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FITOGEOGRAFIA mata atlantica

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Fitogeografia – Eng. Florestal
Bioma Mata Atlântica - Floresta Ombrófila Densa e Ecossistemas costeiros, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual
Prof. Dr. Mauricio Romero Gorenstein
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Objetivo da Aula de hoje
Apresentar a fitogeografia do Bioma Mata Atlântica formações: Floresta Ombrófila Densa, Campos de altitude e Ecossistemas costeiros – Mangue, Dunas, Restingas. Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual
Bibliografia: 
p. 372 a 384 - Tratado de Fitogeografia do Brasil, Florestas Pluviais, Floresta Atlântica.
p. 604 a 606 – Restinga - Rizzini
Manual Técnico da Vegetação Brasileira, IBGE, 2012. Pag. 64-74. FOD, Pag.80-83 FOM, FES e FED 93-103.
Almanaque Brasil Socioambiental
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A MATA ATLÂNTICA É IMPORTANTE?
Área original 1.315.460 km2 17 Estados (RS, SC, PR, SP, GO, MS, RJ, MG, ES, BA, AL, SE, PB , PE, RN, CE, PI); 
Remanescentes > 100 ha (8,5%), Remanescentes > 3 ha (12,5%), Considerada um Hotspot mundial, Reserva da Biosfera – Unesco, Patrimônio Natural – CF 1988;
72% da pop. Brasileira (IBGE, 2014), 145 milhões de hab. em 3.429 municípios;
Das 633 spp. animais ameaçadas de extinção (383 ocorrem na Mata Atlântica);
20 mil espécies de plantas (8 mil endêmicas), 2 mil vertebrados
298 spp. Mamíferos, 992 spp. Aves, 200 spp. Répteis, 370 spp. Anfíbios, 350 spp. Peixes 
0,8% da superfície mundial com 5% de vertebrados e 5% da flora mundial.
Pressões: desmatamento (pau-brasil, cana-de-açucar, café, ouro), agropecuária, exploração predatória de madeira e vegetais, industrialização, expansão urbana desordenada, consumo excessivo, lixo, poluição, desmatamento
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Até fim do sec. XVI, mais de 2 milhões de árvores de pau-brasil foram extraídas. 20 mil por ano, 50 por dia. Estima-se que no total foram retiradas 70 milhões de árvores. Em 1558 a 18 km da costa, em 1890 chegavam a 150 km. As toras pesavam 30 kg e L=1,5m. Rendimento para torar uma árvore: 2h c/ machado de pedra e 15min c/ machado de ferro. Um navio levava em média 5 mil toras. A carga valia 7 vezes menos que um navio de especiarias, mas lucro de 300%.
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A produção de açucar era desumana, tanto no campo como no engenho.
Havia muita concorrência com outros países.
Não era também uma atividade muito lucrativa.
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Matança - Jatobá  (Cantado por Xangai*)  Cipó caboclo tá subindo na virola  chegou a hora do pinheiro balançar  sentir o cheiro do mato da imburana  descansar morrer de sono na sombra da barriguda  de nada vale tanto esforço do meu canto  pra nosso espanto tanta mata haja vão matar  foi mata atlântica e a próxima amazônica  arvoredos seculares impossível replantar  que triste sina teve cedro nosso primo  desde menino que eu nem gosto de falar  depois de tanto sofrimento seu destino  virou tamborete, mesa, cadeira, balcão de bar  Quem por acaso ouviu falar da sucupira  parece até mentira que o jacarandá  antes de virar poltrona porta armário  mora no dicionário vida-eterna milenar 
Quem hoje é vivo corre perigo  e os inimigos do verde da sombra  o ar que se respira  e a clorofila das matas virgens  destruídas bom lembrar  que quando chegar a hora  é certo que não demora  não chama Nossa Senhora  só quem pode nos salvar  É caviúna, cerejeira, baraúna  imbuia, pau-d arco, solva  juazeiro, jatobá  gonçalo-alves, paraíba, itaúba  louro, ipê, paracaúba  peroba, massaranduba  carvalho, mogno, canela, imbuzeiro  catuaba, janaúba, arueira, araribá  pau-ferro, angico,amargoso, gameleira  andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá 
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Jacaré de papo amarelo
Maria farinha
Coral verdadeira
tangará
Tucano de bico preto EN
Tiê-sangue
Papagaio de cara roxa EN
jacuguaçu
Sapo ferreiro
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Gavião pega macaco
Macaco prego
Monocarvoeiro EN
Mico leão dourado EN
Mico leão de cara dourada
EN
jaguatirica
Anta VU
quati
suçuarana
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FLORESTA OMBRÓFILA DENSA
FLORESTA OMBRÓFILA DENSA – nome dado a formações onde não há déficit hídrico (de 0 a 4 meses secos < 60 mm de chuva). A pluviosidade é elevada (geralmente maior que 2.000 mm). Ombrófila (amiga da chuva)
Outra denominação encontrada na literatura – Floresta Pluvial (chuva do latim) 
Sugerido por Ellemberg & Müller-Dombois (1965/66).
