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Adimplemento em Direito das Obrigações

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Adimplemento das Obrigações
Pagamento
O pagamento é a etapa culminante da relação obrigacional.
O pagamento é o meio normal de sua extinção. 
A noção de pagamento pode se traduzir em mais de um conceito: 
em sentido estrito, e mais comum, a prestação de dinheiro; 
em senso preciso, a entrega da res debita, qualquer que seja esta; 
e numa acepção mais geral, qualquer forma de liberação do devedor, com ou sem prestação.
Pagamento
Observa-se que o termo pagamento, em sentido geral, representa toda a forma de cumprimento da obrigação - arts. 304 e seguintes.
Casos há, em que dada a impossibilidade de cumprir a obrigação, não existe por conseguinte a possibilidade de cumprir o pagamento. Isso pode ou não resultar de culpa do devedor. 
A indenização pela inexecução da prestação não tem natureza de pagamento, embora o substitua.
Pagamento - Solvens 
O solvens é quem deve pagar
Em regra, quem é obrigado a pagar é o devedor, mas isso não exclui a possibilidade de que terceiros o façam.
A previsão para que terceiros saldem a obrigação encontra-se no art. 304 do Código Civil. Excetuam-se, por força da lógica, as obrigações personalíssimas.
Pagamento - Solvens 
Um exemplo de interessado é o fiador. 
Interessado - termo genérico que abarca aqueles que seriam de alguma forma atingidos pelos efeitos jurídicos que se desdobram dessa relação jurídica em curso. 
Se o devedor não paga, competirá ao fiador, por força de contrato, fazê-lo. 
Do inadimplemento perpetrado pelo devedor podem sobrevir novos encargos, como juros, multas contratuais diversas, entre outros que tornariam mais gravosa a obrigação.
Pagamento - Solvens 
Nessa hipótese de terceiro interessado, não pode o credor recusar o recebimento da prestação. 
O parágrafo único do art. 304 acrescenta que o terceiro não interessado tem o mesmo direito de pagar, “se o fizer em nome e por cota do devedor” - não há necessidade de anuência nem do credor, nem do devedor.
Diferentemente dessa primeira hipótese, pode o terceiro não interessado pagar a obrigação fazendo-o não em nome do devedor, mas em seu próprio nome. Nesse caso, terá o direito de reembolsar-se do valor pago, mas não haverá sub-rogação nos direitos do credor.
Pagamento - Solvens 
Surge ainda outra hipótese: o devedor possui justo motivo para não pagar a dívida, mas não obstante, o terceiro interessado não só a paga, como ainda o faz em adiantamento, isto é, antes do vencimento da mesma – art. 306. 
Outra situação é quando o terceiro paga sem que o devedor tome conhecimento, sendo que este tinha motivo justo para não fazê-lo. Se o terceiro pagou mal, só poderá buscar o reembolso do devedor até o montante em que este pagamento o aproveitou.
A lei não se ocupa da hipótese em que tanto credor como devedor se opõem ao pagamento feito por terceiro não interessado. Certo é que se deve entender pela impossibilidade do mesmo, visto que a ingerência desse terceiro na relação jurídica é plenamente indesejada.
Pagamento - Accipiens
O Accipiens (a quem se deve pagar)
O art. 308 do Código Civil remete às hipóteses de representação.
O accipiens de uma obrigação pode ser um terceiro que não tenha tomado parte na negociação, ou melhor, que nem mesmo saiba da existência da mesma – direito dispositivo.
O pagamento feito à pessoa não designada - ratificação do credor ou de seu representante.
Pagamento - accipiens
Para receber não é necessário que o indivíduo se apresente munido de instrumentos formalmente instituídos, como o mandato (art. 311 do Código Civil).
Credor putativo - art. 309, CC - para que o pagamento seja reputado válido, não só se faz necessário que o accipiens tenha a aparência de credor, como também que o solvens esteja de boa-fé. 
O verdadeiro credor deverá retomar o pagamento do falso accipiens.
Pagamento - Accipiens
