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RESUMO CAP 32 33 34 E CAIO PRADO

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CAP 32 Deslocamento para o centro dinâmico.
A politica de defesa do café contribuiu para manter a procura efetiva e o nível de emprego, o financiamento dos estoques de café com recursos externo evitava o desequilíbrio na balança de pagamentos.
O valor das importações não excedia ao valor dos estoques de café, e a politica de fomento a renda, implícita na defesa dos interesses cafeeiros, era responsável pelo desequilíbrio externo. Que tendia a ser agravar.
A correção desse enclave se dava a custa de forte baixa no poder aquisitivo externo da moed. No período de 1929 e 1931 o valor da moeda perdeu mais da metade de seu valor fora do país, em relação ao uso domestico.
Nos anos depressão, ao mesmo tempo em que se contraíam as rendas monetárias e reais, aumentava os preços das mercadorias importadas, conjugando os dois fatores para reduzir a procura por importações.
No Brasil em 1929 ao ponto mais baixo da depressão, a renda monetária reduzisse entre 25 e 30 por cento. Com a queda das importações favoreceu se a oferta interna parte da procura era coberta por importações. A economia interna lograra maior dinamismo e setores que antes estavam parados, passam a ser oportunidade. O mercado cafeeiro em crise, o capita exportador foi investido em outros setores a exemplo do algodão, que não teve seu preço reduzido, e os produtores brasileiros não desperdiçaram essa oportunidade. Já 1934 o valor da produção algodoeira chegou a cinquenta por cento da cafeeira.
A primeira fase, a expansão da produção.
Melhor aproveitamento da capacidade já instalada;
Queda do cambio;
Compra de equipamentos de segunda mão;
Aumento da procura de bens de capital;
Expansão da produção no mercado interno;
Elevação dos preços das importações.
A economia brasileira encontrou estimulo dentro do mercado interno para fugir dos efeitos depressivos externos, sobretudo, conseguiu fabricar parte dos materiais necessários a manutenção e a expansão da produção de suas fabricas através do uso mais intensivo de sua capacidade instalada, ou ociosa. Isso contribuiu no processo de industrialização do país, por meio de medidas conjunturais da época favoráveis ao investimento da indústria infante, e aumento da procura interna gerando dinamismo em vários setores e mantendo a atividade econômica razoavelmente bem em tempos de crise da economia mundial.
CAP 33 O DESEQUILÍBRIO EXTERNO E SUA PROPAGAÇÃO
a baixa do coeficiente de importação havia sido obtida, nos anos trinta, à custa de um reajustamento profundo dos preços relativos
•Barateamento de produtos de produção interna;
•Taxa cambial ganhou mais importância;
•Valorização cambial = problemas de competitividade do setor industrial.
•Pressão por rebaixamento da taxa cambial graças a sucessivos saldos positivos na balança de
pagamentos;
•Na Segunda Guerra, houve fixação da taxa cambial;
•Capacidade produtiva e exportações em crescimento;
•Redução de renda per capita de 10% entre 1937 e 1942;
•Dificuldades de transporte para importação e exportação;
•“Sobreesforço de guerra”;
•Aumento de despesas militares, diminuição de subsídios;
•Baixa geral da produtividade;
•Começo da Guerra: desemprego, capacidade produtiva não utilizada em diversos países;
•Inflação;
•Favorecimento aos exportadores;
•Preços das importações crescem com menor rapidez;
•Revalorização da moeda brasileira.
A alta da taxa de câmbio, que diminuiu o poder de compra externa da moeda brasileira, barateou o preço relativo das mercadorias que eram produzidas internamente, promovendo assim o desenvolvimento industrial no Brasil na década de 30. Celso Furtado afirma que a taxa cambial passou a ter um papel fundamental no nível de preços relativos, ficando o sistema econômico brasileiro refém das flutuações cambiais da época. Possíveis perdas ocasionadas pela baixa nos preços relativos de mercadorias importadas gerava desconfiança aos investidores ligados ao mercado interno, reduzindo assim as inversões na produção manufatureira local.
