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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA I CCET Disciplina: QUÍMICA ANALÍTICA EXPERIMENTAL Experimento 01 : VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO POR “EDTA”- DETERMINAÇÃO DE ÍONS CÁLCIO E MAGNÉSIO (DUREZA DA ÁGUA). 1. Tópicos que serão abordados neste experimento - Análise volumétrica (titulação complexométrica) - Indicadores - Dureza da água 2. Introdução Originalmente, a dureza da água foi interpretada como a medida da capacidade da água para precipitar sabões. Os sabões são precipitados principalmente pelos íons cálcio e magnésio, comumente presentes na água, mas também podem ser precipitados por outros íons metálicos polivalentes, tais como o ferro, alumínio, manganês, estrôncio, zinco, entre outros. Devido à presença significante dos dois primeiros (Ca2+ e Mg2+) nas águas naturais, a DUREZA é determinada através dos sais solúveis de cálcio e magnésio, por exemplo, os bicarbonatos, os sulfatos e os cloretos. Há dois tipos de dureza: a temporária e a permanente. A dureza temporária é aquela devida às presenças dos bicarbonatos de cálcio (Ca(HCO3)2) e de magnésio (Mg(HCO3)2). Quando a água que contém esses sais é fervida ocorre a precipitação de sais neutros (os carbonatos) e a dureza é parcialmente removida, de acordo com o seguinte: Ca(HCO3)2 → CaCO3(s) + H2O + CO2(g) Mg(HCO3)2 → MgCO3(s) + H2O + CO2(g) A dureza permanente da água é ocasionada pela presença de outros sais de cálcio e magnésio, usualmente os sulfatos. A dureza permanente não pode ser removida por fervura. A soma das durezas temporária e permanente é conhecida como dureza total da água e geralmente é expressa em mg/L de CaCO3, que é equivalente à concentração total de todos os cátions multivalentes presentes na amostra. Titulações complexométricas com EDTA. O ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) pertence a uma categoria de substâncias, chamadas comumente de complexantes ou quelantes que, em condições adequadas de pH, formam complexos solúveis, extremamente estáveis, com a maioria dos íons metálicos, inclusive os alcalinos terrosos. Os complexantes encontram grande aplicação como reagentes titulométricos. Complexos formados com ligantes polidentados (isto é, ligantes capazes de ocupar várias posições de coordenação), como é o caso do EDTA (ver figura abaixo), são chamados quelatos. N CH2 CH2 N CH2 CH2 COOH COOH H2C H2C HOOC HOOC N CH2 CH2 NN CH2 CH2 N CH2 CH2 COOH COOHCH2 CH2 COOH COOH H2C H2C HOOC HOOC H2C H2C HOOC HOOC Na complexometria com EDTA comumente se faz uso de uma solução padrão de seu sal dissódico, Na2H2Y, que fornece em solução aquosa o íon H2Y 2-. As reações com os íons metálicos podem ser representadas como: Mn+ + H2Y 2- ⇌ MY(4-n)- + 2H+ Os complexos formados são do tipo 1:1, independentemente da carga do íon. Em qualquer dos casos, um mol de íons H2Y 2- reage com um mol de Mn+. A solução de um íon metálico a ser titulado com H2Y 2- deve ser tamponada, de tal maneira que o pH permaneça constante a um nível apropriado. Isso se faz necessário devido à liberação de íons H+ à medida que se forma o complexo no curso da titulação. Na reação entre um íon metálico e o H2Y 2-, é preciso considerar a competição do íon hidrogênio. Os íons metálicos que formam complexos metálicos menos estáveis podem ser satisfatoriamente titulados em solução alcalina, por outro lado, os íons metálicos cujos complexos são muito estáveis, podem ser titulados mesmo em solução ácida. O pH mínimo admissível para a titulação de um íon metálico depende da constante de formação (ou de estabilidade) do seu complexo. Indicadores metalocrômicos. Os indicadores metalocrômicos são compostos orgânicos coloridos que reagem com Íons metálicos formando quelatos com coloração diferente daquela do corante livre. O ponto final na titulação de um íon metálico com H2Y 2- em presença de um indicador metalocrômico envolve uma reação do tipo: M -lnd + H2Y 2- ⇌ [MY]2- + lnd (cor A) (cor B) A titulação com H2Y 2- acarreta a progressiva complexação dos íons metálicos livres e, por fim, o íon metálico é deslocado do complexo M-Ind e convertido em [MY]2- com a liberação do indicador Ind. O ponto final é acusado pela mudança da coloração do complexo M-lnd para a do corante livre. O complexo M-Ind deve ser suficientemente estável, pois do contrário, em virtude de sua dissociação, não haveria uma mudança de coloração nítida. Porém, o complexo M-Ind deve ser menos estável que o complexo [MY]2- para que a reação acima possa ocorrer convenientemente. Finalmente, o indicador deve ser muito sensível com relação ao íon metálico para que a mudança de coloração possa ocorrer tão perto quanto possível do ponto de equivalência. A coloração assumida por um indicador metalocrômico em uma solução depende do pH e da concentração do íon metálico presente. Como exemplos de indicadores metalocrômicos pode-se citar o negro de Ericromo T e a murexida. O negro de Ericromo T é usado nas titulações de magnésio, cálcio, estrôncio, bário, cádmio, chumbo, manganês e zinco. A solução é comumente tamponada a pH 10 com hidróxido de amônio-cloreto de amônio. A coloração do corante, que é vermelho-vinho em presença do íon metálico, muda para azul no ponto final da titulação. A murexida forma complexos suficientemente estáveis em solução alcalina com os íons cálcio, cobalto, níquel e cobre(II). A solução de murexida é vermelho-violeta abaixo de pH 9, violeta de pH 9 a 11 e azul acima de pH 11. O cálcio forma com murexida complexo de cor vermelha em pH 11-12. 3. Objetivo: Determinação de dureza da água em mg L-1 de CaCO3. 