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2 SÉRIEa ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume 3 SOCIOLOGIA Ciências Humanas Nome: Escola: 1 edição revistaGOVERNO DO ESTADO DE SãO PAULO SECRETARIA DA EDUCAçãO MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO – 2ª SÉRIE VOLUME 3 a São Paulo, 2013 Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenador de Gestão de Recursos Humanos Jorge Sagae Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Maria Lucia Guardia Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato EQUIPES CURRICULARES Área de Linguagens Arte: Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno, Pio de Sousa Santana e Roseli Ventrela. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosangela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire de Souza Bispo, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Área de Matemática Matemática: João dos Santos, Juvenal de Gouveia, Otavio Yoshio Yamanaka, Patrícia de Barros Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira. Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati. História: Cynthia Moreira Marcucci, Lydia Elisabeth Menezello e Maria Margarete dos Santos. Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida, Sérgio Roberto Cardoso e Tony Shigueki Nakatani. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Daniela Peixoto Rosa, Eliana Cristine Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira, Silvana Alves Muniz, Thiago Candido Biselli Farias e Welker José Mahler. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos, Silmara Santade Masiero e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Angela Maria Baltieri Souza, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, João Mário Santana, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Claudia Segantini Leme, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Sofia Valeriano Silva Ratz. Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi. Química: Armenak Bolean, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. Sociologia: Aparecido Antônio de Almeida, Jean Paulo de Araújo Miranda, Neide de Lima Moura e Tânia Fetchir. GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI Presidente da Diretoria Executiva Antonio Rafael Namur Muscat Vice-presidente da Diretoria ExecutivaAlberto Wunderler Ramos GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Editorial: Ana C. S. Pelegrini, Cíntia Leitão, Mariana Góis, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita e Tatiana F. Souza. Direitos autorais e iconografia: Débora Arécio, Érica Marques, José Carlos Augusto, Maria Aparecida Acunzo Forli e Maria Magalhães de Alencastro. COORDENAÇÃO TÉCNICA Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello Lino de Macedo Luis Carlos de Menezes Maria Inês Fini (coordenadora) Ruy Berger (em memória) AUTORES Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira. Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira. LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo. LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González. Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos. Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli. Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira. Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas. História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari. Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers. Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo. Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume. Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião. Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie. EQUIPE DE PRODUÇÃO Coordenação executiva: Beatriz Scavazza. Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos de Carvalho, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti. EQUIPE EDITORIAL Coordenação executiva: Angela Sprenger. Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa. Projeto editorial: Zuleika de Felice Murrie. Edição e Produção editorial: Adesign, Jairo Souza Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico). APOIO Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE CTP, Impressão e Acabamento Esdeva Indústria Gráfica S.A. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país,desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº- 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas S239c São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: sociologia, ensino médio - 2ª- série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins, Melissa de Mattos Pimenta, Stella Christina Schrijnemaekers. São Paulo: SEE, 2013. ISBN 978-85-7849-371-4 1. Sociologia 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Martins, Heloísa Helena Teixeira de Souza. III. Pimenta, Melissa de Mattos. IV. Schrijnemaekers, Stella Christina. V. Título. CDU: 373.5:316 * Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. * As fotografias da agência Abblestock/Jupiter publicadas no material são de propriedade da Getty Images. * Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores na reedição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que per- mitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamentalimportância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo SUMáRIO Ficha do Caderno 7 Orientação sobre os conteúdos do volume 8 Situações de Aprendizagem 10 Situação de Aprendizagem 1 – O trabalho como mediação 10 Situação de Aprendizagem 2 – Divisão social do trabalho 14 Situação de Aprendizagem 3 – Transformações no mundo do trabalho: emprego e desemprego na atualidade 23 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão dos temas 38 FICHA DO CADERNO Trabalho e Sociedade Nome da disciplina: Sociologia área: Ciências Humanas Etapa da educação básica: Ensino Médio Série: 2ª Volume: 3 Temas e conteúdos: O significado do trabalho: trabalho como mediação Divisão social do trabalho; divisão sexual e etária do trabalho; divisão manufatureira do trabalho Processo de trabalho e relações de trabalho Transformações no mundo do trabalho – Emprego e desemprego na atualidade 7 ORIENTAçãO SOBRE OS CONTEúDOS DO VOLUME Caro professor, Neste volume avançaremos na discussão sobre o tema da desigualdade. A questão Qual a importância do trabalho na vida social brasileira? orientará as atividades. Para respondê-la, o alu- no deverá refletir sobre o que é trabalho, qual é o seu papel na vida dos indivíduos, qual é a dife- rença entre trabalho e emprego, como a socio- logia tem observado e discutido esse fenômeno, bem como qual a especificidade do trabalho na sociedade capitalista. Apresentamos neste Caderno um extenso material para discussão que lhe permitirá abordar as principais questões relacionadas com o trabalho. Sabemos, contu- do, que o conteúdo aqui disponibilizado pode superar o tempo das oito aulas previstas neste volume. Nossa intenção é que você, consideran- do as condições de que dispõe e o interesse dos alunos, decida como aproveitá-lo. Os estudos realizados no âmbito da Socio- logia do Trabalho orientaram a elaboração deste texto. Evidentemente, não foi possível tratar muitas das questões que dizem respei- to ao trabalho, mas procuramos dar conta de conceitos que são fundamentais para entender a sociedade que se organiza a partir do trabalho e das relações que os homens estabelecem como produtores de bens e serviços. fixação do conteúdo apresentado em sala de aula, mas também permitir que os alunos observem o mundo do trabalho e suas ques- tões sob a perspectiva de um olhar socioló- gico, ou seja, mais uma vez o princípio do estranhamento da própria realidade deverá nortear as aulas e a compreensão dos alunos a respeito do tema. Conhecimentos priorizados Na Situação de Aprendizagem 1, serão