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Fenômenos Ondulatórios Ondas são fenômenos naturais que possuem a característica de transportar momento e energia, e não transportar matéria. Classificação das ondas quanto à direção de propagação: - ondas transversais: o movimento do meio é perpendicular à direção de propagação da onda. Exemplo: um impulso transversal numa corda avança ao longo dela como pulso ondulatório. - ondas longitudinais: a perturbação do meio é na mesma direção da propagação da onda. Exemplo: as ondas sonoras. Classificação das ondas quanto a sua natureza: - ondas mecânicas: são as mais familiares para nós, pois as encontramos no cotidiano. Necessitam de um meio onde se propagar. Exemplos: ondas na água, ondas sonoras, ondas sísmicas. - ondas eletromagnéticas: estas não necessitam de um meio material para se propagarem, pois podem se propagar no vácuo. Exemplos: luz visível, ondas de rádio e televisão, raios X, micro- ondas, ondas de radar. - ondas materiais: estas ondas estão associadas com os constituintes da matéria, como elétrons, prótons e outras partículas, e mesmo átomos e moléculas. Representação e Parâmetros das Ondas Harmônicas Simples Uma onda harmônica simples é aquela que pode ser representada por uma única função seno ou cosseno, como a que apresentamos na figura abaixo. λ A A λ y A 90° 180° 270° 360° θ (°) 0 λ/4 λ/2 3λ/4 λ x (λ) - A λ é a letra grega lambda, e representa o comprimento de onda, que é a distância ao longo da onda, em que ela não se repete; A é a amplitude da onda, e significa o maior deslocamento transversal da onda. y é o deslocamento transversal (vertical) em qualquer ponto da onda. Nota que a amplitude A é o valor máximo de y. O deslocamento vertical y, em termos do ângulo θ, é descrito pela função seno da forma y = A sen . Como a um comprimento de onda λ corresponde um ângulo 360° ou 2π radianos, como é mostrado na figura acima, o deslocamento vertical y também pode ser escrito em função da distância x. Assim, 360° = 2 rad x . Portanto, = 360° x = 2 x . Então, escrevendo o deslocamento y em função de x, temos y x = A sen2 x Se, com o decorrer do tempo, essa onda se propagar para a direita com velocidade v, após um tempo t a onda terá percorrido uma distância vt, conforme a figura abaixo. onda no y instante inicial onda no instante t x vt Neste caso, a a equação da onda no instante t será y x ,t = A sen[ 2 x−vt] . O período T de uma onda corresponde ao tempo necessário para que a onda percorra uma distância igual a um comprimento de onda λ, e é dado por T = v . A frequência de uma onda senoidal é definida como f = 1 T , e é igual ao número de comprimentos de onda que passam num ponto por unidade de tempo. Sua unidade é 1/s = s-1, chamada hertz (Hz). Das expressões acima, tem-se expressão para a velocidade de propagação da onda v = f . Costuma-se definir o número de onda k como sendo k = 2 , e a frequência angular ω da forma = 2 T = 2 f . Utilizando estas expressões acima, uma forma alternativa para se escrever a equação da onda que se propaga para a direita é y x ,t = A sen kx− t , e para uma onda que se propaga para a esquerda é y x ,t = A sen kx t , onde pode-se notar que o sinal no argumento do seno é quem determina o sentido de propagação da onda. Unidades no SI de algumas grandezas: deslocamento vertical y em metros, assim como a amplitude A, a posição x e o comprimento de onda λ, velocidade v em metros por segundo, frequência angular ω em inverso do segundo (1/s = s-1 - não usar Hz, que serve apenas à frequência f), número de onda k em inverso do metro (1/m = m-1), e o período T em segundos. Exemplo: A função de onda y x ,t = 0,03 m sen 2,2 m−1 x−3,5 s−1t representa uma onda harmônica