do art. 15 da Lei 10.826/03 o fato é cometido contra a incolumidade pública, expondo a perigo um número indeterminado de pessoas. Nesse sentido, explica Damásio de Jesus: disparo efetuado extra muros (na rua por exemplo) ocorre o crime do art. 15 da Lei 10.826/03, já disparo efetuado intra muros, não expondo a incolumidade pública a perigo de dano, caracterizará o crime do art. 132 do CP.
ABANDONO DE INCAPAZ - Art. 133
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade física e a saúde da pessoa.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há somente o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de expor a vítima a perigo através de abandono)
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime próprio, ou seja, somente a pessoa que possui o dever de zelar pela vida, pela saúde ou pela segurança da vítima. 
SUJEITO PASSIVO – é o incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono.
Consumação e tentativa.
Consumação – o momento consumativo ocorre com o abandono efetivo do incapaz, desde que este corra perigo real, efetivo, isto é, concreto, ainda que momentâneo, pois é irrelevante a duração do abandono, ou melhor, da situação de perigo provocada pelo abandono.
	
	
Tentativa – admite-se a tentativa.
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME PRÓPRIO (aquele que exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação), porém pode ser praticado por OMISSÃO; CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES (o resultado opera-se de forma imediata, mas muitas vezes, após a consumação do crime, pode persistir a situação de perigo, independentemente da vontade ou de nova atividade do agente); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta) e CRIME DE PERIGO CONCRETO (pois há necessidade inafastável de ser demonstrado que o comportamento do agente criou, efetivamente, a situação de perigo para a vida ou a saúde de outrem) 
Figuras típicas: simples, qualificada e majorada.
Art. 133, caput (figura simples)
Art. 133, § § 1º e 2º (figura qualificada)
Art. 133, § 3º (figura majorada)
 
EXPOSIÇÃO E ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO - Art. 134
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade física e a saúde do recém-nascido.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de abandonar o recém-nascido) e elemento subjetivo específico na expressão PARA OCULTAR DESONRA PRÓPRIA.
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime próprio, ou seja, somente a mãe do recém-nascido, visto que objetiva ocultar desonra própria. Damásio de Jesus, Heleno Fragoso e Nélson Hungria, entre outros, admitem que o pai incestuoso ou adúltero também pode ser sujeito ativo. 
SUJEITO PASSIVO – é o recém-nascido.
Consumação e tentativa.
Consumação – o momento consumativo ocorre com o abandono efetivo do recém-nascido, desde que este corra perigo efetivo, isto é, concreto, ainda que momentâneo, pois é irrelevante a duração do abandono, ou melhor, da situação de perigo provocada pelo abandono.
	
	
	
Tentativa – admite-se a tentativa, desde que praticado na modalidade comissiva..
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME PRÓPRIO (aquele que exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação), porém pode ser praticado por OMISSÃO; CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES (o resultado opera-se de forma imediata, mas muitas vezes, após a consumação do crime, pode persistir a situação de perigo, independentemente da vontade ou de nova atividade do agente); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Figuras típicas: simples e qualificada. 
Art. 134, caput (forma simples)
Art. 134 § § 1º e 2º (forma qualificada)
A figura qualificada pelo resultado morte e o delito de infanticídio – confronto: elemento subjetivo do tipo.
Caso a mãe, por exemplo, tenha querido abandonar o recém-nascido com a finalidade de causar-lhe a morte, tal fato será considerado meio de execução do crime de homicídio. Havendo elemento normativo do tipo "durante o parto ou logo após", ocorrerá o infanticídio. O resultado morte somente pode qualificar o crime de exposição ou abandono de recém-nascido se tiver ocorrido culposamente.
O delito de exposição e abandono de recém - nascido e concurso de pessoas.
O motivo de honra constitui elementar do tipo, de modo que o terceiro que concorrer para a exposição ou abandono de recém-nascido, pelo genitor, responderá como co-autor ou partícipe do crime em tela, em face da comunicabilidade daquela condição pessoal entre os participantes, conforme art. 30 do CP
 
OMISSÃO DE SOCORRO -  Art.135
Distinção entre crimes omissivos próprios e impróprios - a figura do agente garantidor.  
Crimes comissivos são aqueles praticados mediante ação, ouseja, o sujeito faz alguma. Crimes Omissivos são os praticados mediante inação, isto é, o sujeito deixa de fazer alguma.
Crime omissivo impróprio (comissivo por omissão) é aquele em que o sujeito, mediante uma omissão, permite a produção de um resultado posterior. Em tal crime o resultado é imputado ao sujeito normativamente e não fisicamente. Ocorrido o resultado, a pena é imposta ao sujeito porque a lei assim determina. Para que alguém responda por crime comissivo por omissão é preciso que tenha dever jurídico de impedir o resultado, trata-se do agente garantidor (art. 13, § 2º, CP).
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade física e a saúde da pessoa humana.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: "QUANDO POSSÍVEL FAZÊ-LO SEM RISCO PESSOAL" ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há somente o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre de omitir com a consciência do perigo em que a vítima se encontra). 
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, qualquer pessoa pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa 
Consumação e tentativa.
Consumação – o momento consumativo ocorre no momento da omissão.
	