for- necidos elementos para que os alunos apren- dam a diferenciar trabalho de emprego. Muitos confundem esses dois conceitos, que, apesar de próximos, não são sinônimos. Eles devem compreender que o trabalho é uma forma de mediação entre o homem e a natureza, ou seja, que o trabalho nos distingue dos outros ani- mais e por isso é fundamental para a condi- ção humana. Já a Situação de Aprendizagem 2 é formada por um conjunto de elementos para que os alunos retomem a discussão sobre a constituição da sociedade capitalista moder- na, ou seja, a sociedade organizada a partir do trabalho livre. Serão privilegiados conceitos que permitam entender como as relações entre os indivíduos são estabelecidas, tais como a divisão social do trabalho, a divisão manufa- tureira do trabalho e a alienação. Propomos também uma reflexão sobre as 8 transformações no mundo do trabalho e suas consequências para os trabalhadores, as novas formas de divisão e organização do trabalho e a ampliação das condições precárias de exercí- cio do trabalho. Por fim, traremos a questão do desemprego para a discussão com os alunos. O conteúdo das aulas será permeado pela leitura de textos e atividades a ser realiza- das em casa, que têm como objetivo não só a A Situação de Aprendizagem 3 trata exa- tamente do desemprego, e procura mostrar e explicar como os jovens, em vários países, são afetados por ele. Analisaremos, ainda, as trans- formações ocorridas a partir do terço final do século XX, que afetaram profundamente a maneira de produzir e organizar o trabalho. Essas mudanças interferiram no mercado de tra- balho, ampliando a presença de formas precá- rias de trabalho e aumentando o desemprego. Sociologia - 2a série - Volume 3 Competências e habilidades Neste volume, os alunos entrarão em contato com um tema essencial para a vida dos indivíduos e para a sociedade. A discussão proposta não é fácil, pois aborda conceitos e autores que apresentam alguma complexidade. Por isso, é importante que eles sejam capazes de perceber a sua relação com o tema e o tra- balho como uma categoria central para enten- dermos a organização da vida dos indivíduos e da sociedade. Assim, a experiência dos alunos e de seus familiares em relação ao trabalho deve ser o ponto de partida para a reflexão. No entanto, espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver um olhar crítico sobre a reali- dade que o cerca, e orientar-se com relação ao tema e às questões discutidas neste volume. Metodologias e Estratégias As atividades propostas neste volume são bastante diversificadas, de modo a proporcio- nar diferentes formas de tratar os temas abor- dados. Alternando aulas expositivas, debates em sala de aula, leitura, análise de textos, grá- ficos e imagens e exercícios a ser desenvolvi- dos individualmente e em grupo, as atividades sugeridas têm como referência o mundo do trabalho. Avaliação As avaliações das Situações de Apren- dizagem priorizam, sobretudo, a produção de textos dissertativos pelos alunos, que são solicitados a desenvolver reflexões sobre os conteúdos trabalhadosem sala de aula e nos textos e a se posicionar de forma crítica a respeito de questões propostas. Esses tex- tos podem tomar a forma de redações ou ser expressos em pesquisas pontuais realizadas em grupo. O objetivo é despertar a curiosi- dade para temas ligados à questão do traba- lho, como também desenvolver a capacidade de pesquisa e análise de informações. 9 SITUAçõES DE APRENDIZAGEM SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 O TRABALHO COMO MEDIAÇÃO Tempo previsto: 2 aulas. Conteúdos e temas: o trabalho como mediação entre o homem e a natureza; o processo de humanização do homem por meio do trabalho; a distinção entre trabalho humano e trabalho animal; estabelecer uma diferenciação entre trabalho e emprego. Competências e habilidades: compreender que o trabalho é uma atividade base da condição humana; desenvolver o espírito crítico dos alunos; desenvolver habilidades de leitura e compre- ensão de textos, produção de textos contínuos e expressão oral. Estratégias: aula dialogada e trabalho em grupo. Recursos: discussão em sala de aula; leitura de texto. Avaliação: trabalho individual. Sondagem e sensibilização O objetivo da presente sensibilização é apresentar aos alunos o tema da Situação de Aprendizagem 1: o trabalho como mediação entre o homem e a natureza. Peça aos alunos que digam o que enten- dem por trabalho. Verifique as respos- tas dadas e destaque a palavra “trabalho”. Comece explicando a sua origem: ela vem do latim tripalium, conforme o texto a seguir: “O trabalho na Antiguidade estava associado a esforço físico, cansaço e penalização. A origem da palavra, no latim vulgar, associa trabalho/tripalium a um instrumento de tortura feito de três varas cruzadas ao qual os réus eram presos. O trabalho representava uma atividade indigna, reservada aos escravos. Aos que viviam livremente, a subsistência vinha da coleta de frutos, da caça e outras ativi- dades; o tempo do trabalho era o da natureza – dia ou noite, com sol ou chuva. [...] Na era moderna, o trabalho teve o seu significado transformado, passou de atividade desprezada à condição de expres- são da própria humanidade, fonte de produtividade e riqueza. Com as mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais, no século XX, a ideia do trabalho firmou-se como uma atividade valorizada”. ARAÚJO, Silvia Maria de; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi. Sociologia: um olhar crítico. São Paulo: Contexto, 2011. p. 51-52. <www.editoracontexto.com.br>. 10 Etapa 1 – O que é trabalho A ideia na civilização ocidental de que o trabalho é algo que traz sofrimento é refor- çada por outras ideias influenciadas pelas tradições greco-romana e judaico-cristã. © Mitsuhiko Imamori/Minden Pictures-Latinstock © Kevin Schafer/Minden Pictures-LatinstockSociologia - 2a série - Volume 3 Lembre aos alunos que, para os gregos, de uma forma geral, o trabalho era visto como algo que embrutecia os espíritos, tornava o homem incapaz da prática da virtude e era um mal que a elite deveria evitar. Por isso, era exe- cutado por escravos, deixando aos cidadãos as atividades mais nobres, como, por exemplo, a política. No cristianismo, o episódio bíblico da expulsão de Adão e Eva do Paraíso, como consequência do pecado original, conde- nando-os ao trabalho, a ganhar o “pão com o suor do rosto”, ampliou a conotação negativa do trabalho. Assim, ele apresenta, em nossa sociedade, também os sentidos de fadiga, luta, dificuldade e punição. Mas não se limite a isso. Insista com seus alunos: Além desses sentidos, o que é trabalho? Com o objetivo de mostrar a eles outra concep- ção, peça para um aluno ler o trecho a seguir: Trabalho consiste na “aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim”. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Curitiba: Positivo, 2004. CD-ROM. Chame a atenção dos alunos para o adjeti- vo “humanas”, citado na definição apresentada. O uso dele enfatiza que o trabalho é uma ativi- dade humana, ou seja, só os seres humanos tra- balham. Pergunte aos alunos: Vocês conhecem outros seres vivos que também empregam suas forças e faculdades para conseguir um objetivo? Provavelmente os alunos se lembrarão das formigas, abelhas e aranhas. Alguns poderão afirmar que esses animais também trabalham: tecem a teia, constroem a colmeia e os formi- gueiros. Aceite, inicialmente, essa explicação. Pergunte se eles se lembram da fábula “A cigar- ra e a formiga”. Existem várias versões dessa fábula, mas a sinopse pode ser uma só: a his- tória da cigarra que só queria cantar e se di- vertir e da formiga que só trabalhava. Um dia, elas se encontraram e a cigarra questionou o porquê de a formiga trabalhar. Esta respon- deu que precisava trabalhar agora para ter ali- mento no inverno. Como era verão, a cigarra riu da formiga e replicou que o inverno estava muito longe para ela se preocupar. Passados alguns meses, chegou o inverno e a cigarra quase morreu de frio e fome. Quando estava com pouca força, bateu à porta da formiga e pediu ajuda. Esta a ajudou, mas lembrou-lhe da importância de trabalhar e poupar. Em seguida, peça que prestem atenção nas imagens apresentadas, também presen- tes no Caderno do Aluno, e que forneçam outros exemplos de animais considerados “trabalhadores”. Figura 1 – Formigas no exercício de sua atividade Figura 2 – João-de-barro (Furnarius rufus) ao lado de sua casa 11 © Erich Lessing/Album-LatinstockNormalmente, os animais apresentados nas imagens são vistos, pelo senso comum, como animais trabalhadores. Mas, na pers- pectiva sociológica, os animais não tra- balham, só o homem trabalha. O trabalho é visto como uma atividade que ajuda o homem a construir sua condição como ser humano. Peça para um aluno ler o texto a seguir: “O conceito é ambíguo e disputado, indicando diferentes atividades em diferentes sociedades e contextos históricos. Em seu sentido mais amplo, trabalho é o esforço humano dotado de um propó- sito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades mentais e físicas. Tal interpretação, contudo, conflita com o significado e a experiência mais limitados do trabalho nas atuais sociedades capitalistas. Para milhões de pessoas trabalho é sinônimo de emprego remunerado, e muitas atividades que se qualificariam como trabalho na definição mais ampla são descritas e viven- ciadas como ocupações em horas de lazer, como algo que não significa verdadeiramente trabalho.” OUTHWAITE, William; BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Zahar, 1996. p. 773. Quais são essas “diferenças essenciais”? Recorra ao sociólogo Karl Marx para respon- der a essa indagação. Solicite a um voluntário que leia o texto a seguir. A leitura pode ser individual, compar- tilhada ou comentada. Figura 3 – Karl Marx, 1818-1883 Karl Marx nasceu na Alemanha, em 1818. Considerado um dos maiores filósofos ale- mães, realizou estudos importantes também para a Economia e a Sociologia. Ten- do como base a dia- lética1, desenvolveu o método que permite a “Uma aranha executa operações que se assemelham às de um tecelão, e a abelha, na construção de suas colmeias, deixaenver- gonhado mais de um arquiteto. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é isso: o arquiteto projeta sua obra antes de construí-la na realidade. No final de todo processo de trabalho, temos um resultado que já existia na imaginação do trabalhador desde o seu começo”. MARX, Karl. Capital – A Critique of Political Economy. explicação da história das sociedades hu- manas a partir das relações sociais de pro- dução. Radical tanto na teoria como na militância, participou ativamente de diver- sas organizações operárias clandestinas, tendo sido expulso de alguns países. Exi- lado na Inglaterra, passou por muitas difi- culdades econômicas, sendo socorrido por amigos, como Friedrich Engels. Morreu em Londres em 1883. The labour-process and the process of producing surplus-value. vol. 1, Part III, Section 1, cap. VII. Tradução Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins. Disponível em: <http://www.marxists. org/archive/marx/ works/1867-c1/index.htm>. Acesso em: 21 mar. 2013. O trabalho humano, portanto, distingue-se do trabalho animal, pois o homem planeja antes de executar uma atividade. Ele con- cebe o trabalho antes de executá-lo. Já os 12 1 Dialética é o método de explicação da realidade que tem por base o princípio lógico da contradição, ou seja, a contraposição de ideias ou situações leva a uma nova ideia ou situação. animais não possuem essa capacidade. Eles “trabalham” de forma instintiva. Na ver- dade, é equivocado usar o termo trabalho para se referir às atividades realizadas pelos Sociologia - 2a série - Volume 3 outros animais. Os animais executam tare- fas guiados pelo instinto: a abelha faz o mel e a colmeia instintivamente, por isso todas as colmeias de uma mesma espécie de abe- lha seguem a mesma configuração; a for- miga também constrói instintivamente os formigueiros, e por isso eles seguem a mesma estrutura, e o mesmo processo ocorre com o joão-de-barro e sua casa. Os animais só mudam sua maneira de agir quando ocorre alguma alteração no meio, o que os leva a se adaptar, mas eles não mudam suas atitudes intencionalmente. Só o homem tem essa capacidade, os outros animais, não. Com o objetivo de obter os meios que garan- tam a sua sobrevivência, o homem age sobre a natureza, transformando-a. Ele se apropria dos materiais existentes na natureza e cria objetos, inventa coisas e se relaciona com outros homens por intermédio do trabalho. Desse modo, o trabalho é uma atividade de mediação entre o homem e a natureza. O homem emerge gradualmente, desenvol- ve-se e se torna um ser humano no exercício de sua atividade, de seu trabalho, da sua pro- dução social. Nesse sentido, pode-se dizer que, ao trabalhar, o homem “humaniza” a natureza e se constrói como ser humano, ou seja, o traba- lho humaniza o homem, pois ele age de forma deliberada e consciente sobre a natureza. É por isso que o trabalho é visto como uma atividade que ajuda o homem a construir sua condição como ser humano. Para encerrar esta primeira Situação de Aprendizagem, discuta com os alunos a distinção entre trabalho e emprego. Interrogue os alunos: O que vocês entendem por emprego? Vocês sabem que trabalho não é sinônimo de emprego? O que vocês acham que distingue trabalho de emprego? É importante que os alunos entendam que trabalho sempre existiu, sob diferentes formas, ao longo da história da humanidade. Entretanto, emprego é uma relação social de trabalho muito recente, que surge a partir do momento em que o homem deixa de ser escravo ou servo e se transforma em um homem livre. Livre para ven- der o seu trabalho e estabelecer um contrato com o comprador, em troca de um salário que lhe permita adquirir os meios de vida necessá- rios à sua sobrevivência. Emprego pressupõe trabalho assalariado, sendo, portanto, caracterís- tico da sociedade capitalista. Como Lição de Casa desta Situação, você pode pedir para que eles leiam o próximo texto e expliquem: 1. Como era o trabalho em outros períodos da história? 2. Qual a característica fundamental do tra- balho no capitalismo? O trabalho livre sucedeu historicamente a outras formas de trabalho, como a escravidão e a servidão. Na Grécia Antiga, o trabalho era uma atividade exercida pelos escravos. Na Idade Média, as pessoas tra- balhavam nos campos, ligadas a um senhor feudal, ou moravam nos burgos e eram artesãos. Em todos esses momentos da história, as pessoas executavam algum trabalho, mas não tinham emprego. O emprego só se dissemina com o capitalismo. Nele o trabalhador vende a sua força de trabalho (física ou mental) em troca de um salário. Ao conseguir o emprego, o trabalhador assina um contrato de trabalho que especifica suas funções. Ao contrário do que ocorria na Antiguidade, em que os escravos eram uma propriedade, e na Idade Média, em que os trabalhadores eram servos presos à terra do senhor feudal, no capitalismo os trabalhadores são livres para procurar outras condições de trabalho em um novo emprego. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 13 Na hora de corrigir a Lição de Casa, você não pode se esquecer de destacar aos alunos qual o sentido da frase final do parágrafo ante- rior. A liberdade no capitalismo para mui- tos dos trabalhadores é relativa, uma vez que a grande maioria não pode escolher quem, quando, e, muitas vezes, onde procurar empre- go. Mas o significado mais importante do tra- balho livre ou da liberdade do trabalhador é dado pelo fato de que, com o esfacelamento do sistema feudal de produção, o servo liber- tou-se das amarras que o prendiam ao senhor feudal, mas perdeu o acesso aos meios de pro- dução: terra, matéria-prima, instrumentos de trabalho. Então, passou a dispor de uma única propriedade – a sua força de traba- lho. O processo que deu origem a isso será objeto de discussão na próxima Situação de Aprendizagem. Proposta de Situação de Avaliação Para verificar se eles compreenderam o assunto desta Situação de Aprendizagem, você pode pedir que escrevam um pequeno texto explicando os principais argumentos da dis- cussão sobre o trabalho. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO Tempo previsto: 3 aulas. Conteúdos e temas: trabalho e capitalismo; divisão social e manufatureira do trabalho; relações de trabalho; alienação. Competências e habilidades: permitir que os alunos sejam capazes de entender os principais conceitos sociológicos relacionados ao trabalho; desenvolver a capacidade analítica e crítica; desenvolver habilidades de leitura e interpretação de textos; produção de textos contínuos e expressão oral. Estratégias: aula dialogada; trabalho em grupo e individual. Recursos: discussão em sala de aula; leitura de texto. Avaliação: trabalho individual. Sondagem e Sensibilização Nesta Situação de Aprendizagem, utiliza- remos como atividade de sensibilização alguns cantos1 do poema A trama da rede, de Carlos Brandão, cada um com uma ou duas estrofes. Peça aos alunos que se organizem, formando um jogral, ou seja, um grupo de oito pessoas em que cada um recitará um canto do poema a seguir, como se estivesse em um palco. 14 1 [...] Grande divisão de longos poemas. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Curitiba: Editora Positivo, 2004. CD-ROM. Sociologia - 2a série - Volume 3 A trama da rede I Essa é a trama da rede: o tecido das trocas que fabricam o pano de uma rede de dormir enreda o corpo do homem na tarefa de criar na máquina a rede com a mão. A armadilhado trabalho em casa alheia engole o homem e enovela todo o corpo no fio no fuso na roda na teia do maquinário da manufatura que produz o seu produto: a rede e reduz o corpo-operário à produção. [...] III O corpo-bailarino que transforma a coisa bruta em objeto (a fibra em fio e o fio em pano) e o objeto na mercadoria (o pano pronto na rede e sua valia) transforma o corpo do homem operário em outro puro objeto de trabalho pronta a fazer e refazer no fuso aquilo de que a fábrica faz sua riqueza de que, quem faz não se apropria. [...] VII Sob a trama do trabalho em tear alheio o corpo não possui seu próprio tempo e é inútil que lhe bata um coração. O relógio interior do operário é o que existe na oficina, fora dele, de onde controla o tear e o tecelão. VIII De longe o dono zela por quem faz: pela força do homem que trabalha, não pela vida do trabalhador. Aqui não há lugar para o repouso ainda que o produto do trabalho seja uma rede de pano, de dormir e que comprada serve ao sono e ao amor. IX Durante a flor da vida inteira fazendo a mesma coisa e refazendo uma operação simples de memória o operário condena o próprio corpo a ser tão automático e eficaz que domine o gesto que o destrói. A reprodução contínua, diária, igual de um mesmo gesto repetido e limitado todos os dias, sobre os mesmos passos, ensina ao artesão regras de maestria do trabalho que afinal então domina através de saber sua ciência com a sabedoria do corpo massacrado. [...] XI Quem fia e enfia? Quem carda e corta? Quem tece e trança? Quem toca e torce? A moça o menino. A velha o homem. Eles são, artistas, parte do trabalho coletivo que faz a trama da rede e a rede pronta: o objeto bonito do descanso que inventa a necessidade 15 da servidão do trabalho do corpo produtivo. XII A dança ritmada desse corpo de bailarino-operário de um ofício de que o produto feito não é seu, cria o servo de quem lhe paga aos sábados para o que sobra da vida de trabalho do corpo de quem fez e não viveu. O trabalho-pago, alheio e sempre o mesmo obrigando o operário bailarino à rotina de fazer sem possuir torna-o, artista, servo do ardil de entretecer panos e redes sem criar XIV Não conhece descanso o corpo na oficina. Ele é parte das máquinas que move e que movidas não sabem mais parar. Os pés descalços prolongam pedais os braços são como alavancas e as mãos estendem pontas de um fio que existe no fuso e no tear. O trabalho do corpo é o objeto que o homem vende ao dono todo o dia. O corpo-livre pertence ao maquinário que o homem converte no operário de que retira o preço do sustento: a comida a cama a casa o agasalho, o que mantém vivo o corpo e o seu trabalho. e recriar-se servo sem saber. [...] BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Encarte de Tempo e Presença. n. 172, nov./dez. 1981. 16 Depois da leitura, pergunte aos alunos: O que vocês entenderam desse poema? Provavel- mente, alguns trechos obscuros os alunos não conseguirão compreender. Explique que ele foi escrito tendo como referência a leitura de trechos da obra mais importante escrita por Karl Marx, O capital, nos quais ele fala dos operários e dos usos de seus corpos no pro- cesso de produção de mercadorias. Como diz Carlos Brandão, são “alegorias [exposição de um pensamento sob forma figurada] sobre o tra- balho”, escritas para um documentário sobre a produção artesanal de redes no Ceará. Em seguida, peça para que cada aluno-leitor procure explicar o que entendeu da estrofe que leu. Provavelmente, eles terão dificuldade de apanhar todo o significado do texto. Ajude-os, destacando os seguintes elementos: Canto I: o trabalho de tecer a rede é exerci- do em “casa alheia”, ou seja, não na casa do trabalhador, mas no local determinado pelo seu patrão, na manufatura. Ali, são reunidos vários trabalhadores que, exercendo diferen- tes trabalhos, transformam os fios de várias cores em rede. A trama, o desenho da rede, é mostrada como a trama que enreda, que prende o trabalhador à máquina, que impõe seu movimento ao corpo do trabalhador. Canto III: o trabalhador que transforma a matéria-prima – o algodão – em fio, e o fio em rede, produz uma mercadoria que não per- tence a ele, mas, sim, a quem o contratou. Ou seja, a rede que ele produz com o seu traba- lho não pertence a ele, mas, sim, a quem lhe paga o salário. Canto VII: o ponto central desse canto se refere ao tempo ou ritmo de trabalho que, na manufatura, não é mais determinado pelo tra- balhador, mas, sim, pelo ritmo da máquina, imposto pelo dono da oficina. Sociologia - 2a série - Volume 3 Canto VIII: esse canto completa o ante- rior, pois se refere ao controle exercido pelo dono da manufatura, que não está preocupa- do com a saúde, a vida do trabalhador, mas, sim, com a produtividade do trabalho. Canto IX: na manufatura, o trabalhador executa movimentos repetitivos, especializan- do-se apenas em uma atividade de trabalho, automaticamente, seguindo o movimento da máquina, sem nenhuma criatividade, tor- nando-se um trabalhador limitado em seu conhecimento. Canto XI: essa estrofe refere-se ao traba- lho exercido por homens e mulheres, velhos, moças e crianças, tornados servos do tra- balho coletivo que produz a rede. Carlos Brandão explica, em uma nota de rodapé, que em Fortaleza, na produção de redes, além do trabalho na oficina, também são realiza- das tarefas de acabamento das redes, como as “varandas”, nas casas dos trabalhadores, nos chamados trabalhos em domicílio, onde pessoas de uma mesma família, de diferentes idades, trabalham. Lembre que o trabalho em domicílio existe, ainda hoje, por exemplo, nas indústrias de confecção e de calçados. Canto XII: o trabalho exercido na produ- ção de uma mercadoria, a rede, que não lhe pertence, submete o trabalhador e o seu cor- po às determinações