4. Procedimento Experimental 4.1. Determinação de Ca2+ e Mg2+ - Reagentes Solução de Na2H2Y (esta solução estará padronizada). Solução tampão de NH3/NH4CI Indicador Negro de Eriocromo T: Mistura-se 1,00 g de negro de Eriocromo T em 99,0 g de NaCl PA. Com o auxílio de almofariz e pestilo, macerar até granulometria adequada (este indicador já estará pronto). 4.1.1 Procedimento Pipetar uma alíquota de 50,0 mL de amostra para erlenmeyer de 125 mL, adicionar 1,00 mL do tampão NH3/NH4CI (pH 10) e uma pitada do indicador Negro de Eriocromo T e homogeneizar. Titular com a solução padronizada de Na2H2Y até mudança de coloração de vermelho-vinho em presença dos íons metálicos para azul no ponto final da titulação. Referências Golterman, H.L.; Clymo, R.S.; Ohnst AD, M.A.M. -"Methods for Physical and Chemical Analysis of Fresh Waters.” 2a ed., Oxford, Blackwell Scientific Publications, 1978.213 pages. IBP Handbook No 8. Christian, G .D., "Analytical Chemistry", John Wiley & Sons, 4th edition, New York, 1986. Flaschka, H.A., "EDTA Titrations", Pergarmon Press, 2nd. Edition, Oxford, 1964. Ohlweiler, O.A., "Química Analítica Quantitativa", Livros Técnicos e Científicos Ed., 2a ed., vol. 2, Rio de Janeiro, 1976. Skoog. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R., Fundamentos de Química Analítica, Thomson, São Paulo, 2004. Mendham, J.; Denney, R. C.; Barnes, J. D.; Thomas, M. J. K., Análise Química Quantitativa, LTC Editora, RJ, 2002. EXPERIMENTO 02 (demonstrativo) – “Differential Scanning Calorimetry” (DSC). Material Suplementar para estudos (disponíveis na rede): Marcelo Antonio de Oliveira, Maria Irene Yoshida, Elionai Cassiana de Lima Gomes, Wagner da Nova Mussel, Cristina Duarte Vianna-Soares e Gérson Antônio Pianetti. ANÁLISE TÉRMICA APLICADA À CARACTERIZAÇÃO DA SINVASTATINAEM FORMULAÇÕES FARMACÊUTICAS. Quim. Nova, Vol. 33, No. 8, 1653- 1657, 2010. Marcelo Antonio de Oliveira, Maria Irene Yoshida e Elionai Cassiana de Lima Gomes. ANÁLISE TÉRMICA APLICADA A FÁRMACOS E FORMULAÇÕES FARMACÊUTICAS NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA. Quim. Nova, Vol. 34, No. 7, 1224-1230, 2011. Texto elaborado por Guilherme V. Rodrigues e Otávio Marchetto (Prof. Paulo A. P. Wendhausen). Análises Térmicas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA. CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS. CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS III. 47 páginas. EXPERIMENTO 03 : VOLUMETRIA DE ÓXIDO-REDUÇÃO - DETERMINAÇÃO IODOMÉTRICA DE CLORO EM ALVEJANTES 1- Tópicos que serão abordados neste experimento - Volumetria de oxidação-redução - Balanceamento de reações de oxidação-redução 2. Introdução A volumetria de óxido-redução ou redox é um método analítico que faz uso das reações de oxi-redução na titulação de analitos com propriedades oxidantes ou redutoras. Um exemplo de volumetria de óxido-redução de interesse tecnológico é a determinação de cloro-ativo em alvejantes. O constituinte ativo nas soluções de alvejantes industriais e domésticos é o íon hipoclorito, OCl-. Os alvejantes sólidos, normalmente na forma granulada, consistem essencialmente de uma mistura de hipoclorito de cálcio, Ca(OCl)2 e cloreto básico de cálcio, CaCl2.Ca(OH)2.H2O. Um pouco de CaO normalmente é encontrado nessas formulações. Por outro lado, as soluções preparadas com hipoclorito de sódio, NaOCl, contêm NaOH e NaCl como estabilizantes. O poder alvejante e oxidante em produtos alvejantes sólidos ou na forma de soluções é expresso em termos da porcentagem e massa de cloro-ativo, o que significa a massa em gramas de cloro, Cl2, que pode ser liberado por 100 g da amostra sob ação de HCl diluído. O íon hipoclorito reage com solução diluída de ácido clorídrico produzindo cloro gasoso de acordo com a equação química: OCl-(aq) + 2H + (aq) + Cl - (aq) Cl2(aq) + H2O(l) Assim, uma vez determinado o teor do íon hipoclorito pelo método iodométrico calcula-se a, pela relação estequiométrica baseada na equação química acima, concentração do componente ativo na amostra em termos da porcentagem em massa de cloro-ativo. Os alvejantes sólidos comerciais de boa qualidade, contêm cerca de 36-38% de cloro- ativo. Já as soluções de uso doméstico como, por exemplo, as bem conhecidas águas sanitárias, possuem de 2,0 a 2,5% em massa de cloro-ativo. Esta forma de expressar a atividade alvejante em termos do teor percentual de cloro- ativo, já se tornou corriqueira e está normalizada como padrão de qualidade de alvejantes a base de hipoclorito. O hipoclorito em meio ácido oxida quantitativamente o íon iodeto a iodo: OCl-(aq) + 2I - (aq) + 2H + (aq) I2 (aq) + Cl-(aq) + H2O(l) E este, por sua vez, é dosado por titulação com solução padronizada de tiossulfato de sódio, Na2S2O3: 2 S2O3 2- (aq) + I2 (aq) S4O62-(aq) + 2I-(aq) O amido é um indicador bem conhecido e é usado nas titulações redox envolvendo o iodo. O amido forma um complexo azul-escuro com o I2 e o ponto final da titulação é detectado quando a cor da solução titulada muda de azul para incolor. 2. Objetivos O objetivo deste experimento é determinar o teor de cloro-ativo em alvejantesoxidantes a base de hipoclorito. 4. Parte Experimental Com o uso de uma pipeta volumétrica, transferir uma alíquota de 25,0 mL da amostra de água sanitária para um béquer de 50 mL seco e previamente pesado. Determine a massa da amostra. Em seguida, transferir quantitativamente a amostra de água sanitária para um balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com água destilada e homogeneizar a solução. Em um erlenmeyer de 150 mL adicionar: 30,0 mL de água destilada, 10,0 mL de KI 5,00% (mv) e 10,0 mL (com pipeta volumétrica) da solução da amostra. Em seguida, com uma pipeta graduada ou proveta, adicionar 5 mL de ácido acético glacial, homogeneizar e iniciar a titulação com solução padronizada de Na2S2O3 (anote a concentração real) até a solução se tornar levemente amarelada. Neste ponto, adicione 5 gotas da solução de amido 1% (mv). Continue a titulação gota-a-gota até o desaparecimento da coloração azul do complexo iodo-amido (a solução fica incolor). Anote o volume de equivalência. Efetue mais duas determinações procedendo exatamente da mesma maneira, lembrando-se de adicionar a solução de ácido acético glacial somente no momento da titulação. 