São três as situações em que o devedor pode se exonerar pagando a terceiro não intitulado:
(i) Ratificação pelo credor do pagamento recebido por outrem (art. 308);
(ii) Quando o pagamento, mesmo realizado a pessoa diversa, reverte em benefício do credor. Ônus da prova ao solvens (art. 308);
(iii) Pagamento ao credor putativo (art. 309). 
Pagamento - Accipiens
Pagamento feito ao inibido de receber:
O pagamento efetuado a incapaz somente é válido se o mesmo não tinha conhecimento desse estado de incapacidade. A incapacidade inibe a prática de atos jurídicos pelo agente (art. 310, CC) 
Art. 312 - deve o solvens ter conhecimento da penhora ou da oposição de terceiro.
Pagamento - Objeto
Objeto é o bem de conteúdo econômico (res debita).
Pode ser um bem a ser entregue, um ato de fazer ou um ato de não fazer.
Definida a obrigação o credor somente poderá exigir a res debita conforme combinado – não pode ser exigido ou compelido a receber prestação diversa, mesmo que de menor ou maior valor. (art. 313, CC)
Pagamento - Objeto
O pagamento parcelado é permitido, desde que convencionado entre as partes. (314, CC)
O pagamento deve ser em moeda nacional e pelo valor nominal (valores numéricos convencionados – dá aos interessados a previsão do quantum do pagamento) – art. 315, CC.
O art. 316, CC prevê a possibilidade das prestações divisíveis e a prazo terem um aumento progressivo.
Pagamento - Objeto
Teoria da imprevisão ou instituto da superveniência (art. 317, CC) – visa eliminar a surpresa como fatores de grande distorção nas condições contratuais.
A revisão é cabível quando ocorrem mudanças substanciais, imprevistas, nas condições financeiras do negócio jurídico, no período que medeia a declaração de vontade e o pagamento, onerando sobremodo uma das partes.
As alterações devem ser imprevistas e imprevisíveis.
Pagamento - Objeto
São requisitos necessários à correção do objeto da prestação pelo juiz:
Situação econômica não reveladora de tendência de mudanças substanciais;
Bruscas alterações na economia;
Comparado o valor da prestação constata-se uma grande desproporção capaz de abalar uma das partes; 
Requerimento do interessado.
Pagamento - Objeto
Não pode haver pagamento em:
ouro;
moeda estrangeira. (art. 318, CC)
O pagamento por qualquer outro meio é permitido.
Pagamento - Quitação
Quem paga tem direito de exigir comprovante de quitação – recibo.
Quitação é a declaração firmada pelo credor, por escrito, de que o devedor pagou e se acha liberado da obrigação.
A liberação pode ser total ou parcial.
O devedor pode provar a quitação por outros meios.
Pagamento - Quitação
O ônus da prova de pagamento é do devedor, mas o de inautenticidade do credor.
A quitação tem que ser firmada por quem tem legitimidade para receber.
A exoneração do solvens não depende apenas do pagamento, mas de como ele se processa. (art. 319, CC)
Entrega do título sem emitir quitação: arts. 324 e 386, CC.
Pagamento - Quitação
O art. 320, CC enumera os requisitos (essenciais ou meramente enunciativos) da quitação:
Valor pago;
Dívida a que se refere;
Nome de quem paga;
Data e lugar do pagamento;
Assinatura de quem recebeu.
Pagamento - Quitação
Os essenciais não podem faltar ao documento, sob pena de desqualificar como quitação – declaração de recebimento do objeto da prestação (valor e dívida a ser paga) e assinatura.
Nome, data e local são meramente elucidativos, pois podem contribuir para esclarecimentos de dúvidas que possam surgir.
Art. 320, CC.
Pagamento - Quitação
Quitação em caixa eletrônico ou internet (não contém assinatura) – elemento probatório que associado a outros comprova o pagamento.
A quitação é revogável quando o credor se adianta e o efetivo cumprimento não é realizado – o ato revogatório pode ser instrumento particular com registro (Títulos e documentos) e ciência aos interessados.
Pagamento - Quitação
Se a quitação se opera com a entrega do título e houver o seu extravio, pode o devedor exigir declaração de inutilização do título como condição de pagamento – não é garantia para devedor.