de seu patrão, aquele que lhe paga o salário. Seu corpo, suas ener- gias, sua força de trabalho são vendidos em troca de um salário e usados na produção de uma mercadoria que não lhe pertence. Canto XIV: na manufatura, o corpo do operário parece ser um prolongamento da máquina – seus braços, mãos e pés põem em movimento a máquina e são movidos por ela. O corpo, a força de trabalho do trabalhador, torna-se um objeto que ele vende em troca de seu meio de vida, aquilo que lhe permite sobreviver e retornar, todo dia, ao local de trabalho, reproduzindo a sua servidão à máquina e ao seu patrão. Ao finalizar esta parte, diga aos alunos que, na próxima etapa de aprendizagem, serão retomadas as questões sugeridas por esse poema, tendo como referência a discussão a respeito do trabalho na sociedade capi- talista. Nessa oportunidade serão intro- duzidos conceitos como divisão social do trabalho, divisão sexual e etária do traba- lho, relações de trabalho, processo de tra- balho e alienação. Etapa 1 – Divisão social do trabalho e divisão manufatureira do trabalho Inicie esta etapa perguntando aos alunos o que eles entendem por sociedade moderna. Prepare-se para acolher respostas que apon- tem para o que é atual, recente, por oposi- ção ao que é antigo, ultrapassado. Relembre com eles o conteúdo aprendido em aulas de História a respeito dos diferentes períodos da história da humanidade: antigo, medie- val, moderno e contemporâneo. A história da sociedade moderna corresponde ao pe- ríodo que se inicia em meados do século XVe sua constituição foi marcada pelos proces- sos de urbanização e de industrialização. O trabalho nessa sociedade é, portanto, o tra- balho na indústria e o próprio desenvolvi- mento econômico e social aparece vinculado ao desenvolvimento da indústria. A socie- dade moderna resultou de um processo de transformação, da constituição de um novo modo de trabalhar, de relações sociais dife- rentes, de um novo modo de vida marcado pelo desenvolvimento industrial. Solicite a um voluntário para ler o texto a seguir. Você pode realizar uma leitura indi- vidual ou compartilhada. 17 O esfacelamento do mundo feudal consistiu em um longo processo, no qual as velhas formas de trabalho artesanal foram sendo substituídas pelo trabalho em domicílio, a partir do campo, pro- duzindo para as indústrias em desenvolvimento nas cidades. O crescimento da população expulsa do campo, incapacitada de produzir tudo aquilo de que necessitava para sobreviver (os seus meios de vida), fez com que a procura por esses bens aumentasse. Assim, durante o século XIV, foram desen- volvidas as indústrias rurais em domicílio, como forma de aumentar a produção. Os comerciantes distribuíam a matéria-prima nas casas dos camponeses e ali era executada uma parte ou a totalidade do trabalho. Essas indústrias representaram uma forma de transição entre o artesanato e a manufa- tura, e permitiram a acumulação de capital nas mãos desses comerciantes, além de formar mão de obra para o trabalho industrial nas cidades. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 18 Explique aos alunos o significado de manufa- tura: a palavra vem do latim e quer dizer tra- balho manual. Para o seu desenvolvimento foi necessária a existência de dois fatores: 1. Um empresário com capital para comprar a matéria-prima e ferramentas e concen- trar em sua oficina um grande número de trabalhadores. Em vez de distribuir esses meios de produção nas casas dos traba- lhadores, o comerciante transformado em industrial os junta sob um mesmo teto, criando assim a manufatura. Relembre com os alunos o Canto I do poema de Carlos Brandão – o autor está justamente se refe- rindo a esse processo de concentração de produção em um único local. 2. A existência de trabalhadores livres, ou seja, que não são mais donos dos meios de produção e dependem, para a sua sobrevi- vência, da venda de seu trabalho, ou seja, sua força de trabalho, transformando-se, assim, em trabalhadores assalariados. É importante destacar para os alunos que o processo de transição da indústria rural em domicílio para a manufatura representou, também, a ampliação da divisão social do trabalho. Interrogue os alunos: O que vocês entendem por divisão do trabalho na socieda- de? Como o trabalho pode ser dividido entre os homens e as mulheres? Vocês podem dar exemplos? Talvez a compreensão e os exemplos dados não sejam satisfatórios para os propósitos da aula, mas prossiga e acentue que a divisão do trabalho existiu em todas as sociedades, desde o momento em que o homem começou a trocar coisas e produtos, criando uma interdependên- cia com os outros homens. Assim, o artesão troca o produto de seu trabalho, o tecido, pelo algodão, cultivado pelo agricultor. Você pode dar outros exemplos ou pedir que, depois dessa explicação, os alunos deem outros. O impor- tante é fixar que a base da troca está na neces- sidade que o indivíduo tem de produtos que ele não produz. A divisão do trabalho deriva, portanto, do caráter específico do trabalho humano e ocorre quando os homens, na vida em sociedade, dividem entre si as diferentes especialidades e ofícios. A divisão do traba- lho em ofícios ou especialidades existiu em todas as sociedades conhecidas e deve mui- to à divisão sexual do trabalho. Ou seja, no início, havia uma divisão entre especialida- des ou ofícios que eram preferencialmen- te atribuídos às mulheres e outros que eram executados por homens. Você pode dar exemplos: a fiação e a tecelagem eram vistas como atividades femininas, enquanto a caça, a pesca e a pecuária eram atividades mascu- linas. Pergunte aos alunos: Vocês podem dar Sociologia - 2a série - Volume 3 exemplos de trabalhos que hoje são executados apenas por homens ou apenas por mulheres? Na verdade, é difícil encontrar trabalhos que as mulheres não conseguem realizar: antigamente, às mulheres eram destinadas as ocupações relacionadas com o cuidado da casa, como cozinhar, lavar, limpar, cuidar dos filhos. Hoje, já temos homens cozinheiros, faxineiros etc. Você pode ampliar essa dis- cussão e, juntamente com os alunos, buscar outros exemplos de trabalhos que antes eram executados só por homens e que hoje são exe- cutados por mulheres ou vice-versa. Retome com os alunos o poema de Carlos Brandão, Canto XIV, para que eles, depois dessa discussão, possam entender melhor o que o poeta diz de forma alegórica. Verifique, dessa maneira, se eles conseguiram apreender os fatores que permitiram o aparecimento da manufatura. Para avançar na apresentação de outras questões relacionadas com a divisão de traba- lho na manufatura, você pode expor aos alunos o conteúdo do texto a seguir ou pedir que um deles o leia. A manufatura se estendeu de meados do século XVI ao último terço do século XVIII, sendo substituída pela grande indústria. Na manufatura foram introduzidas algumas inovações técnicas que modificaram a forma como o trabalho era organizado. Aos poucos o trabalhador foi deixando de ser responsável pela produção integral de determinado objeto e passou a se dedicar unicamente a uma atividade. Houve um aceleramento da divisão do trabalho, fazendo com que um produto deixasse de ser obra de um único trabalhador e se tornasse o resultado da atividade de inúmeros trabalhadores. Dessa maneira, o produto passava por vários trabalhadores, cada um acrescentando alguma coisa a ele e, no final do processo, o produto era o resultado não de um trabalhador indi- vidual, mas de um trabalhador coletivo. Essa é a divisão do trabalho que persiste na sociedade capitalista, e que se caracteriza pela especialização das funções, ou seja, pela especialização do tra- balhador na execução de uma mesma e única tarefa, especializando-se e especializando o seu corpo nessa operação. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. Peça a seus alunos que releiam os cantos IX e XI, do poema de Brandão, que remetem exatamente à especialização do trabalho na manufatura. É importante enfatizar que, pela divisão manufatureira do trabalho, o homem é levado a desenvolver apenas uma ha- bilidade parcial, limitando o conjunto de habili- dades e capacidades produtivas que possuía quando era artesão. É isso que torna o tra- balhador dependente e o faz vender a sua força de trabalho; e esta só serve quando comprada pelo capital e posta a funcionar no interior da oficina. Segundo Karl Marx, essa divisão do trabalho tinha como obje- tivo o aumento da produtividade e o aper- feiçoamento do método de trabalho, e teve como resultado o que ele chama de “a vir- tuosidade do trabalhador mutilado”2, com a especialização dos ofícios. Na manufatu- ra, portanto, a produtividade do trabalho dependia da habilidade (virtuosidade) do trabalhador e da perfeição de suas ferra- mentas, e já havia o uso esporádico de má- quinas. Será apenasna grande indústria que 2 Marx utiliza o termo "mutilado" para enfatizar a limitação das habilidades do trabalhador, reduzido ao exercício de uma única e repetitiva atividade. 19 a máquina desempenhará um papel fun- damental, primeiro com base na mecâni- ca, depois na eletrônica e, atualmente, na microeletrônica. Solicite a um voluntário para ler o texto a seguir, também disponível no Caderno do Aluno. Você pode realizar uma leitura indivi- dual ou compartilhada: Uma das características mais distintivas do sistema econômico das sociedades modernas é a existên- cia de uma divisão do trabalho extremamente complexa: o trabalho passou a ser dividido em um número enorme de ocupações diferentes nas quais as pessoas se especializam. Nas sociedades tradicionais, o tra- balho que não fosse agrário implicava o domínio de um ofício. As habilidades do ofício eram adquiridas em um período prolongado de aprendizagem, e o trabalhador normalmente realizava todos os aspectos do processo de produção, do início ao fim. Por exemplo, quem trabalhasse com metal e tivesse que fazer um arado iria forjar o ferro, dar-lhe a forma e montar o próprio implemento. Com o progresso da pro- dução industrial moderna, a maioria dos ofícios tradicionais desapareceu completamente, sendo subs- tituída por habilidades que fazem parte de processos de produção de maior escala. Um eletricista que hoje trabalhe em um ambiente industrial, por exemplo, pode examinar e consertar alguns componentes de um tipo de máquina; diferentes pessoas lidarão com os demais componentes e com outras máquinas. A sociedade moderna testemunhou uma mudança na localização do trabalho. Antes da industrializa- ção, a maior parte do trabalho ocorria em casa, sendo concluído coletivamente por todos os membros da família. Os avanços na tecnologia industrial, como o uso do carvão, contribuíram para a separação entre trabalho e casa. As fábricas de propriedade dos empresários tornaram-se foco de desenvolvimento industrial: maquinários e equipamentos concentraram-se dentro destas, e a produção em massa de mer- cadorias começou a ofuscar a habilidade artesanal em pequena escala, que tinha a casa como base. As pessoas que procurassem emprego em fábricas eram treinadas para se especializarem em uma tarefa, recebendo um ordenado por esse trabalho. O desempenho era supervisionado pelos gerentes, os quais se preocupavam em implementar técnicas para ampliar a produtividade e a disciplina dos trabalhadores. O contraste que existe na divisão do trabalho entre as sociedades tradicionais e as modernas é ver- dadeiramente extraordinário. Mesmo nas maiores sociedades tradicionais, geralmente não havia mais do que 20 ou 30 ofícios, contando funções especializadas como as de mercador, soldado e padre. Em um sistema industrial moderno, existem literalmente milhares de ocupações distintas. O censo do RU [Reino Unido] lista cerca de 20 mil empregos diferentes na economia britânica. Nas comunidades tra- dicionais, a maior parte das pessoas trabalhava na agricultura, sendo economicamente autossuficiente. Produziam seus próprios alimentos, suas roupas, além de outros artigos que necessitassem. Um dos aspectos principais das sociedades modernas, em contraste, é uma enorme expansão da interdependên- cia econômica. Para termos acesso aos produtos e aos serviços que nos mantêm vivos, todos nós depen- demos de um número imenso de trabalhadores – que, hoje em dia, estão bem espalhados pelo mundo. Com raras exceções, a vasta maioria dos indivíduos nas sociedades modernas não produz o alimento que come, a casa onde mora ou os bens materiais que consome. Os primeiros sociólogos escreveram extensivamente a respeito das consequências potenciais da divisão do trabalho – tanto para os trabalhadores em termos individuais, quanto para toda a socie- dade. Para Marx, a mudança para a industrialização e a mão de obra assalariada certamente resul- taria numa alienação entre os trabalhadores. Uma vez que estivessem empregados numa fábrica, os trabalhadores perderiam todo o controle do seu trabalho, sendo obrigados a desempenhar tarefas monótonas, de rotina, que despojariam seu trabalho do valor criativo intrínseco. Em um sistema capitalista, os trabalhadores acabam adotando uma orientação instrumental para o trabalho, afir- mava ele, vendo-o como nada mais do que uma maneira de ganhar a vida. GIDDENS, Anthony. Sociologia, 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 309. 20 Sociologia - 2a série - Volume 3 Esse texto retoma, de forma sintética, ele- mentos da discussão sobre divisão social do trabalho e da especialização do trabalhador, mas introduz outras questões que devem ser esclarecidas. Peça aos alunos que indiquem as partes do texto que já foram objeto de discussão em sala de aula e aquelas que contêm palavras que não conseguem entender. Mostre-lhes que o texto é apresentado com dois objetivos: rea- lizar um exercício de verificação de aprendiza- gem a respeito da interdependência econômica e da amplitude da divisão do trabalho na socie- dade moderna e introduzir uma nova etapa de discussão com os alunos. Verificação de aprendizagem Para demonstrar como no capitalismo, com o aumento da divisão do trabalho, cada traba- lhador passou a depender cada vez mais das ati- vidades de outro trabalhador para conseguir viver, exponha para os alunos como você, profes- sor, precisa das atividades de outras pessoas para sobreviver. Faça na lousa uma pequena lista de todas as ocupações que você precisa que existam para que consiga se manter, como, por exem- plo: um padeiro, alguém para produzir o leite, as fábricas que fazem macarrão e outras comidas, um açougueiro, a fábrica de roupas para se ves- tir, alguém para produzir o chocolate, um moto- rista para dirigir o ônibus para que você possa chegar ao trabalho, alguém para abrir a porta do colégio, outra pessoa para limpá-lo, alguém que fique na secretaria e que possa resolver questões administrativas etc. Essa é só uma pequena lis- ta para inspirá-lo. É provável que você encontre nela profissionais que você precise para viver e outros que são dispensáveis. Sinta-se à vontade para formular a sua própria lista com base em suas vivências e experiências. Depois, peça aos alunos que também façam esse exercício, como sugere a Lição de Casa no Caderno do Aluno. Etapa 2 – Relação de trabalho e alienação Procure agora esclarecer outras questões que aparecem no texto apresentado, especifi- camente, a submissão do trabalho ao capital, as relações de trabalho e o conceito de alienação. Retome com os alunos o poema de Carlos Brandão, pedindo que um deles leia os cantos VII e VIII, o que permitirá o esclarecimento do que Marx chama de sujeição ou submissão do trabalho ao capital, ou o controle exercido