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* INFLAMAÇÕES Conceito: Inflamações ou flogoses – reações dos tecidos caracterizadas pela saída de líquido e células do sangue para o interstício. Elemento morfológico da inflamação – exsudato celular. Aparecem após ação de agentes lesivos. * Agentes: Físicos Químicos Biológicos Agente inflamatório induz liberação de mediadores (substâncias) – agir nos receptores das células da microcirculação (MC) e leucócitos. Levar a alterações hemodinâmicas e exsudação de plasma e células para o interstício. * * Cessada a ação do agente – reduz a liberação de mediadores – a MC volta ao estado original e o líquido e as células voltam p/ circulação sanguínea (geralmente pelos linfáticos). Necrose – fagocitose do tecido levando a: Regeneração Cicatrização Diferentes fases da reação inflamatória: * Irritativos Vasculares Exsudativos Alterativos (degeneração e necrose) Reparativos Sinais da reação inflamatória: Calor Rubor Dor * Aspectos Morfológicos de Inflamações Experimentais Inflamação induzida pelo calor: Modelo – contato de uma placa quente na pele de rato. Logo após a retirada da placa a pele vai estar: Quente Edemaciada Dolorida * Após 06 - 08 hs surgem bolhas na epiderme seguida de úlcera devido destruição tecidual. Regressão começa em 24 – 48 hs e em torno de 04 dias – curado. Microscópio – alterações que vão ser observadas: Dilatação dos vasos da derme (hiperemia ativa – calor e rubor) Dissociação de fibras colágenas (típico de edema) Maior nº de leucócitos nos vasos e fora deles (exsudação) * * Epiderme com degeneração hidrópica e necrose das céls. (dependendo da temperatura - necrose) Mais tarde – redução da hiperemia e do exsudato celular e mitoses na camada basal das margens da úlcera. Inflamação granulomatosa produzida por ovos de S. mansoni: Ovos são injetados na veia – retidos nos pulmões (capilares). * Fenômenos vasculares: Vasodilatação Hiperemia Levar a exsudação de MØ e EØ – dispostos em torno do ovo. MØ (passar do tempo) – organizar em torno do ovo de modo concêntrico, ficar justapostos e formar interdigitações das membranas plasmáticas . Interdigitações – favorecem o contato entre eles. * * * Esses MØ – perdem a capacidade de fagocitar. Ao M.O. – adquirem aspecto de células epiteliais (células epitelióides). Simultaneamente – MØ em torno do ovo fundem-se formando céls. gigantes multinucleadas – reação granulomatosa. Granuloma – agrupamento organizado de MØ que formam céls. gigantes multinucleadas e epitelióides. * Além dos MØ – granulomas podem conter EØ e LØ. Passar do tempo – proliferação de fibroblastos. Semanas depois – componentes desaparecem ficando uma cicatriz esférica. FENÔMENOS DA INFLAMAÇÃO Irritativos: Modificações provocadas pelo agente nos tecidos. * Modificações – conduzem a liberação de mediadores químicos responsáveis pela inflamação. Mediadores da inflamação: Liberados em tempos diferentes durante a inflamação Mediadores armazenados em terminações nervosas: Taquicininas: vasodilatadora e induz a liberação de histamina pelos mastócitos. Mediadores produzidos e armazenados em células: * Mastócitos e basófilos – produzem e armazenam substâncias (histamina a mais importante) - liberadas quando são estimuladas. * Plaquetas: Serotonina (substância vasoativa que aumenta a permeabilidade vascular e favorece a exsudação plasmática. Mediadores liberados por células lesadas: Células agredidas geram mediadores da reação inflamatória. * Hipóxia – aumenta a liberação de ADP e AMP, dos quais o ADP é vasodilatador arteriolar. Prostaglandinas (PGE2) – vasodilatação e aumento da permeabilidade. Citocinas – substância de natureza proteica (sintetizada por várias céls – leucócitos) Importantes na exsudação e reparação. * Dentre as citocinas: Interleucina I – ativação de NØ e MØ Interleucina II – fator de crescimento p/ céls T Interleucina III – estimula proliferação de