5. Resultados Com base nos dados obtidos, determine: (a) a densidade da amostra em gmL e (b) as porcentagens em massa, % (mm), e em volume, % (mv) de cloro-ativo na amostra de alvejante. 6. Referências Bibliográficas Skoog, D. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R., Fundamentos de Química Analítica, São Paulos: Thomson, 2004. Harris, C. D. Análise Química Quantitativa, LTC Editora, Rio de Janeiro, Tradução: Bonapace, J. A. P. e Barcia, O. E. 2005. Mendham, J.; Denney, R. C.; Barnes, J. D.; Thomas, M. J. K., Análise Química Quantitativa, Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2002. Baccan, N.; Andrade, J. C.; Godinho, O. E. S.; Barone, J. S., Química Analítica Quantitativa Elementar, Editora Edgard Blücher LTCA, São Paulo, 2001. EXPERIMENTO 04 : VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO – DETERMINAÇÃO DE CLORETO EM SORO FISIOLÓGICO (MÉTODO DE MOHR) 1- Tópicos que serão abordados neste experimento - Volumetria de precipitação - Constante do produto de solubilidade - Kps 2. Introdução Os métodos de precipitação são baseados em reações de formação de compostos pouco solúveis. As reações de precipitação devem satisfazer as condições gerais para que possam ser utilizadas como base do método volumétrico: (1) A reação de precipitação deve processar-se praticamente de forma quantitativa no ponto de equivalência, (2) completar-se em tempo relativamente curto e (3) oferecer condições para uma conveniente sinalização do ponto final. Em relação ao grau com que se completa, a reação pode ser estudada com base no produto de solubilidade do composto formado. Na prática, tais condições limitam muito o número de reações de precipitação utilizáveis. Muitas delas não podem servir em virtude da carência de meios apropriados para a localização do ponto final. Os métodos titulométricos de precipitação são numerosos e os métodos argentimétricos são os mais comuns. Estes métodos utilizam soluções de nitrato de prata para a determinação de haletos e outros ânions que formam sais de prata pouco solúveis. Na determinação do ponto final da titulação podem ser utilizados indicadores relativamente específicos, isto é, apropriados para uma dada reação de precipitação. Na análise titulométrica, em geral, a variação das concentrações dos íons reagentes em torno do ponto de equivalência depende grandemente do grau em que se completa a reação. Os fatores que determinam essa questão são o produto de solubilidade do precipitado e as concentrações dos reagentes. O ponto final nas titulações de precipitação pode ser determinado de duas formas: a) formação de um composto colorido (método de Mohr): esse método se aplica à determinação de cloreto (ou brometo) utilizando cromato de potássio como indicador. O cloreto é titulado com solução padrão de nitrato de prata. Um sal solúvel de cromato é adicionado como indicador. No ponto final da titulação, os íons cromato reagem com os íons prata para formar cromato de prata poucosolúvel, de cor vermelha, de acordo com a reação: 2Ag+(aq) + CrO4 2- (aq) Ag2CrO4(s) A concentração do indicador é importante e o Ag2CrO4 deve justamente começar a precipitar no ponto de equivalência, quando se tem uma solução saturada de AgCl. A titulação de Mohr deve ser efetuada em pH ao redor de 8,0. Se a solução for muito ácida (pH < 6,0), parte do indicador estará presente como HCrO4 - e mais Ag+ será necessário para formar o precipitado. Acima de pH 8,0 pode precipitar hidróxido de prata (pH 10,0). O pH pode ser convenientemente mantido pela adição de carbonato de cálcio sólido à solução. A titulação de Mohr é utilizada para determinar cloreto em soluções neutras ou não tamponadas, como por exemplo, a água potável. b) utilização de indicadores de adsorção (Método de Fajans): a ação desses indicadores se deve ao fato de, no ponto de equivalência, o indicador ser adsorvido pelo precipitado, ocorrendo mudança de cor. As substâncias empregadas podem ser corantes ácidos ou básicos como, por exemplo, a fluoresceína, a eosina e a rodamina. 3- Objetivo: O objetivo deste experimento é determinar a concentração de cloreto de sódio em uma amostra de soro fisiológico comercial utilizando o método de Mohr. 4- Parte experimental 4.1- Material - Bureta de 25,00 ou 50,00 mL; - Pipeta volumétrica de 25,00 mL; - Balão volumétrico de 100,0 mL; - Pipeta volumétrica de 10,00 mL; - Erlenmeyer de 200 mL; 4.2. Reagentes e Soluções - Solução de nitrato de prata (AgNO3, P. M. = 169,87) 0,1000 mol/L (esta solução estará previamente padronizada e os alunos DEVERÃO ANOTAR A CONCENTRAÇÃO REAL); - Solução do indicador de cromato de potássio (K2CrO4, P. M. = 194,2) 5% (m/v); - Solução de soro fisiológico 4.3- Procedimento Experimental Pipetar 25,00 mL do soro fisiológico e transferir o volume para um balão volumétrico de 100,0 mL. Completar o volume com água destilada, homogeneizar a solução, pipetar 10,00 mL do soro diluído e transferir o volume para um erlenmeyer. Adicionar 1,00 mL do indicador de cromato de potássio e titular com a solução de nitrato de prata, previamente padronizada. Anotar o volume gasto na titulação. Repetir o mesmo procedimento duas vezes. 5. Resultados Com base no volume gasto na titulação, calcule a porcentagem de cloreto no soro fisiológico e compare o resultado obtido com aquele informado no rótulo do produto. 