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COMPENDIOS DE ECONOMIA MICROECONOMIA VERSAO 01

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
COMPÊNDIOS DE ECONOMIA
Elementos básicos para a compreensão das Ciências Econômicas
Versão 01 – Lições conceituais de Microeconomia
Prof. Dr. Cleber Barbosa
Prof. Ms. Julio César Brito
SUMÁRIO
1ª. PARTE: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ECONOMIA					04
1) CONCEITOS BÁSICOS									04
 	1.1) A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR ECONOMIA					04
 	1.2) ECONOMIA: CONCEITO E DEFINIÇÃO						04
 	1.3) OBJETO DE ESTUDO DA ECONMIA 						06
 	1.4) QUESTÕES ECONÔMICAS FUNDAMENTAIS					06
 	1.5) OS TIPOS DE BENS ECONÔMICOS							07
 	1.6) FATORES DE PRODUÇÃO								07
 	1.7) RECURSOS x NECESSIDADES: A CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO	07
 	1.8) EXPANSÃO DA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO			09
2) AS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA						11
 	2.1) OS AGENTES ECONÔMICOS							11
 	2.2) OS FLUXOS CIRCULARES DA ATIVIDADE ECONÔMICA				11
 	2.3) OS SISTEMAS ECONÔMICOS 							13
2ª. PARTE: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS MICROECONÔMICOS				15
3) A TEORIA FUNDAMENTAL DO MERCADO: A LEI DA DEMANDA E A OFERTA		15
 	3.1) A CURVA DE DEMANDA								15
 		3.1.1) A RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE DEMANDADA E O PREÇO DO BEM	16
 		3.1.2) DESLOCAMENTOS DA CURVA DE DEMANDA: A RELAÇÃO
 		ENTRE A DEMANDA E AS DEMAIS VARIÁVEIS 				17
 			3.1.2.1) A RENDA DO CONSUMIDOR 					18
 			3.1.2.2) O PREÇO DE OUTROS BENS					19
 			3.1.2.3) AS PREFERÊNCIAS E HÁBITOS DO CONSUMIDOR		20
 	3.2) A CURVA DE OFERTA								21
 		3.2.1) A RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE OFERTADA E O PREÇO DO BEM	22
 		3.2.2) DESLOCAMENTOS DA CURVA DE OFERTA: A RELAÇÃO
 		ENTRE A OFERTA E AS DEMAIS VARIÁVEIS					23
 			3.2.2.1) PREÇO DOS INSUMOS						23
 			3.2.2.2) MUDANÇAS NA TECNOLOGIA					24
 			3.2.2.3) O PREÇO DE OUTROS BENS					25
 	3.3) O EQUILÍBRIO DE MERCADO							27
 	3.4) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO DEVIDO A DESLOCAMENTOS
 	DAS CURVAS DE DEMANDA E DE OFERTA						29
 		3.4.1) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DE
 		UM AUMENTO DA DEMANDA							29
 		3.4.2) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DE
 		UMA DIMINUIÇÃO DA DEMANDA 						30
 		3.4.3) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DE
 		UM AUMENTO DA OFERTA							31
 		3.4.4) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DE
 		UMA DIMINUIÇÃO DA OFERTA 						31
4) A TEORIA DO CONSUMIDOR 								32
 	4.1) A ESCOLHA DO CONSUMIDOR							32
 		4.1.1) A ESCOLHA ÓTIMA DO CONSUMIDOR					34
 	4.2) A UTILIDADE MARGINAL								35
 	4.3) A ELASTICIDADE E SUAS APLICAÇÕES						36
 		4.3.1) A ELASTICIDADE DA DEMANDA					36
 		4.3.2) A ELASTICIDADE CRUZADA						39
 		4.3.3) A ELASTICIDADE-RENDA						40
5) A TEORIA DA FIRMA 									41
 	5.1) A ELASTICIDADE DA OFERTA							41
 	5.2) OS CUSTOS DE PRODUÇÃO							42
 	5.3) A EFICIÊNCIA ECONÔMICA							47
 	5.4) O CUSTO MARGINAL								49
 	5.5) CONCEITOS DE ISOQUANTA E ISOCUSTO						51
6) O EQUILÍBRIO DAS ESTRUTURAS DE MERCADO 					55
 	6.1) CONCORRÊNCIA PERFEITA							55
 	6.2) MONOPÓLIO									62
 	6.3) OLIGOPÓLIO									66
 	6.4) CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA							68
 	6.5) ESTRUTURAS PARTICULARES DE MERCADO					69
1ª. PARTE: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ECONOMIA
1) CONCEITOS BÁSICOS
1.1) A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR ECONOMIA
	Nos tempos atuais o conhecimento sobre assuntos econômicos se torna cada vez mais importante e fundamental, pois a Economia se encontra em um ritmo cada vez mais entrelaçada à maior parte dos problemas das sociedades. Não obstante, poucos são os que detêm os conhecimentos necessários sobre esta ciência, sendo que dia após dia os fenômenos econômicos estão cada vez mais presentes na vida de todos. Até mesmo o homem comum, independentemente do grau de seus conhecimentos, de sua profissão, idade e inclinações políticas, procura respostas para os inúmeros impasses econômicos que surgem em seu cotidiano. Quantos, por exemplo, não se defrontam entre financiar ou esperar um pouco mais para comprar à vista um determinado bem? Quantos gostariam de saber como proceder para realizar uma aplicação financeira mais adequada ao seu perfil? Torna-se, portanto, fundamental se obter um conhecimento mínimo sobre uma área que ganha importância com o passar do tempo.
	Embora a atividade econômica tenha sempre causado impacto na história das sociedades, somente em períodos mais recentes é que a Economia ganhou destaque, mais especificamente a partir do século XVIII, quando as grandes descobertas alteraram profundamente a capacidade produtiva. No início do século XX, principalmente nos períodos das Grandes Guerras e na depressão mundial da década de 1930, o estudo econômico ganhou um forte impulso, abrangendo seu interesse por milhares de cidadãos em função dos vários problemas que infelizmente ainda se encontram sem soluções, como a pobreza, a má distribuição da riqueza, o desemprego, etc.
	Instrumentos de análise econômica foram sendo aperfeiçoados, visando o estudo dos elementos determinantes da busca do maior e melhor nível de bem-estar econômico e social para as nações. A interação com os elementos históricos, políticos, geográficos, antropológicos, sociais, jurídicos e até mesmo religiosos, engrandece a Economia como uma ciência multidisciplinar. E o desafio de uma análise desse porte (multidisciplinar) torna a Economia ainda mais completa como ciência social e se constitui em um processo no qual os formuladores de políticas econômicas aumentam a probabilidade de suas eficiências no auxílio do seu instrumental de trabalho e em uma maior exatidão da realidade observada.
	Já no Brasil contemporâneo, os estudos na área econômica passaram a se multiplicar em função da extensão e da profundidade dos problemas que o país se defrontou e ainda continua a enfrentar. Inflação, recessão, elevado nível da taxa de juros, péssima distribuição de renda, são alguns exemplos dos desafios existentes no país, onde a Economia procura encontrar meios para a resolução dos mesmos.
1.2) ECONOMIA: CONCEITO E DEFINIÇÃO
	É muito comum se referir a uma pessoa que gasta pouco seus recursos financeiros de “econômica”. O fato é que esta pessoa é cuidadosa e parcimoniosa em suas despesas. Portanto, o significado de Economia vai um pouco mais além do que o simples pensamento de poupança.
	O termo ECONOMIA é originado das palavras gregas oikos (casa) e nomos (norma, lei). A junção das duas (oikonomia) teria o significado de “administração da casa” ou “o estabelecimento de normas para a casa”. A Economia (formalmente, ciências econômicas) em uma primeira acepção seria, então, o estudo de como adequar os recursos disponíveis dentro do que é necessário para a manutenção vital das pessoas. A grande questão é saber exatamente o que realmente é necessário e vital para as pessoas. Pois, quase que diariamente novos produtos são oferecidos para o consumo, fazendo com que os mesmos deixem de ser vistos como “desejos” para se estabelecerem como “necessidades”. O telefone celular pode ser um exemplo, visto que, quando surgiu era um dos símbolos do consumo para as pessoas mais ricas e hoje, muitos dependem do mesmo para exercerem suas atividades profissionais, tornando-se ou se fazendo tornar, portanto, indispensável à sobrevivência de quem os adquire. 
	Não somente este exemplo, mas a estratégia de vendas de várias empresas procura cada vez mais estimular o consumo, tornando os produtos já existentes no mercado obsoletos em uma velocidade cada vez maior. E associado ao uso intenso de propaganda, acaba por despertar desejos e estimulando a posse por novos produtos, onde em certos casos se transformam até em necessidades.
	Independente de questões empresariais, o certo é que o ser humano possui necessidades básicas vitais (alimentação, vestuário,habitação) e outras que podem ser consideradas essenciais (educação, cultura, lazer, etc.). É claro que existem outras necessidades secundárias que visam aumentar o bem-estar de um indivíduo, como aquisição de algum aparelho eletrodoméstico, por exemplo. E outras não tão necessárias assim, sendo muito mais um estímulo ao ego pessoal do que uma necessidade inerente ao processo de sobrevivência. Mas esta é uma decisão pessoal, de cada indivíduo na sociedade.
	Em todos os casos, surge nesse contexto um problema de se tentar adequar as várias necessidades (e os mais diversos desejos) individuais de uma sociedade dentro de uma limitação de recursos. Tal como um orçamento familiar, onde são verificadas quais são as prioridades de consumo, uma vez que não dá para adquirir tudo que se almeja ao mesmo tempo e com os mesmos recursos.