Em duas hipóteses o credor não
está obrigado a entregar o título:
Quando houver outros devedores com títulos pendentes;
Se o título for prova de outro direito.
Pagamento - Quitação
O art. 322, CC prevê a presunção relativa das prestações antecedentes. O ônus da prova cabe ao credor.
O art. 323, CC prevê a presunção do pagamento de juros. O ônus da prova cabe ao credor.
Pagamento - Quitação
O art. 324, CC prevê a presunção de pagamento por entrega de título. O ônus da prova é do credor (parágrafo único – 60 dias – prazo decadencial).
O art. 325, CC diz que presume-se do devedor as despesas com o pagamento e quitação (ex. transporte e taxas bancárias), salvo disposição em contrário.
Pagamento - Lugar
Lugar do pagamento corresponde ao espaço físico onde a obrigação deve ser executada.
Podem ser estabelecidos vários locais de pagamento.
Na falta de convenção das partes – art. 327, CC – domicílio do devedor à época do pagamento.
Pagamento - Lugar
A dívida pode ser: quérable ou portable.
Quérable é quando o credor deverá se dirigir ao devedor para receber o objeto da prestação.
Portable é quando o devedor deverá portar o pagamento até o domicílio do credor.
Tal distinção é importantíssima para a definição da mora.
Pagamento - Lugar
Se ocorrerem motivos relevantes e imprevistos que impeçam o pagamento no lugar determinado, o devedor poderá fazê-lo em lugar diverso. (art. 329, CC)
O art. 330, CC prevê a presunção de renúncia do lugar de pagamento.
Pagamento - Tempo
Regra geral – as partes fixam data para o pagamento ser efetivado.
Esta data pode ser fixada no ato negocial ou posteriormente.
Se não houver fixação e nem disposição legal a respeito o credor pode exigir a prestação imediatamente – art. 331, CC.
Pagamento - Tempo
Se o cumprimento da obrigação demanda tempo e não se fixou a data de cumprimento, o tempo deve ser compatível para a realização do trabalho.
O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento, salvo exceções do art. 333, CC.
Pagamento - Tempo
Se a obrigação for condicional o credor somente poderá exigi-la (art. 332, CC) quando:
a condição tenha se verificado;
o devedor tenha conhecimento de que o acontecimento futuro e incerto se consumou.
Pagamento por consignação
Modalidade especial de extinção da obrigação.
O devedor possui interesse em extinguir a obrigação. 
Caso não efetue o pagamento da forma devida, ou seja, no tempo, lugar e condições inicialmente estabelecidas, observará o devedor uma maior oneração por conta da constituição em mora.
Pagamento por consignação
A consignação extingue a obrigação com o depósito judicial da coisa devida, nos casos e formas legais, com o objetivo de liberar-se da obrigação. 
É meio indireto de pagamento, ou pagamento especial - art. 334 do Código Civil. 
Pagamento por consignação
É meio coativo de extinção da obrigação que pode ser utilizado pelo devedor nos casos em que o credor obsta de alguma forma o recebimento da prestação. 
O Código Civil menciona os fatos que autorizam a consignação, o Código de Processo Civil o modo de fazê-la.
A consignação não é um expediente jurídico que se presta somente ao depósito de dinheiro. Qualquer coisa que seja objeto da obrigação pode ser consignada - art. 341 do Código Civil.
Pagamento por consignação
Nas obrigações alternativas, se a escolha for do credor e ele retardar o cumprimento da obrigação, essa faculdade de escolha pode ser perdida, sendo a mesma feita pelo devedor e em seguida consignada, implicando na consequente extinção do vínculo - art. 342 do Código Civil.
Seu objeto deve ser certo. Obrigações ilíquidas, isto é, aquelas cujo valor ainda não foi apurado, não podem ser objeto de consignação. 
As obrigações que são puramente de fazer e de não fazer não admitem consignação. 
Pagamento por consignação
As cinco hipóteses, não taxativas, de consignação estão enunciadas pelo art. 335 do Código Civil. 
 
