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* NEOPLASIAS Organismos multicelulares – taxa de proliferação celular é controlada por um sistema que permite replicação celular apenas dentro de limites que as mantém em níveis homeostáticos. Neoplasias – há proliferação celular descontrolada. Célula neoplásica: alteração nos mec. regulatórios da multiplicação adquire autonomia de crescimento se torna independente dos controles externos * Definição Proliferações localizadas de células que tem crescimento autônomo e perdem sua diferenciação Nomenclatura e Classificação Carcinoma (“câncer”) – usado p/ tumor maligno. Cancerígeno ou oncogênico – agente causador. Tumores podem ser classificados de acordo com: * Comportamento clínico – benignos ou malignos Aspecto microscópico - histologia Origem da neoplasia – histogenético Critério mais usado Histomorfológico – neoplasia é identificada pela célula que está proliferando. Acrescentam-se sufixo “oma” - benignos / malignos, “carcinoma” – malignos de epitélio de revestimento e “sarcoma” – malignos de outros tecidos. * Tumores Benignos Geralmente não são letais nem causam transtornos sérios ao animal. Taxa de divisão celular é pequena (baixo índice mitótico) – tem crescimento lento. Atipias celulares e arquiteturais discretas – reproduz bem o tecido de origem. Células não se infiltram nos tecidos vizinhos e formam uma massa esférica. Crescimento expansivo - compressão (hipotrofia) * * * * Com frequência – forma-se uma cápsula fibrosa em volta do tumor – bem delimitada (facilmente retirada cirurgicamente). Geral – tumores benignos não sofrem recidiva após extirpação. Pelo fato de não infiltrar ou destruir os tecidos vizinhos – tumor benigno não leva à ulceração (ação espoliativa ausente). * Tumores Malignos Células malignas: Possuem alterações bioquímicas, funcionais e morfológicas variadas Alto índice mitótico – câncer tem crescimento rápido Células malignas – perdem seus aspectos morfológicos específicos. Atipia extrema – anaplasia. * Há tb atipias arquiteturais – céls neoplásicas não se organizam segundo orientação do tecd normal. Outra alteração imp. – membranas plasmáticas são menos aderentes entre si (facilitam seu deslocamento – infiltrar os tecidos adjacentes, penetrar em vasos sanguíneos – metástases). Crescimento infiltrativo – limites do câncer com as estruturas adjacentes são pouco definidos, por isso sua remoção é difícil. * Células malignas – produzem toxinas e causam hemorragias – anemia e caquexia. * * * * Aspectos Morfológicos e Gerais – Macroscopia: Tipo nodular – tumor forma uma massa que tende a ser esférica – em benignos e alguns malignos Vegetante – tumores benignos e malignos que crescem em superfície (pele ou mucosas). Infiltrativo – exclusivo dos tumores malignos – infiltração maciça da região acometida. Quando se forma em órgãos ocos – estenose. Tumor ulcerado – ocorre quase exclusivamente em tumores malignos. Lesão infiltra os tecidos adjacentes e ulcera no centro. * * Microscopia: Tumores que medem 1 – 2 mm recebem nutrientes por difusão. A partir dessa dimensão dependem do desenvolvimento de vasos sanguíneos próprios (s/ eles as células sofrem degeneração e necrose). Formação de vasos sanguíneos nos tumores é feita por fatores angiogênicos produzidas pelas próprias células neoplásicas. Neoplasias não tem inervação. Qto maior a malignidade - + atípica é a arquitetura. * * Teratomas Tumores benignos ou malignos originados de céls embrionárias persistentes que se formam nas gônadas (testículos ou ovários). Nos benignos – grande diferenciação dos tecidos (formam estruturas variadas – pele, ossos, dentes) Malignos – diferenciação é limitada – encontrados apenas raros esboços. * * Características e Propriedades - Células Neoplásicas Aspectos Morfológicos Células cancerosas geralmente são mais volumosas que as normais. Alterações morfológicas mais evidentes estão no núcleo – variações no número e tamanho dos