numa corda. (a) Em que sentido esta onda avança e qual sua velocidade? (b) Calcular o comprimento de onda, a frequência e o período da onda. (c) Qual o deslocamento máximo de qualquer segmento da corda? Solução: (a) o sentido é para a direita, pois há o sinal negativo no termo ωt; velocidade: v = λf = (2π/k)(ω/2π) = ω/k = (3,5 s-1)/(2,2 m-1) = 1,59 m/s. (b) λ = 2π/k = 2π/(2,2 m-1) = 2,86 m; f = ω/2π = (3,5 s-1)/2π = 0,557 Hz; T = 1/f = 1,80 s. (c) A = 0,03 m. Energia das ondas numa corda A energia mecânica E das ondas numa corda é a soma das suas energias cinética K e potencial U. Como a onda na corda possui velocidade de propagação v, possui associado a ela uma energia cinética. E como também a onda tira a corda de sua posição de equilíbrio de um valor y, possui então energia potencial. A expressão para a energia média de um segmento Δx do comprimento de uma corda com onda é Eméd = U + K = ½ μ ω2 A2 Δx, onde μ é densidade linear da corda (massa por comprimento), A é a amplitude e ω a frequência angular da onda. A potência média de um segmento de um segmento de corda com onda é dada por Pméd = ½ μ ω2 A2 v, onde v é a velocidade da onda. Ondas Estacionárias Em cordas que possuem as duas extremidades fixas, formam-se ondas estacionárias. Uma onda que se propaga numa corda é refletida ao atingir uma extremidade fixa, passando a viajar em sentido contrário. Esta onda que volta pela corda ao ser refletida interfere com a onda que viaja no sentido original, antes de ser refletida, como se mostra nas figuras abaixo. - pulso se propagando num instante inicial. - pulso refletido em instante posterior. - três instantes para corda com dois pulsos que se interferem. 3 - onda 1 para a esquerda (linha cheia azul) e onda 2 para a di- 1 reita (linha pontilhada verme- lha) interferindo-se construti- 2 vamente. A onda resultante é a 3, com o dobro da amplitude. 1 2 - neste caso, a interferência é totalmente destrutiva, e a on-da resultante é nula. 3 3 - neste instante, a interferência produz uma onda de amplitude 1 intermediária. 2 O resultado da interferência entre as ondas que se propagam para uma e outra direção na corda são ondas chamadas estacionárias, que vibram a determinadas frequências, como na figura abaixo. nós antinós (ventres) - nove instantes de uma onda estacionária numa corda fixa em ambas extremidades. Dizemos que uma onda estacionária (ou modo de oscilação) produz ressonância, e que a corda ressoa em frequências bem determinadas, chamadas de frequências de ressonância. Nas figuras abaixo, apresentam-se as ondas estacionárias de comprimento de onda λ relacionadas ao comprimento L da corda. - modo fundamental, primeiro harmônico L = λ/2, frequência f1 (n = 1) L - segundo harmônico L = λ frequência f2 = 2 f1 (n = 2) - terceiro harmônico L = 3λ/2 frequência f3 = 3 f1 (n = 3) Pode-se concluir que a relação geral entre o comprimento de onda λ e o comprimento L da corda é dado por L = nn 2 , n = 1,2,3,... E sendo a velocidade da onda v = λ f, as frequências de ressonância são dadas por f n = n v 2 L = n f 1 , n = 1,2,3,... Estas ondas estacionárias formam-se também em tubos, como os de instrumentos musicais como o órgão e a flauta. Tratam-se, neste caso, de ondas sonoras. SOM Quando um corpo vibra, provoca variações na densidade ou na pressão do meio ao seu redor. Estas variações de densidade se propagam como ondas progressivas. O som é uma onda mecânica longitudinal que pode se propagar em sólidos, líquidos e gases. O ouvido humano é sensível somente a sons com frequência entre 20 e 20.000 Hz. Ondas sonoras com frequência abaixo de 20 Hz são chamadas de infrassom e acima de 20.000 Hz, ultrassom. Onda Sonora Harmônica Se uma onda sonora é formada por