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	FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ANTONIA ROBERTA MONTEIRO
	LEIDIMAR GALVÃO FERNANDES
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES HOSPITALIZADOS: QUAL A IMPORTANCIA?
	
FORTALEZA/CE
2017
ANTONIA ROBERTA MONTEIRO
LEIDIMAR GALVÃO FERNANDES
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES HOSPITALIZADOS: QUAL A IMPORTÂNCIA
 4
 
Projeto de pesquisa apresentado a Faculdade Mauricio de Nassau Fortaleza como pré–requisito para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso.
Orientadora Prof.ª Me. Germana Maria Viana Cruz
FORTALEZA/CE
2017
 Dedicamos este trabalho as nossas famílias, nossos amigos e aos professores, que de muitas formas nos apoiaram incondicionalmente.
RESUMO
O desenvolvimento deste trabalho surgiu do requisito de que a humanização tem se tornado destaque, e que o profissional de enfermagem é um dos principais responsáveis por esta prática. Este estudo objetiva analisar as publicações científicas nacionais sobre a humanização nos serviços de saúde, com foco principal a assistência de enfermagem prestada aos pacientes hospitalizados. Caracterizou-se por uma revisão integrativa da literatura tendo como base os bancos de dados da LILACS no site da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e SCIELO, no meses de Fevereiro até Dezembro de 2017. Os descritores utilizados foram: Humanização da Assistência; Enfermagem, Paciente Hospitalizado. Nesta revisão, 09 artigos responderam à questão norteadora e definiram a amostra final. Fica constatado a importância da humanização e a necessidade da sua implementação nos serviços de saúde, onde se coloca em ênfase, os desafios vivenciados para que isso ocorra. A abordagem deste tema deve ser amplamente difundida, para que ações que visem uma melhor assistência ao paciente hospitalizado sejam desenvolvidas, alicerçadas na política nacional de humanização. Conclui-se que oferecer uma assistência humanizada aos pacientes hospitalizados é de grande importância e isso só pode ser garantido e transmitido através de um serviço que incentive e motive seus profissionais a terem atitudes humanizadas.
 Palavras Chaves: Humanização da assistência. Enfermagem. Paciente hospitalizado.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................
OBJETIVOS--------------------------------------------------------------
METODOLOGIA..........................................................................
RESULTADOS................................................................
DISCUSSÃO --------------------------------------------------
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................
REFERENCIAS---------------------------------------------------------
INTRODUÇÃO
A humanização das práticas e da atenção à saúde tem sido há várias décadas pauta de muitas discussões em todo o mundo e nos últimos anos, vem ganhando destaque na literatura científica nacional, principalmente pelo desenvolvimento das políticas de saúde, com o foco para uma atenção humanizada. Aliado a isso, a busca constante pela qualidade da assistência prestada nos serviços de saúde.
A humanização da assistência se apresenta nos serviços de saúde, como uma demanda crescente no resgate ao cuidado como um processo de respeito e valorização do ser humano. Segundo Corbani, Bretãs e Matheus (2009), o homem deixa de ser humano, se não receber cuidado desde o nascimento até a morte, podendo se desestruturar, definhar, perder o sentido e morrer. Neste contexto, o cuidado é um fenômeno existencial básico, sendo, portanto, a base possibilitada da existência humana, o cuidado acompanhar o ser humano enquanto peregrinar pelo tempo.
Centrado no cuidado, humanizar então, significa, acolher o paciente em sua essência, a partir de uma ação efetiva traduzida na solidariedade, na compreensão do ser doente em sua singularidade e na apreciação a vida. É se abrir ao outro e acolher, solidaria e legitimamente, à diversidade, tornando o ambiente mais agradável, menos tenso, de forma a proporcionar ao paciente um atendimento mais seguro, afetuoso e terno. (MORAIS et al., 2009).
Em nosso país, a humanização do cliente está incluída na Constituição Federal Brasileira de 1988, que garante a todos o acesso à assistência à saúde de forma resolutiva, igualitária e integral. O assunto, também, é tema da Carta dos Direitos do Paciente proposta pela Comissão Conjunta para Acreditação de Hospitais para a América Latina e o Caribe (1989). No ano 2000, o Ministério da Saúde do Brasil lançou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), cujo objetivo principal é aprimorar as relações dos profissionais da saúde, tanto entre si como do hospital com a comunidade, valorizando o ser humano, qualificando os hospitais, transformando-os em organizações modernas, solidárias, com vistas a atingir as expectativas dos gestores e da comunidade (MARQUES e SOUZA, 2010).
A busca por uma assistência mais humanizada ao paciente, tem sido preconizada por várias instituições preocupadas em oferecer um cuidado integral, analisando o paciente na sua totalidade, onde não é colocado em ênfase, somente as necessidades biológicas, mas também as emocionais, psicológicas, sociais e espirituais. E neste contexto, a enfermagem é uma ciência cuja essência e especificidade é o cuidado ao ser humano de modo integral e holístico, desenvolvendo de forma autônoma, ou em equipe, atividades de promoção e proteção da saúde e prevenção e recuperação de doenças, oferecendo segurança, atendimento rápido e eficaz, além de um efetivo apoio emocional ao cliente e a sua família, aliados a uma atitude orientada para o aproveitamento dos recursos tecnológicos existentes (SALOME, MARTINS e ESPOSITO, 2009). 