Visando evitar os problemas ocasionados pela flutuação cambial como, por exemplo, a valorização da moeda brasileira gerando um prejuízo ao setor cafeeiro, ou ainda, o barateamento das mercadorias importadas gerando uma concorrência externa com o setor manufatureiro local, o governo brasileiro optou por fixar a taxa cambial. Os grandes acúmulos monetários provocados pelos saldos positivos na balança de pagamentos, ocasionados pela guerra, estavam pressionando a taxa de câmbio, pois houve uma queda brusca na oferta internacional de produtos nesse período. Como a economia brasileira estava operando à plena utilização de sua capacidade produtiva e o desequilíbrio entre o nível de renda monetária e a oferta de bens e serviços se mantinha, a elevação do nível de preços tornou-se inevitável e refletiu nos custos do setor exportador.
O nível geral de preços entre 1929 e 1939 subiu apenas 31 por cento, sendo que entre 1940 e 1944 subiu 86 por cento, esses dados demonstram claramente como a inflação já afetava a economia brasileira nessa época. A renda criada no setor exportador não tinha contrapartida com a redução das importações, além disso, a economia continuava produzindo café numa quantidade muito superior a demanda interna e externa, gerando um estoque de aproximadamente 1 bilhão de cruzeiros em 1942 e o déficit do governo chegou a 1,5 bilhão de cruzeiros, essa situação gerou uma base de operação para o sistema bancário expandir os meios de pagamentos, que aumentaram 60 por cento entre 1942 e 1943.
O governo brasileiro tentou proteger o setor exportador com a fixação da taxa cambial, porém esse mecanismo de proteção gerou efeitos inversos, pois com a elevação no nível interno de preços o custo de produção do setor exportador aumentou, eliminando assim, a rentabilidade adicional que possuía com a fixação da taxa de câmbio. Porém, nesse período, os preços de exportação sempre estiveram na frente do nível de preços interno, gerando ainda um ganho para a atividade exportadora brasileira. Enquanto os preços internos e de exportação sobem com muita rapidez de 1939 até 1949, os preços de importação crescem de forma modesta. Essa situação acabou gerando um barateamento nos produtos importados, indo totalmente contra a política econômica de substituição de importações, que havia gerado o desenvolvimento industrial da economia brasileira nos anos 30, causando novos desequilíbrios na economia.
C AP 34
REAJUSTAMENTO DO COEFICIENTE DE IMPORTAÇÕES 
Ao liberarem-se as importações no após-guerra e ao regularizar-se a oferta externa, o coeficiente de importações subiu bruscamente, alcançando em 1947, 15 por cento. Aos observadores do momento , esse crescimento relativo das importações pareceu refletir apenas a compressão da procura nos anos anteriores. Tratava-se, entretanto , de um fenômeno muito mais profundo. Ao estabelecer-se o nível de preços relativos de 1929, a população novamente pretendeu voltar ao nível relativo de gastos em produtos importados, que havia prevalecido naquela época. Ora, uma tal situação era incompatível com a capacidade para importar. Essa capacidade em 1947 era praticamente idêntica à de 1929, enquanto que a renda nacional havia aumentado em cerca de 50 por cento. Era, portanto, natural de que os desejos de importação manifestados pela população (consumidores e inversionistas) tendessem a superar em escala considerável as reais possibilidades de pagamento no exterior . Para corrigir esse desequilíbrio, as soluções que se apresentavam eram estas : desvalorizar substancialmente a moeda , ou introduzir uma série de controles seletivos das importações. A decisão de adotar a segunda dessas soluções teve profunda significação para o futuro imediato, se bem que foi tomada com aparente desconhecimento de seu verdadeiro alcance. Trata-se de uma relação que teve importância básica na intensificação do processo de industrialização do país .
3.4. Economia de Transição para o Trabalho Assalariado: século XIX
Na quarta parte do livro, Furtado apresenta todo o períodode gestação e intensificação da produção de café incluindo a transição para a produção baseada no trabalho assalariado. Ressalta que, num primeiro momento, garantidas as condições de financiamento e demanda externa, o principal problema com o qual se depara a economia cafeeira é o da oferta de trabalho. O termo usado por ele para descrever as dificuldades de se obter um fluxo regular de trabalhadores para a lavoura é “inelasticidade” da oferta de mão de obra. O uso deste conceito, bem caro os manuais de economia, é recorrente nessa parte do livro, como quando fala da oferta de borracha pela economia amazonense, ou no capítulo XXIV, quando menciona a “... elasticidade da oferta de produtos agrícolas que existia na região” Sul do Brasil (FURTADO, 2008, p. 211), só para citar alguns.