Separação de floresta Ombrófila Densa (maior número de árvores: 2.000 por hectare)
Separação de floresta Ombrófila Aberta (maior número de árvores: 500 a 1.000 por hectare)
Separação em duas regiões no Brasil
AMAZÔNIA
MATA ATLÂNTICA
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Floresta Ombrófila Densa
Fanerófitos (árvores e arbustos), principalmente macro (30 a 50 metros) e mesofanerófitos (20 a 30 metros).
LIANAS LENHOSAS (cipós e arbustos escandentes) E EPÍFITAS (Bromeliaceae, Orquidaceae, Pteridófitas, Araceae) que diferenciam a FOD de outras formas de vegetação. 
Ocorre em regiões com elevadas temperaturas (temperatura média anual de 25oC) e precipitação bem distribuída ao longo do ano.
Solos predomintantes: Latossolos distróficos e raramente eutróficos (principalmente amazônia). Podzólicos também distróficos (mais áreas montanhosas).
Divisão em cinco categorias topográficas, de acordo com as variações ecotípicas (de espécies), formando ambientes distintos.
Para cada 100 m de altitude há uma variação na temperatura de 1oC.
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Floresta Ombrófila Densa
Ao nível do mar a temperatura varia de 2oC a cada 10º de latitude e vai diminuindo com maior intensidade na zona subtropical (devido a maior proximidade as correntes frias vindas da antártida)
Nas latitudes maiores a temperatura também diminui de forma mais acentuada.
Assim as formações podem ser divididas em:
Formação Aluvial: não varia topograficamente e apresenta sempre ambientes nos terraços aluviais dos flúvios (mais frequente na amazônia)
Formação das terras baixas (amazônia e mata de planície na mata atlântica): 
altitude de 5 a 100 m entre 4oN e 16oS
De 5 a 50 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 5 a 30 m, quando situada entre 24oS e 32oS 
Formação submontana: encostas dos planaltos e serras
altitude de 100 a 600 m entre 4oN e 16oS
De 50 a 500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 30 a 400 m, quando situada entre 24oS e 32oS 
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Floresta Ombrófila Densa
Formação Montana: situada no alto dos planaltos e serras
altitude de 600 a 2.000 m entre 4oN e 16oS
De 500 a 1.500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 400 a 1.000 m, quando situada entre 24oS e 32oS 
Formação alto-montana: acima dos limites estabelecidos para a formação montana.
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Floresta Ombrófila Densa Aluvial
São as chamadas matas-ciliares, ocorrem nas beiras dos cursos d’ água e terraços antigos das planícies quaternárias.
Macro (30 a 50m), meso (20 a 30 m) e microfanerófitos (5 a 20m) – Árvores
Rápido crescimento, em geral casca lisa, tronco cônico (na forma de cone, diferenciando dos tortuosos de cerrado), as vezes em forma de botija (engrossamento) e raízes tabulares (suporte).
Apresenta dossel emergente, porém aberto devido à exploração madeireira. Muitas palmeiras no estrato intermediário. Na submata (subosque) é comum nanofanerófitos (0,25 a 5m – arbustos e arvoretas) e caméfitos (ervas e subarbustos até 1m de altura)
Muitas lianas lenhosas e herbáceas e muitas epífitas.
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Floresta Ombrófila das Terras Baixas
Ocupam as planícies costeiras, tabuleiros pliospleistocênicos (do grupo Barreiras. Amazônia, Nordeste até rio São João no RJ.
Florísticamente presentes os ECÓTIPOS dos gêneros Ficus (Moraceae), Alchornea (Euphorbiaceae), Tabebuia (Bignoniaceae), espécie de distribuição ampla OCHLOSPÉCIE, Tapirira guianensis (Anacardiaceae)
A partir do rio São João (RJ), ocupam as planícies quaternárias formadas pelo assoreamento resultante da erosão das serras costeiras e enseadas marítimas, pouco acima do nível do mar. Calophyllum brasiliense (guanandi) ocorre
desde SP até SC.