Conforme Dal Pai e Lautert(2006), a evolução tecnológica da saúde garante a precisão de alguns procedimentos, mas, por outro lado, parece contribuir para o esquecimento das necessidades integrais do ser humano, deslocando a atenção do cuidador ao ser assistido para o equipamento. Consequentemente, surge à desumanização, construindo um distanciamento imaginário entre o cuidador e o ser cuidado e, portanto, minimizando o envolvimento emocional e suas relações. A assistência humanizada, que deve ser objetivo da prática da enfermagem, desenvolve-se no encontro com o outro, sendo facilmente reconhecido como uma necessidade nos momentos críticos da existência do ser humano, isto é, o nascimento, a doença e a morte. Precisa, no entanto, ser sentida, assumida e exercitada no dia-a-dia da enfermagem para evitar que sua prática se torne mecânica, impessoal e até desumana. 
O profissional de saúde, principalmente o enfermeiro que desempenha a assistência ao hospitalizado de uma forma mais aproximada, deve desenvolver a capacidade da compreensão do seu e do outro, e ter a consciência do valor que traz essa ação, sempre no intuito de aprimorar a assistência humanizada ao paciente lhe assistindo em sua integralidade, respeitando sua independência, autonomia e necessidades humanas.
Na humanização ao hospitalizado, é primordial que a enfermagem disponibilize de atitudes que demonstre uma comunicação com esse paciente, que demostra sua vulnerabilidade devido a sua patologia, dandolhe uma total atenção informações de forma sucintas e clara, tirando sua duvidas e aliviando sua ansiedade. Essa atenção vem da consciência e do respeito as necessidades do respeito as necessidades do paciente que se dá em ação progressivas de forma interativa, entre quem dar o cuidado e quem recebe. Os cuidados em enfermagem devem ser realizados o indivíduo empaticamente, visando uma qualidade na assistência, embasada numa afinidade com o paciente que se detém hospitalizados (DIAS et al., 2015).
Portanto, surge então como questão norteadora a pergunta: o que tem sido discutido e desenvolvido na área da saúde, para que os serviços ofereçam uma assistência mais humanizada, alicerçada em uma atenção de forma holística, com base no acolhimento, para assim obter melhores resultados, e uma melhor qualidade de vida tanto para usuários como para profissionais da saúde; E qual a importância que seja desenvolvido esse cuidado mais humanizado?
Por evidenciarmos que a humanização da assistência de enfermagem é um tema que tem se tornado destaque nas palestras, reuniões e discussões voltadas para a melhoria da qualidade dos serviços prestados na área saúde, esta pesquisa é relevante pois baseia-se na sua potencialidade de sensibilizar pesquisadores e profissionais de saúde sobre a significância do acolhimento ao paciente hospitalar que poderá incidir na recuperação da saúde do paciente, colaborando assim para estabelecer a humanização de forma satisfatória.
OBJETIVO GERAL
Analisar as publicações científicas nacionais sobre a humanização nos serviços de saúde, com foco principal a assistência de enfermagem prestada aos pacientes hospitalizados.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
Compreender a importância da humanização da enfermagem e o diferencial na assistência quando esta é desenvolvida.
Identificar atitudes voltadas para o aprimoramento desta assistência. 
METODOLOGIA
Esse estudo se trata de uma revisão integrativa que segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008) é um método que tem a finalidade de reunir e sistematizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado.
Segundo os mesmos autores na operacionalização desta revisão integrativa, utilizar-se-ão as seguintes etapas: identificação do tema selecionando a questão norteadora; estabelecimento dos critérios para escolha da amostra: definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados e categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão e, finalmente a interpretação dos resultados e apresentação da revisão.
Os locais de busca serão as bases de dados virtuais Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) no site da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), utilizando as palavras chave, Humanização da assistência; Enfermagem; Paciente hospitalizado; entre o período de 2004 a 2017.
O período deste presente estudo foi do mês de fevereiro até dezembro de 2017, e o período da coleta de dados será do mês de julho a setembro de 2017. Os critérios utilizados para a seleção da amostra foram artigos completos disponíveis no idioma português que abordam a temática da humanização na assistência de enfermagem aos pacientes hospitalizados, e teve como critérios de exclusão artigos que não respondiam a questão norteadora. Na busca inicial, 881 artigos foram encontrados, após leitura dos títulos, foram selecionados 15, em seguida, por meio de uma leitura atenta e minuciosa de cada material, foram destacados trechos de acordo com cada tópico explorado e suas respectivas referências, tendo em vista a viabilização da referida pesquisa, contemplando os pontos principais do estudo proposto, onde apenas 09 artigos definiram a amostra final da presente revisão.
RESULTADOS
Quadro I – Artigos sobre a humanização da assistência de enfermagem, organizados em referências, objetivos e principais resultados. 
	Cód.
	Referências
	Objetivo
	Principais Resultados
	