	Cabe, portanto, à Economia, em uma de suas funções, este desafio de tentar equilibrar os limitados recursos com as necessidades e desejos que se tornam cada vez maiores, ao passo até de se afirmar que são ilimitados. Já que não se pode produzir tudo o que as pessoas desejam, devem ser criados mecanismos que de alguma forma auxiliem a sociedade a decidir quais bens serão produzidos e quais necessidades serão atendidas. Sendo assim, a Economia pode ser definida como:
A ciência que estuda o modo pelo qual se administram os recursos escassos, com o objetivo de se produzir bens e serviços para satisfazer as necessidades ilimitadas entre os membros de uma sociedade ou sistema econômico.
 	Em outras palavras, a Economia estuda como as pessoas e as organizações de uma determinada sociedade se empenham para produzir e adquirir seus bens gerados, fazendo suas escolhas e tomando decisões, de forma que os recursos escassos possam contribuir do melhor modo para satisfazer as necessidades e os desejos cada vez mais ilimitados.
	A Economia, assim como as demais ciências, não é um estudo isolado. Ela se relaciona e é auxiliada por outras ciências para realizar suas investigações. A Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, a História, a Geografia são exemplos de ciências com as quais a Economia troca experiências em várias situações. E apesar de ser considerada uma ciência social, a Economia também faz uso do auxílio das Ciências Exatas, através da Matemática e da Estatística.
	Um fato que merece destaque em relação à Economia é que ela por ser uma ciência social, o tratamento dados aos fenômenos observados não alcançam com a mesma exatidão o rigor típico das ciências experimentais e das ciências exatas. Visto que as “leis econômicas” são de probabilidade e de hipóteses, seus resultados só serão verificados se as condições que foram previamente estabelecidas para a sua formulação estiverem de acordo com os prognósticos. Ou seja, a realidade somente se comportará de forma prevista quando os elementos analisados não sofrerem perturbações além daquelas previstas e relacionadas para análise posterior à formulação de leis.
	As proposições econômicas podem se alterar com o tempo dado o desenvolvimento da sociedade e da organização econômica. O “laboratório” das ciências econômicas é a própria sociedade, cujo comportamento não pode ser inteiramente condicionado ou controlado. Se fossem observadas as ações e reações de um único agente, não se teria segurança suficiente para formular um comportamento que pudesse ser generalizado como válido e representativo da realidade. Para a generalização e a validação, torna-se indispensável um número estatisticamente significativo de observações. 
	Na verdade, o que se observa nas leis econômicas são as tendências gerais das decisões de um grupo social. Mesmo se tratando de pessoas e gestos modificáveis, as leis da Economia não são destituídas de maior fundamento. Apenas o seu grau de precisão não é equiparável ao alcançado pelas Ciências Experimentais e Exatas. Além disso, implicitamente, a Economia se prevalece da condição ceteris paribus, ou seja, quando todos os demais fatores, com exceção daqueles em observação, permanecerem inalterados. Por exemplo, se um economista deseja saber qual a relação entre a elevação do consumo e o aumento da renda, ele irá desconsiderar as demais influências que possam atingir esta análise como a alteração no desejo de poupar, o surgimento de novos hábitos de consumo, preferências, gostos, etc.
	Conseqüentemente, a validade de uma relação econômica está contida por determinado grau de hipóteses, lembrando ainda que, nem sempre um princípio válido para um indivíduo será aplicado para toda uma sociedade, o chamado sofisma da composição.
	Para facilitar seus estudos e análises, a Economia é tradicionalmente divida em duas partes. Estas se constituem no que se entende por Teoria Econômica: a teoria microeconômica (microeconomia); e a teoria macroeconômica (macroeconomia). A microeconomia analisa o comportamento das unidades econômicas de forma individual, como as famílias e as empresas, assim como as relações entre aqueles que oferecem e aqueles que desejam adquirir certo produto. Por exemplo, a microeconomia estuda o comportamento do preço do arroz, do cimento e dos veículos, de uma forma individual, analisando ainda como se comportam os compradores e os vendedores sobre o preço de cada item.
	Também são estudadas na microeconomia as condições de concorrência entre empresas que constituem um mesmo mercado, analisando inclusive, como se comportam os compradores e os vendedores diante de alterações ocorridas nos preços e nas quantidades dos bens comercializados.
	Já a macroeconomia se encarrega de realizar análises de forma global, agrupando o comportamento individual de vários aspectos. Ela estuda o que determina e o que modifica o comportamento de certas varáveis agregadas, tais como a produção total dos bens, o montante de salários, as despesas do governo, etc. Por exemplo, na macroeconomia se observa não somente o comportamento do preço do arroz, do cimento, e dos veículos, mas sim todos de uma forma mais abrangente, englobando ainda outros aspectos que venham a provocar uma interferência sobre eles.
1.3) OBJETO DE ESTUDO DA ECONMIA
	Pela própria definição da Economia, observa-se o principal problema a que ela se submete: a escassez dos recursos, tentando consorciá-la com as necessidades e os desejos crescentes dos cidadãos. Pois, já que não se pode e não se consegue produzir tudo o que todas as pessoas desejam e necessitam ao mesmo tempo, mecanismos são criados para auxiliar as sociedades na decisão de quais bens serão produzidos e quais necessidades e desejos serão atendidos.
1.4) QUESTÕES ECONÔMICAS FUNDAMENTAIS
	Conforme descrito, os recursos são insuficientes para atender a todas as necessidades e desejos de uma sociedade. Sendo assim, a Economia com uma ciência de escolha, na sua função de conciliadora entre recursos e necessidades, se depara diante das seguintes questões fundamentais:
O que produzir: Como não há recursos suficientes, a sociedade deve direcionar seus anseios para saber quais serão prioridades. Deve-se produzir mais veículos ou roupas? Cana-de-açúcar para combustível ou feijão para alimentação?
Quanto produzir: Da mesma situação da escolha do que produzir, a sociedade também deve se atentar para saber as quantidades ideais que irão satisfazer os inúmeros desejos. Produzir álcool combustível com abundância e assim ter uma oferta generosa do produto ou limitar as quantidades e poupar os insumos e demais gastos na geração desta fonte de energia?
Como produzir? A combinação dos fatores de produção é importante para se saber como serão produzidos os bens. O que se irá combinar, que tecnologias serão empregadas? Tecnologias poupadoras ou intensificadoras de mão-de-obra?
Para quem produzir: Uma outra decisão difícil a ser tomada se refere a quem irá receber os bens produzidos. Qual o modo ou critério de distribuição? Construir mais casas populares ou apartamentos de luxo? A distribuição ocorrerá segundo a contribuição individual ou de acordocom a necessidade da sociedade?
1.5) OS TIPOS DE BENS ECONÔMICOS
 	De modo geral, pode-se dizer que BEM é tudo aquilo que permite satisfazer as necessidades humanas. Existem bens que são encontrados com abundância e fornecidos pela natureza não implicando em alguma relação econômica para obtê-los. Esses bens são chamados de livres, onde seu custo é considerado zero (não possuem preço), como por exemplo, o ar.
	Os bens de uma organização econômica podem ser de consumo, quando são destinados à satisfação direta das necessidades humanas, e em bens de capital, quando são destinados à produção de outros bens (máquinas e equipamentos, por exemplo). Além disso, os bens podem ser ainda de uso mais prolongado (como eletrodomésticos), considerados duráveis, ou de uso mais rápido e denominados de não-duráveis ou perecíveis.
	Há ainda a questão da distinção entre bens intermediários ou insumos, que são aqueles adicionados na composição de um outro determinado bem, sofrendo transformações em seu aspecto inicial (como por exemplo, o aço na fabricação de automóveis). Os bens finais são aqueles direcionados para o consumo imediato, sendo em várias vezes fruto da soma dos bens intermediários (como o automóvel).
	Os bens também podem ser tangíveis, quando se há a possibilidade de tocá-los, ou intangíveis, como os serviços que, mesmo sem criar algum objeto material, se destinam igualmente a satisfazer as necessidades humanas (serviços médicos, consultorias, transportes, etc).
1.6) FATORES DE PRODUÇÃO
	Para que as necessidades e os desejos sejam realizados, é necessária a produção de bens ou serviços. E para isso torna-se fundamental o uso dos recursos.
	Os recursos são compreendidos como sendo os elementos utilizados em um processo produtivo, também denominados de Fatores de produção e são classificados nos seguintes grupos:
Terra: fundamental para a instalação das empresas, produção agropecuária, produção mineral e demais locais para a fixação de outros organismos e instituições fundamentais para a geração de bens e serviços para a sociedade;