pelo dono da manufatura sobre o trabalho e os trabalhadores. Tendo o poema como inspiração, utilize o texto a seguir com o objetivo de apro- fundar essa discussão. Parte deste texto está disponível no Caderno do Aluno. A produção capitalista pressupõe, como já vimos, a existência do trabalho livre, e não a servidão e a escravidão. O trabalhador é livre, isto é, não dispõe dos meios de trabalho e de vida, portanto é livre para vender a única propriedade de que dispõe, a sua força de trabalho. O trabalhador, por conseguinte, submete-se ao domínio do capital, aceitando suas imposições e determinações. É o capital que assume a função de dirigir, de supervisionar. Esse domínio do capital sobre o processo de trabalho se impõe, na medida em que o objetivo, o motivo que impele e direciona todo o pro- cesso de produção capitalista, é a expansão do próprio capital, a maior produção de mais-valia1, e, portanto, a maior exploração possível da força de trabalho. A dominação do capital sobre o trabalhotem o objetivo de garantir a exploração do processo de trabalho social. Com isso, a dominação tem como condição o antagonismo inevitável entre o capita- lista e o trabalhador. Com o próprio desenvolvimento da produção capitalista, esse controle assume formas peculiares. O capitalista se desfaz da supervisão direta e contínua e a entrega a um tipo especial de assalariado, 21 que passa a exercer a função exclusiva de supervisão, com os seus oficiais superiores (os diretores, os gerentes) e os suboficiais (contramestres, inspetores, capatazes etc.). Surge então uma hierarquia de comando que tem como objetivo impor a disciplina no interior da empresa. A disciplina tem como resultado, para o capital, o aumento da produtividade, mas da perspectiva do trabalho ela introduz uma série de regras de procedimento, uma hierarquia interna que, além de separar os indivíduos segundo a sua atividade, introduz também o controle político de uns sobre outros. Não se pode, por- tanto, discutir a questão da disciplina sem relacioná-la com o poder. Ou seja, trata-se de perceber como no interior da empresa é estabelecido um sistema de dominação em que os que detêm os meios de produção, ou o representam, têm o poder. 1 O comprador da força de trabalho ou da capacidade de trabalho não se limita a usá-la somente durante o tempo necessário para repor o valor da força de trabalho, mas, sim, durante um tempo além dele, quando o trabalhador produzirá, então, um valor excedente, ou uma mais-valia, da qual o capitalista se apropria. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 22 Enfatize para os alunos que, no processo de produção capitalista, temos não só a pro- dução de mercadorias, mas essencialmente a produção de relações sociais. Se há capitalis- tas e trabalhadores, isso implica não só posi- ções definidas no processo de produção, mas também na sociedade. Diferentemente dos animais, é possível nos seres humanos a sepa- ração entre a concepção e a execução do tra- balho; ou seja, o trabalho pode resultar da concepção de uma pessoa e a execução de outra. Isso é produto da divisão do trabalho. Para os trabalhadores, entretanto, a coope- ração imposta pela divisão do trabalho não sig- nifica a percepção de sua força como grupo. A relação que estabelecem é com o capital, e não entre si. O trabalhador torna-se incapaz de per- ceber que a riqueza que ele desenvolve é produ- to de seu trabalho, como também não consegue se reconhecer no produto de seu trabalho. A consequência da divisão do trabalho é a sepa- ração, no processo de trabalho, entre concepção e execução do trabalho. A decisão sobre o que produzir e como produzir não é mais respon- sabilidade do trabalhador, mas, sim, do capital ou seus representantes. Além disso, o produto, a mercadoria, não resulta de seu trabalho indi- vidual, e sim do trabalho de todos. Ele realiza apenas uma parte dela e, assim, o produto do trabalho, a mercadoria, aparece ao trabalhador como algo alheio, estranho a ele. A relação do trabalhador com o produto de seu trabalho é, portanto, de alheamento, de estranhamento. O trabalhador, que colocou a sua vida no objeto, agora se defronta com ele, como se a coisa, a mercadoria, tivesse vida própria, independente, e fosse dotada de um poder diante dele. De fato, assim como o trabalho já não lhe pertence, mas a um outro homem (o proprietário dos meios de produção), o produto de seu trabalho igualmen- te não lhe pertence. Esse processo é o que Marx chama de relação alienada do homem com outro homem, com o produto de seu trabalho e com o trabalho. Para Marx, então, o trabalho livre, assalariado, é trabalho alienado. Encerre essa discussão pedindo aos alu- nos para retomarem a leitura do canto XII do poema de Carlos Brandão. Verifique se os alunos são capazes, depois da explicação dada, de compreender como a submissão do traba- lhador ao capital e o trabalho alienado são apresentados na forma poética. Proposta de Situação de Avaliação Peça aos alunos que releiam o poema de Carlos Brandão, escolham três cantos e façam uma análise tendo como referência a discussão sobre o trabalho desenvolvida nas aulas. Sociologia - 2a série - Volume 3 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO: EMPREGO E DESEMPREGO NA ATUALIDADE Tempo previsto: 3 aulas. Conteúdos e temas: categorias de emprego e desemprego na atualidade; perfil dos trabalhado- res mais atingidos pelo desemprego no Brasil; transformações no mundo do trabalho e suas consequências para os trabalhadores. Competências e habilidades: tornar o aluno apto a compreender a realidade do desemprego sob uma perspectiva sociológica, ter clareza a respeito de quem são os mais atingidos pelo desemprego no Brasil, e perceber os fatores das transformações que afetam o trabalho e a vida dos trabalhadores; desenvolver a capacidade crítica dos alunos; desenvolver habilidades de leitura, produção de textos contínuos e expressão oral. Estratégias: aula dialogada; leitura de textos e de gráficos; trabalho em grupo. Recursos: discussão em sala de aula; textos e gráficos. Avaliação: trabalho em grupo; texto dissertativo. Sondagem e sensibilização Inicie esta etapa perguntando aos alunos: Qual é a importância do trabalho na vida das pessoas? Por que as pessoas trabalham? O que significa o desemprego na vida das pessoas? Por que as pessoas ficam desempregadas? Deixe-os se manifestar e incentive o debate e a troca de ideias entre eles. As respostas expressa- rão, provavelmente, a experiência de cada um ou de seus familiares e amigos, tanto com relação ao trabalho como com relação ao desemprego. Anote na lousa elementos significativos des- sa discussão, separando em uma coluna as opiniões negativas e em outra as positivas. No caso das duas primeiras perguntas, que se re- ferem ao trabalho e ao emprego, os alunos poderão responder que a importância do traba- lho relaciona-se com a necessidade de garantir os meios de vida do trabalhador e de sua família, conforme aprenderam nas aulas anteriores. Sem trabalho as pessoas não sobrevivem, não têm casa para morar, alimentos, roupas, cal- çados, não podem estudar, não têm lazer. Mas suas respostas podem indicar, igualmente, uma ética do trabalho, invocando valores como ho- nestidade, dignidade, independência, autorrea- lização. Os alunos, contudo, poderão expressar a sua insatisfação com o trabalho, negando es- ses valores ao considerar o trabalho como uma carga imposta aos indivíduos e demonstrar me- nosprezo por aqueles que trabalham. Os alunos terão, possivelmente, uma com- preensão mais clara a respeito do desempre- go e sobre as consequências para a vida das pessoas se eles, ou seus familiares, já passaram pela experiência da exclusão ou tiveram dificul- dade de inserção no mercado de trabalho. No entanto, talvez não