1
	(BERTOLINO, DIEFENBACH E COSTA, 2012)
	Realizar uma breve reflexão teórica sobre a humanização do cuidado no contexto hospitalar, especificamente no que tange o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar, como forma de humanizar o cuidado ao paciente hospitalizado.
	Evidenciou-se que respeitar o paciente é componente primordial no tocante aos cuidados humanizados. Respeitar envolve ouvir e interpretar o que o outro tem a dizer, ser tolerante, honesto, atencioso, é entender a necessidade do autoconhecimento para poder respeitar a si próprio e então respeitar o outro.
	
2
	(AMESTOY, SCHWARTZ E THOFEHRN, 2006)
	Conhecer a opinião de profissionais de enfermagem sobre a humanização do processo de trabalho.
	No ambiente hospitalar, a humanização ainda mantém-se enfatizada na figura pessoa-cliente, evidenciando a pouca atenção ao cuidado e à humanização do sujeito-trabalhador.
	
3
	
(CORBANI, BRETAS E MATHEUS, 2009)
	
Conhecer o significado que profissionais da enfermagem atribuem ao termo “humanização” e verificar como o empregam no desenvolvimento de suas atividades
	
Identificou-se que o termo “humanização” tem sido usado sem a compreensão plena de seu significado.
	4
	
(DAL PAI, LAUTERT, 2006)
	
Descrever o suporte humanizado prestado pela enfermeira no atendimento a pacientes em situação eminentemente crítica de saúde, do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre/RS.
	