Trabalho: refere-se a todo esforço humano, físico ou mental, adicionado na produção de bens ou serviços;
Capital: conjunto de bens fabricados, mas que não se destinam à satisfação das necessidades diretamente (consumo final), e sim utilizados no processo de produção de outros bens. Ele inclui edifícios, estoques, máquinas e equipamentos, matérias-primas, mobiliários, etc.;
Capacidade empresarial: alguns economistas passaram a diferenciar um outro fator de produção, onde a figura do empresário é vista como fundamental em uma sociedade, pois é ele quem reúne os demais fatores produtivos, assumindo todos os riscos inerentes à elaboração e produção dos bens e serviços;
Capacidade tecnológica: assim como a capacidade empresarial, alguns economistas também diferenciam a capacidade tecnológica como sendo um outro fator produtivo, desagregando-o do fator capital. Seria a capacidade de elevar a produção de um bem, utilizando novas combinações dos demais fatores e com isso oferecendo novos bens ou os mesmos por preços mais inferiores e com isso, destacando-se da concorrência.
OBS: Em Economia, ao menos que se determine o contrário, o termo “capital” significa capital físico, isto é, máquinas, equipamentos, edifícios, e não capital financeiro. Uma carteira de ações, por exemplo, não constitui um recurso produtor de bens e serviços, portanto, não sendo considerada “capital” no sentido econômico. Ao se realizar a compra de ações emitidas, não acontece um investimento real, pois somente ocorre a troca de propriedade das mesmas. Do mesmo modo, em Economia é necessário distinguir capital humano, entendendo-se por este como sendo a educação e a formação profissional que incrementam o rendimento do trabalho.
1.7) RECURSOS x NECESSIDADES: A CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO
	Conforme já descrito, a Economia é uma ciência ligada a problemas de escolha. E na vida somos forçados a escolher continuamente. Quando se opta por algo, acaba por se renunciar a outras coisas. Como os recursos disponíveis são escassos, somente se é capaz de se satisfazer uma necessidade ao se abrir mão de outra. Não há recursos materiais suficientes, trabalho nem capital para produzir tudo o que as pessoas desejam. Por isso, é necessário escolher entre as diferentes opções que se apresentam. 
	Como exemplo, considere uma fazenda onde somente haja a plantação de duas culturas, soja e milho. Partindo da suposição que esta fazenda possua uma faixa considerável de terras cultiváveis, instalações e maquinários suficientes e um certo número de trabalhadores, além de o proprietário possuir um certo conhecimento sobre cultivos, pode-se dizer que esta área rural é detentora dos fatores de produção necessários para a obtenção de determinados bens.
	Porém, surgem algumas dúvidas para o fazendeiro: quanto de terra deve destinar para a plantação de milho? E para a plantação da soja? Deve o fazendeiro utilizar mais trabalhadores ou empregar mais tratores? Deve intensificar a produção visando o mercado externo ou interno? Produção para o consumo final ou servindo de bem intermediário?
	Estas dúvidas são relativas às questões econômicas e estão ligadas diretamente a Curva de Possibilidade de Produção. Para facilitar o entendimento, as dúvidas serão resumidas em apenas uma, a que se refere ao quantitativo a ser produzido de cada cultura.
	Se o fazendeiro utilizar toda a terra para plantação de milho, nada sobrará para a plantação de soja. O mesmo ocorrerá inversamente se ele resolver plantar somente soja. Estas seriam opções extremas. É claro que existem opções intermediárias, dando-se preferência para o plantio de mais ou menos de uma determinada cultura em relação a outra. Observe a tabela abaixo, exemplificando algumas possibilidades de produção entre as duas culturas.
Tabela 01
Possibilidades de produção em uma fazenda
	Alternativa
	Soja (em quilos)
	Milho (em quilos)
	A
	O
	8000
	B
	1000
	7500
	C
	2000
	6500
	D
	3000
	5000
	E
	4000
	3000
	F
	5000
	0
	As alternativas “A” e “F” representam as extremas possibilidades de produção. A alternativa “A” representa a plantação total de milho. Por sua vez, na alternativa “F” todos os recursos são destinados para a plantação total de soja. Entre os dois pontos há possibilidades intermediárias, combinando produções de ambas as culturas, representadas pelas alternativas “B”, “C”, “D” e “E”, que refletem a disposição do produtor em optar pela produção conjunta de ambos os bens. A figura 01 abaixo representa graficamente a tabela 01.
Figura 01
Curva de Possibilidade de Produção
Milho (quilos)
8000 A	Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção
7500 B
6500 C H
5000 D
3000 G 
 				 E
 F
 soja (quilos)
 0	1000	2000	3000	4000	5000	
	A linha que une as alternativas de produção é denominada de Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção, apontando todas as possibilidades máximas possíveis para a produção de milho e soja. Não se deve esquecer que todos os recursos (fatores de produção) estão sendo empregados e utilizados ao máximo. Isto significa que um ponto localizado à esquerda da Curva (no exemplo, o ponto “G”) é uma situação onde os recursos não estão sendo utilizados plenamente. Em situação inversa, qualquer ponto localizado à direita da Curva (no exemplo, o ponto “H”) significa uma produção impossível na atual conjuntura de ser alcançada (com todos os recursos empregados), visto que não há recursossuficientes para que isto ocorra, pois todos os fatores de produção estão sendo empregados.
	Nesta situação de plena utilização dos recursos, a única alternativa para se aumentar a produção de uma determinada cultura é com a diminuição da produção da outra envolvida. É o que se chama de tradeoff, ou seja, tomada de decisão onde se exige comparar um objetivo com outro e, por conseguinte, abrir mão de algo para se conseguir outra coisa.
1.8) EXPANSÃO DA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO
	Como ampliar então a produção de vários produtos? Visto que a população aumenta com o passar do tempo, como atender a todos se a capacidade produtiva estiver em completo uso, isto é, todos os fatores de produção estiverem sendo empregados e utilizados ao nível máximo possível?
	A superação dos pontos máximos de uma Curva de Possibilidade de Produção pode ser verificada de dois modos: através da expansão na utilização dos fatores de produção (aumento do número de fábricas, maior emprego de máquinas, utilização de mais trabalhadores) e um incremento tecnológico elevando a produtividade.
Figura 02
Deslocamento da Curva de Possibilidade de Produção
Milho (quilos)
8000 A				Deslocamento da Curva de Possibilidade de Produção
7500 B
6500 H
		 C
5000 
			 D
3000 G E
0 F
 soja (quilos)
	1000	2000	3000	4000	5000
	Observando a figura acima, nota-se que o ponto “H” é um ponto além da Curva de Possibilidade de Produção, indicando algo não possível de ser alcançado. Porém, com a expansão dos fatores de produção, o ponto poderá ser alcançado, possibilitando novas (e maiores) combinações de produção.
	Por esta figura, nota-se que, para um país aumentar a sua capacidade produtiva, é fundamental elevar a sua possibilidade de produção. E a história aponta para esta situação, onde países que hoje possuem o mais elevado grau de desenvolvimento, foram os mesmos que no passado investiram fortemente na infra-estrutura, possibilitando elevar a capacidade de geração de novos produtos nos tempos atuais.
	Tecnologia incipiente, recursos humanos mal-preparados, insuficiência de capital, capacidade empresarial pouco agressiva e reduzidas possibilidades de incorporação dos recursos naturais às atividades econômicas constituem, evidentemente, barreiras ao processo de expansão das possibilidades de produção, pois este exige significativos estoques de fatores produtivos.
	O crescimento de uma economia depende também da forma como operam as unidades de produção. Isso significa que a debilidade do complexo empresarial é incompatível com a promoção do crescimento e a expansão da Possibilidade de Produção, pois a eficiência do aparelhamento produtivo, diretamente relacionada ao nível das possibilidades de produção, manifesta-se a partir da melhor utilização possível dos recursos disponíveis.
	Como exemplo, há a possibilidade de uma aplicação da Curva de Possibilidade de Produção em relação aos dilemas da política econômica brasileira. De um lado, se tem o uso de recursos para produzir bens que atendam a sociedade (bens sociais como os bens de consumo para alimentação, vestuário etc), o que colocaria o país como uma nação com fins sociais mais imediatos, possibilitando caracterizá-lo como Brasil Social. De outro lado, a utilização dos recursos para bens para o investimento e assim aumentar futuramente a capacidade econômica do país, sendo então o Brasil Potência. Surge então uma ótima oportunidade para uma discussão sobre as vantagens e desvantagens de cada uma dessas duas políticas. Que tal o desafio?
Figura 03
Curva de Possibilidade de Produção
Bens de consumo
				Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção do Brasil
 
