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3
  
SÉRIEa
ENSINO MÉDIO
Caderno do Professor
Volume 3
SOCIOLOGIA
Ciências Humanas
Nome:
Escola:
1
   
edição
 
revistaGOVERNO DO ESTADO DE SãO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAçãO
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
SOCIOLOGIA
ENSINO MÉDIO – 3ª SÉRIE
VOLUME 3
a
São  Paulo,  2013
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo  Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenador de Gestão de
Recursos Humanos
Jorge Sagae
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Maria Lucia Guardia
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora
Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de Desenvolvimento
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamental
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Profissional – CEFAF
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenação Técnica
Roberto Canossa
Roberto Liberato
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens
Arte: Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno,
Pio de Sousa Santana e Roseli Ventrela.
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
Rosangela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Silveira.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire
de Souza Bispo, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia
Cristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira,
Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de Matemática
Matemática: João dos Santos, Juvenal de
Gouveia, Otavio Yoshio Yamanaka, Patrícia de
Barros Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e
Vanderley Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi
Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Rodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e
Maria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos
Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu
Ferreira.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso,
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Lydia
Elisabeth Menezello e Maria Margarete dos Santos.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Almeida, Sérgio Roberto Cardoso e Tony Shigueki
Nakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO
PEDAGÓGICO
Área de Linguagens
Educação Física: Ana Lucia Steidle, Daniela
Peixoto Rosa, Eliana Cristine Budisk de Lima,
Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni,
Karina Xavier, Katia Mendes, Liliane Renata Tank
Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos,
Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto
Santiago, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana
Gonçalves Ferreira, Silvana Alves Muniz,
Thiago Candido Biselli Farias e Welker José Mahler.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfim,
Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida
Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A.
Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos,
Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de
Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de
Campos, Silmara Santade Masiero e Sílvia
Cristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Angela
Maria Baltieri Souza, Edilene Bachega R. Viveiros,
Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B.
Ignacio Cunha, João Mário Santana, Letícia
M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Sílvia Regina Peres.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi,
Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia,
Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello,
Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi,
Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,
Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Meira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Claudia
Segantini Leme, Evandro Rodrigues Vargas Silvério,
Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim
Chioderoli e Sofia Valeriano Silva Ratz.
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Luís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino,
Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Plana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cirila Tacconi, Daniel
B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson
N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier,
Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda,
Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P.
Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
e Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira,
Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva,
Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima
Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto,
Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling,
Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia
Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço,
Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter
Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Aparecido Antônio de Almeida, Jean
Paulo de Araújo Miranda, Neide de Lima Moura e
Tânia Fetchir.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
EDITORIAL
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI
Presidente da Diretoria Executiva
Antonio Rafael Namur Muscat
Vice-presidente da Diretoria ExecutivaAlberto Wunderler Ramos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
À EDUCAÇÃO
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Editorial: Ana C. S. Pelegrini, Cíntia Leitão,
Mariana Góis, Michelangelo Russo, Natália S.
Moreira, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso,
Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Rodolfo
Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita e
Tatiana F. Souza.
Direitos autorais e iconografia: Débora Arécio,
Érica Marques, José Carlos Augusto, Maria
Aparecida Acunzo Forli e Maria Magalhães
de Alencastro.
COORDENAÇÃO  TÉCNICA
Coordenadoria  de  Gestão  da  Educação  Básica
–  CGEB
COORDENAÇÃO  DO  DESENVOLVIMENTO
DOS  CONTEÚDOS  PROGRAMÁTICOS  DOS
CADERNOS  DOS  PROFESSORES  E  DOS
CADERNOS  DOS  ALUNOS
Ghisleine  Trigo  Silveira
CONCEPÇÃO
Guiomar  Namo  de  Mello
Lino  de  Macedo
Luis  Carlos  de  Menezes
Maria  Inês  Fini  (coordenadora)
Ruy  Berger  (em  memória)
AUTORES
Linguagens
Coordenador  de  área:  Alice  Vieira.
Arte:  Gisa  Picosque,  Mirian  Celeste  Martins,
Geraldo  de  Oliveira  Suzigan,  Jéssica  Mami
Makino  e  Sayonara  Pereira.
Educação  Física:  Adalberto  dos  Santos  Souza,
Carla  de  Meira  Leite,  Jocimar  Daolio,  Luciana
Venâncio,  Luiz  Sanches  Neto,  Mauro  Betti,
Renata  Elsa  Stark  e  Sérgio  Roberto  Silveira.
LEM  –  Inglês:  Adriana  Ranelli  Weigel  Borges,
Alzira  da  Silva  Shimoura,  Lívia  de  Araújo
Donnini  Rodrigues,  Priscila  Mayumi  Hayama  e
Sueli  Salles  Fidalgo.
LEM  –  Espanhol:  Ana  Maria  López  Ramírez,
Isabel  Gretel  María  Eres  Fernández,  Ivan
Rodrigues  Martin,  Margareth  dos  Santos  e  Neide
T.  Maia  González.
Língua  Portuguesa:  Alice  Vieira,  Débora  Mallet
Pezarim  de  Angelo,  Eliane  Aparecida  de  Aguiar,
José  Luís  Marques  López  Landeira  e  João
Henrique  Nogueira  Mateos.
Matemática
Coordenador  de  área:  Nílson  José  Machado.
Matemática:  Nílson  José  Machado,  Carlos
Eduardo  de  Souza  Campos  Granja,  José  Luiz
Pastore  Mello,  Roberto  Perides  Moisés,  Rogério
Ferreira  da  Fonseca,  Ruy  César  Pietropaolo  e
Walter  Spinelli.
Ciências  Humanas
Coordenador  de  área:  Paulo  Miceli.
Filosofia:  Paulo  Miceli,  Luiza  Christov,  Adilton
Luís  Martins  e  Renê  José  Trentin  Silveira.
Geografia:  Angela  Corrêa  da  Silva,  Jaime  Tadeu
Oliva,  Raul  Borges  Guimarães,  Regina  Araujo  e
Sérgio  Adas.
História:  Paulo  Miceli,  Diego  López  Silva,
Glaydson  José  da  Silva,  Mônica  Lungov  Bugelli
e  Raquel  dos  Santos  Funari.
Sociologia:  Heloisa  Helena  Teixeira  de  Souza
Martins,  Marcelo  Santos  Masset  Lacombe,
Melissa  de  Mattos  Pimenta  e  Stella  Christina
Schrijnemaekers.
Ciências  da  Natureza
Coordenador  de  área:  Luis  Carlos  de  Menezes.
Biologia:  Ghisleine  Trigo  Silveira,  Fabíola  Bovo
Mendonça,  Felipe  Bandoni  de  Oliveira,  Lucilene
Aparecida  Esperante  Limp,  Maria  Augusta
Querubim  Rodrigues  Pereira,  Olga  Aguilar
Santana,  Paulo  Roberto  da  Cunha,  Rodrigo
Venturoso  Mendes  da  Silveira  e  Solange  Soares
de  Camargo.
Ciências:  Ghisleine  Trigo  Silveira,  Cristina  Leite,
João  Carlos  Miguel  Tomaz  Micheletti  Neto,
Julio  Cézar  Foschini  Lisbôa,  Lucilene  Aparecida
Esperante  Limp,  Maíra  Batistoni  e  Silva,  Maria
Augusta  Querubim  Rodrigues  Pereira,  Paulo
Rogério  Miranda  Correia,  Renata  Alves  Ribeiro,
Ricardo  Rechi  Aguiar,  Rosana  dos  Santos  Jordão,
Simone  Jaconetti  Ydi  e  Yassuko  Hosoume.
Física:  Luis  Carlos  de  Menezes,  Estevam
Rouxinol,  Guilherme  Brockington,  Ivã  Gurgel,
Luís  Paulo  de  Carvalho  Piassi,  Marcelo  de
Carvalho  Bonetti,  Maurício  Pietrocola  Pinto  de
Oliveira,  Maxwell  Roger  da  Purificação  Siqueira,
Sonia  Salem  e  Yassuko  Hosoume.
Química:  Maria  Eunice  Ribeiro  Marcondes,
Denilse  Morais  Zambom,  Fabio  Luiz  de  Souza,
Hebe  Ribeiro  da  Cruz  Peixoto,  Isis  Valença  de
Sousa  Santos,  Luciane  Hiromi  Akahoshi,  Maria
Fernanda  Penteado  Lamas  e  Yvone  Mussa
Esperidião.
Caderno  do  Gestor
Lino  de  Macedo,  Maria  Eliza  Fini  e  Zuleika  de
Felice  Murrie.
EQUIPE  DE  PRODUÇÃO
Coordenação  executiva:  Beatriz  Scavazza.
Assessores:  Alex  Barros,  Antonio  Carlos  de
Carvalho,  Beatriz  Blay,  Carla  de  Meira  Leite,
Eliane  Yambanis,  Heloisa  Amaral  Dias  de
Oliveira,  José  Carlos  Augusto,  Luiza  Christov,
Maria  Eloisa  Pires  Tavares,  Paulo  Eduardo
Mendes,  Paulo  Roberto  da  Cunha,  Pepita  Prata,
Renata  Elsa  Stark,  Solange  Wagner  Locatelli  e
Vanessa  Dias  Moretti.
EQUIPE  EDITORIAL
Coordenação  executiva:  Angela  Sprenger.
Assessores:  Denise  Blanes  e  Luis  Márcio
Barbosa.
Projeto  editorial:  Zuleika  de  Felice  Murrie.
