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3 SÉRIEa ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume 3 SOCIOLOGIA Ciências Humanas Nome: Escola: 1 edição revistaGOVERNO DO ESTADO DE SãO PAULO SECRETARIA DA EDUCAçãO MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO – 3ª SÉRIE VOLUME 3 a São Paulo, 2013 Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenador de Gestão de Recursos Humanos Jorge Sagae Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Maria Lucia Guardia Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato EQUIPES CURRICULARES Área de Linguagens Arte: Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno, Pio de Sousa Santana e Roseli Ventrela. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosangela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire de Souza Bispo, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Área de Matemática Matemática: João dos Santos, Juvenal de Gouveia, Otavio Yoshio Yamanaka, Patrícia de Barros Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira. Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati. História: Cynthia Moreira Marcucci, Lydia Elisabeth Menezello e Maria Margarete dos Santos. Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida, Sérgio Roberto Cardoso e Tony Shigueki Nakatani. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Daniela Peixoto Rosa, Eliana Cristine Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira, Silvana Alves Muniz, Thiago Candido Biselli Farias e Welker José Mahler. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos, Silmara Santade Masiero e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Angela Maria Baltieri Souza, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, João Mário Santana, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Claudia Segantini Leme, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Sofia Valeriano Silva Ratz. Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi. Química: Armenak Bolean, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. Sociologia: Aparecido Antônio de Almeida, Jean Paulo de Araújo Miranda, Neide de Lima Moura e Tânia Fetchir. GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI Presidente da Diretoria Executiva Antonio Rafael Namur Muscat Vice-presidente da Diretoria ExecutivaAlberto Wunderler Ramos GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Editorial: Ana C. S. Pelegrini, Cíntia Leitão, Mariana Góis, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita e Tatiana F. Souza. Direitos autorais e iconografia: Débora Arécio, Érica Marques, José Carlos Augusto, Maria Aparecida Acunzo Forli e Maria Magalhães de Alencastro. COORDENAÇÃO TÉCNICA Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello Lino de Macedo Luis Carlos de Menezes Maria Inês Fini (coordenadora) Ruy Berger (em memória) AUTORES Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira. Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira. LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo. LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González. Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos. Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli. Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira. Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas. História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari. Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers. Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo. Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume. Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião. Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie. EQUIPE DE PRODUÇÃO Coordenação executiva: Beatriz Scavazza. Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos de Carvalho, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti. EQUIPE EDITORIAL Coordenação executiva: Angela Sprenger. Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa. Projeto editorial: Zuleika de Felice Murrie. Edição e Produção editorial: Adesign, Jairo Souza Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico). APOIO Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE CTP, Impressão e Acabamento Esdeva Indústria Gráfica S.A. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país,desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº- 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas S239c S239c São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: sociologia, ensino médio - 3ª- série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins, Melissa de Mattos Pimenta, Stella Christina Schrijnemaekers. São Paulo: SEE, 2013. ISBN 978-85-7849-304-2 1. Sociologia 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Martins, Heloísa Helena Teixeira de Souza. III. Pimenta, Melissa de Mattos. IV. Schrijnemaekers, Stella Christina. V. Título. CDU: 373.5:316 * Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. * As fotografias da agência Abblestock/Jupiter publicadas no material são de propriedade da Getty Images. * Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores na reedição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que per- mitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo,é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo SUMáRIO Ficha do Caderno 7 Orientação sobre os conteúdos do volume 8 Tema 1 – Conceito de Estado, elementos constitutivos e características 10 Situação de Aprendizagem 1 – Organização política de um país 10 Tema 2 – Formas de governo 20 Situação de Aprendizagem 2 – Como os países são governados 20 Tema 3 – Constituição do Estado brasileiro 30 Situação de Aprendizagem 3 – Organização política do Estado brasileiro 30 Tema 4 – Sistemas partidários e eleitorais 39 Situação de Aprendizagem 4 – Como funcionam as eleições 39 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão dos temas 48 FICHA DO CADERNO Política e Sociedade Nome da disciplina: Sociologia área: Ciências Humanas Etapa da educação básica: Ensino Médio Série: 3ª Volume: 3 Temas e conteúdos: O Estado: conceito, elementos constitutivos e características Formas de governo no Estado Moderno (monarquia, república, democracia) Sistemas de governo (parlamentarismo e presidencialismo) Constituição do Estado brasileiro, divisão dos Poderes, Senado, Câmara dos Deputados, partidos políticos, sistema eleitoral brasileiro 7 ORIENTAçãO SOBRE OS CONTEúDOS DO VOLUME 8 Caro professor, Dando continuidade à discussão sobre a temática da cidadania, neste volume deslocare- mos o foco para o exercício dos direitos políti- cos no âmbito da democracia. Porém, mais do que tratar o papel do eleitor e o peso do voto nas decisões sobre o futuro de um país, a pro- posta deste volume é ampliar o debate para a compreensão do funcionamento das institui- ções políticas brasileiras. Nesse sentido, os con- teúdos e atividades apresentados no Caderno têm como propósito oferecer ao educando um conhecimento abrangente e diversificado da natureza, das funções, da organização e opera- cionalização das estruturas e órgãos que com- põem o sistema de governo de nosso país. Além disso, pretende trazer para a reflexão as formas por meio das quais a sociedade se relaciona com o Estado e se faz representar por inter- médio de membros eleitos e, por fim, qual o papel de cada um, como cidadão politicamen- te ativo, no processo de regulação das decisões que modificam os destinos de uma população. A organização política do Estado brasileiro é introduzida por meio de uma abordagem inter- disciplinar, que dialoga com outras Ciências Humanas e Sociais. O objetivo é o de desper- tar a curiosidade e o interesse do aluno para a forma como está constituído