 Bens de investimento
2) AS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA
2.1) OS AGENTES ECONÔMICOS
 	Em uma sociedade existem várias atores que assumem o papel de produzir os bens e serviços finais, ao passo que outros se dedicam a outras funções, como a de fornecedores de fatores de produção. Cada indivíduo, que de uma forma ou de outra participa de alguma atividade econômica, é denominado de agente econômico. Suas ações contribuem para o funcionamento da economia. E os agentes econômicos responsáveis por cada atividade econômica são:
Famílias: incluem todos os indivíduos e unidades familiares da economia, responsáveis pela aquisição dos bens e serviços gerados, visando a satisfação de suas necessidades. As unidades familiares são responsáveis pelo fornecimento dos fatores de produção, fundamentais para a elaboração e oferta dos bens e serviços à sociedade. Por isso, em termos econômicos, as famílias são consideradas as “proprietárias” dos fatores de produção;
Empresas: também denominadas como unidades produtivas, são encarregadas de reunir os fatores de produção e transformá-los em bens e serviços com vistas a atender ao interesse econômico;
Governo: possui várias atribuições e engloba todas as organizações nas esferas federal, estaduais e municipais, inclusive as empresas estatais. Muitas vezes o Governo atua como “empresário”, quando produz certos bens e serviços, outras vezes como demandante, através da aquisição de materiais, suprimentos e serviços visando a realização de suas tarefas. O Governo pode ainda atuar como interventor da economia de um país através de leis, regulamentações e controles, tendo em vista a finalidade de disciplinar os demais agentes econômicos;
O setor externo: com a elevação das transações comerciais internacionais, o setor externo passou a ser visto também como uma espécie de agente econômico, visto que possui papel de demandante dos bens e serviços produzidos internamente, além de oferecer novos fatores de produção para o processamento dos produtos fabricados no país.
2.2) OS FLUXOS CIRCULARES DA ATIVIDADE ECONÔMICA
	Uma dinâmica simplificada da organização econômica pode ser resumidamente descrita através da exemplificação via utilização de dois fluxos fundamentais e com o uso de somente dois agentes econômicos. O primeiro fluxo, identificado como fluxo real, descreve as relações entre as unidades familiares (proprietárias dos recursos) e as unidades de produção (empresas) na realização de bens e serviços. E o segundo, identificado como fluxo monetário, descreve o processo de movimentação e circulação da renda, bem como sua utilização e destinação, através também das relações entre unidades familiares e unidades de produção.
	As unidades familiares incluem todos os indivíduos que, direta ou indiretamente, participam das atividades produtivas e consomem os bens e serviços finais elaborados. De outro lado, as empresas se empenham na compra, aluguel ou emprego dos fatores de produção, bem como na venda dos bens e serviços por elas elaborados.
	Esses dois agentes inter-relacionam-se diretamente, dando origem à produção real de bens e serviços. As unidades familiares fornecem trabalho, capacidade empresarial, capacidade tecnológica, recursos da terra e poupanças para a formação do capital (fatores de produção). Tais fornecimentos fluem para as unidades de produção, onde são empregados e combinados para a elaboração dos bens ou serviços. Finalmente, completando o fluxo, os bens e serviços se movimentam das unidades de produção para as famílias, destinando-se a atender as suas necessidades e desejos.
Figura01
Fluxo Real entre unidades familiares e unidades produtivas
Fornecimento dos fatores de produção
Fornecimento de bens e serviços
Figura 02
Fluxo monetário entre unidades familiares e unidades produtivas
Remuneração dos fatores de produção empregados
Pagamento pelos bens e serviços adquiridos
	À medida que se desenvolve o fluxo real, gera-se simultaneamente o fluxo monetário. Ao empregar os fatores de produção fornecidos pelas unidades familiares, as unidades produtivas os remuneram em contra-partida. De posse das diversas formas de remuneração, as unidades familiares adquirem poder aquisitivo para desfrutar dos bens e serviços disponíveis. As unidades familiares retransmitem para as unidades produtivas, pelos preços pagos quando das aquisições, os fluxos monetários delas originados.
 	Esta “troca” entre estes agentes econômicos (famílias e empresas) produz os chamados fluxos circulares da atividade econômica, que retrata como a economia se movimenta, representados de forma simplória através da figura abaixo.
Figura 03
Fluxos circulares da atividade econômica
Fluxo monetário de pagamentos dos fatores de produção
Fluxo real dos recursos (fatores de produção)
Fluxo real de bens e serviços
Fluxo monetário de pagamentos (aquisição) de bens e serviços
2.3) OS SISTEMAS ECONÔMICOS
 	Até agora foi dito sobre quem produz, quem são os detentores dos fatores de produção e como de certa forma eles se relacionam. Porém, surgem algumas dúvidas. Onde e como estão organizados estes agentes? As respostas podem ser dadas na forma como estes agentes estão entrosados, ou simplesmente, como a sociedade a que eles estão atrelados está organizada. E esta organização é denominada de sistema econômico, definida como:
As diversas formas de relação e inter-relação em que uma sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação, distribuição e consumo dos bens e serviços, visando satisfazer as necessidades dos seus habitantes.
 	Sem a reunião de recursos humanos e patrimoniais, nenhuma forma de atividade econômica é possível, pois esta só se desenvolve a partir da existência de uma certa faixa de população economicamente ativa, de capacidade empresarial, de capital, de tecnologia e de recursos naturais.
	A importância econômica desses elementos só se completa e se realiza quando eles puderem ser reunidos e combinados. Por si só, nenhum deles é capaz de constituir um sistema econômico. Tais recursos só alcançam sua plena significação econômica quando mobilizados pelas unidades produtivas (empresas). E ainda, nenhum sistema econômico é possível sem que coexista um arcabouço de elementos jurídicos para disciplinar os interesses individuais e coletivos de seus segmentos, determinando as esferas de ação, deveres e obrigações dos agentes econômicos. Assim, todas as leis, regras, regulamentos, costumes e práticas e suas relações com os agentes econômicos acabam por auxiliar na constituição de um sistema econômico.
	Basicamente, existem três formas de sistemas econômicos, a saber:
Sistema de Economia de mercado: é o sistema baseado nas idéias de Adam Smith, no qual possui como característica maior a propriedade privada dos meios de produção, visando a obtenção de lucros através de suas aplicações. O “mercado” passa a ser o sistema regulador, determinando o que, quanto, como e para quem produzir. Por “mercado” se compreende um “espaço” onde haja o contato entre agentes que desejam comprar e vender bens e serviços e assim realizando transações comerciais, podendo ser feiras, lojas, bolsa de valores, Internet, etc. Não se refere apenas à presença física, mas sim suas intenções de compra e venda.
Economia Planificada: sistema econômico baseado nas idéias de Karl Marx, onde prevalece a propriedade estatal dos meios de produção. As decisões econômicas (o que, quanto, como e para quem produzir) são decididas através de um planejamento elaborado e coordenado pelo Estado.
Economia Mista: sistema que hoje ocupa um percentual significativo entre os países. É um sistema que mescla os dois sistemas anteriores, diferenciando no grau da participação do Estado na economia. Isto significa que, além dos serviços básicos essenciais (saúde, educação, segurança, etc.) o Governo também se responsabiliza em produzir algum bem ou oferecer algum serviço diretamente, através das suas empresas estatais. O Governo também realiza intervenções na economia através de leis e regulamentos, tributos e demais instrumentos. Sua presença, seja como agente regulador ou até mesmo como produtor, ocorre pela ação estratégica de promover e preservar a eficiência do mercado ou quando não se verifica o interesse (ou meios) da iniciativa privada em atuar em algum determinado segmento.
 	Independente de qual sistema econômico esteja vigorando, as atividades econômicas de uma sociedade se encontram em qualquer um dos tipos acima citados. Desta forma, as unidades produtivas podem ser agrupadas e classificadas de acordo com as características fundamentais ligadas à sua produção. Conseqüentemente, os setores que compõem um sistema econômico independente de sua forma de organização são:
Primário: caracterizado por reunir unidades produtoras que utilizam intensamente os recursos naturais, não introduzindo transformações substanciais que alterem seus produtos. Como exemplo, estão as unidades produtoras que desenvolvem atividades agropecuárias e de extração mineral;
Secundário: constituído por unidades produtoras que visam transformar os recursos naturais ou outros bens anteriormente produzidos, através da intensa utilização de capital (máquinas e equipamentos). Montadoras de automóveis, tecelagens e fábricas de eletrodomésticos são exemplos do setor secundário;
Terciário: este setor se caracteriza pelo fato de que seus bens gerados são intangíveis; são os serviços. Bancos, escolas, empresas de telefonia, atividades de comércio, são alguns dos exemplos de unidades produtoras que compõem o setor terciário.
2ª. PARTE: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS MICROECONÔMICOS
	A Economia é dividida em dois campos de análise. Nesta parte será tratada a microeconomia, responsável pelo estudo do comportamento individual das famílias e das empresas, assim como os fatores que implicam na ampliação ou diminuição da oferta de bens e serviços. Há situações que implicam diretamente na escolha do consumidor, como preço, preferência e a necessidade do bem, podendo alterar a demanda do produto. Da mesma forma, as empresas podem ou não responder a essas alterações observadas na demanda, em função dos custos envolvidos na ampliação da produção.
3) A TEORIA FUNDAMENTAL DO MERCADO: A LEI DA DEMANDA E A OFERTA
	Em uma economia de mercado dificilmente irá existir alguma empresa (com fins lucrativos) que inicie seus negócios sem antes pensar se existem compradores para os seus produtos. Em termos econômicos, investigará se há demanda e ainda, como esta se comporta em função de algumas variáveis inerentes às atividades comerciais.
	Isso significa que um empresário deve saber que preço cobrar e quais quantidades podem ser colocadas no mercado. Ou melhor, até que ponto poderá cobrar determinado preço e quais as quantidades que os consumidores estarão dispostos a adquirir em função dos preços. Como um empresário visa maximizar seus lucros, o ideal para ele é cobrar preços mais elevados em conjunto com uma oferta maior de produtos.
	Porém, resta saber se os consumidores estarão dispostos a arcar com essa tendência de maximização dos resultados. Se os consumidores tiverem força suficiente para deter esse processo de alta nos preços, certamente irão fazer, pois não irão desejar pagar a mais por algo que percebem que não possui tanta necessidade de ter preços tão elevados.
	Conseqüentemente, produtores e consumidoresentrarão em um “acordo” para a realização do negócio, ou seja, que se possa adquirir determinadas quantidades de um produto e pagar o preço cobrado pelo mesmo. E em função desse “acordo” surge o primeiro instrumento de análise econômica, que é a Lei fundamental do mercado, a chamada Lei da demanda e da oferta.
3.1) A CURVA DE DEMANDA
	Oferta e demanda são as forças que movem as economias de mercado. Elas determinam, na maior parte, as quantidades dos bens que são colocados à disposição da população, assim como o seu consumo e preços. Porém, o que leva os consumidores a adquirirem determinadas quantidades de determinados produtos? Por que levar mais em um momento e menos em outro? Por que as empresas elevam suas ofertas em um período e diminuem em outros? Ou seja, quais os fatores ou variáveis que influenciam a demanda e a oferta?
	Inicialmente, analisar-se-á estas influências pelo lado da demanda. Os estudos sobre o lado de quem tem a intenção de adquirir algum bem traduzem as hipóteses de escolha perante as diversas alternativas existentes. O consumidor, por exemplo, tem como limite a sua renda disponível para a realização do seu desejo. Ele irá confrontar a renda que possui com o preço do bem a ser adquirido.
	Um outro fator que influencia na demanda é o preço de demais bens existentes no mercado, que podem substituir o produto em questão. Ou seja, a existência de bens substitutos que podem alterar a preferência do consumidor, fazendo com que este passe a demandar outros produtos e não aquele inicialmente em destaque. Ou mesmo a situação da elevação de um preço de um bem que se torna complementar ao consumo de outro bem (por exemplo, o crescimento do preço do pão, refletindo na queda do consumo de margarina).
	É claro que, mesmo existindo no mercado produtos concorrentes, a preferência do consumidor só sofrerá alterações significativas se estes conseguirem influenciar o gosto do mesmo, ao ponto de haver a substituição no consumo do bem.
	Resumidamente pode-se afirmar que a demanda de um consumidor é influenciada por algumas variáveis, sendo consideradas as principais as seguintes descritas abaixo:
- preço do bem;
- renda do consumidor;
- preço de outros bens;
- preferência do consumidor.
	Traduzindo para uma expressão matemática, pode-se dizer que a demanda é função dos seguintes elementos:
D = f (P, R, P1...,G), onde:
D = demanda 				P1... = preço de outros bens
P = preço do bem 			G = gosto ou preferência do consumidor
R = renda do consumidor
	Observa-se, portanto, que todos esses elementos possuem forças para alterar a demanda de forma simultânea. Neste sentido, torna-se difícil avaliar ao certo ponto o efeito que cada um exerce sobre a demanda. Então, para se estudar como cada um destes elementos influenciam as quantidades demandadas, a teoria microeconômica utiliza um instrumental que permite a visualização isolada de cada um. A esta situação denomina-se, como já visto anteriormente, ceteris paribus, que expressa que tudo o mais permanecerá constante. Ou seja, se há o desejo de se observar como a renda influencia no consumo, ceteris paribus o consumo é função da renda e todos os demais elementos não irão se alterar enquanto esta análise estiver sendo feita.
3.1.1) A RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE DEMANDADA E O PREÇO DO BEM
	Toma-se como elemento inicial de investigação sobre as influências na demanda, o preço de um bem. Sabe-se que compradores (pelo lado da demanda) e produtores (pelo lado da oferta) reagem de modo diferente em relação às variações dos preços. Em tese, a quantidade que uma pessoa demandará de um determinado bem dependerá do seu preço. Isto significa que, quanto maior o preço de um determinado bem, menor tenderá a ser a quantidade que cada indivíduo estará disposto a comprar. Analogamente, quanto menor o preço, maior será o número de unidades que um indivíduo tende a adquirir. Isto porque o preço de um bem é considerado o elemento mais importante para as decisões de consumo.
	Como as quantidades demandadas (QD) dependem diretamente do nível dos preços (P) ceteris paribus, pode-se dizer que há uma relação funcional de dependência entre as variáveis QD e P. Essa relação pode ser expressa matematicamente por uma função elementar, cuja notação é dada por:
 	QD = f(P), mantendo-se os demais fatores constantes
	Graficamente, a demanda de um consumidor pode ser expressa através da interseção de combinações possíveis entre preço e demanda, demonstrada da seguinte forma abaixo:
Figura 01
Curva de demanda
Preço
6
5
			 Curva de demanda
4
3
2
1
					Quantidade demandada
0 1 2 3 4 5 6
	O gráfico acima representa a demanda individual ou mesmo a curva de demanda de mercado, traduzindo-se no somatório das demandas individuais para um determinado bem, pois reflete a mesma percepção de vários indivíduos (mercado) em relação a movimentação do seu preço.
	Imagine por exemplo, um mercado hipotético de café composto somente por duas pessoas, com as seguintes escalas de demanda:
Tabela 01
Demanda total de mercado
	Preço
($/unidade)
	Quantidade demandada (quilos de café/ mês)
	