Edição  e  Produção  editorial:  Adesign,  Jairo  Souza
Design  Gráfico  e  Occy  Design  (projeto  gráfico).
APOIO
Fundação  para  o  Desenvolvimento  da  Educação
–  FDE
CTP,  Impressão  e  Acabamento
Esdeva  Indústria  Gráfica  S.A.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país,desde que mantida a integridade da obra
e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº- 9.610/98.
*  Constituem  “direitos  autorais  protegidos”  todas  e  quaisquer  obras  de  terceiros  reproduzidas  no  material  da  SEE-SP  que  não  estejam  em  domínio  público  nos  termos  do  artigo  41  da  Lei  de  Direitos
Autorais.
Catalogação  na  Fonte:  Centro  de  Referência  em  Educação  Mario  Covas
S239c
S239c
São  Paulo  (Estado)  Secretaria  da  Educação.
Caderno  do  professor:  sociologia,  ensino  médio  -  3ª-  série,  volume  3  /  Secretaria  da  Educação;  coordenação  geral,  Maria  Inês  Fini;  equipe,
Heloísa  Helena  Teixeira  de  Souza  Martins,  Melissa  de  Mattos  Pimenta,  Stella  Christina  Schrijnemaekers.  São  Paulo:  SEE,  2013.
ISBN  978-85-7849-304-2
1.  Sociologia  2.  Ensino  Médio  3.  Estudo  e  ensino  I.  Fini,  Maria  Inês.  II.  Martins,  Heloísa  Helena  Teixeira  de  Souza.  III.  Pimenta,  Melissa  de
Mattos.  IV.  Schrijnemaekers,  Stella  Christina.  V.  Título.
CDU:  373.5:316
*  Nos  Cadernos  do  Programa  São  Paulo  faz  escola  são  indicados  sites  para  o  aprofundamento  de  conhecimentos, como  fonte  de  consulta  dos  conteúdos  apresentados  e  como  referências  bibliográficas.
Todos  esses  endereços  eletrônicos  foram  checados. No  entanto, como  a  internet  é  um  meio  dinâmico  e  sujeito  a  mudanças, a  Secretaria  da  Educação  do  Estado  de  São  Paulo  não  garante  que  os  sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
* As fotografias da agência Abblestock/Jupiter publicadas no material são de propriedade da Getty Images.
*  Os  mapas  reproduzidos  no  material  são  de  autoria  de  terceiros  e  mantêm  as  características  dos  originais, no  que  diz  respeito  à  grafia  adotada  e  à  inclusão  e  composição  dos  elementos  cartográficos
(escala, legenda e rosa dos ventos).
Senhoras e senhores docentes,
A  Secretaria  da  Educação  do  Estado  de  São  Paulo  sente-se  honrada  em  tê-los  como  colabo-
radores  na  reedição  do  Caderno  do  Professor,  realizada  a  partir  dos  estudos  e  análises  que  per-
mitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de
todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os
professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo,é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora  propostas  podem  ser  complementadas  por  outras  que  julgarem  pertinentes  ou  necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMáRIO
Ficha do Caderno	7
Orientação sobre os conteúdos do volume	8
Tema 1 – Conceito de Estado, elementos constitutivos e características	10
Situação de Aprendizagem 1 – Organização política de um país	10
Tema 2 – Formas de governo	20
Situação de Aprendizagem 2 – Como os países são governados	20
Tema 3 – Constituição do Estado brasileiro	30
Situação de Aprendizagem 3 – Organização política do Estado brasileiro	30
Tema 4 – Sistemas partidários e eleitorais	39
Situação de Aprendizagem 4 – Como funcionam as eleições	39
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno
para a compreensão dos temas	48
FICHA DO CADERNO
Política e Sociedade
Nome da disciplina:	Sociologia
área:	Ciências Humanas
Etapa da educação básica:	Ensino Médio
Série:	3ª
Volume:	3
Temas e conteúdos:	O Estado: conceito, elementos constitutivos
e características
Formas de governo no Estado Moderno
(monarquia, república, democracia)
Sistemas de governo (parlamentarismo
e presidencialismo)
Constituição do Estado brasileiro, divisão
dos Poderes, Senado, Câmara dos Deputados,
partidos políticos, sistema eleitoral brasileiro
7
ORIENTAçãO SOBRE OS CONTEúDOS DO VOLUME
8
Caro professor,
Dando  continuidade  à  discussão  sobre  a
temática da cidadania, neste volume deslocare-
mos o foco para o exercício dos direitos políti-
cos no âmbito da democracia. Porém, mais do
que tratar o papel do eleitor e o peso do voto
nas decisões sobre o futuro de um país, a pro-
posta deste volume é ampliar o debate para a
compreensão  do  funcionamento  das  institui-
ções políticas brasileiras. Nesse sentido, os con-
teúdos  e  atividades  apresentados  no  Caderno
têm como propósito oferecer ao educando um
conhecimento  abrangente  e  diversificado  da
natureza, das funções, da organização e opera-
cionalização das estruturas e órgãos que com-
põem o sistema de governo de nosso país. Além
disso, pretende trazer para a reflexão as formas
por  meio  das  quais  a  sociedade  se  relaciona
com  o  Estado  e  se  faz  representar  por  inter-
médio  de  membros  eleitos  e,  por  fim,  qual  o
papel de cada um, como cidadão politicamen-
te ativo, no processo de regulação das decisões
que modificam os destinos de uma população.
A organização política do Estado brasileiro é
introduzida por meio de uma abordagem inter-
disciplinar,  que  dialoga  com  outras  Ciências
Humanas e Sociais. O objetivo é o de desper-
tar  a  curiosidade  e  o  interesse  do  aluno  para
a  forma  como  está  constituído  hoje  o  gover-
no brasileiro, além de capacitá-lo a reconhecer
nosso sistema de governo e distingui-lo em rela-
ção ao de outros países, situando-o no espec-
tro dos regimes democráticos e compreendendo
de maneira crítica a capacidade de efetivação
da cidadania no contexto atual. A capacitação
de eleitores conscientes e responsáveis depende
do conhecimento adequado do funcionamen-
to do sistema eleitoral, do processo legislativo,
do  poder  executivo  e  do  governo  de  um  país.
Assim,  apresentamos  neste  Caderno  um  con-
junto  de  atividades  para  que  você,  professor,
possa escolher o que desenvolver com os seus
alunos, nas oito aulas previstas. Esperamos que
você aprecie nossa contribuição!
Conhecimentos priorizados
Para  tratar  a  questão  central  deste  volu-
me  –  Qual  é  a  organização  política  do  Estado
brasileiro? – será introduzida uma série de no-
ções oriundas de conceitos da Teoria Geral do
Estado, tais como: Estado, Governo, formas e
sistemas de governo, democracia, povo, sobe-
rania, sistemas eleitorais, entre outros, que ser-
virão de base para a compreensão de como se
organiza e funciona o Estado e o Governo no
Brasil. Sem pretender aprofundar muitos mo-
delos  teóricos,  as  Situações  de  Aprendizagem
têm por objetivo propiciar aos educandos um
amplo repertório de temas e problemáticas de
natureza política, com base no qual será pos-
sível  elaborar  reflexões  e  debates  sobre  a  rea-
lidade  do  Estado  brasileiro.  Na  Situação  de
Aprendizagem 1, o objetivo será dar aos alunos
a noção de Estado, seus elementos constitutivos
e características, ponto de partida para a com-
preensão  da  organização  política  de  um  país.
Na Situação de Aprendizagem 2, eles aprende-
rão  a  noção  de  Governo,  suas  formas  e  siste-
mas, atentando para as diferenças entre formas
democráticas  e  não  democráticas  de  governo,
bem  como  os  sistemas  parlamentarista  e  pre-
sidencialista. Na Situação de Aprendizagem 3,
será analisada a constituição do Estado brasi-
leiro,  em termos de sua organização e estrutura
de funcionamento, especialmente a divisão dos
Poderes e as funções do Legislativo, Executivo
e Judiciário. Na Situação de Aprendizagem 4,
será a vez do ensino da noção de sistema par-
tidário e de sistema eleitoral, atentando para o
papel do voto, suas características e a organiza-
ção e funcionamento das eleições.
Sociologia - 3a série - Volume 3
Competências e habilidades
Ao  final  deste  volume,  espera-se  que  os
alunos  tenham  adquirido  noções  teóricas
gerais  de  Teoria  Geral  do  Estado  e  Política
que  os  capacitem  a  compreender  os  prin-
cípios  básicos  da  organização  política  do
Estado  brasileiro.  O  instrumental  teórico
apresentado nas Situações de Aprendizagem
deverá  propiciar  o  entendimento  do  que  é
um  Estado  democrático  e  de  como  ele  fun-
ciona e, em especial, o caso brasileiro.
Metodologias e estratégias
As  atividades  propostas  para  este  volume
são bastante diversificadas, de modo a propor-
cionar  diferentes  formas  de  tratar  conceitos
teóricos.  Alternando  aulas  expositivas,  com
apoio   em   modelos   esquemáticos,   debates
em sala de aula, leitura e análise de texto, de
reportagens dejornais, imagens e exercícios a
serem  desenvolvidos  individualmente  e  em
grupo,   as   atividades   sugeridas   procuram
tomar como referência a realidade política do
Brasil  e  de  outros  países  e  utilizar  os  exem-
plos  oferecidos  pelos  próprios  alunos  para  o
desenvolvimento das reflexões e análises.