6. Referências Bibliográficas Mendham, J.; Denney, R. C.; Barnes, J. D.; Thomas, M. J. K.. Análise Química Quantitativa, Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2002. Skoog, D. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R., Fundamentos de Química Analítica, São Paulo: Thomson, 2004. Harris, C. D. Análise Química Quantitativa, LTC Editora, Rio de Janeiro, Tradução: Bonapace, J. A. P. e Barcia, O. E. 2005. EXPERIMENTO 05 : ESPECTROFOTOMETRIA MOLECULAR NA REGIÃO DO VISÍVEL: DETERMINAÇÃO DE MANGANÊS EM UMA LIGA METÁLICA 1- Tópicos que serão abordados neste experimento - Espectrofotometria na região do UV-vis 2- Objetivos Determinação de Mn em uma amostra de prego por espectrofotometria molecular na região do visível. 2- PARTE EXPERIMENTAL 2.1- Comentário sobre o método de determinação Geralmente o manganês está presente no aço em quantidades pequenas (< 1 ou 2%), mas com o método espectrofotométrico, podemos determiná-lo com precisão. O periodato (como sal de sódio ou potássio) é um forte agente oxidante e pode converter o Mn(II) e Mn(VII), para a determinação espectrofotométrica, através da reação 2Mn2+ +5IO4 - + 3H2O → 2MnO4- + 5IO3 - +6H+ Íons coloridos como o cobre, cobalto e níquel podem causar interferências na medida da absorbância da solução púrpura de permanganato, mas são corrigidas pela medida da absorbância de uma amostra em branco. O branco contém todos os reagentes e tem como função subtrair a contribuição dos reagentes ou dos interferentes nas determinações. 2.2- Material - 1 frasco de Béquer de 100,0 ml - 1pipeta volumétrica de 5,0 ml - 1 espátula - espectrômetro - 2 balão volumétrico de 100,0 ml - cubetas espectrofotométricas - papel absorvente fino - chapa aquecedora 2.3- Reagentes e soluções - solução de ácido nítrico 1:3 - solução de ácido fosfórico a 85% - periodato de potássio 2.4- Parte experimental 2.4.1- Preparação da solução padrão de manganês (esta solução já estará pronta) Pesar aproximadamente 0,0100g de manganês metálico (>99,9% de Mn) e dissolvê-lo em 10,0 mL de solução de ácido nítrico 1:1. Aquecer a solução para remover os óxidos de nitrogênio, transferir para um balão volumétrico de 100,0 mL e diluir até o menisco com água destilada. 2.4.2- Preparação da amostra Pesar uma amostra de aproximadamente 0,5000 g de aço e transferir-las para frasco de Béquer de 100,0 ml. Adicionar 50,0 ml de solução de ácido nítrico 1:3 e aquecer para mineralizar. Manter em aquecimento durante alguns minutos para expelir os óxidos de nitrogênio. Adicionar, cuidadosamente, 1,0g de persulfato de amônio e aquecer brandamente por 10 a 15 minutos para oxidar compostos de carbono e destruir o excesso de persulfato. Resfriar a solução e transferi-la para balão volumétrico de 100,0 ml, completar o volume com água destilada e homogeneizar. Transferir 1 alíquota de 25,0 ml da solução contendo a amostra mineralizada para 1 frasco de Béquer numerado: Abancada. Adicionar 5,0 ml de solução de ácido fosfórico a 85%. Adicionar 0,25g de KIO4 à alíquota do béquer, aquecer até ebulição e mantê-la brandamente por 10 minutos. Resfriar a solução e transferi-la para um balão volumétrico de 100 ml e completar o volume com água destilada homogeneizando. Medir a absorbância dessa solução em cubeta de 1,0 cm a 545nm. 3- Resultados: 3.1- Determinar a percentagem do manganês na amostra por meio da interpolação da absorbância da amostra em uma curva de calibração fornecida pelo professor. 4. Referências bibliográficas: SKOOG, A.S.; WEST, D.M.; HOLLER, F.J. " Analytical Chemistry-An Introduction"- 6a ed., Saunders, Chicago, 1994. CHRISTIAN, G. -"Analytical Chemistry", Willey, 5a ed., New York, 1994. VOGEL, A.I., BASSEAT et al; “Vogel: Análise Inorgânica Quantitativa"; Guanabara Dois, Rio de Janeiro (1992). EWING, G. W. "Métodos Instrumentais de Análise Química"; Ed. Blucher Ltda, São Paulo (1972), cap. 3. PETERS, D.G.; HAYES, J.M. and HIEFTJE, G.M.; "Chemical Separations and Measurements; Saunders Co., Filadelfia, (1974), Cap.18. Skoog. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R., Fundamentos de Química Analítica, Thomson, São Paulo, 2004. Mendham, J.; Denney, R. C.; Barnes, J. D.; Thomas, M. J. K., Análise Química Quantitativa, LTC Editora, Rio de Janeiro, 2002. Experimento 06 : DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE NITROGÊNIO EM POLÍMEROS 1- Tópicos que serão abordados neste experimento - Análise volumétrica (titulação ácido-base e titulação de retorno) - Padrão primário - Indicadores - Determinação em branco - Método de Kjeldahl 1- lntrodução 1.1 - O Método de Kjeldahl Desenvolvido em 1883, o procedimento de Kjeldahl [1] é um dos métodos mais precisos e com muitas aplicações em laboratórios industriais, clínicos e de pesquisa. O método de Kjeldahl é utilizado para a dosagem de nitrogênio em materiais orgânicos e inorgânicos. O procedimento usual é eficiente para uma ampla variedade de compostos nitrogenados tais como, aminas,aminoácidos, proteínas, alcalóides. Por outro lado, não produz bons resultados para nitratos, cianetos, compostos do tipo azo e derivados da hidrazina. Entretanto, introduzindo certas modificações, o teor de nitrogênio nestes compostos pode ser quantitativamente dosado com excelente precisão. A determinação de nitrogênio no sangue e outros materiais biológicos, em cereais, leite em pó, fertilizantes e polímeros nitrogenados, utilizam o método de Kjeldahl rotineiramente. Neste método, a amostra contendo nitrogênio combinado, é primeiramente digerida em ácido sulfúrico em ebulição, que converte todo o nitrogênio ao íon amônio e oxida os demais elementos presentes: CH6N orgânico → NH4+ + CO2(g) + H2O O processo de digestão normalmente é lento e