Ficus organensis até lagoa dos Patos (RS)
Formação das terras baixas (amazônia e mata de planície na mata atlântica): 
altitude de 5 a 100 m entre 4oN e 16oS
De 5 a 50 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 5 a 30 m, quando situada entre 24oS e 32oS 
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Floresta Ombrófila Densa Submontana
Dissecamento do relevo montanhoso, solos profundos, fanerófitos com alturas aproximadamente uniformes. Submata com regeneração natural, poucos nanofanerófitos, caméfitos (plantas herbáceas), palmeiras de pequeno porte (Ex: Bactris spp., Euterpe edulis, lianas herbáceas em maior quantidade.
Grande presença de fanefófitos de grande porte (50 m na Amazônia e 30 m na Mata Atlântica). Variam muito a composição de espécies de acordo com a latitude. Hyeronima alchornioides, Schefflera morototoni (famílias cosmopolitas Euphorbiaceae e Araliaceae). Sapotaceas (Pouteria e Chrysophyllum) endemismo na Amazônia, Nordeste e sul do País. Alchornea com várias espécies extra-amazônicas.
Formação submontana: encostas dos planaltos e serras
altitude de 100 a 600 m entre 4oN e 16oS
De 50 a 500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 30 a 400 m, quando situada entre 24oS e 32oS 
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Perfil da vegetação. Fonte: Oliveira et al. (2001)
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Floresta Ombrófila Densa Montana
Na Amazônia nos altos dos planaltos e serras entre 600 a 2.000 m e na Mata Atlântica entre 500 e 1.500 m. Solos rasos com árvores menores. Dossel uniforme (20 m).
No sul ocorre Podocarpus (gimnosperma), típica dessa formação juntamente com Lauracéas (Ocotea e Nectandra).
Formação Montana: situada no alto dos planaltos e serras
altitude de 600 a 2.000 m entre 4oN e 16oS
De 500 a 1.500 m quando situada entre 16ºS e 24oS
De 400 a 1.000 m, quando situada entre 24oS e 32oS 
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Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana
No cume das altas montanhas com solos litólicos. Vegetação com no máximo 20 m de altura. Acumulações turfosas nas depressões onde ocorre a floresta.
Fanerófitos com troncos e galhos finos, folhas miúdas e coriáceas e casca grossa com fissuras. Apresenta florística endêmica por espécies adaptadas, refúgio cosmopolita denominado de mata nebular ou nivígena. São pontos onde a água evaporada se condensa em neblina (baixa temperatura devido a altitude) e precipitando-se nas áreas elevadas. Formação Alto-Montana: Acima dos 1.500 m quando situada entre 16ºS e 24oS. Acima dos 1.000 m, quando situada entre 24oS e 32oS
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Campos de altitude
Em altitudes entre 1.800 e 2.000m nas cristas e picos de morros. Vegetação herbácea com predomínio de gramíneas e arbustiva xerófila. Alto endemismo e diversidade. Parque Nacional do Itatitaia (500 spp.) com 1/3 endêmicas
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Áreas de Formações Pioneiras
Em terrenos instáveis cobertos por vegetação ao longo do litoral, planícies fluviais e ao redor de depressões fluviais (pântanos, lagunas e lagoas) há uma cobertura vegetal em constante sucessão.
Ocorre sucessão edáfica devido a limitação do tipo de solo. “Complexo vegetal edáfico de primeira ocupação”. Solo em constante rejuvenescimento (assoreamento, deposição) não chega ao estado clímax. Além de fatores ecológicos limitantes (sal (restinga), matéria orgânica elevada (mangues), encharcamento (pântanos).
Ecótipos de distribuição universal (Typha – taboa), Rhizophora e Avicennia (mangue)
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Vegetação com Influência Marinha
Comunidades que recebem influência direta das águas do mar. Gêneros característicos das praias: Remirea e Salicornia
Afetadas apenas pelas mares altas: Ipomoea pes-caprae, Canavalia rosea, Paspalum e Hidrocotyle. Fixadoras de dunas.
Salicornia
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Restingas
Dominadas por nanofanerófitos. Schinus terebenthifolius e Lythraea brasiliensis (Anacardiaceae) com caráter lenhoso. Destacam-se os gêneros Erythroxylum, Myrcia, Eugenia (Myrtaceae). 
Mais próximas às rochas encontram-se a Clusia criuva (Clusiaceae), Cactáceas dos gêneros Cereus e Opuntia, muitas Bromeliaceae dos gêneros Vriesia, Bromelia, Canistrum e Aechmea (mais na região sul).
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Manguezal
Microfanerófitos em ambiente salobro em desembocadura de rios e regatos de mar. Nesses solos limosos, cresce uma vegetação especializada e adaptada a essa condição. Rhizophora mangle (mangue vermelho), Avicennia (mangue preto) (com espécies variando de acordo com a latitude). Laguncularia racemosa em locais mais altos atingidos pela maré alta, onde o solo é mais firme.
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Gradiente (mar – encosta) da Mata Atlântica

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