A experiência rendeu momentos para o autoconhecimento pessoal e profissional, assim como reflexões acerca das possibilidades de construção do processo humanístico interpessoal no ambiente de emergência. Ainda foi possível identificar algumas limitações da opção teórica referentes à sua aplicabilidade prática.
	
5
	(ESPINOLA, 2014)
	Analisar, verificar, abordar primando pela importância do acolhimento ao paciente no ambiente hospitalar, envolvendo a equipe da enfermagem ressaltando a humanização hospitalar.
	Evidencia que o (a) profissional realizará um bom acolhimento se ele/ela estar capacitado e ter incentivos, para que isso ocorra devem-se ter também cuidados com o cuidador, o que na prática pouco se faz, apenas exige qualidade do acolhimento ao profissional sem atender as questões citadas que promoverá a motivação do profissional para a realização do acolhimento.
	
6
	(SOUZA, CARLOS E FILHO, 2015)
	O presente estudo tem por objetivo explanar as ações de humanização em ambiente hospitalar, relacionado a pacientes idosos, destacando a importância do papel do enfermeiro
	Constatou-se que o processo de humanização não é tão simples e fácil. Essencialmente, o que importa são as atitudes humanas. O cuidado humanizado não é somente considerar o paciente como um corpo biológico, e sim, compreender que o paciente precisa ser escutado. O planejamento adequado dentro dos padrões de qualidade e princípios bioéticos promovem uma assistência humanizada.
	
7
	
(MARQUES; SOUZA, 2010)
	
Realizar uma reflexão o processo de humanização em ambientes intensivos e sua relação com a inserção da tecnologia.
	 
A tecnologia contribui de maneira efetiva no tratamento de pacientes que exigem cuidados extremos. Entretanto, deve está associada à humanização para poder alcançar resultados satisfatórios,
	
8
	(BAZON, CAMPANELLI E BLASCOVI-ASSIS, 2004)
	A reflexão sobre a importância da humanização dos profissionais presentes no momento em que o diagnóstico de uma deficiência é comunicado à família ou aos cuidadores.
	Comprovou que no diagnóstico das deficiências a humanização é importante, pois o vínculo estabelecido entre profissional da saúde e familiares, no caso do diagnóstico das deficiências, influenciará as atitudes familiares posteriores diante do indivíduo com deficiência.
	