Avaliação
As  avaliações  das  Situações  de  Aprendi-
zagem  priorizam,  sobretudo,  a  produção  de
textos dissertativos em que o aluno é solicita-
do a desenvolver reflexões sobre os conteúdos
discutidos  em  sala  de  aula  e  se  posicionar  de
forma crítica a respeito de questões sugeridas
para debate. Além disso, são propostas pesqui-
sas  temáticas  de  aprofundamento  a  respeito
da realidade política do Brasil, cujo objetivo é
tanto despertar a curiosidade do aluno para os
temas e situações mais prementes no momento
quanto desenvolver sua capacidade de pesqui-
sa e análise de informações.
9
TEMA 1 – CONCEITO DE ESTADO, ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS E CARACTERÍSTICAS
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DE UM PAÍS
Nesta   Situação   de   Aprendizagem   será
apresentada  uma  primeira  formulação  geral
do conceito de Estado, além dos seus princi-
pais elementos constitutivos e características.
O objetivo é estabelecer uma distinção clara
entre a noção geográfica e política de Estado
da federação (Estado de São Paulo, da Bahia,
do  Tocantins)  –  que  os  alunos  já  conhe-
cem  –  e  o  conceito  teórico,  cuja  definição
é  oriunda  da  Teoria  Geral  do  Estado.  Essa
discussão  servirá  de  base  para  desenvol-
ver  uma  reflexão  sobre  as  noções  políticas
de  país/nação,  território,  soberania,  povo  e
governo.  Todos  esses  elementos  constituem
a  base  conceitual  de  uma  sociedade  politi-
camente  organizada  e  o  ponto  de  partida
para  a  compreensão  do  funcionamento  das
instituições democráticas e do exercício dos
direitos  políticos  a  serem  introduzidos  nas
próximas Situações de Aprendizagem.
Tempo previsto: 4 aulas.
Conteúdos  e  temas:  conceito  de  Estado;  elementos  e  características  do  Estado;  conceito  de
nacionalidade; soberania e finalidade do Estado.
Competências e habilidades: compreender o conceito geral de Estado; seus elementos e caracte-
rísticas; distinguir Estado da concepção de governo.
Estratégias: análise de imagens; leitura e interpretação de textos; debate em sala de aula.
Recursos: textos para leitura e retroprojetor (caso esteja disponível).
Avaliação: elaboração de texto dissertativo.
10
Sondagem e sensibilização
Com  o  propósito  de  fazer  um  levanta-
mento  inicial  a  respeito  do  que  os  alunos
já  conhecem  sobre  o  tema,  você  pode  desa-
fiá-los  a  se  manifestar  com  relação  ao  ter-
mo “Estado” e, aos poucos, introduzir novas
informações.  Remetendo  a  conteúdos  das
aulas   de   Geografia,   exponha   a   seguinte
questão:  Você  sabe  definir  o  que  é  Estado?
Dê  um  exemplo.  Aguarde  as  manifestações
da  turma.  Espera-se  que  os  alunos  façam
referências  à  divisão  territorial  brasileira
e  deem  exemplos  de  nomes  de  Estados  da
Federação,  como  “Estado  de  São  Paulo”,
“Estado   do   Rio   Grande   do   Sul”,   entre
outros.  Caso  isso  não  ocorra,  desafie-os  a
responder  às  perguntas  a  seguir  de  forma
Sociologia - 3a série - Volume 3
dinâmica. Você pode dividir a classe em gru-
pos, estabelecer um tempo máximo para res-
posta  e  atribuir  pontos  para  cada  resposta
correta. A equipe vencedora será aquela que
acertar  o  maior  número  de  questões  dentro
do tempo ou no menor tempo possível.
f  Você sabe definir o que é Estado. Dê um exemplo. Agora, reúna-se com seus colegas e responda
rápido:
1.   Quantos Estados fazem parte do Brasil?
a) 27 Estados e 1 Distrito Federal.
b) 26 Estados e 1 Distrito Federal.
c) 27 Estados.
2.   Qual é o nome do nosso Estado?
a) Estado de São Paulo.
b) Estado Federal de São Paulo.
c) Estado de São Paulo de Piratininga.
3.   Qual é a capital do Estado de São Paulo?
a) São Paulo.
b) São Paulo de Piratininga.
c) Grande São Paulo.
4.   Quantos municípios fazem parte do Estado
de São Paulo?
a) 548.
b) 632.
c) 645.
5.   Qual é o tamanho do Estado de São Paulo?
a) 248.209,426 km2.
b) 293.767 km2.
c) 312.891 km2.
Etapa 1 – Conceito de Estado e seus
elementos constituintes
As informações levantadas a partir da sensi-
bilização inicial tiveram como objetivo despertar
a atenção dos alunos para algumas das questões
relevantes à organização política e administra-
tiva de um país. Mesmo que não tenham acer-
tado todas as respostas, os alunos terão tido a
oportunidade de conhecer alguns dados impor-
6.   Qual é a sua população atual?
a) 39.417.838 habitantes.
b) 41.633.802 habitantes.
c) 53.732.604 habitantes.
7.   Quantos  senadores  representam  São  Paulo
no Senado Federal?
a) 3.
b) 2.
c) 5.
8.   Quantos deputados representam São Paulo
na Câmara dos Deputados?
a) 94.
b) 110.
c) 70.
9.   Quantos deputados compõem a Assembleia
Legislativa do Estado?
a) 94.
b) 110.
c) 70.
tantes a respeito da realidade geográfica e políti-
ca do Estado de São Paulo. Esses dados servirão
de base para a discussão a seguir.
Retome  a  primeira  questão  da  sensibili-
zação  inicial  e  destaque  o  fato  de  o  Estado
de  São  Paulo  fazer  parte  de  um  conjunto  de
Estados  que  compõem  o  Brasil.  Você  pode
perguntar  à  classe:  Qual  é  o  nome  oficial  do
Brasil?  Provavelmente  os  alunos  responderão
11
“Brasil”, mas o nome oficial do País é República
Federativa  do  Brasil.  Em  seguida,  coloque  a
seguinte questão: O que isto significa? Aguarde
as  contribuições  da  turma  e  aproveite-as  ao
máximo.  O  importante  é  deixar  claro  que  o
Estado de São Paulo faz parte de uma entida-
de maior, ou seja, de uma República Federativa
chamada Brasil. Essa entidade maior é o que
entendemos  por  país,  em  termos  de  sua  deli-
mitação  geográfica  e,  por  Estado,  em  termos
de  sua  organização  política.  Em  outras  pala-
vras, o Estado de São Paulo faz parte de uma
Federação de Estados1, cujo tipo de governo é
uma República2, que é a República Federativa
do Brasil ou o Estado brasileiro. Peça para um
voluntário ler o seguinte trecho:
“Uma definição abrangente de Estado seria ‘uma instituição organizada política, social e juridi-
camente, ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é uma Constituição escrita.
É dirigido por um governo soberano reconhecido interna e externamente, sendo responsável pela orga-
nização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força e da coerção’”.
DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 43.
Após a leitura, pergunte aos alunos o que
eles  entenderam  do  texto  e  desenvolva  uma
pequena discussão. É importante que alguns
aspectos sejam destacados:
f  em primeiro lugar, o Estado é uma institui-
ção que possui uma organização interna;
f  para existir, depende de um território, ou
seja, de um espaço geográfico definido;
f  um	Estado	geralmente	é	organizado
segundo  leis  escritas,  como  por  exemplo,
uma Constituição;
f  além   disso,   é   dirigido   por   um   governo
reconhecido  internamente  por  sua  popu-
lação  e  externamente  por  outros  Estados
(ou países);
f  finalmente, o Estado é o responsável pela
organização  e  pelo  controle  da  socieda-
de, pois é o único que pode manter forças
armadas  (Exércitoe  força  policial)  e  tem
legitimidade  ou  autoridade  para  impor  a
ordem pela força (monopólio legítimo do
uso da força e da coerção).
Para ficar mais claro, solicite a um volun-
tário que leia o seguinte trecho, em que estão
explicitados, de forma sucinta, os elementos
constitutivos do Estado:
“O Estado é uma sociedade de pessoas chamada população, em determinado território, sob a
autoridade de determinado governo, a fim de alcançar determinado objetivo, o bem comum”.
DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 43.
12
1
2
Uma Federação consiste em uma união perpétua e indissolúvel de Estados autônomos, mas não soberanos, regidos por
uma Constituição. São Federações o Brasil, os Estados Unidos, a Argentina, e a Venezuela, por exemplo.
Forma de governo na qual o povo é soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções
em poderes distintos. Fonte: Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Edição eletrônica. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
AdesignSociologia - 3a série - Volume 3
Em  seguida,  você  pode  apresentar  esses
elementos  de  forma  esquemática  na  lousa,
ou  com  o  auxílio  de  um  retroprojetor  (se  a
escola contar com esse recurso).
Elementos do Estado
meio  do  status  da  nacionalidade.  “Povo,
em   sentido   democrático,   pressupõe   a
totalidade  dos  que  possuem  o  status  da
nacionalidade, os quais devem agir, cons-
cientes   de   sua   cidadania   ativa,   segun-
do  ideias,  interesses  e  representações  de
natureza política”4.
Também é interessante destacar que o ter-
ritório de um Estado não consiste apenas nas
Materiais
Formal
fronteiras nacionais, mas em um conjunto de
partes  que  vão  além  da  superfície  terrestre,
como, por exemplo:
f  solo:  porção  de  terras  delimitadas  pelas
População	Território	Governo
É   importante   distinguir   população   de
povo:
f  “Integram a população todas as pessoas
residentes dentro do território estatal ou
todas  as  pessoas  presentes  no  território
do  Estado,  num  determinado  momen-
to,  inclusive  estrangeiros  e  apátridas”3.