	Consumidor 01
	Consumidor 02
	Mercado total
(01 + 02)
	4,00
	02
	03
	05
	3,00
	03
	05
	08
	2,00
	04
	07
	11
	1,00
	05
	09
	14
	A escala de demanda de mercado será dada pela soma das quantidades demandadas das duas pessoas a cada preço. Ao preço de $4,00 eles estarão dispostos a comprar 5 quilos de café por mês. Seguindo o mesmo raciocínio, ao preço de $2,00 estarão em conjunto dispostos a adquirirem 11 quilos por mês e assim por diante em relação aos outros preços. Os gráficos abaixo apontam a curva de demanda de mercado obtida a partir das curvas de demanda individuais.
Figura 02
Representação da demanda total de mercado
		Consumidor 01		Consumidor 02			Mercado total		
 Preço				Preço				 Preço	
 4,00				4,00				 4,00	
 3,00				3,00				 3,00
			 
 2,00							
				2,00				 2,00
 1,00				1,00				 1,00
					
 02 03 04 05 Q 03 05 	 07 09 Q		 05 08 11 14 Q
3.1.2) DESLOCAMENTOS DA CURVA DE DEMANDA: A RELAÇÃO ENTRE A DEMANDA E AS DEMAIS VARIÁVEIS
	A situação exemplificada anteriormente ocorre quando as quantidades demandadas se deslocam em função do preço exclusivamente, pois as demais influências na demanda mantiveram-se inalteradas; conforme já descrito, situação ceteris paribus. Porém, como também já visto anteriormente, outros fatores exercem influências, provocando movimentos que acabam por deslocar as curvas de demanda, como por exemplo, a renda dos consumidores, os preços dos bens substitutos e/ou complementares, gostos e preferências dos consumidores.
	Conseqüentemente, há uma certa diferença entre conceituar efeitos oriundos do preço e efeitos oriundos de outros motivos. Isso significa que, quando houver modificações nas quantidades demandadas em decorrência de alterações nos preços, essas modificações serão registradas ao longo da curva de demanda. Ao passo que, quando houver modificações em uma série de fatores menos os preços, que podem alterar a própria posição da curva, essas modificações serão registradas com o deslocamento da própria curva de demanda, de forma positiva ou negativa. Um fato que aumenta a demanda desloca sua curva para direita; um fato que reduz a demanda desloca sua curva para a esquerda. Estas, portanto, seriam as definições para quantidade demandada e demanda, respectivamente. Acompanhe abaixo o resultado de algumas variáveis que provocam o deslocamento da curva de demanda, ou simplesmente o deslocamento da demanda.
3.1.2.1) A RENDA DO CONSUMIDOR
	Em geral, existe uma relação direta entre a renda auferida e a demanda por um bem. Quandoa renda aumenta, o consumo pelo bem tende aumentar e em situação inversa tende a cair (ou seja, com a queda da renda). Este é o caso dos chamados bens normais. Veja a análise pela figura abaixo.
Figura 03
O deslocamento da curva de demanda em função da variação na renda – bem normal
 Preço
	 D1 	 D2
1,50
1,40
		 
1,30				 B
 			A		
1,20
1,10
1,00							Quantidade demandada
 	
 
 	 60 70 80 90 110 120
 	Quando a demanda aumenta significa que as pessoas querem adquirir uma quantidade maior de bens e serviços. Este efeito faz com que a curva de demanda se desloque para fora e para direita. Pela figura acima, isso significa a demanda se deslocar do ponto “A” para o ponto “B”. Supondo que as pessoas tenham tido um acréscimo em seus rendimentos (e que as demais situações se mantiveram constantes). Tratando-se de um bem normal, há, portanto, uma tendência para a elevação da demanda deste produto, com suas quantidades passando de 90 unidades para 120 unidades.
	Porém, caso esse bem fosse considerado um bem inferior, o deslocamento teria um sentido inverso. Suponha-se, por exemplo, que o bem em questão seja a carne de segunda. Com o crescimento da renda, há uma tendência natural para a substituição do seu consumo para a carne de primeira, provocando, conseqüentemente, a queda em sua demanda. Na figura abaixo, esta situação é representada pelo deslocamento da demanda do ponto “B” para o ponto “A”, com o recuo de 110 unidades para 80 unidades.
Figura 04
O deslocamento da curva de demanda em função da variação na renda – bem inferior
 Preço
	 D2 	 D1
1,50
1,40
		 