9
	(VILLA, ROSSI, 2006)
	Compreender o significado cultural do cuidado humanizado, na perspectiva da equipe de enfermagemque atua na Unidade de Terapia Intensiva.
	Mostra a realidade do cuidar em terapia intensiva, envolvendo uma equipe de enfermagem que tem um conceito de humanização sintetizado na expressão: amar ao próximo como a si mesmo, mas que, na prática, não revela esse pensamento tão profundo.
DISCUSSÃO
A humanização na área da saúde entrou em discussão no “Movimento da Reforma Sanitária”, ocorrido nos anos 70 e 80 do século XX, quando se iniciaram os questionamentos acerca do modelo assistencial vigente na saúde, centrado no médico, no biologicismo e nas práticas curativas. Esse modelo era focado apenas na doença e não a promoção da saúde “e configurava-se como desumano na forma de assistir, tanto pelo uso exagerado de tecnologias como pelo relacionamento que se estabelecia entre os profissionais de saúde e os usuários do sistema” (BAZON, CAMPANELLI e BLASCOVI-ASSIS, 2004).
Nos anos 70, a saúde no Brasil era assegurada apenas aos trabalhadores com carteira assinada e pagadores da Previdência Social, enquanto o restante da população tinha que dispor de seus próprios recursos para obter serviços médicos. A partir do “Movimento da Reforma Sanitária” surge o projeto do Sistema Único de Saúde (SUS) que visa resolver os graves problemas enfrentados pelo setor público, como a falta de atendimento para toda a população. O SUS ainda é um projeto inacabado, distorcido ao longo do tempo com a massificação dos atendimentos, porém é o germe de uma política de humanização da saúde no Brasil (BAZON, CAMPANELLI e BLASCOVI-ASSIS, 2004).
Em 2001, foi elaborado o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar do Ministério da Saúde que busca estender o conceito de humanização para toda a instituição hospitalar, por meio da implantação de uma cultura organizacional diferenciada que visa ao respeito, à solidariedade e ao desenvolvimento da autonomia e da cidadania dos profissionais de saúde e dos pacientes. "Assim humanizar em saúde é resgatar o respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presentes em todo relacionamento humano... é resgatar a importância dos aspectos emocionais, indissociáveis dos aspectos físicos na intervenção em saúde" (BRASIL/PNH, 2001, p. 33).
A humanização do atendimento em saúde subsidia o atendimento, a partir do amparo dos princípios predeterminados como: a integralidade da assistência, a equidade e o envolvimento do usuário, além de favorecer a criação de espaços que valorizem a dignidade do profissional e do paciente (AMESTOY, SCHWARTZ e THOFEHRN, 2006).
Com base neste pressuposto os serviços de saúde deve ter como eixo central a humanização e os aspectos subjetivos da condição humana, pois a interação dos conhecimentos técnico científico com os aspectos afetivos, sociais, culturais e éticos na relação entre o profissional e o paciente garantem maior eficácia do serviço (BRASIL/PNH, 2003; Humaniza SUS/ Política Nacional de Humanização, 2003).
Conforme Bazon, Campanelli e Blascovi-Assis (2004), o estabelecimento do vínculo entre profissional-paciente/familiares pressupõe a aproximação para a compreensão da pessoa enferma e uma empatia mínima entre as partes envolvidas; dessa forma, o paciente passa da situação de “caso” para a de “pessoa”. Isso é possível pela disposição do profissional em relacionar-se de forma mais personalizada, menos objetada e mais humanizada, características do profissional aberto para a exploração dos relacionamentos humanos e menos defendido pelos conhecimentos científicos
O cuidado humano em enfermagem, com certeza, é um dos mais complexos de ser desenvolvido. A vivencia que envolve o ambiente hospitalar, faz com que a equipe de enfermagem, delimitem a proximidade ao paciente, esquecendo de realizar os atos de tocar, ouvir o paciente que precisa dos seus cuidados e principalmente sua atenção (VILLA, ROSSI, 2006).
Villa e Rossi (2006) referem que quando o trabalho é baseado apenas na execução da tarefa, aumenta o distanciamento entre equipe, pacientes e familiares, justificados, em função do estresse pela sobrecarga de trabalho. O cuidado torna-se mais técnico e mecânico, desprovido de sentimento, onde o profissional de saúde se preocupa mais em executar a técnica, esquecendo-se, muitas vezes, dos sentimentos do paciente, família e até mesmo de seus próprios sentimentos, enquanto profissionais que, diariamente, lidam com o estresse.