várias modificações foram introduzidas para aumentar sua velocidade. Sulfato de potássio é adicionado para elevar a temperatura de ebulição. Catalisadores tais como, Hg, HgO, CuSO4, Se ou misturas de Se - FeSO4, ao serem adicionados na mistura reacional, favorecem a decomposição da matéria orgânica. Uma parte do H2SO4 é simultaneamente reduzida a SO2 que por sua vez, no meio altamente ácido, facilita a redução do material nitrogenado ao íon amônio. Completada a digestão, a solução contendo NH4 + e largo excesso de ácido, é resfriada e cuidadosamente neutralizada seguida de excesso de hidróxido de sódio para converter todo íon amônio em amônia. Esta é destilada por arraste de vapor e recolhida numa solução de ácido bórico, H3BO3 4% (m/v). O íon dihidrogênio borato formado é titulado diretamente com solução padronizada de HCl. No ponto de equivalência, a solução conterá H3BO3 e NH4 +. No entanto, é necessário um indicador que tenha a faixa de transição de cor entre pH 5-6. Os indicadores Verde de Bromocresol ou a mistura Verde de Bromocresol-Vermelho de Metila funcionam satisfatoriamente. Uma das principais vantagens é que somente uma solução padronizada (HCl) é necessária, e a concentração exata do ácido bórico não é relevante, pois toda amônia destilada é equivalente ao H2BO3 - formado. Por outro lado, é necessário efetuar uma determinação "em branco", para descontar possíveis contaminantes nitrogenados que possam estar presentes nos reagentes. 2- Objetivos Determinar nitrogênio total em uma amostra de Nylon 6-6®, material polimérico inerte muito utilizado numa série de aplicações tecnológicas. 3- Parte Experimental 3.1- Materiais 1 funil pequeno espátula 1 aparelho de Kjeldahl 1 balão volumétrico de 100 mL 1 frasco erlenmeyer de 125-150 mL 1 bureta de 10,0 ou 25,0 mL 1 proveta de 100 mL 1 pipeta volumétrica de 20,0 ou 25,0 mL 3.2- Reagentes e soluções - Sulfato de sódio anidro, Na2SO4 - Solução de HCl 0,0100 mol/L - Sulfato de cobre, CuSO4 5H2O - Solução padrão de Na2B4O7 0,0100 mol/L - Ácido sulfúrico concentrado, H2SO4 - Solução 0,1% de vermelho de metila - Solução de sulfeto de sódio ou potássio - Solução concentrada de NaOH 30,0%(m/v) - Solução a 4% (m/v) de ácido bórico, H3BO3 - Amostras de polímero - Solução indicadora: 0,1 % de verde de bromocresol + 0,1% vermelho de metila 3.3- Procedimento 3.3.1- Padronizacão da solucão de HCl ~ 0,0100 mol/L (Esta solução estará pronta) A solução de HCl a ser utilizada no experimento foi previamente preparada e titulada como a seguir: A solução de HCI ~ 0,01 mol/l foi adicionada em uma bureta de 25,0 mL, previamente limpa e lavada com a própria solução de HCl a ser titulada. Em três erlenmeyers de 125-150 mL, pipetou-se 50,0 mL de água destilada e 5,00 mL da solução padrão de bórax (Na2B4O7.10H2O) e adicionou-se 3-5 gotas de vermelho de metila. A solução foi homogeneizada e titulada com a solução de HCl até a mudança de coloração para rosa. O mesmo procedimento foi repetido para os outros dois erlenmeyers. Os volumes gastos de HCL em cada titulação devem concordar entre 1-3%. O valor médio dos volumes de equivalência foi determinado e a concentração molar real da solução de HCl foi calculada. B4O7 -2 + 2H3O + + 3H2O → 4H3BO3 3.3.2- Digestão da amostra Pesar 2,000 g de Na2SO4, 0,6000 g de CuSO4, 0,1000 g de Nylon 6-6 ® (amostra - anote a massa real pesada) e transferir todos para um frasco de digestão de Kjeldahl previamente limpo, seco e identificado. Entregar o frasco de digestão para o técnico do laboratório. Etapas a serem realizadas pelo técnico: Adicionar à mistura, 1 gota de Hg metálico e 5,00 mL de H2SO4 concentrado. Encaixar os frascos no bloco de aquecimento para evitar respingos durante o processo de digestão, colocar um funil pequeno no gargalo de cada frasco. Aquecer brandamente até que a possível formação de espuma cesse. Então, aumentar a temperatura até completa oxidação, que deve levar cerca de 20 a 35 minutos até que a mistura reacional se torne clara. Concluída a digestão, retirar com cuidado os frascos do bloco de aquecimento e resfriar até a temperatura ambiente. Continuação do experimento pelos alunos: Após a total digestão das amostras e resfriamento do tubo digestor, transferir, quantitativamente, a solução do frasco digestor para um balão volumétrico de 100 mL. Completar o volume até a marca com água destilada e homogeneizar. Pipetar 20,0 mL desta solução e transferir para o frasco digestor. Em um erlenmeyer de 125-150 mL, adicionar 20,0 mL de solução de ácido bórico. Entregar para o técnico o tubo digestor e o frasco de erlenmeyer. 3.3.3- Destilação da amônia (etapa a ser realizada pelo técnico) As instruções de montagem da aparelhagem para a destilação da amônia, serão fornecidas no decorrer do trabalho. Pipetar 20,0 mL da amostra e transferir para o tubo de digestão. Em seguida serão adicionados 5,00 mL de solução alcalina de sulfeto de sódio. Cuidadosamente, adicionar à mistura, 10,0 mL de solução concentrada de NaOH. Essa quantidade é suficiente para neutralizar todo o H2SO4 presente e ainda garantir um excesso de base. Em seguida conectar a entrada de vapor, fechar todas as ligações com cuidado de modo a evitar qualquer vazamento. Ligar o sistema de geração de vapor, e destilar por cerca de 30 minutos para garantir que toda amônia foi transferida e recolhida num erlenmeyer contendo 20,0 mL de solução resfriada de ácido bórico já contendo 3-5 gotas do indicador misto. Lembre-se de colocar a saída do condensador imersa na solução fria do ácido bórico. Desligar o gerador de vapor, e lavar a parte interna do condensador com alguns mililitros de água destilada, obviamente recolhendo as águas de lavagem no frasco coletor. Retire e lave a ponta do condensador com um pouco de água destilada para não perder solução de ácido bórico, e evitar resultados errôneos. 