Em  outras  palavras,  a  população  abran-
ge  o  conjunto  de  pessoas  que  vivem  no
território  estatal  ou  mesmo  que  perma-
neçam  nele  temporariamente.  Segundo
o   Instituto   Brasileiro   de   Geografia   e
Estatística  (IBGE),  a  população  brasi-
leira  é  aproximadamente  de  192  milhões
de habitantes.
f  Nas  democracias  atuais,  o  povo  adqui-
re  um  sentido  político,  uma  vez  que  está
ligado  à  noção  de  cidadania  e,  para  isso,
depende  de  estar  ligado  ao  Estado  por
fronteiras internacionais e pelo mar;
f  subsolo:  porção  de  terras  sob  o  solo,  com
a mesma delimitação deste;
f  espaço aéreo: coluna imaginária de ar que
acompanha  o  contorno  do  território  ter-
restre, somado ao mar territorial;
f  embaixadas: sedes de representação diplo-
mática dos diversos Estados, que são con-
sideradas  parcelas  do  território  nacional
nos países estrangeiros;
f  navios e aviões militares: são considerados
como  parte  do  Estado  referente  ao  país
a  que  pertencem,  em  qualquer  lugar  que
estejam;
f  navios  e  aviões  de  uso  comercial  ou  civil:
que   estejam   sobrevoando   ou   navegan-
do em território não pertencente a outros
Estados;
f  mar  territorial:  estende-se  por  12  milhas
marítimas   (22,2   km)   para   defesa   mili-
tar e 200 milhas marítimas (370 km) para
exploração econômica.
Segundo o IBGE, a área territorial oficial
do Brasil é de 8.514.876,599 km2.
3
4
SOARES, M. L. Q. Teoria do Estado: Novos paradigmas em face da globalização. São Paulo: Atlas, 2008. p. 143.
Idem, p. 45.
13
Fernando
ChuíFigura 1 – Território brasileiro.
Finalmente,  é  preciso  compreender  em
que  consiste  o  governo.  Governo  não  é  o
mesmo  que  Estado,  mas  sim  o  poder  do
Estado,   dividido   em   funções,   geralmen-
te  representadas  pelos  Poderes  Executivo,
Legislativo e Judiciário.
Como   atividade   para   casa,   você   pode
sugerir que os alunos leiam o próximo texto
e respondam às perguntas de interpretação.
“Os vereadores municipais, deputados estaduais, deputados federais e senadores exercitam a fun-
ção legislativa, investidos em seus mandatos. Prefeitos, governadores e presidente da República, a
exemplo de outros, exercem o poder de administrar, garantir a segurança do território, lançar impos-
tos sobre a população, realizar obras que beneficiem tal população em matéria viária, educacional,
sanitária ou cultural, ou ainda executam atividades de fiscalização e controle (o chamado poder de
polícia) exercitam o poder (e a função) executivo. Por fim, juízes, desembargadores e árbitros, entre
outros, com o poder de julgar, de acordo com as leis vigentes, os conflitos na esfera pública ou pri-
vada, exercem o poder judiciário”.
DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 45.
14
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Attar/
Sygma/Corbis/LatinstockSociologia - 3a série - Volume 3
1.   Quais são os Poderes do Estado?
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
2.   Identifique   dois   cargos   associados   a
cada  um  dos  Poderes  e  dê  exemplos  de
suas atribuições.
a)  Poder  Executivo:  governadores,  presi-
dente  da  República.  Exercem  a  função  de
administrar,  realizar  obras,  cobrar  impos-
tos, garantir a segurança etc.
b)  Poder  Legislativo:  vereadores,  deputa-
dos. Exercem a função de legislar, ou seja,
de fazer as leis.
c)  Poder  Judiciário:  Juízes,  desembarga-
dores. Exercem a função de julgar os con-
flitos de acordo com as leis vigentes.
Figura 2 – Após a votação das Nações Unidas dividindo
a Palestina, David Ben Gourion declarou um estado de
Etapa 2 – Características do Estado
Tendo  examinado  os  elementos  constitu-
tivos  do  Estado,  ou  seja,  os  elementos  que
formam  um  Estado,  é  preciso  entender  o
que  o  caracteriza  como  entidade  ou  organi-
zação  política:  a  nacionalidade,  a  soberania
e a finalidade. Sem essas características, não
existe Estado.
O  que  significa  cada  uma  dessas  carac-
terísticas?  Você  pode  desenvolver  uma  dis-
cussão  utilizando  como  exemplo  o  caso  de
Israel  e  da  Palestina.  Disponha  os  alunos
em  círculo  e  solicite  a  um  voluntário  que
leia  o  texto  a  seguir.  Você  pode  realizar  a
leitura  de  forma  individual,  compartilha-
da  ou  comentada.
Figura 3 – Yasser Arafat anuncia a criação do Estado
palestino em novembro de 1988.
Israel, em Tel-Aviv, em maio de 1948.
A região da Palestina, situada no Oriente Médio, no lado leste do Mar Mediterrâneo, fazendo divisa
com o Líbano, ao norte, a Síria, a nordeste, a Jordânia, a leste, e o Egito, ao sul, é uma estreita faixa
de terra, desértica, sem petróleo e sem recursos minerais estratégicos. Habitada primeiramente pelos
hebreus, povo do qual descendem os judeus, em 2000 a.C., a Palestina esteve sob o domínio dos
mais diversos povos, entre romanos, árabes e, mais recentemente, ingleses.
Os judeus foram expulsos da região durante o Império Romano e então passaram a viver espa-
lhados  por  vários  lugares  do  mundo.  Embora  dispersos,  os  judeus  preservaram  uma  profunda
consciência nacional e conservaram suas tradições religiosas e seus costumes. Com o fim do Império
Romano e o surgimento do Islamismo, no século VII, a Palestina passou a ser dominada pelos árabes.
Entre 1517 e 1917, tornou-separte do Império Otomano1 e, durante a Primeira Guerra Mundial, pas-
sou a ser controlada pelos ingleses.  A disputa pelo território palestino remonta ao século XIX, com a
emergência de movimentos nacionalistas, entre os quais o movimento sionista em 1897, que propunha
15
o retorno dos judeus à Palestina e a formação de um Estado judaico. A partir dessa época, milhares
de judeus passaram a emigrar e a se instalar na região. Com o fim da Primeira Guerra Mundial e o
desmembramento do Império Turco-Otomano, a Palestina passou para o controle do Reino Unido e
permaneceu sob o domínio inglês até o final da Segunda Guerra.
Em 1947, uma resolução das Nações Unidas propôs a divisão da Palestina em dois Estados: um
judeu (Israel) e outro árabe palestino. Lideranças judaicas apoiaram o plano, mas os árabes palesti-
nos não aceitaram a partilha e, apoiados pela Liga Árabe2, iniciaram uma guerra civil. Em 14 de maio
de 1948, foi proclamada a criação do Estado de Israel. Cinco países da Liga invadiram a Palestina,
levando à primeira guerra entre árabes e israelenses. Milhares de palestinos foram obrigados a se refu-
giar nos países vizinhos. Os israelenses venceram a guerra e anexaram territórios palestinos previstos
pela Organização das Nações Unidas (ONU). A partir daí, o conflito entre Israel e árabes, especial-
mente os palestinos, tornou-se constante.
Em 1964, foi fundada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser
Arafat, voltada para a luta pela criação de um Estado palestino livre. Desde então, ambos os povos
têm se enfrentado em guerras, confrontos armados, revoltas populares (Intifadas) e atos terroristas
perpetrados por grupos radicais que não reconhecem a existência do Estado de Israel.
No dia 15 de novembro de 1988, o Conselho Nacional Palestino, o corpo legislativo da OLP, esta-
beleceu a declaração do Estado da Palestina, embora ele não seja um Estado independente, tampouco
detenha soberania sobre quaisquer territórios. O Estado foi reconhecido imediatamente pela Liga
Árabe, mas não pelas Nações Unidas.
Em 1993, teve início o Processo de Paz de Oslo3, quando a OLP pôde estabelecer a Autoridade
Nacional Palestina, ou seja, uma espécie de governo representando os interesses dos palestinos. O
acordo previa que Israel cederia gradualmente o controle dos territórios onde vive a maior parte dos
palestinos (a Cisjordânia e a Faixa de Gaza) em troca da paz. Isso implicava o reconhecimento mútuo
e a coexistência com o Estado de Israel.
Desde 2003, entretanto, os palestinos encontram-se divididos pelo conflito entre duas facções: o
Fatah, o partido majoritário, e o Hamas, grupo político radical. Como resultado, o território contro-
lado pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) está seccionado entre a Cisjordânia, controlada pelo
Fatah, e a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, que, apesar de ter vencido as eleições em 2006, não
tem sido autorizado a participar das negociações oficiais de paz, por ser considerado uma organiza-
ção terrorista por Israel e diversos outros países.
Os maiores obstáculos para a constituição efetiva do Estado palestino estão nas violentas dispu-
tas entre facções palestinas desde a eleição do grupo Hamas, em 2006 (não reconhecido internacio-
nalmente) e nos constantes ataques de ambos os lados às populações civis em cidades israelenses e da
Faixa de Gaza, que impedem as iniciativas em busca de negociações por acordos de paz e a retirada
dos assentamentos judeus na Cisjordânia, reivindicadas pelos palestinos.