Hoje em algumas unidades de saúde o ser humano em circunstância de internação, se encontra exposto perda de identidade e falta de privacidade. Apesar de os profissionais terem consciência da necessidade do cuidado humano, o cuidado técnico impera no ambiente hospitalar. A estrutura dos hospitais cada vez mais sofisticadas e burocratizadas é inevitavelmente despersonalizante. Pois os mesmos estão sob cuidados de estranhos, máquinas, aparelhos de testes e de rotinas totalmente diferentes de seus hábitos. O cliente torna-se somente um paciente a mais, outra patologia, outro tratamento, outro prontuário, ele é solicitado a descartar sua identidade e tornar-se “paciente” (VILLA, ROSSI, 2006).
Ao refletir sobre o cuidado humanizado como pratica nos serviços de saúde, principalmente na assistência ao paciente hospitalizado, concluímos que a enfermagem tem a responsabilidade e o compromisso ético e profissional de resgatar o sentido do seu agir, e isso s será possível a partir da conscientização de que o ser humano é capaz de buscar a si mesmo, a sua essência e, por consequência, transmitir para o outro uma atenção mais humana.
Segundo Souza, Carlos e Filho (2015), a humanização é uma mudança no gerenciamento dos sistemas de saúde que ascendeu cada vez mais, não se restringindo somente às técnicas ou artifícios, mas fornecendo um melhor cuidado no atendimento envolvendo a vivência e gerando melhorias, tanto para o paciente como para os profissionais de saúde. Sabe-se que o processo de humanização envolve sensibilidade, afetividade, preocupação, interação, amor e solidariedade, e estes princípios devem ser sempre observados pela equipe de enfermagem, durante a sua assistência.
Existe muitas vantagens que podem ser alcançadas quando se põe em pratica uma assistência humanizada, entre as quais estão a interação eficaz do profissional de enfermagem com o paciente através da aproximação que promove segurança e confiança maior deste com a equipe, além de diminuir o estresse e sofrimento, garantindo maior colaboração com o autocuidado. Esta aproximação pode ser realizada no próprio exercício das atividades de enfermagem através de simples interação por diálogo sem necessidade de recursos. Porem apesar dessas vantagens apontadas, deve-se levar em conta que os problemas pelos quais passam os profissionais da saúde não são poucos. Estes são submetidos a tensões que surgem de vários lados, que sejam o contato com doentes, com a dor que estes sentem, com sua condição de pacientes terminais, o medo de fazer algo errado, pacientes que não facilitam o relacionamento, e isso definitivamente dificulta o trabalho de humanização (SOUZA, CARLOS e FILHO, 2015). 
Espínola (2014) traz a discussão que as questões que abrangem humanização, sempre destacam o acolhimento ao paciente, ficando de lado o profissional que realiza o acolhimento. Tais questões precisam ter prioridade, tais como: o preparo do profissional no período acadêmico ensinando a focalizar o paciente não apenas o cuidado com o corpo, mas em sua totalidade; a questão da sobrecarga de trabalho dos profissionais da saúde nos hospitais, aumentando o efetivo para atender a demanda; o reconhecimento profissional da saúde em todo aspecto e um planejamento de cargos e carreira com equidade, objetivando a falta de humanização para com o profissional da saúde e investimento em treinamentos na capacitação multiprofissional.
Outro fato destacado por Espínola (2014), é que não se pode falar em humanização sem citar o acolhimento, esta palavra vem do verbo acolher de origem do latim de acordo com Ferreira(1999) accolligere (dar acolhida, hospedar, receber, atender, dar ouvidos, admitir, aceitar), ou seja, conforme um dos significados de acolher “dar ouvidos” no acolhimento é precedido da escuta. E no desenvolvimento do acolhimento, existem algumas etapas, que são importantes: acesso; escuta; diálogo; apoio que estão direcionados a equipe de saúde e quanto ao vínculo envolvendo enfermeiro da unidade junto da equipe de saúde; para que assim possa ser oferecido um atendimento de qualidade ao paciente buscando assim uma melhor qualidade de vida ao mesmo.