O art. 344 do Código Civil especifica a situação de o devedor não saber a quem pagar - desonerar-se-á depositando a coisa em juízo. 
A possibilidade de consignação nasce com o vencimento da dívida, na medida em que o credor não pode ser obrigado a receber antes do prazo. 
O valor consignado deve encampar as correções devidas, pois do contrário, ocorreria injusto enriquecimento do consignante.
Pagamento por consignação
Com o depósito, cessam as obrigações de juros e riscos com a coisa. A correção monetária e juros, a partir daí, serão responsabilidade da instituição financeira depositária dos valores. 
As despesas com a guarda e a conservação da coisa, uma vez que o pedido de consignação seja deferido, estarão a cargo do credor.
 
O depósito pode ser bancário ou judicial.
Pagamento por consignação
Depósito bancário: 
art. 334 CC – devedor ou terceiro pode efetuar depósito, em dinheiro, em estabelecimento bancário oficial (art. 1º da Resolução 2814 do Bacen – bancos múltiplos com carteira comercial e os bancos comerciais, federais, estaduais e a CEF), onde houver. Onde não houver pode ser no privado. 
A conta deve ser aberta no local previsto para pagamento da obrigação.
A instituição cientificará o credor para em 10 dias manifestar recusa. 
Não havendo manifestação considera-se aceito e o devedor está liberado. 
Havendo recusa o devedor ou terceiro pode ajuizar ação em 30 dias.
O depósito bancário é apenas uma alternativa para quem não quer ingressar diretamente em juízo, pois o devedor poderá fazê-lo desde o início.
Pagamento por consignação
Depósito judicial
art. 337 CC – a ação de consignação deve ser ajuizada no local do pagamento e o requerente tem 5 dias, do seu deferimento, para depositar.
O depósito não é pagamento e nem tem o efeito de liberar o devedor e extinguir a obrigação. 
 
Nas hipóteses envolvendo prestações periódicas/sucessivas, vale conferir o disposto no art. 541 do Código de Processo Civil. 
Com o depósito cessa o cômputo de juros e também os riscos da coisa (não responde por sua eventual perda).
Pagamento por consignação
Hipóteses de levantamento do depósito pelo devedor:
a) Antes da aceitação ou impugnação – art. 338, CC – enquanto o credor não declarar que aceita ou não contesta o pedido do devedor ele pode levantá-la, mas continuará obrigado ao pagamento das despesas efetuadas com o depósito e ao pagamento da coisa.
b) Procedência do pedido – art. 339, CC – julgado procedente o depósito o devedor não pode mais levantar a coisa. Se tal procedimento convier às partes ter-se-á uma nova obrigação na qual não estarão vinculados os garantidores da obrigação anterior.
c) Levantamento do depósito após sua aceitação ou contestação – art. 340, CC – se o credor aceitar pode o devedor retomar a coisa. Hipótese de novação – as partes substituem a divida anterior por uma nova, fato que deve levar a homologação judicial e consequente extinção do processo com julgamento de mérito (art. 269, II, CPC).
Pagamento com sub-rogação
Pode ser entendida através do vocábulo substituição, não é verdadeiramente uma forma de extinção da obrigação, mas sim de alteração da posição do credor da relação obrigacional - arts. 346 e seguintes do CC.
Nessa modalidade especial de pagamento, um terceiro efetua o pagamento no lugar do devedor original e, dessa forma, substitui o credor. 
Pagamento com sub-rogação
O terceiro que paga torna-se credor em relação ao devedor, passando a dispor de todos os direitos, ações e garantias que tinha o credor substituído.
 
Não é, em verdade, um meio de extinção da obrigação. A obrigação subsiste, sendo apenas alterado o titular do crédito.
Pagamento com sub-rogação
Para que a sub-rogação se efetive são indispensáveis:
a) Vinculo jurídico obrigacional;
b) Res debita representada por obrigação de dar e fazer fungível ou não-personalizada;
c) Pagamento por iniciativa de terceiro;
d) Substituição do credor primitivo por terceiro.
Pagamento com sub-rogação
A sub-rogação centra-se no pagamento de uma dívida efetuada por
terceiro ficando necessariamente vinculada aos termos dessa dívida. 
O valor devido àquele que se sub-roga será necessariamente coincidente com o valor inicialmente devido ao credor original.
Pagamento com sub-rogação
Difere da cessão de crédito (efeito especulativo) que pode ocorrer mediante a transferência de numerário diversa do valor da dívida em si.
Na cessão de crédito é necessário que o devedor seja notificado de tal negócio jurídico (art. 290 CC). Na sub-rogação, por seu turno, essa comunicação não se faz obrigatória.
Pagamento com sub-rogação
O art. 346 do CC determina as hipóteses de sub-rogação legal.
As duas formas de sub-rogação convencional são delimitadas pelo art. 347 do CC.
Na sub-rogação convencional, as partes podem manifestar sua vontade no sentido de alteração dos valores - art. 350 do CC.
 
No pagamento parcial o credor originário tem preferência em face daquele que o sub-roga (art. 351 do CC).
 