1,30				 B
 		 A		
1,20
1,10
1,00							
 							Quantidade demandada				 60 70 80 90 110 120 
3.1.2.2) O PREÇO DE OUTROS BENS
	Tal como foi visto nos movimentos provocados por uma variação na renda, a variação nos preços de outros bens também acaba influenciando na demanda de um determinado produto. Porém, as influências irão depender da relação que os outros bens possuem sobre o bem em destaque. Sendo assim, a relação entre os bens pode tomar três formas, a saber:
- um bem é substituto de outro bem (bens substitutos);
- um bem é complementar do consumo de outro bem (bens complementares);
- um bem não possui qualquer relação com o consumo de outro bem (bens de consumo independente).
	Quando os bens são independentes, não há qualquer variação observada no crescimento ou queda do consumo de um outro bem. Caso, por exemplo, o preço do cigarro se eleve, não há qualquer relação no consumo de canetas esferográficas em função direta desta situação.
	Porém, quando o consumo de um bem é afetado por outro, então realiza-se uma investigação para se saber qual é o tipo de relação existente entre eles. Por exemplo, caso o preço da carne bovina em geral se eleve, haverá uma tendência para que as pessoas passem a consumir mais carne de frango, mantendo-se, é claro, as demais situações constantes. Observe esta exemplificação através das figuras abaixo.
Figura 05
O deslocamento da curva de demanda em função do preço de outros bens – bens substitutos
 Preço		Carne bovina				 Preço 	Carne de frango
	 D1
7,50							 D1 D2
		 B
7,40
		 						
6,30							1,10 A		 B
 		 A		
5,20
5,10
 	
 					 Quantidade 					 Quantidade
 	 7 8 9 			 8	 11
	Na figura que transcreve o mercado de carne bovina, as movimentações ocorrem ao longo da curva de demanda, visto que a variável em destaque são os preços. Já figura que transcreve o mercado de carne de frango, as movimentações observadas aparecem com o deslocamento da curva de demanda, pois a variável que ocasionou esta situação foi a elevação do preço de um outro bem e não o preço da carne de frango (um aumento da demanda e não das quantidades demandadas).
Figura 06
O deslocamento da curva de demanda em função do preço de outros bens – bens complementares
 Preço		Cama					 Preço 	Colchões
	 D1
150,00							 D2 D1
		 B
140,00
		 						
130,00							100,00 B		 A
 		 A		
120,00
 	
 					Quantidade					 Quantidade
 	 2 3 4 	 			 6	 8
	As figuras acima refletem o que ocorrem no mercado de dois bens complementares. Como há uma elevação no preço da cama, provocando uma queda no seu consumo, provavelmente irá afetar o consumo de colchões também, visto que é, na maioria das vezes, em função da existência de camas.
	Nessas figuras também ocorrem movimentos diferentes, tal como aconteceu na situação com bens substitutos, mas com sentidos inversos. Enquanto que nos bens substitutos o aumento do preço de um determinado bem (no exemplo, carne bovina) provocava um deslocamento positivo da demanda por um outro bem (carne de frango), nos bens complementares o aumento do preço de um bem (observado com a movimentação ao longo da curva) provoca o deslocamento negativo da curva de demanda.
3.1.2.3) AS PREFERÊNCIAS E HÁBITOS DO CONSUMIDOR
	Os hábitos e preferências do consumidor podem deslocar positivamente ou negativamente a curva de demanda, como reflexo do próprio padrão de consumo. Há situações que um bem deixa de ser consumido, não em função do preço, mas sim por uma alteração na preferência do consumidor. Já outros bens elevam suas vendas em função de um aumento na demanda decorrente de campanhas publicitárias, que incentivam o seu consumo.
Figura 07
O deslocamento da curva de demanda em função das preferências do consumidor
 Preço		Cigarros					 Preço 	Leite
	 D2 D1
5,00							 D1 D2
		 
4,00
		 						
3,00							1,70 A		 B
 	 B	 A		
2,00
 	
 				 Quantidade					 	 Quantidade
 	 5 7 9 			 6	 8
	As duas figuras acima transcrevem deslocamentos na curva de demanda em função de alterações no padrão de consumo. A primeira figura traduz o que ocorre com a demanda de cigarros, após sucessivas campanhas publicitárias do governo para incentivar que as pessoas deixem de fumar. Observe que o preço não foi alterado.
	Já a segunda figura demonstra o que ocorre no mercado de leite após também, por exemplo, campanhas publicitárias governamentais, apontando os benefícios de incorporar este produto na alimentação regular. Em ambos os casos o preço ficou inalterado, variando apenas a própria preferência do consumidor e provocando o deslocamento da curva de demanda.
	Resumidamente, pode-se afirmar que:
Se um evento aumenta a demanda, a curva se desloca para fora e para a direita;
Se um evento reduz a demanda, a curva de demanda se desloca para dentro e para a esquerda.
 	O quadro abaixo exprime os principais fatores que provocam o deslocamento da demanda e seus respectivos efeitos.
Quadro 01
Principais fatores que deslocam a demanda
	Fator
	Mudança no fator
	Efeito sobre a demanda
	Renda do consumidor
	Renda aumenta
Renda diminui
	Aumento
Queda
	Preço dos bens substitutos
	Aumenta
Queda
	Aumento
Queda
	Preço de bens complementares
	Aumento
Queda
	Queda
Aumento
	População
	Aumenta
Diminui
	Aumento
Queda
	Preferências
	A favor do bem
Contra o bem
	AumentoQueda
	Recordando, caso ocorram apenas mudanças nos preços e as demais condições se mantenham inalteradas, o deslocamento irá ser realizado ao longo da curva de demanda, conforme pode ser visto através da tabela e da figura a seguir.
Tabela 02
Quantidade demandada e preço de suco
	Preço do suco de laranja ($)
	Quantidade demandada
	1,00
	110
	1,10
	100
	1,20
	90
	1,30
	80
	1,40
	70
	1,50
	60
Figura 08
Movimento ao longo da curva de demanda
 Preço
1,50							O preço do suco se elevou reduzindo
							a demanda. Como as demais situações se
1,40 	 B	 					 mantiveram inalteradas, houve um
							deslocamento ao longo da curva (do ponto A
1,30							para o ponto B).
1,20 
			 A
1,10
1,00					 Quantidade demandada
 0 60 70 80 90 100 110 
3.2) A CURVA DE OFERTA
	Tal como a demanda possui influências que fazem alterar suas quantidades, a oferta também possui variáveis que alteram o número de produtos colocados à disposição no mercado. Um aumento na oferta de insumos, por exemplo, pode tornar o custo de produção mais baixo, favorecendo uma queda nos preços dos produtos a serem oferecidos.
	O próprio preço do bem é um fator que altera as quantidades a serem postas no mercado. Se até o preço estiver aquém do que o produtor considera ideal, o mesmo pode não desejar elevar as quantidades, ou mesmo preferir reduzi-las.
	Novas tecnologias que traduzem uma elevação da produtividade ou do barateamento da produção, tornam uma empresa mais competitiva, ou seja, com mais poder de mercado para enfrentar os concorrentes. Da mesma forma, o próprio número de ofertantes acaba por influenciar o volume de produtos colocados para venda e, conseqüentemente, o próprio preço dos mesmos. Caso haja um volume demasiado de produtos, haverá uma tendência para a queda dos preços, como forma de escoar a produção mais rapidamente possível. Esse fato é muito notado nas safras dos produtos agropecuários. Com um aumento da oferta, o preço diminui e, de forma contrária, com o fim da safra, o preço do bem se eleva, devido a dificuldade em tê-lo no mercado.
	Um outro fator que influencia na oferta de produtos é o preço de outros bens, ligados diretamente ao número de ofertantes. Caso outros produtores optem por oferecer um produto alternativo por um melhor preço na opinião dos consumidores, o produtor verá sua demanda despencar e, conseqüentemente, terá que reduzir seus preços. Com a queda nos preços, haverá um desestímulo para continuar a ofertar no mesmo volume, provocando uma queda no volume oferecido ao mercado.
	Resumidamente, portanto, se pode afirmar que a oferta de um produto é influenciada por algumas variáveis, sendo considerada as principais as seguintes descritas abaixo:
- preço do bem;
- preço de outros bens existentes no mercado;
- preço dos insumos;
- tecnologia.
	Tal como na demanda, existe a possibilidade de se expressar matematicamente a oferta, sendo esta função dos seguintes elementos:
O = f(P, P1..., Pi, T), sendo:
O = oferta
P = preço do bem
P1... = preço dos outros bens
Pi = preço dos insumos
T = tecnologia
	Da mesma forma que as análises sobre a demanda foram realizadas de forma individual e ceteris paribus, ou seja, as demais situações mantendo-se constantes, na oferta também há a utilização desse recurso para uma melhor investigação das suas influências.
3.2.1) A RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE OFERTADA E O PREÇO DO BEM
	Toma-se como elemento inicial de investigação sobre as influências na oferta, o preço de um determinado bem. Da mesma forma que a demanda, a oferta de um bem também possui influências e tem uma relação com o seu preço. Ao inverso da demanda, quanto maior for o preço, maior tende a ser a quantidade a ser colocada no mercado. E quando o preço apresentar redução, a quantidade a ser oferecida no mercado tende a sofrer uma queda.
	Tendo em vista esses conceitos fundamentais e concordando com que as quantidades ofertadas (QO) dependem diretamente do nível dos preços (P) ceteris paribus, pode-se dizer que há uma relação funcional de dependência entre as variáveis QO e P. Essa relação, a exemplo da demanda, pode também ser expressa matematicamente por uma função elementar, cuja notação é dada por:
		QO = f(P), mantendo-se os demais fatores constantes
A oferta pode ser representada graficamente da seguinte forma:
Figura 09
Curva de oferta
Preço
 							 curva de oferta
6
						