Muitas das restrições que os modernos hospitais colocam a seus usuários e familiares em termos de regras, horários etc. não obedecem a razões técnicas, porém constituem parte de uma longa herança, de cunho autoritário. É importante questionar e reavaliar as regras que restringem o acesso e a participação de famílias e usuários, propiciando formas mais abertas e livres de interação com o hospital. Na medida em que esta interação se desenvolve, uma força criativa de aliança se estabelece, beneficiando tanto aos usuários e suas famílias, como aos funcionários e profissionais que passam a contar com uma rede de ajuda maior para o desenvolvimento de suas tarefas (BERTOLINO, DIEFENBACH e COSTA, 2012).
. Com base nas afirmações anteriores e no que preconiza o PNHAH, pode-se identificar algumas das muitas ações concretas, e que podem ser realmente resolutivas, no cuidado ao paciente hospitalizado, seja em situações críticas de vida ou em quaisquer outras circunstâncias, tais como: sensibilização e treinamento das equipes: reuniões, leituras de textos e discussões, grupos de estudos; valorização e conscientização do cuidado humanizado: escuta ativa, encontro face a face, individualização, cumprimento, chamada pelo nome, estabelecimento de diálogos francos etc.; fornecimento de informações corretas que sanem as dúvidas de pacientes e seus familiares: conhecimento e verdade por parte da equipe geram tranquilidade e autonomia do paciente; criação de grupos de apoio e orientação à família: serviços de psicologia, equipe de enfermagem etc.; desenvolvimento de atividades de recreação e confraternização: ludicidade, comemoração de datas festivas, decoração do ambiente; flexibilização de horários e rotinas hospitalares; melhoramento da estrutura de salas de estar: televisão, lazer e socialização entre pacientes e familiares; promoção de eventos: tanto para equipe quanto para usuários; valorização do funcionário como ser humano: se o cuidador não se cuida, não é possível cuidar humanamente do outro; comunicação efetiva: compreensão da comunicação verbal, comunicação não-verbal e para- linguagem; otimizar as condições de acesso e presteza dos serviços: facilitação do andamento do atendimento; melhorar a qualidade das instalações, equipamentos e condições ambientais do hospital: adequação/criação de áreas de espera, sinalização das áreas e serviços do hospital, instalações físicas e aparência do hospital, limpeza; manter os equipamentos em ótimas condições de uso; tornar as refeições mais agradáveis; tornar o leito hospitalar um espaço individualizado, permitindo, na medida do possível, que o paciente possa trazer ao hospital algum objeto que o identifique como ser humano único que é; proporcionar meios para efetivação de queixas e sugestões: ouvidoria hospitalar; adequar clareza das informações oferecidas aos usuários: identificação dos profissionais que estarão em contato com o paciente hospitalizado e sua família, fornecer informações aos familiares sobre todos os aspectos sobre o atendimento ao usuário, informações sobre prevenção de doenças e educação em saúde, ou quaisquer outros assuntos que se fizerem necessários no processo de hospitalização etc (BERTOLINO, DIEFENBACH e COSTA, 2012).
Neste contexto a visão holística do enfermeiro e sua equipe permite prestar um atendimento mais humanizado, desde que compreenda o seu real significado, não esquecendo que o mesmo, indiferente de sua etnia, raça, religião e padrão aquisitivo é um cidadão, e seus direitos devem ser respeitados. Os profissionais devem realizar seus deveres dentro dos padrões de qualidade, a responsabilidade da atenção à saúde não é somente com o ato técnico, e sim, com estratégias adequadas para se prestar o atendimento de forma eficiente. É necessário promover iniciativas para melhorar o contato humano entre os profissionais de saúde e os usuários, pois no processo de humanização, o essencial são as atitudes humanas, e só se pode dizer que um atendimento foi humanizado se os profissionais demonstrarem por todos os clientes, profundo respeito, solidariedade e compaixão legítima. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste presente estudo onde foi abordada a temática da humanização da assistência da enfermagem, e com fundamento nos artigos estudados constatou-se que os profissionais de enfermagem, que estão inseridos nos serviços de saúde, sejam estes públicos ou privados, enfrentam diariamente uma rotina árdua, com excesso de trabalho, ocasionando uma sobrecarga, tanto física como emocional, que acaba interferindo diretamente no serviço destes profissionais. O que consequentemente leva grande maioria destes profissionais serem guiados pelo automatismo, e o cuidado humanizado fica prejudicado. 