3.3.4- Titulacão de retorno (realizada pelos alunos) Após a destilação da amônia e coleta da mesma no erlenmeyer contendo o ácido bórico, este será devolvido pelo técnico a cada grupo. Os alunos devem continuar o procedimento, através da realização de uma titulação. Titular todo o conteúdo do erlenmeyer com a solução padronizada de ácido clorídrico e observar o ponto de equivalência. O ponto de equivalência será indicado pela mudança da coloração de verde para violeta. Proceder cuidadosamente, para evitar colocar excesso de titulante à solução. Quando perceber que o ponto final está próximo, adicionar o titulante gota-a-gota, sempre mantendo boa homogeneização. 4- Resultados Calcular a porcentagem de nitrogênio total na amostra. 5- Referências Bibliográficas 1. I. M. Kolthoff et aI., Quantitative ChemicaI AnaIysis, Macmillan, 2nd ed., New York,1969 2. A. I. Vogel, Textbook of Quantitative Inorganic AnaIysis, 4th ed., revised by, J. Basset,R. C. Denney, G. H. Jeffery and J. Mendham, Longman, London, 1978. (Existe edição em português pela editora Guanabara Dois) 3. D. A. Skoog & D. N. West, Fundamentais of Analytical Chemistry, Holt, Rinehart & Winston Inc., New York, 1963. (Existe edições em castelhano). 4. G. H. Ayres, Analisis Químico Cuantitativo, Harbra, Madrid, 1970. 5. D. J. Pietrzyk & C. W. Frank, AnaIyticaI Chemistry, 2nd. ed., Academic Press, New York, 1979. 6. Skoog. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R., Fundamentos de Química Analítica, Thomson, São Paulo, 2004 7. Mendham, J.; Denney, R. C.; Barnes, J. D.; Thomas, M. J. K., Análise Química Quantitativa, LTC Editora, Rio de Janeiro, 2002. EXPERIMENTO 07 : DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ACÉTICO EM AMOSTRA DE VINAGRE POR POTENCIOMETRIA 1- Introdução: Um exemplo de aplicação do método potenciométrico de análise, pode ser a determinação de acidez de diferentes tipos de amostras, como por exemplo, soluções de ácido acético. O ácido acético (HAc) é um ácido orgânico fraco de Ka = 1,8 x 10-5, que em água se dissocia parcialmente gerando os íons acetato (Ac-) e o próton H+ (forma simplificada de H3O +), segundo a reação: Este ácido é utilizado amplamente na indústria química na forma de ácido acético glacial (densidade 1,053 e 99,8% peso/peso; 3,5 a 8% peso/volume), como vinagre, ou na forma de soluções diluídas de diferentes concentrações. A legislação brasileira define o vinagre como o produto da fermentação acética do vinho e deve conter acidez volátil mínima de 40 g/L (4%), expressa em ácido acético e máxima de 8%. Os vinagres mais comuns, comercializados no Brasil são provenientes de sucos de frutas, como uva e maça, ou obtidos a partir do álcool. Sua composição é bastante complexa, contendo outros ácidos, éteres, ésteres, corantes naturais, sais minerais, etc., dependendo da matéria prima de partida. Em uma titulação potenciométrica, as variações no potencial de uma célula galvânica são observadas em função da quantidade do titulante adicionado. Esta técnica oferece uma série de vantagens com relação a outros métodos de determinação do ponto de equivalência. Por exemplo, em sistemas que se apresentam intensamente coloridos, o método visual de determinação do ponto final impede a observação da transição de cor de um indicador. Além disso, é desnecessária a utilização de um branco como referência, caso da espectrofotometria UV-Vis (molecular). O equipamento necessário para conduzir uma titulação potenciométrica é relativamente simples, como mostra o esquema da Figura 1. Em titulações ácido-base normalmente se utiliza um eletrodo combinado de vidro (caso da Figura 1), substituindo os eletrodos indicador e de referência. O instrumento é constituído de um pHmetro, uma célula de titulação, uma bureta contendo o titulante padrão e um eletrodo. Para manter uma agitação eficiente e contínua da solução, utiliza- se um agitador magnético. Normalmente, o titulante pode ser adicionado rapidamente no início da titulação, até 80-85% do volume requerido para atingir o ponto de equivalência. A partir deste volume, até ultrapassar o ponto de equivalência, o titulante deve ser adicionado em pequenos incrementos e, após cada adição, aguarda-se o tempo suficiente para atingir o equilíbrio, a fim de permitir que o potencial do eletrodo indicador se mantenha razoavelmente constante. Em seguida, volta-se a adicionar maiores volumes de titulante. Para a determinação dos pontos de equivalência, uma titulação prévia deve ser conduzida, com o objetivo de se conhecer a partir de qual volume de titulante os incrementos deverão ser menores e de mesma magnitude, até ultrapassá-lo. H++H3C C O OH H3C C O O- H++H3C C O OH H3C C O OH H3C C O O- H3C C O O- Figura 1: Esquema dos equipamentos básicos para uma titulação potenciométrica. 2- PARTE EXPERIMENTAL: 2.1- Materiais: - 2 béqueres de 100,0 mL - 1 pipeta volumétrica de 3,0 mL - 1 agitador magnético e barra magnética - 1 bureta de 25,0 mL- 1 pHmetro - 1 eletrodo de vidro - papel absorvente 2.2- Reagente e Soluções: - Solução Padronizada de hidróxido de sódio (0,1000 mol/L) - Amostra de Vinagre comercial - água destilada 3- Preparo e Padronização da Solução de NaOH: (essa solução já estará preparada). Pesar 1,00 g de NaOH e transferir para um béquer de 100 mL. Dissolver o hidróxido com água destilada e transferir a solução para balão volumétrico de 250 mL. Completar o volume do balão volumétrico com água destilada. Em seguida, pesar uma massa de ftalato ácido de potássio necessária para padronizar a solução de NaOH 0,10 mol/L. Transferir para o erlenmeyer de 125 mL, dissolver com 25 mL de água destilada e adicionar 3 gotas de indicador fenolftaleína. Titular com a solução de NaOH até a viragem do indicador. 