5
4
3
2
1
0					Quantidade ofertada
 1 2 3 4 5 6
	Assim como ocorreu na curva de demanda de mercado, o gráfico acima representa a curva de oferta individual ou a curva de oferta de mercado, retratando a soma das ofertas individuais em relação a movimentação do preço do bem em questão. E tal como na demanda, pode-se determinar a oferta de mercado através da soma das quantidades ofertadas pelos produtores individuais a cada preço.
	Suponha-se em um outro mercado hipotético composto apenas por dois produtores de laranjas, cujas escalas de oferta são as seguintes:
Tabela 03
Oferta total de mercado
	Preço
($/saca)
	Quantidade ofertada (sacas de laranja/ mês)
	
	Produtor 01
	Produtor 02
	Mercado total
(01 + 02)
	100,00
	400
	600
	1.000
	80,00
	300
	500
	800
	60,00
	200
	400
	600
	40,00
	100
	300
	400
	A escala de oferta de mercado será dada pela soma das quantidades oferecidas dos dois produtores a cada preço. Verifica-se então que ao preço de $80,00 o produtor 01 estará disposto a oferecer 300 sacas de laranja por mês, enquanto que o produtor 02 irá oferecer a este mesmo preço 500 sacas/mês. Assim, ao preço de $80,00 a quantidade ofertada ao mercado será de 800 sacas/mês. O mesmo raciocínio aplica-se aos demais preços. O gráfico abaixo aponta a curva de oferta de mercado obtida a partir das curvas de oferta individuais.
Figura 10
Representação da oferta total do mercado
	Produtor 01		Produtor 02			Mercado total
 Preço				Preço				 Preço	
 100,00				100,00				 100,00	
 80,00				80,00				 80,00
			 
 60,00							
				60,00				 60,00
 40,00				40,00				 40,00
					
 100 200 300 400 Q 300 400 500 600 Q		 400 600 800 1.000 Q
3.2.2) DESLOCAMENTOS DA CURVA DE OFERTA: A RELAÇÃO ENTRE A OFERTA E AS DEMAIS VARIÁVEIS
	Tal como ocorre a diferença entre conceitos pelo lado da demanda entre demanda e quantidade demandada, as variações percebidas na quantidade ofertada de um bem decorrentes das variações nos preços dos mesmos, representam movimentos ao longo da curva de oferta. E uma variação da oferta que signifique um deslocamento por inteiro de toda a curva de oferta, ocorre quando qualquer um dos demais fatores que influenciam a oferta varia, com exceção dos preços. Um evento que aumenta a oferta desloca a sua curva para a direita; um evento que reduz a oferta desloca a sua curva para esquerda. Seguindo os mesmos parâmetros conceituais verificados na demanda, estas seriam as definições para quantidade ofertada e oferta, respectivamente. Acompanhe o resultado das demais variáveis.
3.2.2.1) PREÇO DOS INSUMOS
	O preço dos insumos necessários para a produção de um determinado bem afeta o custo da própria produção deste bem e, por conseguinte, a oferta do mesmo. Uma variação positiva dos insumos acaba por desestimular a produção, principalmente em uma situação onde o produtor não possa repassar esses aumentos para o preço do produto. Conseqüentemente, tendo a visão de queda em seus lucros, o produtor opta por diminuir a oferta do bem para o mercado, conforme exemplificado nas figuras abaixo.
Figura11
O deslocamento da curva de oferta em função do aumento do preço dos insumos
 Preço		demanda por insumos				 Preço		oferta do bem
	 D1
		 B					 		 O2 O1
130,00		 
		 						
100,00							15,00 B		 A
 	 	 A		
 	
 				 Quantidade					 	 Quantidade
 	 50 80 			 	 60	 90
	Com a subida dos preços dos insumos (de $100,00 para $130,00), a sua própria demanda diminuiu (de 80 para 50 unidades), provocando alterações percebidas ao longo da sua curva. Como o produtor visualiza uma perda em seus rendimentos, ele opta por diminuir a oferta dos produtos ao mercado.
	Se, por acaso, o preço dos insumos declinar, há a opção pela elevação da oferta, pois os custos se tornarão mais baratos e o produtor irá visualizar a oportunidade de alcançar resultados financeiros maiores e melhores, pois terá uma redução no custo da produção em conjunto com a possibilidade de um aumento no volume de vendas, dada a ampliação na oferta. Veja o exemplo abaixo.
Figura 12
O deslocamento da curva de oferta em função da diminuição do preço dos insumos
 Preço		demanda por insumos				 Preço		oferta do bem
	 D1
		 A					 		 O1 O2
130,00		 
		 						
100,00							15,00 A		 B
 	 	 B		
 	
 				 Quantidade					 	 Quantidade
 	 50 80 			 	 60	 90
3.2.2.2) MUDANÇAS NA TECNOLOGIA
	Com descobertas de inovações tecnológicas que traduzam uma queda nos custos de produção ou mesmo na ampliação da oferta com a mesma quantidade de insumos e mesmos custos (o que se denomina por produtividade), o produtor sentirá estimulado a ampliar a sua oferta, em função de, também obter maiores e melhores resultados financeiros, como apontam as figuras abaixo.
Figura 13
O deslocamento da curva de oferta em função de mudanças na tecnologia
 Preço	 custo de produção (em função de novas tecnologias)	 Preço		oferta do bem
	 D1
		 A					 		 O1 O2
150,00		 
		 						
110,00							15,00 A		 B
 	 	 B		
 	
 				 Quantidade					 	 Quantidade
 	 50 90 			 	 70	 110
	Com a queda nos custos de produção (de $150,00 para $110,00), o produtor se sentirá estimulado a elevar a demanda pelas tecnologias que tornam a produção mais em conta, tendo a possibilidade em conjunto de aumentar a oferta dos seus produtos no mercado, obtendo um volume maior de vendas e, conseqüentemente, de receita.
3.2.2.3) O PREÇO DE OUTROS BENS
	A produção de outros fabricantes interfere na oferta de um determinado produto através das seguintes circunstâncias principais:
- bens substitutos;
- bens complementares;
- número de concorrentes.
	Caso apareça no mercado bens que podem substituir tranqüilamente os produtos oferecidos por um determinado fabricante com preços mais em conta (mais baratos), a oferta deste tenderá a declinar. Ele irá perceber que os consumidores estão optando por produtos de outros fabricantes. Conseqüentemente, qual o motivo que ele terá para manter uma oferta ampliada no mercado, tendo em vista uma queda na sua demanda? Acompanhe esta explicação através da exemplificação abaixo.
Figura 14
O deslocamento da curva de oferta em função de preços de outros bens – bens substitutos
 Preço	 bem concorrente				 Preço		oferta do bem
	 D1
		 A					 		 O2 O1
15,00		 
		 						
10,00							12,00 B		 A
 	 	 B		
 	
 				 Quantidade					 	 Quantidade
 	 70 110 			 	 50	 90
	Com o preço a $12,00 o produtor conseguia anteriormente oferecer ao mercado 90 unidades do bem, mais do que os concorrentes (que conseguiam apenas ter uma demanda de 70 unidades). Por algum motivo (como queda nos custos de produção, por exemplo), os concorrentes passaram a colocar no mercado mercadorias com preços mais baixos, provocando um crescimento na sua demanda (agora de 110 unidades). O produtor isoladamente não consegue obter os mesmos benefícios. Começa a observar que sua demanda entra em um processo de queda. Conseqüentemente, ele fica desestimulado a continuar a oferecer as mesmas quantidades, passando a colocar no mercado agora 50 unidades do produto, visto que ele ainda mantém o mesmo preço (seus custos não ficaram mais baratos).
	Quando um produto é complementar de outro, conseqüentemente a sua oferta irá depender do que ocorre com esse outro produto no mercado. Por exemplo, uma queda considerável no preço do combustível acaba por estimular a demanda de veículos, conseqüentemente a sua oferta. Veja através das figuras abaixo tal situação exemplificada.
Figura 15
O deslocamento da curva de oferta em função de preços de outros bens – bens complementares
 Preço	 combustível				 Preço		automóveis
	 D1
		 A					 		 O1 O2
 2,50		 
		 						