	
Tentativa – como é crime omissivo próprio não cabe tentativa.
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME OMISSIVO (o verbo nuclear demonstra uma inação,; CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Figuras típicas: simples e majorada.
Art. 135, CP - figura simples
Art. 135, Parágrafo Único - figura majorada
Confronto entre o delito de omissão de socorro e lesões corporais e homicídio qualificados ou majorados pela omissão de socorro. 
Para a doutrina majoritária a causa de aumento de pena prevista no Parágrafo Único somente poderá ser atribuída ao agente a título de culpa, ou seja, trata-se de crime preterdoloso (dolo na omissão, culpa no resultado).
Confronto entre o delito de omissão de socorro previsto no Código Penal e na Lei n. 9503/1997 - Código de Trânsito Brasileiro.
O art. 304 do CTB faz menção ao condutor do veículo que, na ocasião do acidente, deixa de prestar imediato socorro à vítima. Esse dispositivo será aplicável unicamente ao condutor que AGINDO SEM CULPA se envolve em acidente e não socorre imediatamente a vítima.
Confronto entre o delito de omissão de socorro previsto no Código Penal e na Lei n. 10741/2003 - Estatuto do Idoso.
Em virtude do princípio da especialidade, quando se tratar de pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, aplica-se o tipo penal de omissão previsto no art. 97 do Estatuto do Idoso.
CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITAR - Art. 135-A
 
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade física e a saúde da pessoa humana.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de exigir o que o tipo proíbe), como também o elemento específico do tipo na expressão "COMO CONDIÇÃO PARA O ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL". 
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, qualquer funcionário pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa que necessita de atendimento médico-hospitalar.
Consumação e tentativa.
Consumação – o momento consumativo ocorre com a simples exigência
	
	
Tentativa – admite-se a tentativa.
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL na modalidade simples (que não exige resultado naturalístico para a consumação) e MATERIAL na modalidade circunstanciada (que não exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação), porém pode ser praticado por OMISSÃO (na figura do auxílio); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Figuras típicas: simples e majorada.
Art. 135-A, CP - figura simples
Art. 135-A, Parágrafo Único - figura majorada
OBS - A Lei 12.653/2012 que introduziu o art. 135-A no CP dispõe o seguinte no art. 2º:
Art. 2o  O estabelecimento de saúde que realize atendimento médico-hospitalar emergencial fica obrigado a afixar, em local visível, cartaz ou equivalente, com a seguinte informação: “Constitui crime a exigência de cheque-caução, de nota promissória ou de qualquer garantia, bem como do preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial, nos termos do art. 135-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.” 
MAUS TRATOS - Art. 136
Bem jurídico tutelado
É a incolumidade física e a saúde da pessoa humana.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há somente o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de maltratar a vítima, de modo a expor a sua incolumidade física ou psíquica a perigo).
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime próprio, ou seja, só pode ser autor a pessoa que tem outra sob sua guarda, autoridade ou vigilância para fins de educação, ensino, tratamento ou educação. 
SUJEITO PASSIVO – a vítima deve ser pessoa subordinada ao responsável pela conduta criminosa.
OBS: se a vítima for pessoa idosa incide o crime tipificado no art. 99 da Lei 10.741/03 - Estatuto do Idoso. 
Consumação e tentativa.
Consumação – o momentoconsumativo ocorre com o perigo para a vida ou a saúde de outrem com a exposição da vítima a perigo efetivo. Assim, é suficiente a probabilidade de dano, sendo desnecessária a ocorrência de qualquer resultado material. 
Tentativa – é possível somente na modalidade comissiva. Assim, na modalidade privação de alimentos ou de cuidados indispensáveis é impossível a tentativa.
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME PRÓPRIO (aquele que exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação), porém pode ser praticado por OMISSÃO; CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA VINCULADA (a lei estabelece os modos pelos quais o crime pode ser cometido); CRIME INSTANTÂNEO na modalidade abuso de correção (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo) e PERMANENTE nas modalidades de privação de alimentos, privação de cuidados necessários e sujeição a trabalho excessivo ou inadequado (o resultado se prolonga no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Figuras típicas: simples, qualificada e majorada.
Art. 136, caput - Figura Simples
Art. 136, § § 1º e 2º - Figura Qualificada
Art. 136, § 3º - Figura Majorada
Confronto entre o delito de maus tratos e o delito de tortura previsto no art. 1°, inciso II da Lei n. 9455/1997.
A distinção entre o crime de maus-tratos o delito de tortura previsto no art. 1º, II, da Lei 9455/97 (tortura castigo) deve ser feita no caso concreto, ou seja, no art. 136 é suficiente a exposição a perigo da vida ou da saúde da pessoa, já na tortura depende de intenso sofrimento físico ou mental. No crime de maus-tratos o dolo é de perigo, na tortura castigo há dolo de dano. A diferenciação se baseia no elemento subjetivo, isto é, se o fato é praticado por alguém para o fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, mas com imoderação, o crime é de maus-tratos. Porém, se a finalidade é submeter a vítima a intenso sofrimento físico ou mental, o delito é de tortura.
JURISPRUDÊNCIA STJ
RECURSO ESPECIAL Nº 610.395 - SC (2003/0175343-3) - MINISTRO GILSON DIPP - 5ª TURMA
“CRIMINAL. RESP. TORTURA QUALIFICADA POR MORTE. DESCLASSIFICAÇÃO PARA CRIME DE MAUS-TRATOS QUALIFICADO PELA MORTE PROMOVIDA PELO TRIBUNAL A QUO. REVISÃO DA DECISÃO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N.º 07/STJ. RECURSO NÃO-CONHECIDO. I. A figura do inc. II do art. 1.º, da Lei n.º 9.455/97 implica na existência de vontade livre e consciente do detentor da guarda, do poder ou da autoridade sobre a vítima de causar sofrimento de ordem física ou moral, como forma de castigo ou prevenção. II. O tipo do art. 136, do Código Penal, por sua vez, se aperfeiçoa com a simples exposição a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, em razão de excesso nos meios de correção ou disciplina. III. Enquanto na hipótese de maus-tratos, a finalidade da conduta é a repreensão de uma indisciplina, na tortura, o propósito é causar o padecimento da vítima. IV. Para a configuração da segunda figura do crime de tortura é indispensável a prova cabal da intenção deliberada de causar o sofrimento físico ou moral, desvinculada do objetivo de educação."
 