uma única frequência, podemos usar as expressões acima apresentadas para descrevê-la. Uma variável que descreve uma onda sonora pode ser a pressão p do meio onde ela se propaga, assim, p x ,t = p0 sen kx− t , onde p0 é a amplitude da onda (valor máximo da variação de pressão). Note que o sinal negativo no argumento do seno indica que esta onda se propaga para a direita. Intensidade do Som A intensidade I de uma onda é a energia E que atravessa uma superfície S num intervalo Δt. I = E S t Exemplo: Um microfone de área 3 cm2 recebe durante 5 s uma energia sonora de 1,5 x 10-9 J. Qual a intensidade do som? Solução: I = ES t = 1,5×10 −9 3×10−45s = 10−6 W m2 A unidade de intensidade da onda sonora é watt por metro ao quadrado. O ouvido humano pode detectar intensidades com valores que variam muito: desde 10-12 W/m2 até 1 W/m2. Devido a isso, costuma-se tomar a função logaritmo da intensidade, para diminuir este intervalo de valores. O logaritmo da intensidade sonora I chama-se nível de intensidade sonora β, com unidade decibel (dB). = 10 log II 0 , onde I0 é uma intensidade de referência, costumeiramente de valor 10-12 W/m2. A menor intensidade sonora que o ouvido humano capta é de 10-12 W/m2, a qual corresponde a uma intensidade sonora = 10 log II 0 = 10 log10 −12 10−12 = 10 log1 = 10×0 = 0 dB Já a intensidade sonora que o ouvido humano capta no limiar doloroso é de 1W/m2, a qual corresponde a uma intensidade sonora = 10 log II 0 = 10 log 110−12 = 10 log1012 = 10×12 = 120 dB Como posto acima, o intervalo de frequências das ondas sonoras audíveis é de 20 Hz a 20 kHz. Entretanto, a sensibilidade do ouvido é maior no intervalo entre 2 kHz e 5 kHz. Se uma pessoa falasse continuamente durante 1 ano, a energia sonora produzida seria menor que a quantidade de calor necessária para ferver 1 copo de água (8 x 104 J). Ultrassom – Formação de Imagens A profundidade das estruturas internas do corpo humano pode ser obtida enviando-se um pulso de ultrassom através do corpo, e medindo-se o intervalo de tempo Δt entre o instante de emissão do pulso e o instante de recepção do seu eco. O aparelho que emite estes pulsos chama-se transdutor. parede órgão vértebra abdominal interno transdutor pulso emitido ecos I picos de intensidade tempo Efeito Doppler Efeito Doppler é o nome que se dá ao fenômenode mudança da frequência das ondas, devido ao movimento da fonte de ondas, do receptor destas ondas, ou devido ao movimento de ambos. Na figura abaixo, apresenta-se um esquema de como se dá a alteração da frequência de uma onda sonora, quando a fonte desta onda se movimenta. frentes de ondas receptor fonte de ondas fonte de ondas estacionária em movimento Observa-se que, na figura em que a fonte de ondas está em movimento, as ondas chegam em maior número por intervalo de tempo (maior frequência), no lado para onde se dá o movimento. Se houver um receptor (um ouvinte) neste lado, como na figura, ele receberá as ondas com maior frequência do que aquela emitida pela fonte. Se, alternativamente, o receptor estiver do lado oposto, com a fonte de ondas se afastando dele, a frequência aí recebida será menor do que a emitida. O efeito Doppler é usado na medicina para a analisar partes internas do corpo humano que se movem, como as paredes do coração, a válvula mitral, a fisiologia fetal, o sangue. transdutor pele vaso sangüíneo fluxo sangüíneo Nos exames pré-natais, a técnica Doppler é usada para detectar movimentos do coração fetal, gestação múltipla, localizar a placenta e monitorar a vida fetal, quando os exames radiológicos devem ser evitados. Em geral, a potência utilizada na diagnose pela técnica Doppler é da ordem de 10 mW/cm2.
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