hoje o gover- no brasileiro, além de capacitá-lo a reconhecer nosso sistema de governo e distingui-lo em rela- ção ao de outros países, situando-o no espec- tro dos regimes democráticos e compreendendo de maneira crítica a capacidade de efetivação da cidadania no contexto atual. A capacitação de eleitores conscientes e responsáveis depende do conhecimento adequado do funcionamen- to do sistema eleitoral, do processo legislativo, do poder executivo e do governo de um país. Assim, apresentamos neste Caderno um con- junto de atividades para que você, professor, possa escolher o que desenvolver com os seus alunos, nas oito aulas previstas. Esperamos que você aprecie nossa contribuição! Conhecimentos priorizados Para tratar a questão central deste volu- me – Qual é a organização política do Estado brasileiro? – será introduzida uma série de no- ções oriundas de conceitos da Teoria Geral do Estado, tais como: Estado, Governo, formas e sistemas de governo, democracia, povo, sobe- rania, sistemas eleitorais, entre outros, que ser- virão de base para a compreensão de como se organiza e funciona o Estado e o Governo no Brasil. Sem pretender aprofundar muitos mo- delos teóricos, as Situações de Aprendizagem têm por objetivo propiciar aos educandos um amplo repertório de temas e problemáticas de natureza política, com base no qual será pos- sível elaborar reflexões e debates sobre a rea- lidade do Estado brasileiro. Na Situação de Aprendizagem 1, o objetivo será dar aos alunos a noção de Estado, seus elementos constitutivos e características, ponto de partida para a com- preensão da organização política de um país. Na Situação de Aprendizagem 2, eles aprende- rão a noção de Governo, suas formas e siste- mas, atentando para as diferenças entre formas democráticas e não democráticas de governo, bem como os sistemas parlamentarista e pre- sidencialista. Na Situação de Aprendizagem 3, será analisada a constituição do Estado brasi- leiro, em termos de sua organização e estrutura de funcionamento, especialmente a divisão dos Poderes e as funções do Legislativo, Executivo e Judiciário. Na Situação de Aprendizagem 4, será a vez do ensino da noção de sistema par- tidário e de sistema eleitoral, atentando para o papel do voto, suas características e a organiza- ção e funcionamento das eleições. Sociologia - 3a série - Volume 3 Competências e habilidades Ao final deste volume, espera-se que os alunos tenham adquirido noções teóricas gerais de Teoria Geral do Estado e Política que os capacitem a compreender os prin- cípios básicos da organização política do Estado brasileiro. O instrumental teórico apresentado nas Situações de Aprendizagem deverá propiciar o entendimento do que é um Estado democrático e de como ele fun- ciona e, em especial, o caso brasileiro. Metodologias e estratégias As atividades propostas para este volume são bastante diversificadas, de modo a propor- cionar diferentes formas de tratar conceitos teóricos. Alternando aulas expositivas, com apoio em modelos esquemáticos, debates em sala de aula, leitura e análise de texto, de reportagens dejornais, imagens e exercícios a serem desenvolvidos individualmente e em grupo, as atividades sugeridas procuram tomar como referência a realidade política do Brasil e de outros países e utilizar os exem- plos oferecidos pelos próprios alunos para o desenvolvimento das reflexões e análises. Avaliação As avaliações das Situações de Aprendi- zagem priorizam, sobretudo, a produção de textos dissertativos em que o aluno é solicita- do a desenvolver reflexões sobre os conteúdos discutidos em sala de aula e se posicionar de forma crítica a respeito de questões sugeridas para debate. Além disso, são propostas pesqui- sas temáticas de aprofundamento a respeito da realidade política do Brasil, cujo objetivo é tanto despertar a curiosidade do aluno para os temas e situações mais prementes no momento quanto desenvolver sua capacidade de pesqui- sa e análise de informações. 9 TEMA 1 – CONCEITO DE ESTADO, ELEMENTOS CONSTITUTIVOS E CARACTERÍSTICAS SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DE UM PAÍS Nesta Situação de Aprendizagem será apresentada uma primeira formulação geral do conceito de Estado, além dos seus princi- pais elementos constitutivos e características. O objetivo é estabelecer uma distinção clara entre a noção geográfica e política de Estado da federação (Estado de São Paulo, da Bahia, do Tocantins) – que os alunos já conhe- cem – e o conceito teórico, cuja definição é oriunda da Teoria Geral do Estado. Essa discussão servirá de base para desenvol- ver uma reflexão sobre as noções políticas de país/nação, território, soberania, povo e governo. Todos esses elementos constituem a base conceitual de uma sociedade politi- camente organizada e o ponto de partida para a compreensão do funcionamento das instituições democráticas e do exercício dos direitos políticos a serem introduzidos nas próximas Situações de Aprendizagem. Tempo previsto: 4 aulas. Conteúdos e temas: conceito de Estado; elementos e características do Estado; conceito de nacionalidade; soberania e finalidade do Estado. Competências e habilidades: compreender o conceito geral de Estado; seus elementos e caracte- rísticas; distinguir Estado da concepção de governo. Estratégias: análise de imagens; leitura e interpretação de textos; debate em sala de aula. Recursos: textos para leitura e retroprojetor (caso esteja disponível). Avaliação: elaboração de texto dissertativo. 10 Sondagem e sensibilização Com o propósito de fazer um levanta- mento inicial a respeito do que os alunos já conhecem sobre o tema, você pode desa- fiá-los a se manifestar com relação ao ter- mo “Estado” e, aos poucos, introduzir novas informações. Remetendo a conteúdos das aulas de Geografia, exponha a seguinte questão: Você sabe definir o que é Estado? Dê um exemplo. Aguarde as manifestações da turma. Espera-se que os alunos façam referências à divisão territorial brasileira e deem exemplos de nomes de Estados da Federação, como “Estado de São Paulo”, “Estado do Rio Grande do Sul”, entre outros. Caso isso não ocorra, desafie-os a responder às perguntas a seguir de forma Sociologia - 3a série - Volume 3 dinâmica. Você pode dividir a classe em gru- pos, estabelecer um tempo máximo para res- posta e atribuir pontos para cada resposta correta. A equipe vencedora será aquela que acertar o maior número de questões dentro do tempo ou no menor tempo possível. f Você sabe definir o que é Estado. Dê um exemplo. Agora, reúna-se com seus colegas e responda rápido: 1. Quantos Estados fazem parte do Brasil? a) 27 Estados e 1 Distrito Federal. b) 26 Estados e 1 Distrito Federal. c) 27 Estados. 2. Qual é o nome do nosso Estado? a) Estado de São Paulo. b) Estado Federal de São Paulo. c) Estado de São Paulo de Piratininga. 3. Qual é a capital do Estado de São Paulo? a) São Paulo. b) São Paulo de Piratininga. c) Grande São Paulo. 4. Quantos municípios fazem parte do Estado de São Paulo? a) 548. b) 632. c) 645. 5. Qual é o tamanho do Estado de São Paulo? a) 248.209,426 km2. b) 293.767 km2. c) 312.891 km2. Etapa 1 – Conceito de Estado e seus elementos constituintes As informações levantadas a partir da sensi- bilização inicial tiveram como objetivo despertar a atenção dos alunos para algumas das questões relevantes à organização política e administra- tiva de um país. Mesmo que não tenham acer- tado todas as respostas, os alunos terão tido a oportunidade de conhecer alguns dados impor- 6. Qual é a sua população atual? a) 39.417.838 habitantes. b) 41.633.802 habitantes. c) 53.732.604 habitantes. 7. Quantos senadores representam São Paulo no Senado Federal? a) 3. b) 2. c) 5. 