Constatamos também, mediante aos artigos analisados que é crescente a necessidade que a equipe de enfermagem, que está dia a dia lidando diretamente com os pacientes e vários fatores estressores, tem em ser alvo também de um tratamento mais humanizado por parte de seus gestores, através do reconhecimento dos seus esforços, da valorização e do respeito, para daí, pensar em humanizar o cuidado ao cliente. 
Neste sentido, faz-se necessário a conscientização de todos os profissionais que atuam na área da saúde, que desenvolva suas atividades sempre com ética e moralidade, e venha a conhecer e se envolver no processo de promoção da saúde conforme preconizada pelo Programa Nacional de Humanização (PNH). 
E durante todo o período deste estudo buscou-se revisar e elucidar, por meios de abordagens de artigos publicados, referenciais importantes para quem precisa de esclarecimento ou a quem tem algum interesse sobre o assunto descrito. Além disto, constatou-se que a Humanização da Assistência de Enfermagem é realmente um grande desafio, no entanto, praticável e indispensável no exercício da profissão que escolhemos.
REFERÊNCIAS
AMESTOY, Simone Coelho; SCHWARTZ, Eda; THOFEHRN, Maria Buss. A humanização do trabalho para os profissionais de enfermagem. Acta Paulista Enfermagem 2006;19(4):444-9.
BAZON, Fernanda Vilhena Mafra; CAMPANELLI, Eloísa Amicucci; BLASCOVI-ASSIS, Silvana Maria. A importância da humanização profissional no diagnóstico das deficiências. Psicologia: Teoria e Prática – 2004.
BERTOLINO, Karla Cristiane Oliveira; DIEFENBACH, Grassele Denardin Facin; COSTA, Rogério Fontana da. A Humanização no Contexto da Assistência ao Paciente Hospitalizado: Uma Breve Reflexão. UNIFRA-2012
CORBANI; Nilza Maria de Souza; BRETAS, Ana Cristina Passarela, MATHEUS, Maria Clara Cassuli, Humanização do cuidado: O que é isso. Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Enfermagem. São Paulo, SP, 2009.
DAL PAI, Daiane; LAUTERT, Liana. Suporte humanizado no Pronto Socorro: um desafio para a enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. Universidade Federal de Santa Maria – RS-2006.
ESPINOLA, Henrique Lopes. A Equipe da Enfermagem e o Acolhimento ao Paciente: Humanização Hospitalar. Orientadora: Prof.ª Fabiana Marchetti Castro. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar Centro Universitário de Araraquara – Uniara, 2014.
MENDES, Karina Dal Sasso; SILVEIRA, Renata Cristina de Campos Pereira; GALVÃO, Cristina Maria. Revisão Integrativa: Método de Pesquisa para a Incorporação de Evidencias na Saúde e na Enfermagem. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP). São Paulo, Brasil.2008.
MARQUES, Isaac Rosa; SOUZA, Agnaldo Rodriguesde. Tecnologia e humanização em ambientes intensivos. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília 2010 jan-fev; 63(1): 141-4.
MORAIS, Gilvânia Smith da Nóbrega; COSTA, Solange Fátima Geraldo da; FONTES, Wilma Dias e CARNEIRO, Alan Dionizio. Comunicação como instrumento básico no cuidar humanizado em enfermagem ao paciente hospitalizado. Acta Paulista Enfermagem. [Online]. 2009, vol.22, n.3, pp. 323-327. ISSN 1982-0194.
SALOME, Geraldo Magela; MARTINS, Maria de Fátima Moraes Salles; ESPOSITO, Vitória Helena Cunha. Sentimentos vivenciados pelos profissionais de enfermagem que atuam em unidade de emergência. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 62, n. 6, Dec. 2009. 
SOUZA, Suzanne Ruscaya; CARLOS, Yasmin de Oliveira; FILHO, Elias Rocha de Azevedo. O papel do enfermeiro relacionado ao cuidado humanizado com o paciente idoso em ambiente hospitalar.  2015; Trabalho de Conclusão de Curso; (Graduação em Enfermagem) - Associação Educativa do Brasil -
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