Para descrever a atividade cafeeira, Furtado apresenta um modelo bem semelhante ao da economia do açúcar. A atividade tinha, igualmente, sua função de produção baseada na oferta abundante dos insumos terra e mão de obra. As diferenças mais fundamentais estão na capacidade empresarial, oriunda de uma elite nacional mais diligente, e no grau de capitalização mais baixo exigido por essa cultura, ou seja, nas necessidades monetárias de reposição menores. Neste contexto, os custos variáveis são mais significativos, ainda que o tempo de maturação dos cafezais promova aumentos não desprezíveis nos custos fixos. Fora isso, essa economia segue o seu ritmo de maneira muito similar à economia do açúcar, com seu dinamismo sendo dado pelo lado da demanda externa. 
	O fato de maior relevância para a economia cafeeira, do último quartel do século XIX, foi o crescimento do setor assalariado. Com a interrupção do tráfico negreiro, desenvolve-se o mercado de trabalho, abastecido com mão de obra imigrante européia. Em termos de fluxo circular, a implicação é a criação do mercado de fatores, pelo menos para a mão de obra. Há, do mesmo modo, a criação de um mercado de bens de consumo para assalariados. A importância destes fatos para Furtado (2008, p. 219) reside em que, em função do multiplicador do emprego, “a soma de todos os gastos terá necessariamente de exceder de muito a renda monetária criada pela atividade exportadora”. Ademais, a contabilidade da renda nacional passa a ser dividida entre salários e lucros e, a do dispêndio, entre consumo e investimento. 
Esta é a parte livro onde o autor se opõe de forma mais cabal à teoria ortodoxa, representada pelo liberalismo econômico. Seus argumentos chamam a atenção, principalmente, para as dificuldades de adesão de uma economia agro-exportadora assalariada às regras do padrão-ouro e à teoria das vantagens comparativas. Assinalam, ao mesmo tempo, a miopia da elite intelectual da época, ao aderir acriticamente às teorias produzidas para outro contexto. Nas entrelinhas, portanto, vai se firmando a tese do estruturalismo latino-americano, de que o subdesenvolvimento é um processo histórico autônomo e não necessário, exigindo para sua superação a oposição ao fatalismo das leis naturais do mercado e à condição do país como produtor e exportador de produtos primários.
Duas questões adicionais emergem desta parte do livro. A primeira é sobre os usos do termo divisão do trabalho. Ao empregar para entender a situação das colônias de imigração européia no Brasil em meados do século XIX, Furtado justifica a divisão do trabalho, novamente, pelo lado do mercado. O motivo do fomento inicial destas colônias no Brasil estava ligado a questões raciais, e a despeito de se pressupor um maior nível de educação e estoque de capital para os colonos, o resultado da experiência foi desastroso. Nas palavras do próprio Furtado (2008, p.183), as razões foram que:[1: Da mesma forma, a discussão sobre a produtividade sendo determinada pela demanda é o fundamento da lei Keynesiana de Kaldor-Verdoorn, esta não tem nada de neoclássico. ]
...não havendo mercado para os excedentes de produção, o setor monetário logo se atrofiava, o sistema de divisão do trabalho involuía, e a colônia regredia a um sistema econômico rudimentar de subsistência.
Somente quando surge o mercado interno no sudeste do país, é que estas colônias começam a prosperar, operando com maior nível de especialização e com ganhos de produtividade.
A outra questão diz respeito às consequências distributivas da abolição da escravidão. Diante das possibilidades colocadas por Furtado, haveria a tendência, no sudeste do país, de uma reinserção dos ex-escravos à atividade produtiva, com salários maiores em relação aos do nível de subsistência. Contudo, esta redistribuição não ocorreu, o motivo de acordo com o autor é que: “Podendo satisfazer seus gastos de subsistência com dois ou três dias de trabalho por semana, ao antigo escravo parecia muito mais atrativo comprar o ócio que seguir trabalhando quando já tinha o suficiente para viver” (FURTADO, 2008, p. 204). Essa questão, seguindo nossa linha de argumentação, também pode ser pensada em termos de teoria econômica tradicional, com os ex-escravos manifestando suas preferências por renda e lazer em uma curva de indiferença. O ajuste requerido por essa interpretação é que a renda adicional recebida em troca de lazer teria de ser muito mais alta do que para os demais trabalhadores. Isto se refletira numa curva de indiferença com inclinação mais ascendente para unidades adicionais de renda (Pressupondo-se, em um plano cartesiano, a renda no eixo vertical e o lazer no horizontal). 