8. Quantos deputados representam São Paulo na Câmara dos Deputados? a) 94. b) 110. c) 70. 9. Quantos deputados compõem a Assembleia Legislativa do Estado? a) 94. b) 110. c) 70. tantes a respeito da realidade geográfica e políti- ca do Estado de São Paulo. Esses dados servirão de base para a discussão a seguir. Retome a primeira questão da sensibili- zação inicial e destaque o fato de o Estado de São Paulo fazer parte de um conjunto de Estados que compõem o Brasil. Você pode perguntar à classe: Qual é o nome oficial do Brasil? Provavelmente os alunos responderão 11 “Brasil”, mas o nome oficial do País é República Federativa do Brasil. Em seguida, coloque a seguinte questão: O que isto significa? Aguarde as contribuições da turma e aproveite-as ao máximo. O importante é deixar claro que o Estado de São Paulo faz parte de uma entida- de maior, ou seja, de uma República Federativa chamada Brasil. Essa entidade maior é o que entendemos por país, em termos de sua deli- mitação geográfica e, por Estado, em termos de sua organização política. Em outras pala- vras, o Estado de São Paulo faz parte de uma Federação de Estados1, cujo tipo de governo é uma República2, que é a República Federativa do Brasil ou o Estado brasileiro. Peça para um voluntário ler o seguinte trecho: “Uma definição abrangente de Estado seria ‘uma instituição organizada política, social e juridi- camente, ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é uma Constituição escrita. É dirigido por um governo soberano reconhecido interna e externamente, sendo responsável pela orga- nização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força e da coerção’”. DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 43. Após a leitura, pergunte aos alunos o que eles entenderam do texto e desenvolva uma pequena discussão. É importante que alguns aspectos sejam destacados: f em primeiro lugar, o Estado é uma institui- ção que possui uma organização interna; f para existir, depende de um território, ou seja, de um espaço geográfico definido; f um Estado geralmente é organizado segundo leis escritas, como por exemplo, uma Constituição; f além disso, é dirigido por um governo reconhecido internamente por sua popu- lação e externamente por outros Estados (ou países); f finalmente, o Estado é o responsável pela organização e pelo controle da socieda- de, pois é o único que pode manter forças armadas (Exércitoe força policial) e tem legitimidade ou autoridade para impor a ordem pela força (monopólio legítimo do uso da força e da coerção). Para ficar mais claro, solicite a um volun- tário que leia o seguinte trecho, em que estão explicitados, de forma sucinta, os elementos constitutivos do Estado: “O Estado é uma sociedade de pessoas chamada população, em determinado território, sob a autoridade de determinado governo, a fim de alcançar determinado objetivo, o bem comum”. DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 43. 12 1 2 Uma Federação consiste em uma união perpétua e indissolúvel de Estados autônomos, mas não soberanos, regidos por uma Constituição. São Federações o Brasil, os Estados Unidos, a Argentina, e a Venezuela, por exemplo. Forma de governo na qual o povo é soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções em poderes distintos. Fonte: Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Edição eletrônica. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. AdesignSociologia - 3a série - Volume 3 Em seguida, você pode apresentar esses elementos de forma esquemática na lousa, ou com o auxílio de um retroprojetor (se a escola contar com esse recurso). Elementos do Estado meio do status da nacionalidade. “Povo, em sentido democrático, pressupõe a totalidade dos que possuem o status da nacionalidade, os quais devem agir, cons- cientes de sua cidadania ativa, segun- do ideias, interesses e representações de natureza política”4. Também é interessante destacar que o ter- ritório de um Estado não consiste apenas nas Materiais Formal fronteiras nacionais, mas em um conjunto de partes que vão além da superfície terrestre, como, por exemplo: f solo: porção de terras delimitadas pelas População Território Governo É importante distinguir população de povo: f “Integram a população todas as pessoas residentes dentro do território estatal ou todas as pessoas presentes no território do Estado, num determinado momen- to, inclusive estrangeiros e apátridas”3. Em outras palavras, a população abran- ge o conjunto de pessoas que vivem no território estatal ou mesmo que perma- neçam nele temporariamente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasi- leira é aproximadamente de 192 milhões de habitantes. f Nas democracias atuais, o povo adqui- re um sentido político, uma vez que está ligado à noção de cidadania e, para isso, depende de estar ligado ao Estado por fronteiras internacionais e pelo mar; f subsolo: porção de terras sob o solo, com a mesma delimitação deste; f espaço aéreo: coluna imaginária de ar que acompanha o contorno do território ter- restre, somado ao mar territorial; f embaixadas: sedes de representação diplo- mática dos diversos Estados, que são con- sideradas parcelas do território nacional nos países estrangeiros; f navios e aviões militares: são considerados como parte do Estado referente ao país a que pertencem, em qualquer lugar que estejam; f navios e aviões de uso comercial ou civil: que estejam sobrevoando ou navegan- do em território não pertencente a outros Estados; f mar territorial: estende-se por 12 milhas marítimas (22,2 km) para defesa mili- tar e 200 milhas marítimas (370 km) para exploração econômica. Segundo o IBGE, a área territorial oficial do Brasil é de 8.514.876,599 km2. 3 4 SOARES, M. L. Q. Teoria do Estado: Novos paradigmas em face da globalização. São Paulo: Atlas, 2008. p. 143. Idem, p. 45. 13 Fernando ChuíFigura 1 – Território brasileiro. Finalmente, é preciso compreender em que consiste o governo. Governo não é o mesmo que Estado, mas sim o poder do Estado, dividido em funções, geralmen- te representadas pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Como atividade para casa, você pode sugerir que os alunos leiam o próximo texto e respondam às perguntas de interpretação. “Os vereadores municipais, deputados estaduais, deputados federais e senadores exercitam a fun- ção legislativa, investidos em seus mandatos. Prefeitos, governadores e presidente da República, a exemplo de outros, exercem o poder de administrar, garantir a segurança do território, lançar impos- tos sobre a população, realizar obras que beneficiem tal população em matéria viária, educacional, sanitária ou cultural, ou ainda executam atividades de fiscalização e controle (o chamado poder de polícia) exercitam o poder (e a função) executivo. Por fim, juízes, desembargadores e árbitros, entre outros, com o poder de julgar, de acordo com as leis vigentes, os conflitos na esfera pública ou pri- vada, exercem o poder judiciário”. DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 45. 14 © Keystone-France/Gamma-Keystone/ Getty Images © Maher Attar/ Sygma/Corbis/LatinstockSociologia - 3a série - Volume 3 1. Quais são os Poderes do Estado? Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 2. Identifique dois cargos associados a cada um dos Poderes e dê exemplos de suas atribuições. a) Poder Executivo: governadores, presi- dente da República. Exercem a função de administrar, realizar obras, cobrar impos- tos, garantir a segurança etc. b) Poder Legislativo: vereadores, deputa- dos. Exercem a função de legislar, ou seja, de fazer as leis. c) Poder Judiciário: Juízes, desembarga- dores. Exercem a função de julgar os con- flitos de acordo com as leis vigentes. Figura 2 – Após a votação das Nações Unidas dividindo a Palestina, David Ben Gourion declarou um estado de Etapa 2 – Características do Estado Tendo examinado os elementos constitu- tivos do Estado, ou seja, os elementos que formam um Estado, é preciso entender o que o caracteriza como entidade ou organi- zação política: a nacionalidade, a soberania e a finalidade. Sem essas características, não existe Estado. O que significa cada uma dessas carac- terísticas? Você pode desenvolver uma dis- cussão utilizando como exemplo o caso de Israel e da Palestina. Disponha os alunos em círculo e solicite a um voluntário que leia o texto a seguir. Você pode realizar a leitura de forma individual, compartilha- da ou comentada. Figura 3 – Yasser Arafat anuncia a criação do Estado palestino em novembro de 1988. Israel, em Tel-Aviv, em maio de 1948. A região da Palestina, situada no Oriente Médio, no lado leste do Mar Mediterrâneo, fazendo divisa com o Líbano, ao norte, a Síria, a nordeste, a Jordânia, a leste, e o Egito, ao sul, é uma estreita faixa de terra, desértica, sem petróleo e sem recursos minerais estratégicos. Habitada primeiramente pelos hebreus, povo do qual descendem os judeus, em 2000 a.C., a Palestina esteve sob o domínio dos mais diversos povos, entre romanos, árabes e, mais recentemente, ingleses. Os judeus foram expulsos da região durante o Império Romano e então passaram a viver espa- lhados por vários lugares do mundo. Embora dispersos, os judeus preservaram uma profunda consciência nacional e conservaram suas tradições religiosas e seus costumes. Com o fim do Império Romano e o surgimento do Islamismo, no século VII, a Palestina passou a ser dominada pelos árabes. Entre 1517 e 1917, tornou-separte do Império Otomano1 e, durante a Primeira Guerra Mundial, pas- sou a ser controlada pelos ingleses. A disputa pelo território palestino remonta ao século XIX, com a emergência de movimentos nacionalistas, entre os quais o movimento sionista em 1897, que propunha 15 o retorno dos judeus à Palestina e a formação de um Estado judaico. A partir dessa época, milhares de judeus passaram a emigrar e a se instalar na região. Com o fim da Primeira Guerra Mundial e o desmembramento do Império Turco-Otomano, a Palestina passou para o controle do Reino Unido e permaneceu sob o domínio inglês até o final da Segunda Guerra. Em 1947, uma resolução das Nações Unidas propôs a divisão da Palestina em dois Estados: um judeu (Israel) e outro árabe palestino. Lideranças judaicas apoiaram o plano, mas os árabes palesti- nos não aceitaram a partilha e, apoiados pela Liga Árabe2, iniciaram uma guerra civil. Em 14 de maio de 1948, foi proclamada a criação do Estado de Israel. Cinco países da Liga invadiram a Palestina, levando à primeira guerra entre árabes e israelenses. Milhares de palestinos foram obrigados a se refu- giar nos países vizinhos. Os israelenses venceram a guerra e anexaram territórios palestinos previstos pela Organização das Nações Unidas (ONU). A partir daí, o conflito entre Israel e árabes, especial- mente os palestinos, tornou-se constante. Em 1964, foi fundada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, voltada para a luta pela criação de um Estado palestino livre. Desde então, ambos os povos têm se enfrentado em guerras, confrontos armados, revoltas populares (Intifadas) e atos terroristas perpetrados por grupos radicais que não reconhecem a existência do Estado de Israel. No dia 15 de novembro de 1988, o Conselho Nacional Palestino, o corpo legislativo da OLP, esta- beleceu a declaração do Estado da Palestina, embora ele não seja um Estado independente, tampouco detenha soberania sobre quaisquer territórios. O Estado foi reconhecido imediatamente pela Liga Árabe, mas não pelas Nações Unidas. Em 1993, teve início o Processo de Paz de Oslo3, quando a OLP pôde estabelecer a Autoridade Nacional Palestina, ou seja, uma espécie de governo representando os interesses dos palestinos. O acordo previa que Israel cederia gradualmente o controle dos territórios onde vive a maior parte dos palestinos (a Cisjordânia e a Faixa de Gaza) em troca da paz. Isso implicava o reconhecimento mútuo e a coexistência com o Estado de Israel. Desde 2003, entretanto, os palestinos encontram-se divididos pelo conflito entre duas facções: o Fatah, o partido majoritário, e o Hamas, grupo político radical. Como resultado, o território contro- lado pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) está seccionado entre a Cisjordânia, controlada pelo Fatah, e a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, que, apesar de ter vencido as eleições em 2006, não tem sido autorizado a participar das negociações oficiais de paz, por ser considerado uma organiza- ção terrorista por Israel e diversos outros países. Os maiores obstáculos para a constituição efetiva do Estado palestino estão nas violentas dispu- tas entre facções palestinas desde a eleição do grupo Hamas, em 2006 (não reconhecido internacio- nalmente) e nos constantes ataques de ambos os lados às populações civis em cidades israelenses e da Faixa de Gaza, que impedem as iniciativas em busca de negociações por acordos de paz e a retirada dos assentamentos judeus na Cisjordânia, reivindicadas pelos palestinos. Atualmente, os destinos da região continuam incertos. Se os palestinos já conquistaram a autonomia em algumas cidades da Cisjordânia e em Gaza, ainda não possuem um Estado independente e soberano. Alguns pequenos passos, entretanto, têm sido dados nessa direção. Hoje, 96 países reconhecem a Palestina como um Estado separado de Israel, incluindo a Rússia, a Índia, a China, a maior parte dos países afri- canos, vários países asiáticos e alguns países do Leste Europeu. Desde 1996, a Palestina possui um comitê olímpico e, em 1998, a FIFA reconheceu a seleção palestina como uma entidade independente. 1 2 3 Império que existiu entre 1299 e 1922 e em seu apogeu se estendeu pela Anatólia – região que hoje corresponde à Turquia –, o Oriente Médio, parte do Sudeste europeu e Norte da África. Foi estabelecido por uma tribo de turcos oguzes no oeste da Anatólia e era governado pela dinastia Osmanli, de onde deriva o nome “otomano”. Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Arábia Saudita e Síria. Possui esse nome, pois foi realizado na capital da Noruega. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 16 Sociologia - 3a série - Volume 3 Após a leitura, peça aos alunos que falem sobre o que entenderam do texto. Recomende que eles consultem um mapa e identifiquem as áreas indicadas no texto e os Estados que fazem fronteira com o atual Estado de Israel. Em seguida, coloque a seguinte questão em debate: O que levou à proclamação do Estado de Israel, em 1948? As respostas dos alunos poderão ser as mais variadas possíveis. Não descarte a hipótese de alguns defenderem a importância de os judeus terem direito a um Estado próprio, tendo em vista o desfecho da Segunda Guerra Mundial e as revelações das atrocidades cometidas nos campos de concen- tração durante o nazismo. Entre os principais fatores a ser apontados estão: f o movimento sionista, iniciado em 1897, que propunha a volta dos judeus à “Terra Prometida”, ou seja, à região onde se situa- va o antigo reino de Judá, em 1200 a.C.; f o acirramento dos movimentos políticos nacionalistas judaicos após o Holocausto, decorrentes dos desdobramentos da Segunda Guerra Mundial; f o fracasso do plano das Nações Unidas em criar dois Estados, em 1947, que levou Israel a proclamar sua própria indepen- dência e delimitar suas fronteiras de acor- do com seus próprios interesses, entre os quais a firme resolução de garantir um ter- ritório seguro para o estabelecimento de uma nação