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Universidade Federal de Roraima – UFRR Instituto de Ciências Jurídicas – ICJ Curso de Bacharelado em Direito – 2º Semestre ALUNO: Ícaro Vitório Viana Braga EXERCÍCIO DE DIREITO PENAL I – 3 Professora Denise Meneses Gomes 1) Comente sobre as teorias causalista e finalista da ação. R: A teoria causalista defende a conduta como sendo a ação ou omissão humana consciente e voluntária que produz um resultado causal no mundo exterior perceptível pelos sentidos. Nela o dolo e a culpa não fazem parte do tipo e sim da culpabilidade. Caiu em desuso por não conseguir explicar crimes culposos e de mera conduta tal como por não explicar a relação de causalidade nos crimes omissivos. A teoria finalista de Welzel, determina que a ação é o comportamento humano voluntário consciente e dirigido a um fim. Nela há a presença de antecipação do resultado pelo agente e caso não se produza o resultado, constitui uma ação tentada. O finalismo é adotado pelo direito brasileiro. 2) O que é crime habitual? R: é o crime que se configura com condutas reiteradas que revelam o estilo de vida do sujeito ativo e tem como característica a repetição. Exemplo: artigo 230 do CP, rufianismo. 3) Como se classificam as circunstâncias? R: Se classificam em judiciais, com previsão no Art 59 do CP, e legais. As últimas, por sua vez se ramificam em gerais (agravantes (Art 61CP), atenuantes (Arts 65 e 66 do CP) e causas de aumento e diminuição de pena) e especiais (qualificadoras e causas de aumento e diminuição de pena). As circunstâncias judiciais são a dosimetria da pena com base no princípio da individualização, fixam as penas-base. Judiciais tem as gerais na parte geral do codex e as especiais na parte especial. Agravantes são aquelas compatíveis apenas com crimes dolosos e aumentam a pena de acordo com critério do magistrado, além de serem taxativas segundo o Art 61 do CP. As atenuantes, diminuem a pena de acordo com o expresso nos artigos 65 e 66 do CP. As causas de aumento e diminuição estão presentes tanto na parte geral quanto na especial, são de fácil identificação e específicas. 4) Classifique os seguintes delitos: homicídio, infanticídio, lesão corporal, omissão de socorro, furto, estupro, ato obsceno e peculato. R: Homicídio: crime comum, instantâneo de efeitos permanentes, comissivo, material de forma livre, plurisubsistente e unisubjetivo. Infanticídio: de mão própria,instantâneo de efeitos permanentes, de forma livre e material. Lesão corporal: material, instantâneo, unisubjetivo, comum, comissivo, de forma livre. Omissão de socorro: Material, comum, omissivo, unisubjetivo. Furto: material, comissivo, instantâneo, comum, de forma livre, unisubjetivo. Estupro: Material, comum, instantâneo, de forma livre, comissivo, unisubjetivo. Peculato: material, próprio, de dano, comissivo. 5) Quais são os elementos que formam o tipo penal incriminador? R: São eles o tipo, nexo de causalidade, resultado e aconduta, dolosa ou culposa, 6) O que é tipo formal e material? R: O formal é aquele onde a conduta por si só já constitui o crime, não necessitando de uma modificação no mundo exterior. Já o material, está intimamente condicionado ao resultado naturalístico, modificando seu ao redor. 7) Qual o binômio necessário para a caracterização da conduta? R: É o binômio vontade + consciência, onde a primeira é a intenção de atingir um bem jurídico tutelado pelo Estado produzindo um resultado externo e específico. A consciência, é a noção do que ocorre ao seu redor, não necessariamente do ato ilícito. 8) Discorra a respeito das causas de ausência de conduta. R: São elas a coação física irresistível, quando o agente usa outra pessoa como uma ferramente, forçando-a a praticar o ilícito. Movimentos reflexos, quando o sujeito ativo, por movimento que não depende de sua vontade, realiza o ilícito. Caso fortuíto ou força maior, quando o sujeito ativo está diante de situação imprevisível e irretratável. Por fim, o Estado de inconsciência, quando o sujeito não está no controle de sua vontade, depende da análise do caso concreto. 