3.5. A Economia de Transição para um Sistema Industrial: século XX
A última parte de FEB é também a mais importante, trata da crise da economia agro-exportadora e da transição para uma economia industrial. Aqui, segundo Mantega (1989, p.35), encontra-se “o supra-sumo de uma leitura keynesiana da história brasileira”. A análise de Furtado para a crise do café começa com o convênio de Taubaté. Na nossa interpretação, as intervenções e a compra dos estoques podem ser pensadas em termos de diagrama de oferta e demanda, em que o governo fixa um preço mínimo e adquire o excesso de produção. O autor volta também a fazer uso do conceito de elasticidade, por um lado, novamente para evocar a abundância de mão-de-obra e de terras, traço marcante dos países produtores de café; por outro, para caracterizar a baixa elasticidade-renda da demanda pelo produto. A análise do permanente desequilíbrio é, contudo, estrutural. Esse tipo de economia, especializada na produção de artigos coloniais, e com pouca oportunidade de diversificação produtiva, tende a perpetuar a superprodução. [2: Em seguida volta a usar o termo para falar sobre a tendência ao desequilíbrio externo, típica de uma economia subdesenvolvida. A baixa elasticidade da oferta interna pressiona constantemente pelo aumento das importações.]
Para explicar os acontecimentos de 1929, Furtado enfatiza a crise conjunta, do lado da procura e do lado da oferta. Tem-se, assim, a superprodução de café somada à queda da demanda em termos de preços e de quantidades. O resultado é o agravamento do déficit do balanço de pagamentos e a dificuldade de acesso aos capitais e empréstimos externos para o financiamento do déficit em conta corrente. O governo decide então promover uma política monetária expansionista, sem lastro, com o objetivo de comprar e queimar as sacas de café excedentes. O saldo desta operação é a manutenção da renda interna, pois ao “evitar-se uma contração de grandes proporções na renda monetária do setor exportador, reduziam-se proporcionalmente os efeitos do multiplicador de desemprego sobre os demais setores” (FURTADO, 2008, p. 278).
A conjunção da sustentação da renda com a impossibilidade de importar promove uma mudança de preços relativos. Os preços para produção nacional se tornam mais atrativos, diante deste fato, é promissor realocar o capital, antes empatado na produção cafeeira (mercado externo), e direcioná-lo para atender o mercado interno. A partir deste momento, o modelo de demanda Agregada antes apresentado para explicar a economia do açúcar e do café,tem não mais nas exportações, mas no investimento, o principal determinante da renda interna. 
A crise do início da década de 1930 e as respostas em termos de política econômica foram apresentadas por Furtado como algo estritamente heterodoxo, antecipando as políticas de fomento à renda preconizada por Keynes anos depois. Tais políticas, contudo, constituem parte hoje do arcabouço teórico do mainstream, e estão pressupostas nos modelos neoclássicos de demanda agregada e de oferta agregada (esta positivamente inclinada), os quais incluem: preços rígidos, salários rígidos e percepção equivocada. Todos descrevem situações de curto prazo onde a economia opera com capacidade ociosa e, adicionalmente, a demanda afeta a renda, pelo menos até a intersecção da demanda com a curva de oferta agregada de longo prazo, que é uma vertical. 
Não há nenhuma especificação sobre preços no modelo de Furtado para esse período, nem sobre formação de expectativas, mas com a crise, pode-se conjecturar a existência de fatores subempregados. Portanto, a política de fomento à renda é compatível com a análise convencional dos manuais, para quaisquer dos modelos especificados acima. E, historicamente, foi de fato o que ocorreu, a economia cresceu, a princípio baseada no “aproveitamento mais intenso da capacidade instalada no país” (FURTADO, 2008, p. 279), em seguida com a importação de máquinas e bens de capital sucateados (deslocamento para a direita da curva de oferta agregada de longo prazo). 