3.2.- Titulação Potenciométrica da acidez do vinagre. Agitador magnético Béquer contendo a amostra Bureta Barra agitadora Eletrodo de vidro 6,98 pHmetro Agitador magnético Béquer contendo a amostra Bureta Barra agitadora Eletrodo de vidro 6,98 pHmetro Montar o sistema apresentado na Figura 1. O eletrodo e o potenciômetro são instrumentos delicados, que exigem manuseio cuidadoso tanto durante a montagem, quanto durante o experimento. Transferir com uma pipeta volumétrica 3,0 mL da solução (amostra de vinagre) a ser titulada para um béquer de 100 mL. Diluir com 40,0 mL de água destilada e acoplar ao sistema potenciométrico para titulação. Efetuar a titulação adicionando a solução de NaOH 0,1000 mol/L (Anote a concentração real), previamente padronizada, em intervalos, como a seguir: De zero a 20,0 mL adicionar incrementos de 1,0 mL. De 20,0 a 22,0 mL adicionar incrementos de 0,5 mL. De 22,0 a 25,0 mL adicionar incrementos de 0,1 mL. De 25,0 mL a 30,0 mL adicionar incrementos de 0,5 mL. De 30,0 a 40,0 mL adicionar incrementos de 1,0 mL. Para cada incremento de volume adicionado, anotar o pH registrado no equipamento. 4- Resultados: a) Construir o gráfico de pH observado, em função do volume de titulante adicionado. Faça também gráficos de primeira e segunda derivada. b) Determinar pelo método de Gran, o ponto de equivalência referente à titulação. c) Calcular a concentração e a porcentagem de ácido acético na amostra. 5. Referências Bibliográficas: SKOOG, D. A. "Principles of Instrumental Analysis"- 3a ed., New York, Saunders, 1985. Skoog. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R., Fundamentos de Química Analítica, Thomson, São Paulo, 2004. Mendham, J.; Denney, R. C.; Barnes, J. D.; Thomas, M. J. K., Análise Química Quantitativa, LTC Editora, Rio de Janeiro, 2002. Skoog, D. A.; Holler, F. J.; Nieman, T. A., Principles of Instrumental Analysis, Saunders College Publishing, Philadelphia, 1998. Harris, C. D. Análise Química Quantitativa, LTC Editora, Rio de Janeiro, Tradução: Bonapace, J. A. P. e Barcia, O. E. 2005. EXPERIMENTO 08: ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO 1. Introdução A espectroscopia no infravermelho tem se tornado uma das técnicas mais importantes para a caracterização de polímeros, no que diz respeito à sua natureza física e química. Esta técnica apresenta grandes vantagens, como, por exemplo, a possibilidade de obtenção de um grande número de dados extraídos com rapidez. Desde que estes dados sejam adequadamente interpretados e tratados, poderão permitir análises qualitativas equantitativas a respeito do material analisado. Por outro lado, as dificuldades mais frequentemente encontradas na utilização desta técnica estão relacionadas a: i) A preparação da amostra; ii) A concentração de cada componente investigado deve ser compatível com a sensibilidade e o limite de detecção da técnica; iii) A natureza da análise pretendida; iv) A interpretação do resultado gerado; v) A necessidade do estabelecimento de curvas de calibração, muitas vezes imprescindível em análises quantitativas. Do espectro de infravermelho é possível obter informações qualitativas e quantitativas acerca dos seguintes detalhes estruturais da amostra: 1) Natureza química: unidade estrutural de polímeros, tipo e grau de ramificações de amostras orgâncicas, finais de grupo, aditivos de polímeros, impurezas, etc. 2) Ordem “estérica”: isomerismo cis-trans, estereoregularidade. 3) Ordem conformacional: ordenamento físico de cadeias de polímeros. 4) Ordem de estado: cristalino, mesomórfica e fase amorfa; número de cadeias por cela unitária, forças intermoleculares, espessura lamelar. 5) Orientação: tipo e grau de alinhamento preferencial de cadeias de polímeros e grupos laterais em matérias anisotrópicos. Independente do objetivo de análise por espectroscopia no infravermelho, esta deve ser complementada com outra técnica. Existem inúmeras técnicas complementares indicadas à espectroscopia no infravermelho, entre as quais podemos mencionar: ressonância magnética nuclear (RMN ou NMR), do próton ou do hidrogênio (RMN-1H) e do carbono 13 (RMN- 13C); análises térmicas, cromatografia gasosa (CG), cromatografia líquida de permeação em gel (GPC) e microscopia ótica. Algumas destas técnicas de caracterização podem ser acopladas aos modernos instrumentos de infravermelho, permitindo medidas de espectros de infravermelho simultâneas a outros procedimentos químicos ou analíticos. A técnica de infravermelho detecta a absorção de energia em função do comprimento de onda da radiação incidente. Este processo ocorre no caso do infravermelho quando a vibração molecular resulta em uma mudança no momento de dipolo como consequência de uma mudança na distribuição eletrônica da ligação entre os átomos da molécula. Pode-se estimular as transições entre níveis de energia através da interação com radiação eletromagnética de frequência apropriada. Quando as moléculas absorvem radiações na região do infravermelho, esta energia é suficiente apenas para excitar seus estados rotacionais e vibracionais, e a relaxação desta energia se dá na forma de calor que é transferido para a vizinhança. O objetivo desta prática é caracterizar material polimérico, por meio da interpretação e da atribuição de suas principais bandas na região do infravermelho. 2- Parte Experimental 2.1- Material - amostra de polímero - espectrofotômetro de infravermelho. 