RIXA - Art. 137
 
Bem jurídico tutelado
A vida e a saúde das pessoas envolvidas na rixa. 
Rixa é uma luta tumultuosa e confusa que travam entre si três ou mais pessoas, acompanhada de vias de fato ou violências recíprocas. Devem existir ao menos três pessoas participando ativamente da rixa.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há somente o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de participar da rixa). 
Sujeitos do delito. 
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, qualquer pessoa pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa 
Consumação e tentativa.
Consumação – o momento consumativo ocorre com a prática de vias de fato ou violências recíprocas, momento em que ocorre o perigo abstrato de dano. 
	
	
Tentativa – de acordo com a doutrina majoritária somente é possível a tentativa na rixa ex proposito ou preordenada. Na rixa ex improviso (quando a agressão tumultuária tem início repentinamente) não cabe tentativa.
Classificação doutrinária
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME PLURISSUBJETIVO ou de concurso necessário (há necessidade de pelo menos três pessoas); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Figuras típicas: simples e qualificada.
Art. 137, caput - Figura Simples
Art. 137, Parágrafo Único - Figura Qualificada
Confronto com os delitos de ameaça, lesão corporal e homicídio: concurso de crimes ou conflito aparente de normas. 
Ameaça - Não há concurso material com o crime de rixa. O delito de ameaça é absorvido pelo crime de rixa.
Lesão corporal leve e vias de fato - não há concurso material com o crime de rixa, ambos são absorvidos pelo crime de rixa.
Homicídio e lesão corporal grave - se ocorrer a morte ou lesão corporal grave de um dos rixosos e for possível identificar o autor, responderá este pelo homicídio ou lesão grave em concurso (material ou formal - controvertido) com a rixa (qualificada ou simples - controvertido). Se o autor do homicídio ou lesão grave não for identificado todos responderão pela rixa qualificada. 
O delito de rixa e a legítima defesa (real ou putativa).
 
Não é possível suscitar a legítima defesa no crime de rixa, pois quem dele dolosamente participa comete ato ilícito. É possível invocar a legítima defesa quando alguém intervém na rixa em defesa própria ou de terceiro, pois não há participação em rixa sem animus rixandi. 
Na reação de uma suposta agressão pode ser invocado a legítima defesa putativa, afastando, assim, o crime de rixa, vez que faltaria a vontade consciente de participar da rixa.

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