judaica. Recapitule os principais eventos ocorridos na época e, então, discuta: O que houve com os árabes palestinos que viviam na região? De acordo com o texto, milhares de palestinos foram obrigados a se refugiar nos países vizi- nhos. Você pode complementar essas infor- mações, acrescentando que: f segundo a ONU, cerca de 700 mil palesti- nos deixaram suas aldeias, vilas e cidades de origem durante a guerra árabe-israelen- se de 1948. Hoje, esses refugiados e seus descendentes chegam a 4,25 milhões de pessoas; f os países onde vivem essas pessoas não reconhecem os refugiados como cidadãos. Atualmente, eles podem ser considerados “apátridas”, uma vez que não são cidadãos israelenses, tampouco jordanianos, sírios, egípcios, libaneses ou sauditas; f um dos grandes pontos de disputa entre israelenses e palestinos desenvolve-se em torno do direito de retorno dos refugia- dos que deixaram suas casas em 1948 e em 1967 (quando um segundo conflito levou a um novo movimento emigrató- rio) aos seus locais de origem, inclusive de seus familiares e descendentes. A questão é se os palestinos devem ter o direito às suas propriedades originais ou se estabe- lecer somente na Cisjordânia ou na Faixa de Gaza. A partir dessas duas questões, você já pode desenvolver com os alunos o tema desta etapa, ou seja, os elementos que caracterizam o Estado. Comece retomando os elementos constitutivos do Estado, analisados na eta- pa anterior. Você pode fazer isso colocando a seguinte questão: O que tornou possível a existência do Estado de Israel? Alguns alunos poderão responder que o fato de ter venci- do a guerra contra os países da Liga Árabe e a conquistade mais territórios foi um fator fundamental para a consolidação do Estado de Israel. Não descarte a hipótese de alguns jovens destacarem o papel dos Estados Unidos como apoiadores e aliados dos israe- lenses. Porém, os elementos constitutivos a ser assinalados são: f população: não se podem esquecer os milha- res de judeus que haviam emigrado para a região desde os primórdios do movimento sionista, no final do século XIX; f território: a conquista de um território e 17 a delimitação de fronteiras foi fundamen- tal para o estabelecimento do Estado de Israel, em 1948; f governo: a formação e a organização de um governo, desde a declaração da inde- pendência do Estado, unificaram o país imediatamente. Além disso, é preciso enfatizar outros três aspectos que caracterizam um Estado, sem os quais ele não pode existir: f nacionalidade: está baseada na ideia de Nação, que “está intimamente ligada também à cultura de um povo, cultura esta que se constrói através do tempo e se delineia em grande parte em função dos acontecimentos históricos que mar- caram a caminhada daquele povo”5. É importante lembrar que o povo judeu, embora estivesse espalhado em diversos países, manteve laços de reconhecimen- to e união por meio de sua cultura, sua língua, suas tradições e sua religião, e foi com base nessa identidade que puderam construir uma ideia de nação; f soberania: deve ser entendida de duas formas: a) como sinônimo de indepen- dência, ou seja, quando um Estado, espe- cialmente seu próprio povo, afirma-se como soberano, isto é, não mais submis- so a qualquer potência estrangeira; b) como expressão de poder jurídico mais alto, ou seja, dentro dos limites jurídi- cos e territoriais do Estado, este é quem tem o poder de decisão em última instân- cia, isto é, exerce o poder soberano ou o poder máximo. O Estado de Israel, além de independente, detém a soberania política e jurídica sobre os territórios proclamados sob sua jurisdição e domínio militar. Aqui é preciso chamar a atenção para as particularidades do conceito de soberania. Um Estado, para ser verdadeiramente sobe- rano, só reconhece um tipo de soberania: a) una, b) indivisível, c) inalienável e d) impres- critível. O que isto significa? a) Significa que a soberania deve ser una, porque, em um mesmo Estado, não se admite a convivência de duas sobera- nias (mais de um poder superior) no mesmo âmbito. b) A soberania do Estado deve prevale- cer sobre todo e qualquer assunto. Por essa razão é considerada indivisível, não sendo admissível a existência de várias partes separadas da mesma soberania. c) Ela é inalienável, ou seja, não pode ser reti- rada; do contrário, quem quer que a dete- nha (seja o povo, a nação ou o Estado) desaparece quando ficar sem ela. d) Finalmente, é imprescritível, isto é, não tem prazo para terminar; pelo mesmo motivo, quem quer que a detenha (seja o povo, a nação ou o Estado) desapa- rece quando ela termina. f Finalidade: o fim ou o propósito do Estado é o bem comum, entendido como o conjunto de todas as condições de vida social que permitam e favoreçam o desenvolvimento das pessoas que vivem naquele território, sob aquele governo em particular. O objetivo do Estado de Israel é defender o direito do povo judeu de reconstruir a região que consideram sua terra natal, abrindo-o à imigração de judeus e garantindo o desenvolvimento de todos os seus habitantes, independen- temente de religião, raça ou gênero. 18 5 DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 53-54. Sociologia - 3a série - Volume 3 Com base nas características debatidas, você pode propor a seguinte tarefa como Lição de Casa, a ser desenvolvida em grupo: 1. Releia o texto sobre o conflito entre Israel e palestinos e, com base no que foi deba- tido em sala de aula, responda: a) Considerando-se apenas os elementos constitutivos do Estado, os palestinos detêm as condições necessárias para formar um Estado próprio? Não, pois o maior problema a ser resolvido é justamente a questão do território. A popu- lação que originariamente ocupava a região permanece ligada aos seus locais de origem por uma série de fatores: nascimento, des- cendência, língua, tradição, cultura e reli- gião. Os palestinos vivem em Israel, nos territórios da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e também refugiados em outros paí- ses. Também possuem um governo próprio, a Autoridade Nacional Palestina, reconhe- cida internacionalmente desde 1993. Resta a autonomia sobre um território próprio, que ainda se encontra em disputa. b) Em 1988, o Conselho Nacional Palestino declarou a existência do Estado da Palestina. Porém, até hoje as Nações Unidas, além de diversos outros paí- ses, não reconhecem a existência deste Estado. Considerando as características do Estado, por que a Palestina ainda não se constituiu efetivamente como Estado? Justifique sua resposta. A Autoridade Nacional Palestina (ANP), embora seja um governo constituído, não detém a soberania sobre os territórios reivin- dicados pelos palestinos. Além disso, trata-se de um governo dividido, em que um partido, o Fatah, controla uma parte do território, a Cisjordânia, e o outro, o Hamas, controla a Faixa de Gaza, de modo que há duas sobe- ranias disputando o poder no momento. Essa disputa coloca em dúvida a legitimidade do governo constituído, e a posição radical do grupo Hamas (considerado uma organização terrorista), fez com que outros Estados, inclu- sive as Nações Unidas, não aceitassem nego- ciar com seus representantes. Um Estado, para ser soberano, precisa ter o reconheci- mento dos seus representantes eleitos pelos demais países. Finalmente, coloca-se em ques- tão se o bem comum da população é o que se está buscando, quando as disputas armadas entre árabes e israelenses, justificadas como atos de retaliação, sobrepõem-se às negocia- ções de paz. Proposta de Questão para Avaliação 1. Leia a afirmação a seguir: “O Estado é o responsável pela organização e pelo con- trole da sociedade, pois é o único que pode manter forças armadas (Exército e força policial) e tem legitimidade ou autoridade para impor a ordem pela força (monopó- lio legítimo do uso da força e da coerção)”. Com base no que foi debatido a respeito das características do Estado, desenvolva um texto dissertativo relacionando seu papel como responsável pelo controle e organi- zação social com as noções de soberania e finalidade do Estado. Proposta de Situação de Recuperação Retomando os conteúdos discutidos na Situação de Aprendizagem, solicite ao aluno que desenvolva um texto explicitando quais são os elementos constitutivos do Estado, quais são as suas características e, por fim, as diferenças entre os conceitos. 