 1,30						 25.000,00 A		 B
 	 	 B		
 	
 				 Quantidade					 	 Quantidade
 	 90 120	 			 1.000	 1.500
 	Com a queda dos combustíveis, passando de $2,50 para $1,30 o litro, as pessoas se sentirão mais estimuladas a elevar a demanda por veículos, visto que o custo para a utilização desse bem tornou-se mais barato. Os produtores obviamente percebem tal mudança de comportamento por parte dos consumidores e se propõem a aumentar a oferta do mesmo, visualizando um crescimento em suas vendas e, conseqüentemente expansão em suas receitas financeiras.
	Um produtor sentirá estimulado a ampliar sua oferta se o número de concorrentes for pequeno em relação ao potencial do mercado. Quer dizer, menos concorrentes, mais chances de vender mais produtos. Isso acaba então por estimular a oferta, pois o produtor tem mais uma chance de elevar seus rendimentos, principalmente se o produto for considerado essencial para os consumidores. A relação entre oferta de produtos e número de produtores será melhor explorada no capítulo referente a estruturas de mercado.
	Resumidamente, pode-se concluir que:
Um evento que aumenta a oferta causa o deslocamento da curva de oferta para fora e para direita;
Um evento que reduz a oferta causa o deslocamento da curva de oferta para dentro e para esquerda.
 	O quadro abaixo exprime os principais fatores que provocam o deslocamento da oferta e seus respectivos efeitos.
Quadro 02
Principais fatores que deslocam a oferta
	Fator
	Mudança no fator
	Efeito sobre a oferta
	Tecnologia
	Mais eficiência
Menos eficiência
	Aumento
Queda
	Preço dos insumos
	Aumenta
Queda
	Queda
Aumento
	Número de concorrentes
	Aumento
Queda
	Queda
Aumento
	Preço dos bens substitutos
	Aumenta
Queda
	Queda
Aumento
	Preço dos impostos
	Aumento
Queda
	Queda
Aumento
	Recordando, caso ocorram apenas mudanças nos preços e as demais condições se mantenham inalteradas, o deslocamento irá ser realizado ao longo da curva de oferta, conforme pode ser visto na tabela e na figura a seguir.
Tabela 04
Relação entre preço e oferta
	Preço do suco de laranja ($)
	Quantidade ofertada1,00
	01
	2,50
	02
	3,00
	04
	3,50
	06
	5,00
	08
	5,50
	10
Figura 16
Movimento ao longo da curva de oferta
Preço
5,50							O preço do suco aumentou estimulando
							a oferta. Como as demais situações se
5,00 	 	 B			 mantiveram inalteradas, houve um
							deslocamento ao longo da curva (do ponto A
3,50							para o ponto B).
3,00 A
2,50
1,00
					 	Quantidade demandada
 0 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
	Portanto, as atividades de muitos compradores e vendedores conduzem automaticamente o mercado em direção ao preço de equilíbrio. Uma vez alcançado, significa que esses agentes de mercado estão satisfeitos. Esse é o fenômeno da Lei da oferta e da demanda.
3.3) O EQUILÍBRIO DE MERCADO
	Quando compradores e vendedores entram em contato tentando obter vantagens em relação a um bem no mercado, há uma interação das duas ações, onde haverá um ponto de interseção entre ambas. Este ponto é denominado de preço de equilíbrio Ou seja, é o preço que determina a quantidade do bem que os compradores desejam e podem comprar, assim como a quantidade que os vendedores desejam e podem vender, mantendo-se as demais condições que possam afetar a demanda e/ou a oferta inalteradas. Será um preço considerado comum para ambas as partes. Observe a figura abaixo.
Figura 17
Equilíbrio de mercado
Preço
							Curva de oferta
7
6
5
4 							preço e quantidade de equilíbrio
3
2						 Curva de demanda
1							
 							Quantidade
 0 1 2 3 4 5 6 7
	Mas o mercado não é estático, significando que o ponto de equilíbrio não é algo dado. Ele se ajusta através da interação das forças, entre demanda e oferta. Ocorre que, durante os ajustes, situações surgem no mercado. Uma delas é o excesso de oferta, onde os vendedores em uma situação de superestimar o mercado, por exemplo, colocam no mercado mais produtos do que ele pode aceitar. Como forma de diminuir os estoques, o preço cai até o ponto considerado de equilíbrio.
Figura 18
Excesso de oferta
 			
 Preço quantidade demandada inicial quantidade ofertada inicial
 
			Excesso de oferta			Curva de oferta
2,50
2,00							preço
							e quantidade de equilíbrio
					 	 Curva de demanda
 							 Quantidade
 0 4 7 10
	Em situação inversa, ocorre o excesso de demanda, onde a população passa a demandar mais produtos do que a capacidade da indústria de ofertar. Com isso, as empresas visualizam uma possibilidade de elevar seus lucros, aumentando a capacidade de produção e em conjunto seus preços.
Figura 19
Excesso de demanda
 			
 Preço quantidade ofertada inicial		 quantidade demandada inicial				
							Curva de oferta
2,00							preço e quantidade
							de equilíbrio
1,50					 	 Curva de demanda
							
 							Quantidade
 0 4 7 10
			excesso de 
			demanda
	Com os ajustes feitos por cada lado (oferta e demanda) as quantidades e o preço irão encontrar um ponto onde seja considerado de comum acordo para ambos. No exemplo, este ponto ocorre com 07 unidades, ao preço de $2,00. veja abaixo a figura e a tabela que apontam o momento quando ocorre o equilíbrio do mercado.
Figura 20
O equilíbrio de mercado
 Preço
							 Curva de oferta
 2,50
 
 2,30
 
 2,00							preço e quantidade
 							de equilíbrio
 1,80
					 	 Curva de demanda
 1,50							
 							 Quantidade
 0 04 05 06 07 08 09 10 
	De outra forma:
Tabela 05
Excesso de oferta e demanda e equilíbrio de mercado
	Preço ($)
	Quantidade demandada
	Quantidade ofertada
	Situação de mercado
	2,50
	04
	10
	Excesso de oferta
	2,30
	05
	08
	Excesso de oferta
	2,00
	07
	07
	Equilíbrio de mercado
	1,80
	08
	06
	Excesso de demanda
	1,50
	10
	04
	Excesso de demanda
3.4) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO DEVIDO A DESLOCAMENTOS DAS CURVAS DE DEMANDA E DE OFERTA
	Conforme visto anteriormente, existem fatores que provocam deslocamentos das curvas de demanda de oferta. Como equilíbrio de mercado é obtido através da interseção das duas curvas, conseqüentemente um deslocamento de uma das duas curvas irá provocar uma mudança na posição de equilíbrio.
3.4.1) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DE UM AUMENTO DA DEMANDA
Figura 21
Efeitos de um aumento da demanda
Preço 		 		 			 O1		
1,50	 	 D1			 D2 				
						 B	
1,40
							
1,30				 			 C		
				 A
1,20
1,10
1,00
					 		 Quantidade
 0 60 70 80 90 100 110 120
	Quando a demanda aumenta, significa que as pessoas querem adquirir uma quantidade maior de mercadorias. A curva de demanda então se desloca para a direita e para fora. Através da figura acima, observa-se que a curva de demanda inicial é dada por D1 e a curva de oferta por O1. O preço de equilíbrio é $1,30 e a quantidade de equilíbrio é de 90 unidades (ponto A). Por algum outro motivo, senão o preço, as pessoas resolvem aumentar a demanda por este bem (aumento da renda, por exemplo). A $1,30 elas demandavam 90 peças, agora querem adquirir 120 unidades (ponto C).
	Porém, este aumento de demanda acaba por provocar um excesso e a oferta se torna incapaz de satisfazer a nova procura. E os produtores, aproveitando a situação criada, são estimulados a elevarem seus preços, colocando-os agora a $1,50. Se antes as pessoas só demandavam 70 unidades a este preço, agora podem e desejam adquirir 110 unidades, mesmo com o novo preço, provocando um deslocamento da curva de demanda e um novo ponto de equilíbrio, estabelecendo o preço de $1,50 com 110 unidades (ponto B).
3.4.2) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DE UMA DIMINUIÇÃO DA DEMANDA
Figura 22
Efeitos de uma diminuição da demanda
Preço
 							 		
1,50 D2		D1			O1		 				
							
1,40
							
1,30	 C			 		
				 A
1,20
		 B
1,10 		 
1,00
					 		 Quantidade
 0 60 70 80 90 100 110 120
	A figura acima aponta o resultado inverso do gráfico anterior, ou seja, de uma redução na demanda onde as pessoas resolvem adquirir menos produtos. Partindo do ponto de equilíbrio, com o preço a $1,30 e a quantidade de 90 unidades (ponto A), suponha-se que algo ocorreu na demanda (aumento dos impostos diretos, por exemplo) e as pessoas resolveram diminuir a aquisição do bem. A curva de demanda se desloca para a esquerda e para dentro. As pessoas desejam agora adquirir apenas 60 unidades do produto (ponto C). Esse excesso de oferta momentâneo faz com que os produtores, com medo de suas mercadorias ficarem encalhadas, optem por abaixar seus preços, tentando diminuir seus estoques. O preço de equilíbrio vai para $1,10 e a produção de equilíbrio se eleva para 70 unidades (cria-se um pequeno estímulo nas pessoas para a aquisição do produto), apontados no ponto B.
3.4.3) MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DE

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