CAIO PRADO
CAP 19
 IMIGRAÇÃO
Depois da transferência da Corte para o Rio é que a imigração e a colonização provocada tiveram finalidade demográfica. O sistema de colonização teve mais sucesso no Extremo-Sul do país. Durante os 13 anos de permanência da Corte foram instalados alguns núcleos de colonos alemães, suíços e açorianos no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, cujo o objetivo era fortalecer a região devido às questões do Prata, pois Portugal precisava reformar seu exército. As dificuldades enfrentadas foram o clima desfavorável, a organização social pouco atraente e as restrições religiosas.
Outra onda de imigração foi acentuada depois do fim do tráfico de escravos, passando a ser prioridade na política do governo, trazendo-os às fazendas em regime de parcerias, só depois introduzindo o salário. Contudo, devido às condições de imigração, houve campanhas na Europa contra a emigração para o Brasil, interrompendo a vinda de trabalhadores para cá.
Por volta de 1870 quando a escravidão sofreu duros golpes, se passou a estimular a imigração novamente, através da imigração subvencionada. Isso foi favorecido pelas restrições à imigração nos EUA, fazendo o Europeu procurar o Brasil. Em 1876 a Itália entrou como grande fornecedora de braços para cá. O trabalho livre ajudou a enterrar de vez a escravidão, pois se abriam perspectivas de produção aos senhores do café. A partir de 1880, as fazendas de café contarão quase que unicamente com trabalhadores livres.
CAP 20
. SÍNTESE DA EVOLUÇÃO ECONÔMICA DO IMPÉRIO
No final do Império, a indústria se apresentava ainda sem um mercado amplo, concentrando suas atividades principalmente nas manufaturas têxteis no Rio de Janeiro, Minas, Pernambuco, Bahia e Maranhão, pois essas regiões tinham uma maior densidade demográfica e melhor proximidade das fontes de matéria prima. Permitiu-se com isso entrosar no trabalho uma camada da população que vivia à margem da sociedade.
A situação econômica do país foi marcada pela inflação de crédito e pela inversão de capitais engessados anteriormente no tráfico para inúmeros novos empreendimentos. A partir daí, houve coincidência entre os déficits crônicos e os momentos de maior prosperidade econômica, o que evidenciava o caráter especulativo dos investimentos internacionais aqui. O governo procedeu a continuas emissões de moeda, refletindo em oscilações no poder aquisitivo do povo. Passamos por sérias crises em 1857 e em 1864, sendo a mais séria da história a decorrente da Guerra do Paraguai, entre 1865 e 1870, que garantiu a navegação nos rios Paraguai e Paraná, importantes para o Mato Grosso do Sul, condição que perdeu a importância com a estrada de ferro que o liga ao litoral Atlântico.
A década entre 1870 e 1880 representou o momento de maior prosperidade nacional, com o acumulo de capital graças à agricultura, fazendo surgir um surto de novos negócios. O trabalho assalariado agora movimenta o capital e o investimento estrangeiro flui para cá. Multiplicam-se as empresas financeiras para dar suporto ao novo sistema dependente do giro de capital. O progresso se mostrava com a navegação a vapor, desbancando as comunicações terrestres e as estradas de ferro.
CAP 24
INDUSTRIALIZAÇÃO
Os principais deflagradores da industrialização do Brasil foram o declínio do câmbio, que favorecia e exportação e encarecia a importação, as altas tarifas alfandegárias a partir de 1844 com o objetivo principal de obter recursos para sanar o buraco do Tesouro Público, a disponibilidade de mão-de-obra barata e a produção do algodão, que estimulou a maquinofatura têxtil. A Primeira Guerra também contribuiu para o crescimento da nossa indústria pois caía a concorrência estrangeira – crescia o número de subsidiárias estrangeiras depois da guerra, atuando no setor químico, elétrico, de veículos, além de impulsionar o produção de carne congelada no Rio Grande do Sul para exportação. A partir de 1907 as principais atividades industriais eram a de alimentos e têxtil.