19 TEMA 2 – FORMAS DE GOVERNO SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 COMO OS PAÍSES SÃO GOVERNADOS Tendo compreendido o que é Estado e quais são os elementos básicos que o caracterizam, passaremos agora à reflexão sobre o conceito de Governo e suas diferentes formas de organi- zaçãoe funcionamento. Mais uma vez, o obje- tivo da Situação de Aprendizagem é estabelecer uma distinção clara entre as esferas administra- tivas de governo (governos federal, estadual e municipal) – que os alunos já conhecem – e o conceito teórico, oriundo da Teoria Geral do Estado. Com base em atividades de leitura e interpretação de textos, serão introduzidas con- cepções gerais de governo e suas formas de clas- sificação mais comuns, com base nas quais se buscará desenvolver um debate sobre as formas democráticas e não democráticas de governar uma sociedade, sempre tomando por exemplos o Brasil e outros países que apresentem uma realidade diferente. Tomando-se como referên- cia alguns modelos de formas de governo no Estado Moderno, os alunos serão introduzidos de maneira sintética aos conceitos de monar- quia, república, democracia, parlamentaris- mo e presidencialismo. Ao final da Situação de Aprendizagem, deverão ter adquirido uma noção mais precisa da democracia como forma de governo, entre outras formas possíveis, bem como situar o sistema de governo brasileiro em relação ao de outros países, estabelecendo com- parações de forma crítica. Tempo previsto: 4 aulas. Conteúdos e temas: formas de governo: monarquia, república, democracia, parlamentarismo, presidencialismo. Competências e habilidades: identificar as principais formas de governo (monarquia e república) e suas características; identificar e reconhecer diferentes sistemas de governo (parlamentarismo e presidencialismo). Estratégias: análise de imagens; leitura e interpretação de textos; debates em sala de aula. Recursos: textos para leitura e retroprojetor (se a escola contar com este recurso). Avaliação: elaboração e desenvolvimento de texto dissertativo. 20 Sondagem e sensibilização Agora que os alunos já compreenderam o que é o Estado, é preciso entender como ele funciona. Basicamente, o que faz o Estado fun- cionar é o governo. Porém, o modo como um Estado funciona pode variar muito. Cada país tem seu jeito particular de governar sua pró- pria sociedade, com suas leis, regras, normas e formas de organização interna do poder, de tal © Pedro II na abertura da Assembleia Geral . Pedro Américo de Figueiredo e Mello, 1872, óleo sobre tela, 2,88m x 2,05m. Acervo Museu Imperial/Ibram/MinC © Acervo Iconographia/Reminiscências © Acervo Iconographia/ReminiscênciasSociologia - 3a série - Volume 3 modo que é quase impossível descrever todas as formas de governo que existem. Contudo, comparando os diferentes países, é possível encontrar algumas semelhanças no que diz respeito ao regime político, à origem do poder, ao seu desenvolvimento e extensão. Isso per- mite construir classificações que nos ajudam a compreender como as sociedades se governam e são governadas. Um primeiro aspecto a enfatizar é o fato de que o Estado, uma vez constituído, permanece, ou seja, possui certa durabilidade. Tomemos como exemplo o Brasil. Nosso país tornou- -se independente de Portugal em 1822. Desde então, muitos governos foram instituídos e caí- ram, presidentes foram eleitos, regimes polí- ticos mudaram, enfim, muita coisa mudou. Chame a atenção dos alunos para este fato, utilizando as imagens a seguir como exemplo. Peça para que a turma identifique: a) quem são as pessoas retratadas; b) os períodos a que as imagens se referem; c) o tipo de governo que existia na época. Figura 5 – D. Pedro II Figura 6 – Getulio Vargas Figura 7 – Juscelino Kubitschek As pessoas retratadas são: a) D. Pedro II, Getulio Vargas e Juscelino Kubitschek. Os períodos a que as imagens se referem são: Segundo Reinado (1840-1889), Era Vargas (1930-1945) e governo Juscelino Kubitschek (1956-1961). Os tipos de governo que exis- tiam na época eram: monarquia, ditadura civil, presidencialismo. Etapa 1 – Formas de governo: a monarquia A ideia de classificar as formas de governo é muito antiga. Já na Antiguidade, o filósofo gre- go Aristóteles (384 a 322 a.C.) foi um dos pri- meiros a analisar os tipos de governo existentes na época e procurar uma forma de classificá- -los. Na etapa de sensibilização, os alunos pude- ram perceber que até mesmo o Brasil, já na sua fase independente, passou por governos dife- rentes. Seus alunos já conhecem algumas delas: sabem que o Brasil foi uma monarquia e depois se tornou uma república. Essas são as formas mais comuns que o Estado Moderno adotou. Você pode fazer um levantamento entre os alu- nos dos tipos de governo que eles conhecem, bem como dos países que os adotam. Comece perguntando à turma: Quem governa o Brasil? É provável que alguns jovens respondam o nome do atual presidente, o que não está incorreto, mas o importante é enfatizar o cargo de presi- dente da República. Anote na metade direita da lousa a frase: “Repúblicas governadas por pre- sidentes” e, logo abaixo, escreva “Brasil”. Em seguida, solicite aos alunos que elaborem uma lista de países que também sejam repúblicas governadas por presidentes. Você pode ajudar com alguns exemplos, como Estados Unidos da América, Colômbia, Argentina, Bolívia. Depois, 21 coloque a seguinte questão: Quais outros tipos de governo vocês conhecem? O objetivo da per- gunta é recapitular as formas identificadas na sensibilização inicial, como a monarquia, por exemplo. Anote na metade esquerda da lousa a frase: “Monarquias governadas por reis/rai- nhas”, e solicite um exemplo. Você pode aju- dar escrevendo Inglaterra, Espanha, Jordânia, Arábia Saudita, Suécia. É possível que alguns alunos questionem a respeito do papel do primeiro-ministro. Nesse caso, explique que existem monarquias cujo sistema de governo é parlamentarista, ou seja, o chefe de Estado é o monarca, mas o chefe de Governo é o pri- meiro-ministro. Isso será estudado na tercei- ra etapa. Se quiser, faça um levantamento de países que são governados por primei- ros-ministros, dividindo-os em monarquias e repúblicas. O importante, porém, é deixar claro que há mais de uma forma de governo. Vamos estudar algumas delas. Feito esse primeiro levantamento, pergun- te aos alunos: Alguém sabe explicar a diferença entre um rei e um presidente? Aguarde as res- postas da classe e aproveite-as ao máximo. A monarquia é uma das formas mais antigas de governo e já foi adotada por quase todos os Estados do mundo. Com o passar do tempo, o fortalecimento das insti- tuições democráticas e o aumento da parti- cipação da população nas decisões sobre os destinos da nação acabaram enfraquecen- do a monarquia, que foi abandonada pela maior parte dos países. As características fundamentais dessa forma de governo são: f vitaliciedade: o monarca governa enquan- to viver ou enquanto tiver condições para continuar governando, ou seja, seu man- dato é vitalício e não temporário; f hereditariedade: quando o monarca morre ou deixa