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RESENHAS DE LIVROS TEORIA DO RESTAURO

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TX 1 - LEMOS, CARLOS A.C. O que é patrimônio histórico. São Paulo. Editora Brasiliense, 2000.(Coleção primeiros passos)
O que é Patrimônio Histórico? Carlos Lemos abre esse discurso sobre o tema patrimônio histórico e como é sua preservação no Brasil.
O acervo chamado Patrimônio Cultural, representava as construções antigas e seus bens. O professor Hungues de Varine Boham aborda a questão dividindo em três categorias de elementos, sendo esses: natureza e meio ambiente, elementos do saber e os bens culturais, que contêm objetos, artefatos e construções.
A categoria da natureza e meio ambiente, ou seja patrimônio natural pode ser definido como uma área natural apresentando características particulares que registram eventos do passado. É considerável por permitir o reconhecimento da história natural e, também, para que se possa examinar as consequências que o estilo de vida pode causar no desenvolvimento natural do planeta. Já a categoria de elementos do saber, engloba os saberes, às habilidades, às crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas. Os bens culturais está relacionado aos bens ditos arquitetônicos que também eram escolhidos de acordo com conceitos e interesses individuais, desde ruínas até construções íntegras que necessitem de uma melhoria específica. 
Uma sociedade possui um conjunto de objetos (artefatos) que a representam, esses objetos podem ter durabilidades diferenciadas, alguns imediatos, outros prolongados, alguns geram outros artefatos.
As mudanças nos costumes das sociedades influenciam diretamente nos artefatos de uso prolongado e, consequentemente, em suas modificações. Um exemplo, é a casa unifamiliar que chega uma época onde não oferecem mais o conforto de uma determinada classe social, e com isso se degrada e até chega a demolição para dar lugar a novos edifícios com o novo conceito da sociedade.
A modernidade fez com que os artefatos deixassem de ser feitos manualmente e passaram a ser produzidos em série pelas indústrias, de modo a irem parar em diversos lugares, com isso prejudicou a própria identidade cultural da população. 
A preservação dos patrimônios deveria abranger todos os bens tangíveis e intangíveis para se conservar a memória. A preocupação de preservar a história brasileira de bens históricos e culturais está voltado principalmente para a questão de educação popular e sua conscientização. 
“Como preservar?”, a busca da preservação destes artefatos arquitetônicos constituíram medidas mais efetivas para este propósito, como a Carta de Veneza, com conceitos e métodos de preservação. O tombamento também foi um método que começou a ser aplicado para a preservação de uma memória, ou seja, com o tombamento existe uma restrição do uso e ocupação de uma determinada edificação para garantir a preservação de uma memória pública. 
Apenas a dois seculos a questão de memória social tem sido discutida por arqueólogos, tardiamente e com conceitos antecipados e não bem definidos.
Por que preservar, segundo o autor tem por definição: livrar de algum mal, manter livre de corrupção, perigo ou dano, conservar, livrar, defender e resguardar. Assim preservar a memória e tudo que for significativo das categorias de elementos que compõe o Patrimônio Cultural.
TX 2 - KÜHL, B. Arquitetura do ferro e arquitetura ferroviária em São Paulo. Reflexões sobre a sua preservação. São Paulo: Ateliê Editorial: Fapesp: Secr.Cultura, 1998. DA PÁGINA 179 À 197.
As intervenções nas edificações é uma prática antiga, no entanto não se preocupavam com a preservação da história, e sim em adaptar os edifícios as necessidades da época. Sendo assim não poderia ser classificar como restauração.
Apenas no final do séc XVIII período pós revolucionário, onde o patrimônio artístico francês colaborou com o amadurecimento da “consciência histórica”.
O Renascimento deu início a um novo ciclo na intervenção em edifícios de épocas, e a partir do Quattrocento, que se passou a estudar mais a fundo edificações anteriores.
Alberti desenvolveu um método de levantamento cartográfico, para possibilitar a elaboração de projeto para restauração de Roma.
Roma transformou-se em um importante centro internacional de estudos e restaurações de monumentos antigos. A intervenção era voltada para a recomposição do monumento usando partes originais existentes, que ficou conhecido na Itália como ‘’Restauro Arqueológico’’.
Foram feitos vários procedimentos de intervenções, total, parcial, alteração do projeto original ou adaptações para outro uso. Era comum a manutenção de edifícios por conta do tempo, coberturas refeitas, paredes eram construídas, algumas poderiam ser consideradas “restauração” mas eram por conta de algum problema estrutural, não por conservação da cultura.
Eugène Emmmanuel Viollet-le-Duc foi um dos primeiros estudiosos a pensar no conceito moderno de restauração, tentou estabelecer princípios de intervenção em monumentos históricos e uma metodologia para esse trabalho, mantinha estruturas originais, os trabalhos deveriam ser feitos com base em dados concretos. Suas teorias e projetos sempre foram muito questionados. 
Ruskin tinha interesse pela arquitetura gótica, teve papel importante como um dos precursores na preservação das obras do passado enriqueceu o conceito de patrimônio histórico, sendo possível afirmar que suas ideias já faziam referências ao que hoje classificamos como patrimônio material e imaterial. 
Camillo Sitte pioneiro do urbanismo culturalista tendo como ponto de vista a qualidade de vida no desenho da cidade, é considerado o primeiro pensador que olha para a cidade do passado sob o ponto de vista estético, tem fascínio pela cidade medieval, por como as pessoas se relacionavam, as feiras, os bairros. Defendeu o urbanismo como arte, e com a preservação de edificações históricas.