3- Referências Bibliográficas Siesler, H. W..; Holland-Moritz, K. Infrared and Raman Spectroscopy of Polymers. Marcel Dekker, Inc. New York, 1980. Campbell, D.; White, J. R. Polymer Characterization- Physical Techniques. Chapman and Hall, 1989. Agnelli, J. A. M.; Canevarolo, S. V.; Rosalini, A. C. Espectroscopia no Infravermelho. EXPERIMENTO 09 (demonstrativo) : MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) 1. Introdução A Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) é uma técnica utilizada para análises de amostras não transparentes a elétrons (condutoras de elétrons). A MEV é comumente utilizada para a análise de materiais tecnológicos, tais como, polímeros, metais, cerâmicas, entre outros. Por meio da MEV pode-se analisar a morfologia do material de interesse com resolução maior que a de um microscópio ótico comum. O princípio da técnica se fundamenta na incidência de um feixe de elétrons de alta energia em um determinado ponto da amostra, o que causa emissão de elétrons com grande espalhamento de energia. Estes elétrons são coletados e amplificados para fornecer um sinal elétrico. Informações topográficas são obtidas utilizando-se elétrons de baixa energia (da ordem de 50 eV), e informações sobre número atômico ou orientação cristalográfica são obtidas utilizando-se elétrons de alta energia. A interação de um feixe de elétrons de alta energia com a superfície da amostra resulta na emissão de elétrons e raios-X com uma faixa de distribuição de energia e, em alguns casos, com emissão de radiação catodoluminescente que possui menor energia de raios-X. Os elétrons gerados pela interação do feixe primário com a amostra podem ser divididos em três tipos: retroespalhados, secundários e Auger. Elétrons retroespalhados podem ser emitidos devido a espalhamento elástico, a espalhamento de plasmons (oscilações coletivas e quantizadas dos elétrons da banda de condução) ou transições interbandas e espalhamento inelástico. Elétrons espalhados elasticamente saem basicamente com a mesma energia que o raio incidente, enquanto que os espalhados inelasticamente geralmente sofrem várias interações de espalhamento e saem da amostra com um espectro de energia menor que a energia do feixe. As oscilações de plamons e as transições de elétrons da amostra entre diferentes bandas de energia requerem uma quantidade de energia específica para provocar espalhamento de elétrons, a qual difere de elemento para elemento e algumas vezes difere também se os elementos estão presentes como elementos puros ou ligados a outros elementos. Quando um elétron de uma camada interior de um átomo é arrancado por um elétron de alta energia (do feixe primário), o átomo pode retornar ao seu estado de energia original com movimentação de um elétron de uma camada mais externa para a camada interior vacante. Neste processo, existe liberação de energia, que é acompanhada ou pela emissão de um fóton ou pela emissão de outro elétron da camada mais externa. A emissão de fóton resulta no espectro característico de raios-X e a emissão de elétrons é conhecida como efeito Auger. Também neste caso, as energias tanto do fóton como do elétron emitidos são características dos elementos que os gerou, possibilitando a obtenção de informações das características químicas do material. Elétrons secundários são os mais importantes para a formação da imagem de MEV. São elétrons de baixa energia e são formados pela excitação de elétrons fracamente ligados ao núcleo, devido à interação com elétrons primários ou elétrons espalhados de qualquer tipo, de alta energia, passando próximo à superfície. A imagem observada em um MEV resulta da variação de contraste que ocorre quando o feixe se move de ponto a ponto sobre a superfície da amostra. Variações de sinal detectado de diferentes pontos podem ocorrer devido à variação do número de elétrons emitidos da superfície, ou devido à variação do número de elétrons que atingem o detector. Entre os tipos de contraste que podem ser observados devido à emissão de elétrons secundários ou retroespalhados podem ser mencionados o contraste topográfico e o de número atômico. O contraste topográfico pode ser obtido de superfícies contendo relevo, utilizando-se tanto elétrons retroespalhados como elétrons secundários, uma vez que a geração desses tipos de elétrons é fortemente dependente do ângulo de coleta dos elétrons emitidos. Variações localizadas do ângulo de inclinação da superfície podem impedir alguns elétrons de atingir o coletor, sendo esse efeito mais acentuado para elétrons retroespalhados cujas trajetórias são pouco afetadas por um potencial de 200 V no detector.Contraste de número atômico ocorre porque a quantidade de emissão correspondente a elétrons de alta energia (acima de 100 eV) aumenta linear e rapidamente com o número atômico até Z = 45 e depois mais lentamente para os elementos mais pesados. Deste modo, é possível utilizar imagens de elétrons retroespalhados para detectar diferenças de composição caso estas diferenças resultem em diferentes números atômicos. Contraste de números atômicos permite, sob condições ideais, distinguir elementos de números atômicos adjacentes até Z = 20. O objetivo desta prática é analisar a morfologia de uma amostra com o emprego de um microscópio eletrônico de varredura. 2- Parte Experimental - Amostra (será fornecida pelo CCDM-DEMA) - Microscópio eletrônico de Varredura (Localizado no CCDM-DEMA) 3- Referências Bibliográficas Goldstein, J. I.; Newbury, D. E.; Echlin, P.; Joy, D. C.; Romig Jr., A. D.; Lyman, C. E.; Fiori, C.; Lifshin, E. Scanning Electron Microscopy and X-Ray microanalysis, 2nd edition, Plenum Press, New York, 1992. Kestenbach, H. J.; Botta Filho, W. J. Microscopia Eletrônica de Transmissão e Varredura – ABM, São Paulo, 1989. Skoog, D. A.; Holler, F. J.; Nieman, T. A., Principles of Instrumental Analysis, Philadelphia, Saunders College Publishing.
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