o governo por qualquer motivo, é imediatamente substituído pelo herdeiro da coroa, seguindo a linha de sucessão da realeza. O cargo, portan- to, é hereditário; f irresponsabilidade: o monarca não pre- cisa dar explicações ao povo ou a qual- quer órgão sobre os motivos pelos quais adotou certa orientação política, pois ele detém o poder soberano. As monarquias não são todas iguais. Elas variam conforme a extensão do poder do mo- narca, seja ele o rei, a rainha, um príncipe, um sultão, seja o imperador. No passado, os mo- narcas detiveram mais poder do que nos dias de hoje,em que atuam muito mais como chefes de Estado do que de Governo, isto é, líderes exe- cutivos. Você pode explicitar as diferenças en- tre os tipos de monarquia, pedindo aos alunos que localizem o quadro a seguir no Caderno do Aluno, ou utilizando o retroprojetor (se a escola contar com esse recurso). Tipos de Monarquia Absolutista O monarca exerce o poder de forma absoluta, sem quaisquer limitações constitucionais ou divisões de poder (Arábia Saudita, Bahrein, Brunei, Catar). Limitada O poder central é repartido entre outros órgãos autônomos ou é submetido à soberania nacional. Há três tipos de monarquia limitada: f de Estamentos: o rei descentraliza certas funções, que são delegadas a membros da nobreza, reunidos em cortes, ou a outros órgãos que funcionam como desdobramentos do poder real (Reinos feudais); 22 Sociologia - 3a série - Volume 3 f constitucional: o rei exerce o poder executivo, nos termos de uma Constituição, ao lado dos Poderes Legislativo e Judiciário (Aruba, Bélgica, Camboja, Dinamarca, Holanda, Japão, Jordânia, Luxemburgo, Marrocos, Mônaco, entre outros); f parlamentar: o rei não exerce sua função de governo, mas sim de chefe de Estado, segundo o que a Constituição determinar. O poder executivo é exercido por um Conselho de Ministros, responsável perante o Parlamento (Austrália, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Granada, Lesoto, Reino Unido, Suécia, Tailândia, entre outros). A monarquia já foi uma forma de governo amplamente adotada no mundo. Hoje, menos de 40 Estados a adotam. Alguns países, entre- tanto, optaram pela monarquia constitucio- nal ou parlamentar, especialmente, em que o rei exerce principalmente a função de chefe de Estado. Em 1993, no Brasil, houve um ple- biscito6, para saber se os cidadãos brasileiros queriam mudar ou não a forma de governo. A monarquia era uma das opções considera- das. Você pode realizar uma pequena discus- são com os alunos sobre isso. Como Lição de Casa, você pode dividir os alunos em grupos e solicitar que eles reflitam sobre as seguintes questões: Quais seriam as vantagens da monarquia? E as desvantagens? As reflexões podem ser apresentadas para a classe na aula seguinte. Etapa 2 – Formas de governo: a república democrática A República, por sua vez, é a forma de governo que se opõe à monarquia, pois permi- te a possibilidade de participação do povo no governo. A palavra “república” origina-se do latim res publica, que significa “coisa pública”, ou tudo aquilo que se refere à comunidade dos cidadãos, no caso, os romanos. Nesse sentido, referia-se ao próprio Estado Romano. Hoje, entretanto, o termo é utilizado para fazer refe- rência ao Estado Moderno. Fundamentada no ideal de democracia, a concepção moderna de república remonta ao século XVIII, quando teóricos iluministas, pensadores e lideran- ças políticas disseminaram as primeiras ideias contra a monarquia absolutista. Peça para um voluntário ler o texto a seguir. “Ao mesmo tempo em que se apontavam os males da monarquia, aumentava a exigência de parti- cipação do povo no governo, surgindo a república, mais do que como forma de governo, como o sím- bolo de todas as reivindicações populares. A república era expressão democrática de governo, era a limitação do poder dos governantes e era a atribuição de responsabilidade política, podendo, assim, assegurar a liberdade individual”. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 229. Após a leitura, pergunte aos alunos o que eles entenderam do texto. Em seguida, desta- que as seguintes questões: 1. O que levou à luta contra a monarquia abso- lutista e à emergência da república como forma alternativa de governo? 6 Consulta ao povo em que os cidadãos votam a respeito de um determinado assunto. 23 24 Os males da monarquia, especialmente a con- centração excessiva de poder nas mãos do rei, e a exigência de participação do povo no governo levaram à emergência da república como forma alternativa de governo. 2. Quais eram as principais diferenças intro- duzidas pela forma republicana de governo em relação à monarquia? Em primeiro lugar, a limitação do poder dos governantes e, em segundo, a atribuição de responsabilidade política, podendo assegurar a liberdade individual, isto é, que os direitos individuais do cidadão não seriam violados pelo poder absoluto de um governante. Como foi mencionado, a concepção moder- na de República encontra-se fundamentada em um ideal de democracia. Mas o que significa democracia? Hoje, muito se fala em democra- cia, porém o real sentido da palavra nem sempre é claro. A origem da palavra é grega, e signifi- ca “governo” ou “poder do povo”. Vê-se clara- mente que a democracia opõe-se à monarquia, seja porque ela é o governo do povo, enquan- to a monarquia é o governo de rei, seja porque ela pretende ser o governo de todos, enquanto a monarquia é o governo de um só. Mas de onde se originou essa concepção de governo? Os alunos já estão familiarizados com as práticas de participação nas decisões políti- cas dos cidadãos na Grécia Antiga, estudadas no Caderno do volume 1. Há, entretanto, uma ressalva importante a fazer com relação à demo- cracia grega e à moderna, no que diz respeito ao conceito de “povo”. Você pode retomar o conte- údo discutido anteriormente no volume 1 sobre o conceito de cidadania e colocar em questão o grau de participação dos cidadãos gregos naque- le modelo de democracia: Com relação à Grécia Antiga, podemos dizer que todos participavam efe- tivamente das decisões do governo? Recordando as aulas do início do ano, apenas as pessoas que se enquadravam no critério de cidadãos gregos participavam do processo democrático de gover- no, o que, portanto, excluía as mulheres, os escra- vos, os artesãos, os estrangeiros e uma série de outras categorias sociais. Nesse sentido, a con- cepção de democracia grega é diferente da que adotamos hoje. Destaque a seguinte questão: Qual a con- cepção moderna de democracia? Divida a turma em grupos, determine um tempo de trabalho e, ao final, coloque as contribuições dos alunos na lousa. É importante deixar claro que a democra- cia grega inspirou a democracia moderna, pois se tratava de uma forma de governo que abran- gia o conjunto dos cidadãos, de modo que o poder não se concentrava apenas nas mãos de um único governante. Ao incluir uma parcela muito mais ampla dos habitantes do Estado, mesmo com restrições, a democracia tornou-se um referencial nas lutas contra o absolutismo. O ideal de Estado democrático, fruto do pen- samento e das ideias predominantes na Europa do século XVIII, que levaram à formação dos Estados Unidos da América, fundamenta-se em três princípios: f a supremacia da vontade popular sobre a do monarca, que tornou a necessidade de par- ticipação do povo no governo um imperati- vo – daí a importância dada à democracia como forma ideal de governo; f a preservação da liberdade sem qualquer interferência do Estado, entendida como o poder de fazer tudo o que não violasse a liberdade do próximo e, principalmente, o direito de dispor da própria pessoa e de seus bens, limitando o poder absoluto do Estado sobre a vida e a