Atualmente, os destinos da região continuam incertos. Se os palestinos já conquistaram a autonomia
em algumas cidades da Cisjordânia e em Gaza, ainda não possuem um Estado independente e soberano.
Alguns pequenos passos, entretanto, têm sido dados nessa direção. Hoje, 96 países reconhecem a Palestina
como um Estado separado de Israel, incluindo a Rússia, a Índia, a China, a maior parte dos países afri-
canos, vários países asiáticos e alguns países do Leste Europeu. Desde 1996, a Palestina possui um comitê
olímpico e, em 1998, a FIFA reconheceu a seleção palestina como uma entidade independente.
1
2
3
Império que existiu entre 1299 e 1922 e em seu apogeu se estendeu pela Anatólia – região que hoje corresponde à
Turquia –, o Oriente Médio, parte do Sudeste europeu e Norte da África. Foi estabelecido por uma tribo de
turcos oguzes no oeste da Anatólia e era governado pela dinastia Osmanli, de onde deriva o nome “otomano”.
Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Arábia Saudita e Síria.
Possui esse nome, pois foi realizado na capital da Noruega.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
16
Sociologia - 3a série - Volume 3
Após   a   leitura,   peça   aos   alunos   que
falem   sobre   o   que   entenderam   do   texto.
Recomende  que  eles  consultem  um  mapa  e
identifiquem  as  áreas  indicadas  no  texto  e
os  Estados  que  fazem  fronteira  com  o  atual
Estado de Israel.
Em seguida, coloque a seguinte questão em
debate: O que levou à proclamação do Estado
de  Israel,  em  1948?  As  respostas  dos  alunos
poderão  ser  as  mais  variadas  possíveis.  Não
descarte  a  hipótese  de  alguns  defenderem  a
importância de os judeus terem direito a um
Estado próprio, tendo em vista o desfecho da
Segunda Guerra Mundial e as revelações das
atrocidades cometidas nos campos de concen-
tração durante o nazismo. Entre os principais
fatores a ser apontados estão:
f  o  movimento  sionista,  iniciado  em  1897,
que propunha a volta dos judeus à “Terra
Prometida”, ou seja, à região onde se situa-
va o antigo reino de Judá, em 1200 a.C.;
f  o  acirramento  dos  movimentos  políticos
nacionalistas judaicos após o Holocausto,
decorrentes	dos	desdobramentos	da
Segunda Guerra Mundial;
f  o  fracasso  do  plano  das  Nações  Unidas
em criar dois Estados, em 1947, que levou
Israel  a  proclamar  sua  própria  indepen-
dência e delimitar suas fronteiras de acor-
do  com  seus  próprios  interesses,  entre  os
quais a firme resolução de garantir um ter-
ritório  seguro  para  o  estabelecimento  de
uma nação judaica.
Recapitule os principais eventos ocorridos
na  época  e,  então,  discuta:  O  que  houve  com
os árabes palestinos que viviam na região? De
acordo  com  o  texto,  milhares  de  palestinos
foram obrigados a se refugiar nos países vizi-
nhos.  Você  pode  complementar  essas  infor-
mações, acrescentando que:
f  segundo a ONU, cerca de 700 mil palesti-
nos  deixaram  suas  aldeias,  vilas  e  cidades
de origem durante a guerra árabe-israelen-
se  de  1948.  Hoje,  esses  refugiados  e  seus
descendentes  chegam  a  4,25  milhões  de
pessoas;
f  os  países  onde  vivem  essas  pessoas  não
reconhecem os refugiados como cidadãos.
Atualmente,  eles  podem  ser  considerados
“apátridas”, uma vez que não são cidadãos
israelenses,  tampouco  jordanianos,  sírios,
egípcios, libaneses ou sauditas;
f  um  dos  grandes  pontos  de  disputa  entre
israelenses  e  palestinos  desenvolve-se  em
torno  do  direito  de  retorno  dos  refugia-
dos  que  deixaram  suas  casas  em  1948  e
em  1967  (quando  um  segundo  conflito
levou  a  um  novo  movimento  emigrató-
rio) aos seus locais de origem, inclusive de
seus familiares e descendentes. A questão
é  se  os  palestinos  devem  ter  o  direito  às
suas  propriedades  originais  ou  se  estabe-
lecer somente na Cisjordânia ou na Faixa
de Gaza.
A  partir  dessas  duas  questões,  você  já
pode desenvolver com os alunos o tema desta
etapa, ou seja, os elementos que caracterizam
o  Estado.  Comece  retomando  os  elementos
constitutivos  do  Estado,  analisados  na  eta-
pa  anterior.  Você  pode  fazer  isso  colocando
a  seguinte  questão:  O  que  tornou  possível  a
existência do Estado de Israel? Alguns alunos
poderão  responder  que  o  fato  de  ter  venci-
do  a  guerra  contra  os  países  da  Liga  Árabe
e   a   conquistade   mais   territórios   foi   um
fator  fundamental  para  a  consolidação  do
Estado  de Israel. Não descarte a hipótese de
alguns jovens destacarem o papel dos Estados
Unidos como apoiadores e aliados dos israe-
lenses. Porém, os elementos constitutivos a ser
assinalados são:
f  população: não se podem esquecer os milha-
res de judeus que haviam emigrado para a
região desde os primórdios do movimento
sionista, no final do século XIX;
f  território:  a  conquista  de  um  território  e
17
a  delimitação  de  fronteiras  foi  fundamen-
tal  para  o  estabelecimento  do  Estado  de
Israel, em 1948;
f  governo:  a  formação  e  a  organização  de
um  governo,  desde  a  declaração  da  inde-
pendência  do  Estado,  unificaram  o  país
imediatamente.
Além  disso,  é  preciso  enfatizar  outros
três  aspectos  que  caracterizam  um  Estado,
sem os quais ele não pode existir:
f  nacionalidade:  está  baseada  na  ideia  de
Nação,   que   “está   intimamente   ligada
também  à  cultura  de  um  povo,  cultura
esta  que  se  constrói  através  do  tempo  e
se  delineia  em  grande  parte  em  função
dos  acontecimentos  históricos  que  mar-
caram  a  caminhada  daquele  povo”5.  É
importante  lembrar  que  o  povo  judeu,
embora  estivesse  espalhado  em  diversos
países,  manteve  laços  de  reconhecimen-
to  e  união  por  meio  de  sua  cultura,  sua
língua, suas tradições e sua religião, e foi
com  base  nessa  identidade  que  puderam
construir uma ideia de nação;
f  soberania:   deve   ser   entendida   de   duas
formas:  a)  como  sinônimo  de  indepen-
dência, ou seja, quando um Estado, espe-
cialmente   seu   próprio   povo,   afirma-se
como  soberano,  isto  é,  não  mais  submis-
so  a  qualquer  potência  estrangeira;  b)
como  expressão  de  poder  jurídico  mais
alto,  ou  seja,  dentro  dos  limites  jurídi-
cos  e  territoriais  do  Estado,  este  é  quem
tem o poder de decisão em última instân-
cia,  isto  é,  exerce  o  poder  soberano  ou  o
poder máximo.
O Estado de Israel, além de independente,
detém a soberania política e jurídica sobre os
territórios proclamados sob sua jurisdição e
domínio militar.
Aqui  é  preciso  chamar  a  atenção  para  as
particularidades  do  conceito  de  soberania.
Um Estado, para ser verdadeiramente sobe-
rano, só reconhece um tipo de soberania: a)
una, b) indivisível, c) inalienável e d) impres-
critível. O que isto significa?
a) Significa que a soberania deve ser una,
porque,  em  um  mesmo  Estado,  não  se
admite  a  convivência  de  duas  sobera-
nias  (mais  de  um  poder  superior)  no
mesmo âmbito.
b)  A  soberania  do  Estado  deve  prevale-
cer  sobre  todo  e  qualquer  assunto.  Por
essa razão é considerada indivisível, não
sendo  admissível  a  existência  de  várias
partes separadas da mesma soberania.
c) Ela é inalienável, ou seja, não pode ser reti-
rada; do contrário, quem quer que a dete-
nha (seja o povo, a nação ou o Estado)
desaparece quando ficar sem ela.
d) Finalmente, é imprescritível, isto é, não
tem  prazo  para  terminar;  pelo  mesmo
motivo, quem quer que a detenha (seja
o  povo,  a  nação  ou  o  Estado)  desapa-
rece quando ela termina.
f  Finalidade:   o   fim   ou   o   propósito   do
Estado  é  o  bem  comum,  entendido  como
o   conjunto   de   todas   as   condições   de
vida  social  que  permitam  e  favoreçam  o
desenvolvimento  das  pessoas  que  vivem
naquele  território,  sob  aquele  governo
em  particular.  O  objetivo  do  Estado  de
Israel é defender o direito do povo judeu
de  reconstruir  a  região  que  consideram
sua terra natal, abrindo-o à imigração de
judeus  e  garantindo  o  desenvolvimento
de todos os seus habitantes, independen-
temente de religião, raça ou gênero.
18
5
DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2008. p. 53-54.
Sociologia - 3a série - Volume 3
Com  base  nas  características  debatidas,
você  pode  propor  a  seguinte  tarefa  como
Lição de Casa, a ser desenvolvida em grupo:
1.   Releia o texto sobre o conflito entre Israel
e palestinos e, com base no que foi deba-
tido em sala de aula, responda:
a)   Considerando-se  apenas  os  elementos
constitutivos  do  Estado,  os  palestinos
detêm  as  condições  necessárias  para
formar um Estado próprio?