nucléolos. Anomalias cromossômicas – aumento no número de cromossomos. * Alterações citoplasmáticas – menos marcantes (variação na forma e tamanho) Membrana Plasmática – diminuição das estruturas juncionais – menor adesividade entre as células. Características bioquímicas Como um todo – conjunto enzimático das células tumorais é mais pobre que o das normais. Funcionalmente – “simplificada”. * * * Metabolismo Metabolismo da célula cancerosa – dirigido fundamentalmente p/ a obtenção rápida de energia (manter a taxa intensa de divisão celular). Célula maligna – grande aptidão p/ captar aminoácidos e sintetizar proteínas – espoliação. Motilidade Células malignas – “motilidade” considerável * Devido a menor adesividade entre elas e a perda do fenômeno de inibição por contato. Isso faz c/ que possam se deslocar e infiltrar tecidos adjacentes. Funções Celulares Devido a perda da diferenciação celular – células neoplásicas tendem a perder as funções específicas Tipos: * - Tumores anaplásicos – perderam totalmente as propriedades das células de origem. Tumores diferenciados – produzem as mesmas substâncias sintetizadas pelos tecidos normais. No meio das duas – neoplasias com desvios qualitativos e quantitativos variados. Ex: carcinomas de céls glandulares podem produzir hormônios – insensíveis aos mecanismos fisiológicos de controle da secreção – liberação de quantidade excessiva dos mesmos. * Propagação e Disseminação das Neoplasias Tumores benignos – geralmente bem delimitados e crescem de maneira expansiva – comprimem as estruturas sem infiltrá-las. Poder de disseminação – diferença de tumor maligno p/ benigno. Invasão local: * Vasos linfáticos e veias por causa de sua parede mais fina – são mais facilmente penetráveis pelas céls malignas que as artérias. Para sua migração através da MEC e da parede dos vasos, céls malignas precisam se locomover (liberação de enzimas hidrolíticas – desestruturam a rede de macromoléculas). * Invasão local se resume em três etapas: Adesão da cél. tumoral a componentes da MEC. Secreção de enzimas hidrolíticas. Locomoção das céls através da matriz modificada pela ação das enzimas. Repetição desses fenômenos – possibilita a invasão progressiva das células malignas. * * Metástases Formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre as duas. Células cancerosas desprendem da colônia primária – “caminham” através do interstício e ganham uma via de disseminação. Daí são levadas p/ um local distante e continuam a crescer. Alguns casos, a primeira manifestação clínica do câncer – relacionada c/ a metástase. * * Vias de disseminação Linfática – principal via de disseminação dos carcinomas. Regra geral – primeiro sítio das metástases é o linfonodo mais próximo. Linfonodos acometidos ficam aumentados de volume (linfonodo de tamanho normal – conter metástase microscópica) Sanguínea * Células cancerosas atravessam a parede de capilares e vênulas – oferecem pouca resistência a sua penetração – caem na corrente venosa – levadas p/ qualquer parte. Mais de 99% das células cancerosas na circulação morre - MØ e choque mecânico na parede do vaso Outras vias – céls de tumores dos ovários – cair na cavidade peritoneal – produzir metástases. * * Crescimento secundário – última etapa na formação das metástases – chegada das céls neoplásicas e sua proliferação. Morfologia: Metástases apresentam-se macroscopicamente (geral) como nódulos múltiplos, de tamanhos diversos, na superfície ou no interior dos órgãos. Microscopicamente – células atípicas. * Análise – nem sempre é possível estabelecer sua origem. Aspectos biológicos Câncer e suas metástases são constituídos por populações celulares distintas – possuem características próprias. Nem sempre a característica de um tumor primário está presente também nas metástases. * Carcinogênese Hoje – tumores são entendidos como resultado de agressões ambientais em um animal geneticamente susceptível. Oncogenes – genes que, quando