consigam explicar as cau- sas do desemprego, e você pode pedir a eles que 23 tenham como referência a situação de pessoas desempregadas que conhecem, procurando entender por que estão nessa situação. Proponha que eles façam a Pesquisa em Grupo do Caderno do Aluno, como tarefa extra-aula, com o objeti- vo de encontrar explicações para o desemprego: Quais motivos as pessoas atribuem para o fato de estarem desempregadas? Organize os alunos em grupos de cinco e peça que cada grupo realize uma entrevista com uma pessoa que algum deles conheça e que esteja desempregada. Na entre- vista eles devem fazer as perguntas que foram colocadas no início desta etapa de sensibilização e devem anotar osseguintes dados do entrevis- tado: idade, sexo, profissão. Os resultados dessa pesquisa serão analisados no início da Etapa 2. Etapa 1 – Mercado de Trabalho: emprego e desemprego Inicie a discussão a respeito do mercado de trabalho dirigindo a atenção dos alunos para o gráfico, que também está no Caderno do Aluno, com a distribuição das pessoas que estão ocu- padas em algum tipo de atividade, segundo a posição que ocupam. Esse gráfico é parte de uma pesquisa sobre condições de vida. A Pesquisa de Condições de Vida foi apli- cada em amostra de cerca de 20 mil domicílios, representativa da população paulista residen- te em área urbana. Foram visitados cerca de 150 municípios do interior do Estado, além dos pertencentes às três regiões metropolitanas – São Paulo, Baixada Santista e Campinas –, com o intuito de oferecer um panorama da situação socioeconômica da população urba- na paulista. A pesquisa foi realizada entre junho e novembro de 2006, em domicílios localizados nas áreas urbanas, que concen- travam, naquele ano, 93,7% da população residente no Estado de São Paulo. (Pesquisa de Condições de Vida – Fundação Seade – Disponível em: <http://www.seade.gov.br/ produtos/pcv/pdfs/publicacao_completa_ pcv_2006.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2013. Realizada no Estado de São Paulo). Gráfico 1 – Distribuição dos ocupados, segundo posição na ocupação Estado de São Paulo 2006 Empregadores 3% Empregados domésticos 10% Demais 4% Assalariados com carteira 43% Autônomos 19% Assalariados 64% Assalariados sem carteira 12% Assalariados do setor público 9% Fonte: Casa Civil; Fundação Seade. Pesquisa de Condições de Vida – PCV. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/mercado_de_trabalho.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2013. 24 Sociologia - 2a série - Volume 3 Procure reproduzir na lousa o gráfico no formato de um queijo e as fatias recor- tadas. Os alunos também podem acompa- nhá-lo no Caderno do Aluno. Explique-lhes que cada uma delas representa a proporção de pessoas em cada uma dessas ocupações. Assinale que a maior parte, 64%, é de assa- lariados e peça que eles indiquem quais as outras ocupações que aparecem no gráfi- co e quais as respectivas porcentagens. Em seguida, chame a atenção para a coluna em azul. Ela se refere apenas aos 64% de assa- lariados, e especifica a proporção daqueles que têm carteira de trabalho assinada (43%), os que trabalham mas não têm o registro em carteira (12%) e o total de assalariados do setor público (9%). Pergunte aos alunos: Vocês consideram importante ter um emprego com carteira assinada? Quais as vantagens de um emprego desse tipo? Espere as respostas e destaque os direitos garantidos por essa for- ma de trabalho: 1. Acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O FGTS é um valor depositado men- salmente na Caixa Econômica Federal, pelo empregador, em conta no nome do empregado, que tem por finalidade protegê-lo na hipótese de desemprego involuntário, ou seja, caso ele seja demi- tido da empresa ou adquira determinadas doenças. Ele também pode ser retirado pelo empregado no momento da compra de um imóvel; 2. Férias remuneradas; 3. 13º salário; 4. Em alguns casos, direito a seguro-desemprego; 5. Inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que garante o direito à aposentadoria. Lembre aos alunos que os assalariados sem carteira assinada não têm acesso a esses direitos. E, apesar de existir uma legislação que obriga o registro em carteira dos empre- gados domésticos e lhes garanta férias remu- neradas, 13º salário e inscrição no INSS, ainda é grande a proporção desses emprega- dos que não são registrados e, portanto, são privados desses direitos. Já o trabalhador autônomo deve se inscre- ver na Prefeitura, pagar alguns impostos e contribuir para o INSS, o que lhe garante a aposentadoria e recebimento de alguns bene- fícios na hipótese de doença que o impeça de realizar seu trabalho. Contudo, ele não tem direi- to a seguro-desemprego, ao FGTS, nem a férias remuneradas ou a 13º salário, por exemplo. Inicie a discussão sobre outro aspecto da vida dos trabalhadores, que diz respeito às pessoas que, ao contrário das anteriores, estão excluídas do mercado de trabalho. Solicite aos alunos que observem o gráfico com as taxas de desemprego e de participação, que se encontra também no Caderno do Aluno: 25 63,0 58,9 55,2 53,8 54,0 48,9 15,3 20,7 19,5 16,8 16,0 16,5 11,3 Aglomerado Central-Norte RA SJC RA Campinas RA Sorocaba Aglomerado Noroeste ESP RA Registro RMS RMBS RMCGráfico 2 – Taxas de desemprego e de participação Estado de São Paulo 2006 75,0 Taxa de Desemprego Taxa de participação Metropolitanas Demais60,0 45,0 30,0 15,0 0,0 Regiões Regiões Fonte: Casa Civil; Fundação Seade. Pesquisa de Condições de Vida – PCV. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/mercado_de_trabalho.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2013. 26 Como não se trata de um gráfico de fácil entendimento, inicie a discussão esclarecendo, em primeiro lugar, o significado das siglas colo- cadas abaixo das colunas azuis e amarelas: f Regiões Metropolitanas: RMS – Região Metropolitana de São Paulo; RMBS – Região Metropolitana da Baixada Santista; RMC – Região Metropolitana de Campinas. f RA – Regiões Administrativas de Campinas, Registro, Sorocaba e São José dos Campos. f AglomeradosUrbanos: Central-Norte, forma- do pelas Regiões Administrativas Centrais de Bauru, Franca e Ribeirão Preto; e Noroeste, formado pelas Regiões Administrativas de Araçatuba, Barretos, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto. Além disso, esclareça o significado de Taxa de Participação: proporção de pessoas com 10 anos ou mais que estavam trabalhando ou pro- curando emprego; e o de Taxa de Desemprego: proporção de pessoas com 10 anos ou mais que não estavam trabalhando. Sociologia - 2a série - Volume 3 Em seguida, chame a atenção dos alunos para as duas primeiras colunas à esquerda; elas indicam as taxas globais de participa- ção (a amarela) e de desemprego (azul) para o Estado de São Paulo – 58,9% e 15,3%, res- pectivamente. Pergunte aos alunos: Qual é a região que apresenta a taxa mais alta de parti- cipação? Olhando o gráfico, eles deverão apon- tar a Região Metropolitana de São Paulo, com 63%, ou seja, em cada 100 pessoas, 63 esta- vam trabalhando ou procurando emprego. E qual a região com a menor taxa? É a região de Registro, com apenas 48,9%, ou seja, um pouco mais da metade da população não trabalhou ou procurou emprego no ano de 2006. Explique o significado disso: trata-se de uma região que oferece poucas oportunidades de trabalho e, como consequência, temos a alta taxa de pes- soas à margem do mercado de trabalho. Dirija o olhar dos alunos para as colunas azuis e pergunte: Quais as regiões que apresentam a taxa mais alta e a mais baixa de desemprego? A resposta dos alunos deve indicar, com as menores taxas, a região de Campinas, seja a metropolitana, seja a administrativa, e a do Aglomerado Central-Norte, com pouco
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