propriedade; f a igualdade de direitos, princípio que bus- cava pôr fim aos privilégios baseados em critérios econômicos e de nascimento, que levavam à discriminação entre classes e estamentos sociais, conferindo direitos de cidadania a todos igualmente. Sociologia - 3a série - Volume 3 Após essadiscussão, retome a ques- tão da participação popular no governo. Considerando-se que o Estado democrático é aquele em que o próprio povo governa, há o problema de como garantir que todos expres- sem sua vontade e se manifestem em relação às decisões que serão tomadas. Na Grécia Antiga, os cidadãos reuniam-se em local público, deno- minado ágora, para deliberar. Na realidade, sabemos que o Estado não funciona dessa for- ma. Em um país com cerca de 190 milhões de habitantes, não é possível que todas as pessoas participem ativamente do governo ao mesmo tempo. Então, coloque a questão: De que modo as instituições democráticas podem funcionar? É provável que alguns alunos respondam “votan- do em políticos” ou “elegendo prefeitos, gover- nadores”. Com efeito, a alternativa encontrada para que um Estado funcione, enquanto uns governam e outros se dedicam aos seus afaze- res, foi atribuir funções executivas e legislativas a representantes eleitos democraticamente, isto é, por meio de eleições. Isso garante que o povo participe, mesmo que indiretamente, da forma- ção do governo. As características fundamentais de uma república democrática são, portanto: f temporariedade: o mandato do chefe de Governo tem um tempo de duração, por exemplo, quatro anos com direito a uma reeleição, como no caso brasileiro; f eletividade: o chefe de Governo é eleito pelo povo, ou seja, seu mandato não é hereditário; f responsabilidade: por ter sido eleito por voto popular, o chefe de Governo é poli- ticamente responsável, devendo prestar contas e justificar suas orientações e ações políticas. Tal como as monarquias, há mais de um tipo de república. A diferença está na origem do poder, ou seja, se ele emana de todo o povo ou apenas de parte dele, e qual o grau de participação do poder nas decisões do governo. Quando apenas uma parte da sociedade, ou uma elite, governa, trata-se de uma aristocracia ou uma repú- blica aristocrática. Quando todo o poder emana do povo, trata-se de uma democracia ou república democrática. Com o auxílio do Caderno do Aluno ou de um retropro- jetor, você pode explicitar as diferenças entre os tipos de república, utilizando o quadro a seguir. Tipos de República Aristocrática Significa literalmente governo dos melhores, ou de uma classe privilegiada da sociedade (aqueles que detinham conhecimento, a elite econômica ou política) (Atenas nos séculos V e IV a.C., Veneza na Idade Média até o século XVIII). Democrática Forma de governo em que todo poder emana do povo. Pode ser de três tipos: f direta: a totalidade dos cidadãos governa por meio de assembleias populares (Estado ateniense); f indireta ou representativa: o povo elege seus representantes para o exercício das funções legislativas, executivas e, em alguns países, judiciárias; f semidireta ou mista: sistema em que os problemas considerados de suma importância nacional são decididos pelo próprio povo por processos típicos de democracia direta, enquanto os assuntos legislativos cabem aos representantes eleitos. 25 © Richard Cummins/Corbis-LatinstockAo final da exposição, pergunte à turma: Alguém sabe dizer qual é o tipo de república que temos no Brasil? Aguarde as respostas da classe. É provável que os alunos optem pela alternativa “democracia indireta ou representativa”, pois estão mais familiarizados com a descrição apre- sentada. Porém, é importante esclarecer que a Constituição brasileira prevê alguns mecanis- mos típicos de democracia direta, como: f plebiscito: trata-se de uma consulta pré- via feita ao povo a respeito de uma decisão do governo que influencia amplamen- te a vida dos cidadãos. O exemplo mais recente de um plebiscito foi a escolha da forma de governo, em 1993, quando a população optou pela continuidade do presidencialismo; f referendo: consiste em uma consulta reali- zada após a efetivação de uma medida do governo, em que o povo se manifesta favo- ravelmente ou não sobre um determinado assunto. O exemplo mais recente foi o refe- rendo sobre a comercialização de armas de fogo e munições, realizado em 2005; f iniciativa popular: é o direito de apresen- tar à Câmara dos Deputados um projeto de lei por iniciativa dos próprios cidadãos, desde que seja subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, dis- tribuído em pelo menos cinco Estados, com não menos de três décimos por cen- to dos eleitores de cada um deles. Foi por iniciativa popular que a Lei de Crimes Hediondos foi criada. Como Lição de Casa, você pode sugerir que os alunos elaborem uma pequena dissertação sobre as limitações do exercício da democracia, diante das dificuldades apresentadas pela prá- tica da democracia direta e a necessidade de se propor mecanismos alternativos de participa- ção, como a democracia representativa. Etapa 3 – Parlamentarismo e presidencialismo Como vimos, as monarquias e as repúblicas podem ser de vários tipos. Em alguns países, como a Inglaterra, o poder é dividido entre o chefe de Estado, representado pela rainha, e o chefe de Governo, representado pelo primei- ro-ministro, que está à frente do Parlamento. Trata-se, portanto, de uma monarquia que com- bina um sistema parlamentarista de governo. No Brasil, embora tenhamos ministros, o chefe de Governo é o presidente da República. Temos, portanto, uma república com sistema presiden- cialista de governo. Nesta etapa estudaremos esses dois importantes sistemas de governo: o parlamentarismo e o presidencialismo. Chame a atenção dos alunos para a imagem a seguir e solicite a um voluntário que leia o próximo trecho. O parlamentarismo teve origem na Inglaterra, quando o Rei Eduardo I oficializou as reuniões de cidadãos comuns e burgueses, criando o Parlamento, em 1295. Desde então, a instituição levou vários séculos para conse- guir impor suas decisões ao monarca, tendo se dividido em duas casas, a Câmara dos Lordes (reservada aos nobres) e a Câmara dos Comuns (reservada àqueles sem título de nobreza). Mas foi somente no século XVIII que se destacou a Figura 8 – Parlamento de Quebec, Canadá 26 Sociologia - 3a série - Volume 3 figura do primeiro-ministro, responsável por comandar o Gabinete (os membros responsáveis por executar as ordens do rei), que passou a expor e defender suas decisões perante o Parlamento. No século XIX, o sistema foi aperfeiçoado e o primeiro-ministro passou a ser escolhido entre os representantes da maioria parlamentar, condicionando-se sua permanência no cargo à manuten- ção dessa maioria. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. É importante destacar que o parlamentaris- mo é um sistema de governo que pode existir tanto nas monarquias quanto nas repúblicas. São exemplos de monarquia parlamentaris- ta a Inglaterra, a Espanha e a Holanda, entre outras. São exemplos de república parlamen- tarista a Itália, a França e Portugal. Em linhas gerais, as características do par- lamentarismo são: f distinção entre chefe de Estado e chefe de Governo: o chefe de Estado, representado pelo monarca ou presidente da República, não participa das decisões políticas. A ele cabe a função de representar o Estado e atuar nos momentos de crise, indicando um novo primeiro-ministro para aprova- ção do Parlamento. O chefe de Governo, que exerce o poder executivo e é a figura política mais importante no parlamenta- rismo, é indicado pelo chefe de Estado e precisa ser aprovado pelo Parlamento
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