presentes em céls do hospedeiro – causariam o aparecimento de um câncer. * Progressão Tumoral Câncer após seu surgimento sofre modificações biológicas que o tornam em geral cada vez mais agressivo e maligno. É o fenômeno conhecido como progressão tumoral Com o tempo vão surgindo diferentes populações celulares dentro da massa neoplásica. * Do clone original vão surgindo outros mais ou menos adaptados (diferentes poder de invasão, de metastatização e resistência às drogas). * Medida que o tempo passa vão sendo selecionados clones mais agressivos e malignos. Modificações nas céls tumorais – instabilidade genética. Quanto mais prolongado for o período entre o surgimento de um tumor e sua detecção clínica – maior a probabilidade de terem ocorrido mudanças genéticas e menor chance da resposta ao tratamento. Exceção - involução espontânea dos tumores (raro) * Efeitos Locais e Sistêmicos das Neoplasias Consequências principais das neoplasias benignas se devem ao seu tamanho, localização ou sua capacidade de produzir substâncias ativas. Cânceres – múltiplos efeitos devastadores provocados na sua sede e a distância. Efeitos locais * Dependem em grande parte da sede e das dimensões do tumor. Quando localizadas dentro ou nas proximidades de canais ou estruturas tubulares – levar a obstruções (digestivo, urinário). Podem tb causar compressão e deslocamentos de órgãos ou estruturas (tumores intracranianos). Outras consequências – ulcerações, hemorragias (tubo digestivo e pele). * Efeitos sistêmicos Relacionados c/ transtornos metabólicos – devido a produção de substâncias tóxicas ou de ação fisiológica. Principais são: Produção de hormônios – neoplasias benignas e malignas de glândulas endócrinas podem causar tanto baixa quanto aumento de hormônios (síndrome de hipo ou hiperfunção). * Caquexia – fraqueza generalizada, anemia e emagrecimento Alterações hematológicas – mais importante é a anemia (destruição medular por infiltração neoplásica ou perdas sanguíneas pelas hemorragias). - Estado de hipercoagulabilidade – céls neoplásicas contém diversos fatores pró-coagulantes que favorecem o aparecimento de trombos. * Manifestações neuromusculares – podem surgir sinais e sintomas de degeneração cerebelar, convulsões (mecanismo desconhecido ??). Mecanismos de Defesa Contra as Neoplasias Tumores clínicos – aqueles que atingiram certo volume e manifestações clínicas. Resultado de uma falha dos mecanismos de defesa específicos do hospedeiro. * Células e Mecanismos Envolvidos na Defesa Macrófago (MØ) – céls mais eficazes na destruição de céls tumorais Linfócito T citotóxico – reconhecem antígenos de membrana de céls neoplásicas - lise das mesmas * Resposta humoral - Ac produzidos nas diferentes fases da evolução do tumor. Células NK – céls c/ morfologia de LØ mas que ñ exigem sensibilização prévia p/ exercerem sua ação tumoricida. Importante mec. de defesa. * Mecanismo de Evasão Mesmo possuindo antígenos e resposta imunitária do hospedeiro, o câncer aparece, se desenvolve e progride. Por alguma razão as células tumorais conseguem evadir dos mecanismos do hospedeiro. Mecanismos responsáveis por esse fenômeno: * - Variação dos antígenos – formação de céls tumorais antigenicamente mais fracas ou sem antigenicidade. Internalização de antígenos – impede seu reconhecimento pelas céls T citotóxicas. Endocitose do Ac após sua reação c/ o antígeno de superfície. Produção de fatores que inibem a migração e o fator citocida dos MØ. Estimulação dos LØ T supressores – essa supressão explica a elevada frequência de infecções oportunistas em animais c/ câncer. * - Liberação de antígenos solúveis – bloqueiam a resposta imunitária celular. * * Imunoterapia dos Tumores Estratégia – transferência de genes. Genes que efeito antineoplásico – introduzidos em células do hospedeiro (LØ). Métodos estão sendo empregados há pouco tempo – eficácia não estabeleciada ainda.
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