9) O que é resultado naturalístico? R: É a modificação do mundo exterior, morte, perda de um bem. Somente crimes materiais produzem resultados naturalísticos. 10) Qual a teoria adotada pelo CPB quanto a relação de causalidade? R: O CPB adota a teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua non) que diz que tudo aquilo anterior ao resultado é relevante e se equivalem para a compreensão da modificação do mundo exterior. 11) Comente sobre o que dispõe o parágrafo primeiro do artigo 13 de CP. R: Nele é tratado acerca da concausa relativa de superveniência, que é uma causa que concorre com a que deu origem ao delito e é independente da vontade do agente. Na superveniência o resultado é inesperado, pois ela, por si só, produz o resultado, só sendo responsável o agente por fatos anteriores. 12) Quando ocorre tipicidade por extensão? R: Quando são necessários dois ou mais tipos do CP para a definição de um crime. 13) Quais são as características do dolo? R: A vontade e consciência do agente de praticar o ato contrário à lei, a previsibilidade concreta que o autor tem dos fins que sua ação pode tomar (aqui inclui-se assumir os possíveis riscos que uma conduta pode gerar). Em resumo, conhecimento da ilicitude, previsibilidade do resultado e vontade de praticar o ato. 14) Discorra sobre as espécies de dolo. R: Há dolo direto quando o agente quer o resultado, prevê o fim e sua vontade é dirigida à realização do tipo penal. Tem-se também a distinção de dolo direto de 1º grau quando o agente trata do fim diretamente desejado e de 2º grau quando o resultado é desejado como consequência do meio escolhido. Dolo eventual, caracteriza-se pela não vontade direta do agente na realização do ato ilícito, mas aceita-o como provável ou possível, assumindo risco e tendo a previsão de um resultado sem nada fazer para impedí-lo. 15) Quais os elementos do fato típico culposo? R: São eles, a conduta, inobservância do dever de cuidado objetivo necessário, previsibilidade objetiva por pessoa de normal discernimento, ausência por parte do autor da conduta, resultado indesejado ou involuntário, nexo de causalidade e tipicidade. 16) Apresente a distinção entre culpa inconsciente e culpa consciente. R: Na culpa consciente o agente prevê o resultado, não o quer, não assume o risco e pensa poder evitá-lo. Na culpa inconsciente, o agente não prevê o resultado previsível, não o quer e nem o aceita. 17) O que é crime qualificado pelo resultado? R: É aquele que começa com dolo por parte do agente mas toma rumo diferente e termina com culpa, ou começa de forma culposa e termina de forma dolosa ou, ainda começa com dolo e termina com dolo, porém com resultado diverso do planejado no momento da conduta. 18) Quais são as etapas do iter criminis? R: Cogitação é a primeira fase, não é punível e é relativa a intenção do agente. Preparação é a segunda fase, não punível em regra, salvo em casos como dita os artigos 288 e 291 do CP, é ligada a preparação do agente para a realização da conduta. Os atos executórios são a terceira fase, puníveis, dizem respeito ao início da pratica do tipo penal pelo agente. A quarta fase é a consumação, punível, e é a prática de todos os elementos do tipo pelo agente. 19) Apresente a diferença entre tentativa perfeita e imperfeita. R: O agente inicia a prática da execução e passa por todas as fases do iter criminis e mesmo assim não consegue efetuar a consumação, é o chamado crime falho ou tentativa perfeita. Já na imperfeita, ocorre uma interrupção involuntária do processo de iter criminis, o que impede a consumação. Aqui, não há a prática de todos os atos executórios. 20) Quais são os crimes que não admitem tentativa? R: Sãoeles: crimes culposos, preterdolosos, unisubsistentes, omissivos puros, de atentado e habituais.
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