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Aula 08 Taxas

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TAXAS
(Artigo 145, II, CF e 77 e seguintes do CTN)
- Conceito: é o tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico (singular) e divisível prestado ao contribuinte ou colocado à sua disposição.
- Características:
Vinculação: a taxa é um tributo vinculado a uma atividade estatal específica. Ao seu pagamento deve corresponder uma atuação do poder estatal em relação ao contribuinte (o Estado age, eu pago);
Bilateralidade: é um tributo bilateral, contraprestacional;
Competência: a competência para instituir e cobrar taxas é da pessoa política (União, Estados, DF ou Municípios) legitimada para a realização da atividade que caracterize o fato gerador do tributo;
- Modalidades: no Brasil, há duas modalidades de taxa:
Taxa de Serviço ou de sua utilização: é devida em virtude da prestação de serviço público. As hipóteses autorizadoras da cobrança deste tipo de taxa são (artigo 79 do CTN): (a.1) Utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico, divisível e compulsório, pelo contribuinte; (a.2) Serviço prestado ao contribuinte ou colocado à sua disposição pela Administração Pública.
- Serviço público específico ou singular: são aqueles que podem ser previamente determinados, destacados em unidades autônomas de intervenção, em áreas delimitadas de atuação. É aquele prestado em unidades autônomas de utilização, podendo ser quantificável, diferentemente dos impostos.
- Serviços públicos divisíveis: quando podem ser utilizados separadamente por seus usuários.
- Serviços públicos efetivos: são aqueles usufruídos pelo indivíduo a qualquer título. É o serviço concretamente realizado, isto é, fruído.
- Serviços públicos potenciais: são aqueles colocados à disposição do indivíduo, mediante atividade administrativa, em efetivo funcionamento. Trata-se do serviço público colocado à disposição, isto é, fruível. São os serviços que, quando sendo de utilização compulsória, sejam colocados à disposição do contribuinte, mediante atividade administrativa, em efetivo funcionamento.
- Específico E divisível, potencial OU efetivo: tanto a utilização efetiva quanto a potencial dos serviços pode legitimar a cobrança da taxa. Isto quer dizer que o Estado cria e presta o serviço, e, tenha ou não o contribuinte vontade de utilizar tais serviços, estará ele, de qualquer modo, sujeito ao pagamento da taxa.
O serviço público que caracteriza o fato gerador da taxa tem de ser relativo ao contribuinte desta e não à coletividade em geral, permitindo que se verifique o vínculo entre o sujeito passivo do tributo e os serviços. Daí o legislador afirmar que o serviço tem de ser específico e divisível.
OBS.: serviços públicos gerais ou universais, que não podem ser susceptíveis de remuneração por taxa: (i) segurança pública; (ii) limpeza pública; (iii) iluminação pública (Súmula 670 do STF); (iv) diplomacia; (v) defesa externa do país.
Taxa de Polícia ou de sua fiscalização: é devida em virtude do exercício regular do Poder de Polícia.
- Poder de polícia: o conceito do poder de polícia está inserido no artigo 78 do CTN, e nada mais é que o poder de limitar e disciplinar direitos e deveres com base no interesse público, regulando questões pertinentes à segurança, higiene, ordem, dentre outros.
- Fundamentação da doutrina: há diversos bens jurídicos que o Estado social busca preservar e proteger. Entre eles, estão a segurança, a higiene, a ordem, os costumes, a disciplina de produção de mercado, a tranqüilidade pública, dentre outros. Para proteger tais bens jurídicos, em proveito da coletividade, necessita o Estado lançar mão do seu poder de polícia administrativa, ou seja, desenvolver uma atividade fiscalizatória em nome do interesse geral da sociedade.
Bernardo Ribeiro de Morais afirma que o poder de polícia é o poder de criar normas jurídicas com o objetivo de assegurar ao povo a saúde, a paz, a moral, a educação e a boa ordem pública.
Para exercer esse poder de polícia, o Fisco exige, daqueles submetidos ao seu governo, o pagamento de taxas.
- Exemplos de Taxa de Polícia: (b.1) taxa de fiscalização ambiental; (b.2) taxa de publicidade; (b.3) taxa para porte de arma de fogo; (b.4) taxa para emissão de passaporte; (b.5) taxa para emissão de CNH; (b.6) taxa para autorização de funcionamento de estabelecimento comercial – alvará.
OBS.: nos termos do artigo 145, §2º, CF, as taxas não podem ter mesma base de cálculo e fato gerador dos impostos. Já segundo o CTN, as taxas também não podem ser calculadas em função do capital das empresas.
- Pedágio: há divergência acerca da natureza jurídica do pedágio:
1ª Corrente (Hely Lopes Meirelles): defende que pedágio é a modalidade de preço público (tarifa) cobrado pela utilização de vias públicas, que tem como finalidade facilitar o trânsito e o tráfego de veículos e pedestres;
2ª Corrente (Roque A. Carrazza/Celso Ribeiro Bastos/Bernardo Ribeiro de Moraes/Ives Gandra Martins): defende que pedágio é tributo, na modalidade taxa de serviço;
3ª Corrente: sustenta que o pedágio é uma terceira espécie de taxa (ao lado da taxa de serviço e da taxa de polícia);

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