A indústria brasileira viveu parasitariamente das altas tarifas alfandegárias e da depreciação cambial, assim, onerava-se a aquisição de modernos bens de capital importados, o que nos deixou sempre um passo atrás dos grandes concorrentes externos, além de impedir a entrada de novos concorrentes na nossa indústria por causa dos altos custos dos materiais importados. Essa situação provocava uma inércia nas nossas indústrias, que não lutavam para conquistar novos mercados, pois eram extremamente protegidas. Era portanto uma indústria rotineira e sem progresso técnico sustentado, sua sorte estava ligada às vicissitudes de fatores que não dependem dela: o comércio externo e as emissões de moeda para cobrir os gastos do governo. Outra característica foi sua dispersão, não sendo as indústrias inseridas num sistema homogêneo que promovesse o desenvolvimento sustentável da atividade industrial.
Os investimentos iniciais para o financiamento da indústria vieram principalmente dos fundos individuais dos fundadores e com a acumulação de capital graças ao café. Com o tempo, passaram a utilizar os lucros obtidos com a indústria como reinvestimento.
O crescimento da indústria teve o primeiro ímpeto em 1880 e 1889, com o surto de novas de atividades no país. Como foi dito antes, sustentou-se na desvalorização cambial e nas altas tarifas alfandegárias protecionistas. Depois da Primeira Guerra a metalurgia se desenvolveu com a criação da Belco-Mineira em 1921. Até então a exploração das jazidas de ferro tinha sido dificultada pelo controle das jazidas por empresas internacionais. Em São Paulo foi o Estado mais favorecido, graças à riqueza criada pelo café, à imigração européia e à energia hidráulica em abundância.
As dificuldades encontradas no desenvolvimento da nossa indústria foram a falta de mercado consumidor, dado o isolamento das regiões e as poucas linhas de comunicação, e a concorrência das mercadorias estrangeiras antes de 1844, que não permitiu um surgimento sustentável da nossa indústria. Além disso, contávamos com poucas reservas de carvão de pedra. Depois da Guerra, vivemos um período sombrio, principalmente entre 1924 e 1930, quando cresceu a importação de manufaturados.
CAP 25 IMPERIALISMO
O capital estrangeiro ocupa uma posição central na história da nossa economia. Sua primeira participação foi nos empréstimos públicos. Ganhou ímpeto quando a Inglaterra deixou de se concentrar apenas no comercial para querer tirar proveito de todas as atividades através do capitalfinanceiro.
Isso foi facilitado pelo caráter da nossa formação, de fonte de matéria prima para a indústria externa, vulneráveis à penetração do capital estrangeiro por ainda nos organizarmos em função do mercado externo. Nosso sistema dependia visceralmente do capital estrangeiro, sendo seu papel inicial a participação em todas as nossas atividades econômicas, que passa a abrir mercados para a indústria nacional em troca da exploração de sua mais valia e põe à disposição da indústria as matérias primas de que precisávamos.
Ganhou ímpeto de várias formas: 1) quando foi empregado no financiamento da lavoura cafeeira, que a partir daí passou a se apropriar de todas as etapas do negócio; 2) com a especulação financeira devidos às oscilações cambiais e à carência de capital de giro, fazendo surgir bancos estrangeiros aqui, que operavam com as disponibilidades do país no exterior; 3) com os empreendimentos industriais, como os serviços públicos e a indústria manufatureira e 4) com a instalação dos grandes trustes desde antes da Primeira Guerra, que assumiram um papel de primeiro plano na nossa economia.
Das grandes matérias primas industriais, só fornecemos a borracha. Apenas recentemente começamos a figurar como exportadores de minério de ferro. A partir de 1950 começou a crescer a importância do algodão graças à cisão dos blocos mundiais entre Estados Unidos e Grã-Bretanha de um lado e Alemanha e Japão do outro, fazendo da Alemanha a maior compradora, com 60 por cento da nossa produção, e fazendo o Japão investir no negócio a partir de 1930.
O imperialismo representa um sistema amplo e geral da organização econômica do mundo, não havendo mais história deste ou daquele país. A nossa evolução econômica sempre se deu em torno dos grandes acontecimentos mundiais. Depois Primeira Guerra os interesses se voltaram para a descentralização da produção de matéria prima, o que faz aumentar a nossa concorrência. As conseqüências do imperialismo no nosso país foram a introdução de novos padrões, exemplos e técnicas, que seriam aplicados no nosso modo de vida e o estímulo à vida econômica do país com a realização de inúmeros progressos.

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