céls da medula óssea Interleucinas IV e V – ativação de células B Interleucina VI – hematopoese Interferons (IFN) – atividade antivirótica e multiplicação celular * Citocinas envolvidas na proliferação endotelial e fibroblástica: - PDFG – fator de crescimento deriva de plaquetas FGF – fator de cresc. p/ fibroblastos (MØ e LØ) TGF – céls. endoteliais, plaquetas, MØ, EØ e LØ Fenômenos vasculares: Representados por modificações hemodinâmicas da MC comandadas pelos mediadores químicos liberados durante os fenômenos irritativos. * A principal modificação é: Vasodilatação arteriolar – produzida pela histamina e substância P. Consequência – abertura dos capilares – hiperemia ativa (aumento da permeabilidade vascular – exsudação para o interstício). * Fenômenos exsudativos: Saída dos elementos do sangue p/ o interstício. Prot. plasmáticas exsudadas – aumentam a pressão oncótica – retenção de água. * Circulação linfática – sobrecarregada e seus vasos comprimidos pelo exsudato. Perde a eficiência de drenagem – agrava e mantém o edema inflamatório. * CÉLULAS DO EXSUDATO Fagócitos – células especializadas em fagocitar e matar MO. Divididos em 02 grupos: Polimorfonucleares – NU segmentado (NØ e EØ) Mononucleares - MØ * Neutrófilos Primeira linha de defesa celular. Reservatório medular é grande (exceção bovinos), podendo haver mobilização rápida (infecção). Lançados na circulação e possuem grânulos – morte de bactérias. * Eosinófilos. Possuem grânulos maiores que os NØ. Atuam principalmente contra parasitas e reação alérgica. * São muito menos numerosos que os NØ (2 - 3% dos leucócitos). * Basófilos. Armazenam e liberam mediadores (histamina). Correspondem a 0,5% dos leucócitos. Participam dos processos alérgicos. Possuem grânulos. Macrófagos. Fagocitam do sangue ou da linfa macromoléculas e partículas, eliminam elementos “velhos” do sangue (eritrócitos e plaquetas), capacidade microbicida e tumoricida. * Linfócitos. Liberação de mediadores e efeitos sobre outras céls. (MØ). Sintetizam Ac. 20 – 30% dos leucócitos * Fenômenos alterativos. Esses fenômenos (degeneração e necrose) podem aparecer no início da inflamação (constituindo inclusive a causa do processo). Ex: soda cáustica sobre a mucosa do esôfago – 1º necrose da parede e depois inflamação. Outras vezes – aparecem no transcorrer do processo inflamatório – tromboses. * Fenômenos reparativos. Representados pela neoformação conjuntiva e vascular – reparar os tecidos lesados durante o processo inflamatório. Reparação – ocorre sempre que a necrose não for seguida de regeneração. Alguns casos – processo reparativo excede o esperado p/ reparação – áreas de fibrose maiores. * Áreas de fibrose mais extensas – alteração no funcionamento do órgão. * Fenômenos produtivos. Representados pelas modificações das células do exsudato após sua migração para o interstício. Linfócitos B – diferenciam-se em plasmócitos. Monócitos – transformam-se em MØ. * Inflamações Granulomatosas MØ dependendo dos estímulos que recebem podem formar agregados celulares organizados. Recebem o nome de granulomas. Causadas por agentes insolúveis – ovo de S. mansoni, bacilo da tuberculose. Estudos mostram que as céls. epitelióides secretam um fator desativador de MØ – inibindo a ativação dessas células. * Função – impedir a ativação exagerada que pode levar a danos teciduais. Tem casos em que o agente flogógeno induz a migração de MØ que se agrupam mas não sofrem organização. Agregados são grandes e frouxos. Ex: leishmaniose. Característica dessa infecção – LØ estão ausentes (imunidade está suprimida). Conclusão – resposta imunitária é fator importante na organização dos granulomas. * * Inflamações crônicas não granulomatosas. Inflamação granulomatosa – tem curso crônico. Mas nem toda inflamação crônica – forma granulomas. Inflamações crônicas não granulomatosas – persistência de um agente (parasita). * Processos de Cura das