Não, pois o maior problema a ser resolvido é
justamente a questão do território. A popu-
lação que originariamente ocupava a região
permanece ligada aos seus locais de origem
por  uma  série  de  fatores:  nascimento,  des-
cendência,  língua,  tradição,  cultura  e  reli-
gião.  Os  palestinos  vivem  em  Israel,  nos
territórios   da   Cisjordânia,   da   Faixa   de
Gaza  e  também  refugiados  em  outros  paí-
ses.  Também  possuem  um  governo  próprio,
a  Autoridade  Nacional  Palestina,  reconhe-
cida  internacionalmente  desde  1993.  Resta
a  autonomia  sobre  um  território  próprio,
que ainda se encontra em disputa.
b)   Em 1988, o Conselho Nacional Palestino
declarou   a   existência   do   Estado   da
Palestina.  Porém,  até  hoje  as  Nações
Unidas,  além  de  diversos  outros  paí-
ses,  não  reconhecem  a  existência  deste
Estado. Considerando as características
do  Estado,  por  que  a  Palestina  ainda
não  se  constituiu  efetivamente  como
Estado? Justifique sua resposta.
A  Autoridade  Nacional  Palestina  (ANP),
embora  seja  um  governo  constituído,  não
detém a soberania sobre os territórios reivin-
dicados pelos palestinos. Além disso, trata-se
de um governo dividido, em que um partido,
o Fatah, controla uma parte do território, a
Cisjordânia, e o outro, o Hamas, controla a
Faixa  de  Gaza,  de  modo  que  há  duas  sobe-
ranias disputando o poder no momento. Essa
disputa  coloca  em  dúvida  a  legitimidade  do
governo  constituído,  e  a  posição  radical  do
grupo Hamas (considerado uma organização
terrorista), fez com que outros Estados, inclu-
sive as Nações Unidas, não aceitassem nego-
ciar  com  seus  representantes.  Um  Estado,
para  ser  soberano,  precisa  ter  o  reconheci-
mento  dos  seus  representantes  eleitos  pelos
demais países. Finalmente, coloca-se em ques-
tão se o bem comum da população é o que se
está  buscando,  quando  as  disputas  armadas
entre árabes e israelenses, justificadas como
atos de retaliação,   sobrepõem-se às negocia-
ções de paz.
Proposta de Questão para Avaliação
1.  Leia  a  afirmação  a  seguir:  “O  Estado  é  o
responsável  pela  organização  e  pelo  con-
trole da sociedade, pois é o único que pode
manter  forças  armadas  (Exército  e  força
policial) e tem legitimidade ou autoridade
para  impor  a  ordem  pela  força  (monopó-
lio legítimo do uso da força e da coerção)”.
Com base no que foi debatido a respeito das
características  do  Estado,  desenvolva  um
texto  dissertativo  relacionando  seu  papel
como  responsável  pelo  controle  e  organi-
zação social com as noções de soberania e
finalidade do Estado.
Proposta de Situação de Recuperação
Retomando  os  conteúdos  discutidos  na
Situação de Aprendizagem, solicite ao aluno
que  desenvolva  um  texto  explicitando  quais
são  os  elementos  constitutivos  do  Estado,
quais são as suas características e, por fim, as
diferenças entre os conceitos.
19
TEMA 2 – FORMAS DE GOVERNO
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
COMO OS PAÍSES SÃO GOVERNADOS
Tendo compreendido o que é Estado e quais
são  os  elementos  básicos  que  o  caracterizam,
passaremos agora à reflexão sobre o conceito
de Governo e suas diferentes formas de organi-
zaçãoe funcionamento. Mais uma vez, o obje-
tivo da Situação de Aprendizagem é estabelecer
uma distinção clara entre as esferas administra-
tivas de governo (governos federal, estadual e
municipal) – que os alunos já conhecem – e o
conceito  teórico,  oriundo  da  Teoria  Geral  do
Estado.  Com  base  em  atividades  de  leitura  e
interpretação de textos, serão introduzidas con-
cepções gerais de governo e suas formas de clas-
sificação mais comuns, com base nas quais se
buscará desenvolver um debate sobre as formas
democráticas e não democráticas de governar
uma sociedade, sempre tomando por exemplos
o  Brasil  e  outros  países  que  apresentem  uma
realidade diferente. Tomando-se como referên-
cia  alguns  modelos  de  formas  de  governo  no
Estado Moderno, os alunos serão introduzidos
de  maneira  sintética  aos  conceitos  de  monar-
quia,  república,  democracia,  parlamentaris-
mo  e  presidencialismo.  Ao  final  da  Situação
de Aprendizagem, deverão ter adquirido uma
noção mais precisa da democracia como forma
de governo, entre outras formas possíveis, bem
como situar o sistema de governo brasileiro em
relação ao de outros países, estabelecendo com-
parações de forma crítica.
Tempo previsto: 4 aulas.
Conteúdos e temas: formas de governo: monarquia, república, democracia, parlamentarismo,
presidencialismo.
Competências e habilidades: identificar as principais formas de governo (monarquia e república)
e suas características; identificar e reconhecer diferentes sistemas de governo (parlamentarismo
e presidencialismo).
Estratégias: análise de imagens; leitura e interpretação de textos; debates em sala de aula.
Recursos: textos para leitura e retroprojetor (se a escola contar com este recurso).
Avaliação: elaboração e desenvolvimento de texto dissertativo.
20
Sondagem e sensibilização
Agora  que  os  alunos  já  compreenderam
o que é o Estado, é preciso entender como ele
funciona. Basicamente, o que faz o Estado fun-
cionar é o governo. Porém, o modo como um
Estado funciona pode variar muito. Cada país
tem  seu  jeito  particular  de  governar  sua  pró-
pria sociedade, com suas leis, regras, normas e
formas de organização interna do poder, de tal
©
Pedro
II
na
abertura
da
Assembleia
Geral
.
Pedro
Américo
de
Figueiredo
e
Mello,
1872,
óleo
sobre
tela,
2,88m
x
2,05m.
Acervo
Museu
Imperial/Ibram/MinC
©
Acervo
Iconographia/Reminiscências
©
Acervo
Iconographia/ReminiscênciasSociologia - 3a série - Volume 3
modo que é quase impossível descrever todas
as  formas  de  governo  que  existem.  Contudo,
comparando  os  diferentes  países,  é  possível
encontrar  algumas  semelhanças  no  que  diz
respeito ao regime político, à origem do poder,
ao  seu  desenvolvimento  e  extensão.  Isso  per-
mite construir classificações que nos ajudam a
compreender como as sociedades se governam
e são governadas.
Um primeiro aspecto a enfatizar é o fato de
que o Estado, uma vez constituído, permanece,
ou  seja,  possui  certa  durabilidade.  Tomemos
como  exemplo  o  Brasil.  Nosso  país  tornou-
-se independente de Portugal em 1822. Desde
então, muitos governos foram instituídos e caí-
ram,  presidentes  foram  eleitos,  regimes  polí-
ticos  mudaram,  enfim,  muita  coisa  mudou.
Chame  a  atenção  dos  alunos  para  este  fato,
utilizando as imagens a seguir como exemplo.
Peça para que a turma identifique: a) quem são
as pessoas retratadas; b) os períodos a que as
imagens se referem; c) o tipo de governo que
existia na época.
Figura 5 – D. Pedro II	Figura 6 – Getulio Vargas	Figura 7 – Juscelino Kubitschek
As pessoas retratadas são: a) D. Pedro II,
Getulio  Vargas  e  Juscelino  Kubitschek.  Os
períodos  a  que  as  imagens  se  referem  são:
Segundo  Reinado  (1840-1889),  Era  Vargas
(1930-1945) e governo Juscelino Kubitschek
(1956-1961).  Os  tipos  de  governo  que  exis-
tiam  na  época  eram:  monarquia,  ditadura
civil, presidencialismo.
Etapa 1 – Formas de governo:
a monarquia
A ideia de  classificar as formas de governo é
muito antiga. Já na Antiguidade, o filósofo gre-
go Aristóteles (384 a 322 a.C.) foi um dos pri-
meiros a analisar os tipos de governo existentes
na época e procurar uma forma de classificá-
-los. Na etapa de sensibilização, os alunos pude-
ram perceber que até mesmo o Brasil, já na sua
fase  independente,  passou  por  governos  dife-
rentes. Seus alunos já conhecem algumas delas:
sabem que o Brasil foi uma monarquia e depois
se tornou uma república. Essas são as formas
mais comuns que o Estado Moderno adotou.