Imputação de pagamento
A imputação de pagamento pode ser observada quando da existência de vários débitos de um mesmo devedor em relação a um mesmo credor. 
Há pluralidade de dívidas, de forma que um pagamento efetuado pode vir a extinguir uma ou mais de uma delas. 
As dívidas devem ser da mesma natureza, líquidas e já vencidas - art. 352 do CC.
Imputação de pagamento
A preferência na escolha da dívida a ser adimplida é do devedor. 
Na hipótese de silêncio por parte do devedor, não se manifestando este dentro do tempo certo, a escolha passa ao credor (art. 353, CC). 
Quando nenhuma das partes se manifesta em tempo oportuno, a lei assume o papel de orientar a solução dos débitos, indicando qual deles deve ser tido como adimplido - imputação legal - art. 355 do CC.
Imputação de pagamento
Os requisitos da imputação de pagamento estão no art. 352 do CC. 
Se o valor do pagamento exceder ao montante fixado para a de menor valor, e não for suficiente para extinguir a obrigação mais onerosa, deve-se reputar como paga a dívida de menor valor, não sendo obrigado o credor a reter a diferença. Do contrário, seria ferido o princípio de que o credor não é obrigado a receber de forma diferente da estabelecida.
Esse direito à realização da imputação não é absoluto, pois (art. 354 do CC) é necessário empregar o capital primeiramente nos juros vencidos. Imputar o dinheiro diretamente no capital não é uma opção válida para o devedor, a menos que tenha havido acordo entre as partes nesse sentido. 
Imputação de pagamento
Se o devedor pagar uma ou mais dívidas não destacando ao credor qual a imputação, o credor terá liberdade para dar quitação na que quiser. 
 
Se as duas partes forem omissas, a imputação será legal, observando-se os princípios que residem no código.
Dação em pagamento
Dação em pagamento é uma modalidade de extinção da obrigação em que a mesma poderá ser resolvida mediante a substituição de seu objeto. 
A dação em pagamento só se opera com o consentimento do credor.
Trata-se de um acordo de natureza liberatória que representa, em síntese, a substituição do objeto inicial da obrigação. 
A dação em pagamento pode consistir na 
(i) substituição de dinheiro por coisa; 
(ii) de uma coisa por outra; 
(iii) de uma coisa por uma obrigação de fazer. 
Dação em pagamento
A dação em pagamento é negócio jurídico bilateral, oneroso e real. 
Não há a necessidade de que o valor da prestação substituta seja igual ao da substituída. Deve haver tão somente a anuência do credor com o recebimento da coisa e com a consequente extinção da dívida.
A dação pode também ser parcial.
O pagamento parcial também é possível. 
Dação em pagamento
Trata-se de campo amplo para o acordo de vontades entre as partes contratuais, imperando sempre a noção de que o credor não pode ser compelido a receber de forma que lhe seja desfavorável.
 
É necessário que o credor seja plenamente capaz. 
Dação em pagamento
A dação em pagamento é usualmente confundida com a compra e venda.
Artigo 357, CC tem incidência tanto quando o objeto da dação for coisa móvel quando for imóvel. 
Se houver perda coisa por conta da evicção, deve-se observar a repristinação da obrigação originária - art. 359 do CC.
Dação em pagamento
A evicção é aplicável à dação em pagamento da mesma forma que se apresenta para a compra e venda. A situação seria equivalente à inexistência de quitação, mantendo-se a obrigação da mesma forma que foi contraída originalmente.
Dá-se a evicção do credor quando este perde a coisa devido à reivindicação de seu verdadeiro titular.
Novação
A novação é uma modalidade de extinção das obrigações por meio da qual cria-se uma obrigação nova com o intento de extinguir uma obrigação antiga.
O surgimento da nova obrigação importa na necessária resolução da antiga.
A novação pode ser objetiva, quando se refere ao objeto da prestação - art. 360, I, CC. 
A novação subjetiva, por sua vez, é tratada nos incisos II e III do art. 360, CC, havendo, em tais casos, a substituição do devedor ou do credor.
Novação
A novação não implica na satisfação do crédito, pois ele persiste, mas sob uma nova forma. A natureza extintiva é justificada, pois a obrigação primitiva desaparece, mas ainda assim não há que se falar em satisfação.
Se faz necessária a anuência de ambas as partes, não se operando jamais a novação por força de lei.
A alteração no prazo ou condição não implica em novação da obrigação. Nem o recebimento de parcela em atraso, a mudança do local de pagamento, a modificação simples do valor da dívida, o aumento ou diminuição de garantias, ou mesmo a substituição de um título representativo da dívida.
Novação 
Apesar da lei não estabelecer maiores formalidades, a vontade de novar das partes deve se manifestar de forma expressa, clara e indubitável.
A novação subjetiva pode ocorrer com a alteração tanto da figura do credor como do devedor. 
A novação subjetiva passiva pode ocorrer por delegação ou expromissão.
Novação
Delegação — Aqui se verifica o consentimento do devedor originário.
É a hipótese definida pelo art. 360, II, do CC, cabendo ao devedor da obrigação inicial indicar o seu substituto. 
O credor aceita o novo devedor, mas sem renunciar às suas prerrogativas face ao antigo devedor. Trata-se da delegação imperfeita.
Expromissão - Forma de expulsão do devedor originário, visto que um terceiro assume a dívida dele, com a concordância do credor, mas sem que seja necessária a anuência do devedor.
Novação
O art. 360, III, CC trata da novação no polo ativo - substituição da figura do credor.
 