Inflamações Cura com restituição da integridade anatômica e funcional: Forma mais favorável. Ocorre normalmente quando a destruição é discreta e há absorção total do exsudato e do tecido necrosado. Ex: pneumonias sem complicações, inflamações purulentas de pouca extensão. * Células perenes – não se regeneram – sequelas. Cura por cicatrização. Ocorre principalmente – fenômenos alterativos são mais intensos. Consequência da cicatrização – alterações graves. Ex: pulmão – atelectasia intestinos – estenose e obstrução * * * Cura por encistamento Ocorre o encistamento do exsudato e dos tecidos necrosados. Normalmente – exsudato abundante ou por falta de mecanismos de absorção. Exsudato no local – organismo reage formando em torno dele uma cicatriz fibrosa (cápsula). Morte dos agentes – exsudato encistado torna-se estéril. * Cura por calcificação. Calcificação dos exsudatos e tecidos necróticos – um dos processos de cura das inflamações. Inicia-se na parte periférica e progride p/ o centro (parcial ou total). Parcial – podem persistir germes vivos e reativar a inflamação (ex: tuberculose). * * Cura anatômica e cura clínica. Nem sempre há coincidência entre elas nas inflamações. Endocardite curada por cicatrização – problema valvular, hepatite – cirrose. * CLASSIFICAÇÃO, FORMAS E TIPOS DE INFLAMAÇÕES Inflamação Serosa. Exsudação de líquido límpido ou levemente turvo. Quantidade de células é pequena. Geralmente se cura c/ restituição da integridade do tecido. Inflamação Fibrinosa. Predomina a exsudação de fibrina. * Acomete principalmente mucosas e serosas. Morte celular – depósitos de fibrina (início - pouco aderidos, e com o progredir do quadro – placas inelásticas). Exsudação é discreta – cura com restituição da integridade funcional. Mais severa e a exsudação se forma entre dois órgãos (fígado e estômago) – aderência visceral. * * Inflamação purulenta (supurativa). Surge em qualquer órgão ou tecido. Caracteriza-se pela formação de pus (soro, produtos da liquefação do tecido inflamado, piócitos (NØ e MØ mortos)). Liquefação – ação das enzimas dos fagócitos. Inflamação purulenta adquire tipos diversos: Pústula – inflamação purulenta circunscrita da camada superficial da derme que descola a epiderme. * Furúnculo – inflamação causada por estafilococos que penetram nos folículos pilosos e glândulas sebáceas. Abcesso – inflamação purulenta circunscrita nos tecidos. Modalidade normal de cura - cicatrização. Se houver falha na absorção ou eliminação do pus – encapsulado por tecido fibroso. Flegmão – inflamação purulenta difusa com tendência a infiltrar-se no conjuntivo – separa as estruturas atingidas. * INFLAMAÇÕES ALTERATIVAS Inflamação catarral. Acomete as mucosas. Fenômenos – hipersecreção mucosa, morte e descamação das células de revestimento. Consequência – erosões ou ulcerações superficiais Causa – rinite, bronquite. * * Inflamação necrosante e gangrenosa Necrose do tecido – exsudato pode ser fibrinoso, purulento ou hemorrágico. Causa – vírus, bactérias, lesões vasculares. Gangrenosa – sempre secundária à inflamação necrosante. Causa: ação de agentes sobre o tecido necrosado * * Inflamação hiperplásica. Inflamação com estímulo exagerado à proliferação conjuntivo-vascular. Acomete principalmente mucosas – mais espessas Inflamações esclerosantes. Neoformação fibrosa excessiva e retração levando a mudança na arquitetura do órgão e suas funções. Consequência – causa outra doença (insuficiência) * Manifestações Regionais das Inflamações Comum o aumento dos linfonodos que drenam a área inflamada (linfadenomegalia) – devido a: Agente libera antígenos que são levados pelos linfáticos até o linfonodo regional. Isso leva a proliferação celular – aumento de tamanho. Agente é levado pelos linfáticos e chega ao linfonodo. Nele causa inflamação (linfadenite) podendo ser acompanhada de linfangite. *
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