Você pode fazer um levantamento entre os alu-
nos  dos  tipos  de  governo  que  eles  conhecem,
bem como dos países que os adotam. Comece
perguntando à turma: Quem governa o Brasil? É
provável que alguns jovens respondam o nome
do atual presidente,  o  que  não  está  incorreto,
mas o importante é enfatizar o cargo de presi-
dente da República. Anote na metade direita da
lousa a frase: “Repúblicas governadas por pre-
sidentes” e,  logo  abaixo,  escreva  “Brasil”.  Em
seguida, solicite aos alunos que elaborem uma
lista  de  países  que  também  sejam  repúblicas
governadas por presidentes. Você pode ajudar
com alguns exemplos, como Estados Unidos da
América, Colômbia, Argentina, Bolívia. Depois,
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coloque a seguinte questão: Quais outros tipos
de governo vocês conhecem? O objetivo da per-
gunta é recapitular as formas identificadas na
sensibilização inicial, como a monarquia, por
exemplo. Anote na metade esquerda da lousa
a frase: “Monarquias governadas por reis/rai-
nhas”,  e  solicite  um  exemplo.  Você  pode  aju-
dar escrevendo Inglaterra, Espanha, Jordânia,
Arábia Saudita, Suécia. É possível que alguns
alunos  questionem  a  respeito  do  papel  do
primeiro-ministro.  Nesse  caso,  explique  que
existem monarquias cujo sistema de governo
é parlamentarista, ou seja, o chefe de Estado
é o monarca, mas o chefe de Governo é o pri-
meiro-ministro. Isso será estudado na tercei-
ra  etapa.  Se  quiser,  faça  um  levantamento
de  países  que  são  governados  por  primei-
ros-ministros,  dividindo-os  em  monarquias
e  repúblicas.  O  importante,  porém,  é  deixar
claro que há mais de uma forma de governo.
Vamos estudar algumas delas.
Feito esse primeiro levantamento, pergun-
te aos alunos: Alguém sabe explicar a diferença
entre  um  rei  e  um  presidente?  Aguarde  as  res-
postas da classe e aproveite-as ao máximo.
A   monarquia   é   uma   das   formas   mais
antigas   de   governo   e   já   foi   adotada   por
quase  todos  os  Estados  do  mundo.  Com  o
passar do tempo, o fortalecimento das insti-
tuições  democráticas  e  o  aumento  da  parti-
cipação da população nas decisões sobre os
destinos  da  nação  acabaram  enfraquecen-
do  a  monarquia,  que  foi  abandonada  pela
maior  parte  dos  países.  As  características
fundamentais dessa forma de governo são:
f  vitaliciedade: o monarca governa enquan-
to viver ou enquanto tiver condições para
continuar  governando,  ou  seja,  seu  man-
dato é vitalício e não temporário;
f  hereditariedade:    quando    o    monarca
morre  ou  deixa  o  governo  por  qualquer
motivo,   é   imediatamente   substituído
pelo herdeiro da coroa, seguindo a linha
de sucessão da realeza. O cargo, portan-
to, é hereditário;
f  irresponsabilidade:  o  monarca  não  pre-
cisa  dar  explicações  ao  povo  ou  a  qual-
quer  órgão  sobre  os  motivos  pelos  quais
adotou  certa  orientação  política,  pois  ele
detém o poder soberano.
As  monarquias  não  são  todas  iguais.  Elas
variam conforme a extensão do poder do mo-
narca, seja ele o rei, a rainha, um príncipe, um
sultão, seja o imperador. No passado, os mo-
narcas detiveram mais poder do que nos dias de
hoje,em que atuam muito mais como chefes de
Estado do que de Governo, isto é, líderes exe-
cutivos. Você pode explicitar as diferenças en-
tre os tipos de monarquia, pedindo aos alunos
que  localizem  o  quadro  a  seguir  no  Caderno
do Aluno, ou utilizando o retroprojetor (se a
escola contar com  esse  recurso).
Tipos de Monarquia
Absolutista
O monarca exerce o poder de forma absoluta, sem quaisquer limitações constitucionais ou
divisões de poder (Arábia Saudita, Bahrein, Brunei, Catar).
Limitada
O poder central é repartido entre outros órgãos autônomos ou é submetido à soberania
nacional. Há três tipos de monarquia limitada:
f de  Estamentos:  o  rei  descentraliza  certas  funções,  que  são  delegadas  a  membros  da  nobreza,
reunidos  em  cortes,  ou  a  outros  órgãos  que  funcionam  como  desdobramentos  do  poder  real
(Reinos feudais);
22
Sociologia - 3a série - Volume 3
f constitucional: o rei exerce o poder executivo, nos termos de uma Constituição, ao lado dos
Poderes  Legislativo  e  Judiciário  (Aruba,  Bélgica,  Camboja,  Dinamarca,  Holanda,  Japão,
Jordânia, Luxemburgo, Marrocos, Mônaco, entre outros);
f parlamentar:   o rei não exerce sua função de governo, mas sim de chefe de Estado, segundo o
que a Constituição determinar. O poder executivo é exercido por um Conselho de Ministros,
responsável perante o Parlamento (Austrália, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Granada,
Lesoto, Reino Unido, Suécia, Tailândia, entre outros).
A monarquia já foi uma forma de governo
amplamente adotada no mundo. Hoje, menos
de 40 Estados a adotam. Alguns países, entre-
tanto,  optaram  pela  monarquia  constitucio-
nal ou parlamentar, especialmente, em que o
rei  exerce  principalmente  a  função  de  chefe
de Estado. Em 1993, no Brasil, houve um ple-
biscito6, para saber se os cidadãos brasileiros
queriam  mudar  ou  não  a  forma  de  governo.
A monarquia era uma das opções considera-
das. Você pode realizar uma pequena discus-
são com os alunos sobre isso.
Como Lição de Casa, você pode dividir os
alunos em grupos e solicitar que eles reflitam
sobre  as  seguintes  questões:  Quais  seriam  as
vantagens da monarquia? E as desvantagens? As
reflexões podem ser apresentadas para a classe
na aula seguinte.
Etapa 2 – Formas de governo:
a república democrática
A  República,  por  sua  vez,  é  a  forma  de
governo que se opõe à monarquia, pois permi-
te a possibilidade de participação do povo no
governo. A palavra “república” origina-se do
latim res publica, que significa “coisa pública”,
ou tudo aquilo que se refere à comunidade dos
cidadãos, no caso, os romanos. Nesse sentido,
referia-se  ao  próprio  Estado  Romano.  Hoje,
entretanto, o termo é utilizado para fazer refe-
rência ao Estado Moderno. Fundamentada no
ideal de democracia, a concepção moderna de
república  remonta  ao  século  XVIII,  quando
teóricos  iluministas,  pensadores  e  lideran-
ças políticas disseminaram as primeiras ideias
contra a monarquia absolutista. Peça para um
voluntário ler o texto a seguir.
“Ao mesmo tempo em que se apontavam os males da monarquia, aumentava a exigência de parti-
cipação do povo no governo, surgindo a república, mais do que como forma de governo, como o sím-
bolo de todas as reivindicações populares. A república era expressão democrática de governo, era a
limitação do poder dos governantes e era a atribuição de responsabilidade política, podendo, assim,
assegurar a liberdade individual”.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 229.
Após a leitura, pergunte aos alunos o que
eles entenderam do texto. Em seguida, desta-
que as seguintes questões:
1.   O que levou à luta contra a monarquia abso-
lutista  e  à  emergência  da  república  como
forma alternativa de governo?
6
Consulta ao povo em que os cidadãos votam a respeito de um determinado assunto.
23
24
Os males da monarquia, especialmente a con-
centração  excessiva  de  poder  nas  mãos  do
rei, e a exigência de participação do povo no
governo  levaram  à  emergência  da  república
como forma alternativa de governo.
2.   Quais eram as principais diferenças intro-
duzidas pela forma republicana de governo
em relação à monarquia?
Em primeiro lugar, a limitação do poder dos
governantes  e,  em  segundo,  a  atribuição  de
responsabilidade política, podendo assegurar
a liberdade individual, isto é, que os direitos
individuais  do  cidadão  não  seriam  violados
pelo poder absoluto de um governante.
Como foi mencionado, a concepção moder-
na de República encontra-se fundamentada em
um  ideal  de  democracia.  Mas  o  que  significa
democracia? Hoje, muito se fala em democra-
cia, porém o real sentido da palavra nem sempre
é claro. A origem da palavra é grega, e signifi-
ca “governo” ou “poder do povo”. Vê-se clara-
mente que a democracia opõe-se à monarquia,
seja porque ela é o governo do povo, enquan-
to a monarquia é o governo de rei, seja porque
ela pretende ser o governo de todos, enquanto a
monarquia é o governo de um só.
Mas de onde se originou essa concepção de
governo? Os alunos já estão familiarizados com
as práticas de participação nas decisões políti-
cas dos cidadãos na Grécia Antiga, estudadas
no Caderno do volume 1. Há, entretanto, uma
ressalva importante a fazer com relação à demo-
cracia grega e à moderna, no que diz respeito ao
conceito de “povo”. Você pode retomar o conte-
údo discutido anteriormente no volume 1 sobre
o conceito de cidadania e colocar em questão o
grau de participação dos cidadãos gregos naque-
le modelo de democracia: Com relação à Grécia
Antiga, podemos dizer que todos participavam efe-
tivamente das decisões do governo? Recordando
as aulas do início do ano, apenas as pessoas que
se enquadravam no critério de cidadãos gregos
participavam do processo democrático de gover-
no, o que, portanto, excluía as mulheres, os escra-
vos, os artesãos, os estrangeiros e uma série de
outras categorias sociais. Nesse sentido, a con-
cepção de democracia grega é diferente da que
adotamos hoje.
Destaque  a  seguinte  questão:  Qual  a  con-
cepção moderna de democracia? Divida a turma
em grupos, determine um tempo de trabalho e,
ao final, coloque as contribuições dos alunos
na lousa.
É  importante  deixar  claro  que  a  democra-
cia grega inspirou a democracia moderna, pois
se tratava de uma forma de governo que abran-
gia  o  conjunto  dos  cidadãos,  de  modo  que  o
poder não se concentrava apenas nas mãos de
um único governante. Ao incluir uma parcela
muito  mais  ampla  dos  habitantes  do  Estado,
mesmo com restrições, a democracia tornou-se
um referencial nas lutas contra o absolutismo.