As obrigações nulas ou extintas não podem ser novadas.
 
O ânimo de novar também é um elemento imprescindível. E a sua ausência importa em mera confirmação da primeira obrigação - o art. 361 do CC.
Novação
Caso essa nova obrigação seja inválida, continua em vigor a obrigação originária. É a mesma regra aplicada na dação em pagamento (art. 359 do Código Civil).
Com a criação de uma nova obrigação, os acessórios e garantias insertos na dívida antiga são extintos.
Compensação
Acerto de débito e crédito entre duas pessoas que detêm simultaneamente a condição recíproca de credor e devedor. 
O conceito de compensação é fornecido pelo art. 368 do Código Civil.
O principal benefício é evitar-se uma dupla ação, facilitando-se o adimplemento.
Compensação
Possui natureza de meio extintivo das obrigações.
Se opera por força de lei, de forma independente da iniciativa dos interessados, ou seja, desde que preenchidos os requisitos legais ela opera-se automaticamente - art. 368, CC.
Compensação
A compensação de créditos possui requisitos: 
1 - a reciprocidade de créditos - A compensação somente extingue obrigações existentes entre as partes, excluindo-se as referentes a terceiros. Exceção: possibilidade do fiador se valer da compensação contra o credor do afiançado (exceção ao princípio da personalidade).
O cônjuge (regime de comunhão universal) também pode compensar.
O art. 377, CC menciona
a cessão de crédito. Nesse sentido, o devedor deve ser notificado da cessão de crédito. Caso não haja oposição à cessão feita por parte do devedor, não poderá futuramente opor a compensação com o crédito que tinha em face do credor originário. Quando não tiver ocorrido qualquer comunicação sobre a cessão o devedor conserva esse direito de compensar o crédito, mas dessa vez face ao terceiro (cessionário). 
Compensação
2 - liquidez das dívidas
 
3 - fungibilidade das dívidas – o objeto delas deve ser fungível. Dessa forma, reputam-se como compensáveis coisas da mesma natureza, e de qualidade semelhante.
 
4 - exigibilidade dos débitos – a compensação somente se processa entre dívidas exigíveis. Assim, as dívidas que exigem condição ou à termo não são compensáveis.
Confusão
Existe confusão quando se observa, numa determinada relação obrigacional, a junção numa mesma pessoa das figuras de credor e devedor. Há impossibilidade lógica de que a obrigação persista - artigo 381 do CC. 
A confusão, segundo o art. 382, CC, pode ser total ou parcial:
Quando o estado de confusão acaba, a obrigação é restabelecida, congregando novamente todos os seus caracteres – art. 384, CC.
A confusão pode se operar de diversas formas. Pode ocorrer por ato inter vivos ou causa mortis.
Remissão
A remissão ocorre quando o credor libera o devedor do cumprimento da obrigação, no todo ou em parte, sem que tenha recebido o pagamento que lhe é devido.
Trata-se de uma modalidade de renúncia, e como já observado, renunciáveis são os direitos disponíveis, reais, pessoais e intelectuais. 
Remissão e renúncia apresentam uma distinção: 
a remissão depende da anuência do devedor, que mesmo tendo sua dívida perdoada pelo credor, pode querer pagar, tendo em vista questões morais. A remissão é ato unilateral, mas somente se implementa com a concordância do obrigado. 
na renúncia, essa necessidade de anuência por parte do devedor não está presente.
A remissão pode ser expressa ou tácita - arts. 386 e 387 do CC.

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