Alois Riegl foi um dos fundadores da historiografia de arte moderna e da história da arte como disciplina, começou por ser conhecido com o historiador de arte que realmente esteve em contato com objetos de arte, pois durante onze anos trabalhou como curador do Museu de Artes Aplicadas de Viena. O Culto Moderno dos Monumentos foi a base teórica para tal empreitada. Riegl explorou novos caminhos na investigação da arte, cuja natureza inovadora apenas recentemente foi reconhecida. 
TX 3 - VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel. Verbete Restauração. Apresentação e Tradução, Beatriz Mugayar Kuhl. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. 
Eugéne Emmanuel – le – Duc viveu na França, foi um dos primeiros a pensar no conceito moderno de restauração, atuou em uma época onde a restauração estava firmando uma ciência. 
Seus princípios de intervenção em monumentos históricos mantinha estruturas originais, os trabalhos deveriam ser feitos com base em dados concretos. 
Para ele, o arquiteto restaurador deve compreender as formas e estilos do objeto a ser restaurado, e a sua importância ao longo da história da arte, ter uma postura crítica e analítica a partir de seu conhecimento, além das técnicas utilizadas. O arquiteto deve conhecer a fundo a obra, como se fosse sua criação, tendo meios adequados para a reparação do edifício e saber as técnicas necessárias, só diante desse conhecimento o arquiteto poderá inciar os trabalhos de restauro.
Le-Duc fala sobre a utilização e melhor forma de conservar o edifício, destaca a importância fotografia em estudos científicos, tratando-a como documentos que pudessem ser consultadas para justificar ações na restauração.
Defendia a ideia de reutilização funcional das edificações com o objetivo de torná-las úteis à sociedade. 
Viollet-le-Duc estabeleceu uma nova compreensão de restauração que repercuti, ainda hoje, nas ideias contemporâneas. 
TX 4 - KUHL, Beatriz Mugayar. Os restauradores e o pensamento de Camillo Boito. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002. 
Camillo Boito (1836-1914), arquiteto, restaurador, escritor e professor da Academia de Belas Artes de Brera. Tinha um papel
na transformação da historiografia da arte na formação de uma nova cultura arquitetônica na Itália.
Sua contribuição para área da arquitetura e restauração foi considerada numa posição entre Viollet Le Duc e Ruskin. 
Seus princípios fundamentais era deixar clara a intervenção, respeitas as fases do monumento, registrar as obras fotográficas, antes e depois, apontar a data, e as obras de restauro que foram realizadas.
Boito contribuiu para os fundamentos dos princípios modernos de restauração, na medida em que defendia o respeito à matéria original. Adverte que mesmo se o restaurador compreender as formas e estilos do objeto a ser restaurado, ele deveria buscar nos documentos originais da obra, as fontes primárias para sua proposta de intervenção, e violar o mínimo possível de ações. 
Seus pensamentos gerais sobre restauração fundamenta-se em sete princípios: 
1. Os monumentos antigos deveriam ser preferencialmente consolidados a reparados e reparados a restaurados; 
2. Evitar acréscimos e renovações, e se fossem necessários, deveriam ter caráter diverso do original, mas sem destoar do conjunto;
3. Os complementos de partes deterioradas ou faltantes mesmo se seguissem a forma primitiva, ser de material diverso;
4. Obras de consolidação deveriam limitar-se ao estritamento necessário, evitando a perda dos elementos característicos;
5. Respeitar as várias fases do monumento, sendo a remoção de elementos somente admitida se tivesse qualidades artísticas manifestantes inferiores à do edifício;
6. Registrar as obras apontando-se a utilidade da fotografia para documentar a fase antes, durante e depois da intervenção, devendo ser acompanhado de justificativa;
7. Colocar uma lápide com inscrições para apontar a data e as obras de restauro realizadas 
TX 5 - KÜHL, B. Arquitetura do ferro e arquitetura ferroviária em São Paulo. Reflexões sobre a sua preservação. São Paulo: Ateliê Editorial: Fapesp: Secr.Cultura, 1998. DA PÁGINA 198 À 207. 
A Carta de Restauração de Atenas em 1931 foi resultado de uma reunião internacional, com objetivo de abordar a preservação de monumentos históricos.
Gustavo Giovannoni, reelaborou a teoria de Boito e conferiu grande importância nos valores históricos, dando a eles maior relevância do que aos elementos formais, resultando no que se diz “restauro científico”, isso se refere a Carta de Restauro Italiana, de 1932.
Após Giovannoni fazer uma distinção entre “monumentos mortos” aqueles de civilizações distantes da modernidade, e monumentos vivos, aqueles de um passado mais próximo ainda com usa, apresentou uma classificação dos casos de restauro.
Giovannoni valorizava mais o documental, histórico do monumento e também o entorno do edifício do que com o valor estético e artístico.
Na época da Segunda Guerra Mundial, diversos monumentos históricos foram bombardeadas no país, gerando danos limitados, então foi feita uma reconstrução com forma simplificada, ou na presença de documentos, a reconstituição como era, para recuperar o máximo dos patrimônios históricos. 
Essa forma de intervir do pós-guerra foi uma solução no método que se vinha desenvolvendo até então como ‘’Restauro Científico’’, onde teve uma restauração por Bonelli, que para ele o dever do restaurador é individualizar o valor do monumento e sua relevância.
Cesare Brandi também teve um papel importante e influente na teoria de restauro. Fea a distinção entre restauração de produtos industriais, voltada para recuperar sua funcionalidade.
Carta de Veneza foi resultado de um congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos, surgiu do contexto desses debates entre Brandi e Bonelli, o princípio básico da carta era preservar a obra como o testemunho histórico, preservar tanto a obra de arte como o testemunho histórico.
Foi uma limitada influência, porém teve total importância para restauradores, orientando nos trabalhos de preservação de monumentos históricos.

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