O ideal de Estado democrático, fruto do pen-
samento e das ideias predominantes na Europa
do século XVIII, que levaram à formação dos
Estados  Unidos  da  América,  fundamenta-se
em três princípios:
f  a supremacia da vontade popular sobre a do
monarca, que tornou a necessidade de par-
ticipação do povo no governo um imperati-
vo – daí a importância dada à democracia
como forma ideal de governo;
f  a  preservação  da  liberdade  sem  qualquer
interferência  do  Estado,  entendida  como
o poder de fazer tudo o que não violasse a
liberdade  do  próximo  e,  principalmente,  o
direito de dispor da própria pessoa e de seus
bens, limitando o poder absoluto do Estado
sobre a vida e a propriedade;
f  a igualdade de direitos, princípio que bus-
cava  pôr  fim  aos  privilégios  baseados  em
critérios econômicos e de nascimento, que
levavam  à  discriminação  entre  classes  e
estamentos sociais, conferindo direitos de
cidadania a todos igualmente.
Sociologia - 3a série - Volume 3
Após   essadiscussão,   retome   a   ques-
tão   da   participação   popular   no   governo.
Considerando-se que o Estado democrático é
aquele  em  que  o  próprio  povo  governa,  há  o
problema de como garantir que todos expres-
sem sua vontade e se manifestem em relação às
decisões que serão tomadas. Na Grécia Antiga,
os cidadãos reuniam-se em local público, deno-
minado  ágora,  para  deliberar.  Na  realidade,
sabemos que o Estado não funciona dessa for-
ma. Em um país com cerca de 190 milhões de
habitantes, não é possível que todas as pessoas
participem  ativamente  do  governo  ao  mesmo
tempo. Então, coloque a questão: De que modo
as instituições democráticas podem funcionar? É
provável que alguns alunos respondam “votan-
do em políticos” ou “elegendo prefeitos, gover-
nadores”. Com efeito, a alternativa encontrada
para  que  um  Estado  funcione,  enquanto  uns
governam e outros se dedicam aos seus afaze-
res, foi atribuir funções executivas e legislativas
a representantes eleitos democraticamente, isto
é, por meio de eleições. Isso garante que o povo
participe, mesmo que indiretamente, da forma-
ção do governo.
As  características  fundamentais  de  uma
república democrática são, portanto:
f  temporariedade:  o  mandato  do  chefe  de
Governo  tem  um  tempo  de  duração,  por
exemplo,  quatro  anos  com  direito  a  uma
reeleição, como no caso brasileiro;
f  eletividade:  o  chefe  de  Governo  é  eleito
pelo  povo,  ou  seja,  seu  mandato  não  é
hereditário;
f  responsabilidade:  por  ter  sido  eleito  por
voto  popular,  o  chefe  de  Governo  é  poli-
ticamente   responsável,   devendo   prestar
contas e justificar suas orientações e ações
políticas.
Tal   como   as   monarquias,   há   mais   de
um  tipo  de  república.  A  diferença  está  na
origem  do  poder,  ou  seja,  se  ele  emana  de
todo   o   povo   ou   apenas   de   parte   dele,   e
qual  o  grau  de  participação  do  poder  nas
decisões  do  governo.  Quando  apenas  uma
parte  da  sociedade,  ou  uma  elite,  governa,
trata-se  de  uma  aristocracia  ou  uma  repú-
blica   aristocrática.   Quando   todo   o   poder
emana  do  povo,  trata-se  de  uma  democracia
ou   república   democrática.   Com   o   auxílio
do  Caderno  do  Aluno  ou  de  um  retropro-
jetor,   você   pode   explicitar   as   diferenças
entre   os   tipos   de   república,   utilizando
o quadro a seguir.
Tipos de República
Aristocrática
Significa literalmente governo dos melhores, ou de uma classe privilegiada da sociedade (aqueles
que detinham conhecimento, a elite econômica ou política) (Atenas nos séculos V e IV a.C., Veneza
na Idade Média até o século XVIII).
Democrática
Forma de governo em que todo poder emana do povo. Pode ser de três tipos:
f direta: a totalidade dos cidadãos governa por meio de assembleias populares (Estado ateniense);
f indireta ou representativa: o povo elege seus representantes para o exercício das funções legislativas,
executivas e, em alguns países, judiciárias;
f semidireta ou mista: sistema em que os problemas considerados de suma importância nacional são
decididos pelo próprio povo por processos típicos de democracia direta, enquanto os assuntos
legislativos cabem aos representantes eleitos.
25
©
Richard
Cummins/Corbis-LatinstockAo  final  da  exposição,  pergunte  à  turma:
Alguém sabe dizer qual é o tipo de república que
temos no Brasil? Aguarde as respostas da classe.
É provável que os alunos optem pela alternativa
“democracia indireta ou representativa”, pois
estão mais familiarizados com a descrição apre-
sentada. Porém, é importante esclarecer que a
Constituição  brasileira  prevê  alguns  mecanis-
mos típicos de democracia direta, como:
f  plebiscito:  trata-se  de  uma  consulta  pré-
via feita ao povo a respeito de uma decisão
do   governo   que   influencia   amplamen-
te  a  vida  dos  cidadãos.  O  exemplo  mais
recente  de  um  plebiscito  foi  a  escolha  da
forma   de   governo,   em   1993,   quando   a
população   optou   pela   continuidade   do
presidencialismo;
f  referendo: consiste em uma consulta reali-
zada após a efetivação de uma medida do
governo, em que o povo se manifesta favo-
ravelmente ou não sobre um determinado
assunto. O exemplo mais recente foi o refe-
rendo sobre a comercialização de armas de
fogo e munições, realizado em 2005;
f  iniciativa  popular:  é  o  direito  de  apresen-
tar  à  Câmara  dos  Deputados  um  projeto
de lei por iniciativa dos próprios cidadãos,
desde  que  seja  subscrito  por,  no  mínimo,
um por cento do eleitorado nacional, dis-
tribuído  em  pelo  menos  cinco  Estados,
com  não  menos  de  três  décimos  por  cen-
to dos eleitores de cada um deles. Foi por
iniciativa  popular  que  a  Lei  de  Crimes
Hediondos foi criada.
Como Lição de Casa, você pode sugerir que
os  alunos  elaborem  uma  pequena  dissertação
sobre as limitações do exercício da democracia,
diante das dificuldades apresentadas pela prá-
tica da democracia direta e a necessidade de se
propor  mecanismos  alternativos  de  participa-
ção, como a democracia representativa.
Etapa 3 – Parlamentarismo e
presidencialismo
Como vimos, as monarquias e as repúblicas
podem  ser  de  vários  tipos.  Em  alguns  países,
como a Inglaterra, o poder é dividido entre o
chefe de Estado, representado pela rainha, e o
chefe de Governo, representado pelo primei-
ro-ministro,  que  está  à  frente  do  Parlamento.
Trata-se, portanto, de uma monarquia que com-
bina  um  sistema  parlamentarista  de  governo.
No Brasil, embora tenhamos ministros, o chefe
de Governo é o presidente da República. Temos,
portanto, uma república com sistema presiden-
cialista  de  governo.  Nesta  etapa  estudaremos
esses dois importantes sistemas de governo: o
parlamentarismo e o presidencialismo.
Chame a atenção dos alunos para a imagem
a  seguir  e  solicite  a  um  voluntário  que  leia  o
próximo trecho.
O	parlamentarismo	teve	origem	na
Inglaterra, quando o Rei Eduardo I oficializou
as  reuniões  de  cidadãos  comuns  e  burgueses,
criando o Parlamento, em 1295. Desde então,
a  instituição  levou  vários  séculos  para  conse-
guir impor suas decisões ao monarca, tendo se
dividido  em  duas  casas,  a  Câmara  dos  Lordes
(reservada aos nobres) e a Câmara dos Comuns
(reservada àqueles sem título de nobreza). Mas
foi somente no século XVIII que se destacou a
Figura 8 – Parlamento de Quebec, Canadá
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Sociologia - 3a série - Volume 3
figura do primeiro-ministro, responsável por comandar o Gabinete (os membros responsáveis por
executar as ordens do rei), que passou a expor e defender suas decisões perante o Parlamento.
No século XIX, o sistema foi aperfeiçoado e o primeiro-ministro passou a ser escolhido entre os
representantes da maioria parlamentar, condicionando-se sua permanência no cargo à manuten-
ção dessa maioria.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
É importante destacar que o parlamentaris-
mo é um sistema de governo que pode existir
tanto nas monarquias quanto nas repúblicas.
São  exemplos  de  monarquia  parlamentaris-
ta a Inglaterra, a Espanha e a Holanda, entre
outras. São exemplos de república parlamen-
tarista a Itália, a França e Portugal.
Em linhas gerais, as características do par-
lamentarismo são:
f  distinção  entre  chefe  de  Estado  e  chefe  de
Governo:  o  chefe  de  Estado,  representado
pelo monarca ou presidente da República,
não  participa  das  decisões  políticas.  A  ele
cabe  a  função  de  representar  o  Estado  e
atuar  nos  momentos  de  crise,  indicando
um  novo  primeiro-ministro  para  aprova-
ção  do  Parlamento.  O  chefe  de  Governo,
que  exerce  o  poder  executivo  e  é  a  figura
política  mais  importante  no  parlamenta-
rismo,  é  indicado  pelo  chefe  de  Estado  e
precisa ser aprovado pelo Parlamento

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