Aula 4 - Linguagem e Público-alvo

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AULA 4: LINGUAGEM E PÚBLICO-ALVO 
Jornalismo especializado 
JORNALISMO ESPECIALIZADO 
Aula 4: Linguagem e Público-alvo 
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Jornalismo especializado 
Objetivos 
1. Compreender o discurso especializado no jornalismo 
como um texto diferenciado, mas essencialmente 
jornalístico; 
2. Descrever as características do texto no jornalismo 
especializado; 
3. Descrever as funções do texto no Jornalismo 
Especializado; 
4. Conhecer a natureza específica da relação que se 
estabelece entre público e veículo no Jornalismo 
Especializado. 
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Jornalismo especializado 
Apresentação dos trabalhos solicitados 
Após apresentação das equipes de suas análises de conteúdos das editorias em jornais 
Diários ou da reformulação de uma reportagem (conforme solicitado na aula anterior) e tomando por 
base observações feitas pelos alunos e/ou ressaltadas pelo professor a respeito das especificidades das 
diversas seções se faz necessário introduzir o tema do estatuto da notícia no jornalismo especializado. 
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Jornalismo especializado 
O texto especializado para o público segmentado – O estatuto da notícia 
O jornalismo se especializou até o final do século XX em se comunicar com um público vasto e amorfo, o 
que significava que seu principal produto – a notícia – deveria ser embalada de um modo adequado 
para o consumo genérico. A notícia era regida por um caráter de relevância e do que como um todo 
interessava a sociedade. 
Com o surgimento de públicos de interesses específicos, esse caráter de relevância e interesse se 
mescla com emergência de tecnologias de informação capazes de se dirigir diretamente a esses nichos 
sociais. Na chamada pós-modernidade, a identidade tal como é diagnosticada por Stuart Hall é 
contraposta a uma multiplicidade de referenciais se oferece hoje ao cidadão, com seus interesses 
bastante específicos. 
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A identidade cultural na pós-modernidade: Fragilidade e deslocamento 
Duas citações: 
“A fragilidade e a condição eternamente provisória da identidade não podem mais ser ocultadas. O 
segredo foi revelado. Mas esse é um fato novo, muito recente” (BAUMAN, 2005, p.22). 
“As velhas identidades, que, por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo 
surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito 
unificado. A assim chamada “crise de identidade” é vista como parte de um processo mais amplo de 
mudança, que está deslocando as estruturas e os processos centrais da sociedades modernas” (HALL, 
2001, p.7). 
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O jornalismo especializado nesse cenário 
Nesse frágil e deslocado ambiente, o jornalismo 
especializado se insere. Múltiplos referenciais convivem 
com interesses específicos. A segmentação dos mercados, 
de que participa a indústria da informação, faz parte de 
um processo de fragmentação da sociedade que instaura 
uma nova ordem econômica mundial não mais pautada na 
homogeneização ou na padronização e, sim, na 
diferenciação e na personalização do consumo. Uma nova 
concepção de público se faz mister. Um público híbrido e 
ao mesmo tempo especializado. 
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Público-alvo 
Uma nova realidade midiática e social (ou, como lembrava McLuhan, tecnologia significa revolução 
social) se impõe e reconfigura as estabelecidas relações entre mídia, público e informação. A cobertura 
jornalística mais genérica tem pouco a oferecer a leitores-espectadores ou a “interatores” com 
interesses tão diferenciados. O jornalismo especializado surge e se desenvolve a partir da necessidade 
por informações dirigidas para essas audiências específicas, isto é, informações capazes de atender às 
expectativas e exigências do público-alvo. 
Em termos práticos, isso significa que a notícia adquire um novo estatuto no jornalismo especializado. 
Ela se afasta do factual. O jornalismo especializado abre-se a temas e problemas de outra ordem, a 
públicos de uma nova era. Na rede ou nos demais veículos, os consumidores (ávidos por novos temas) 
são também produtores de notícias. 
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Informação, público-alvo 
A informação jornalística não é conteúdo privilegiado do 
jornalismo especializado, mas encontra neste a “mínima 
heterogeneidade possível em jornalismo” (LAGE, 2008, 
p.113) quando voltada para o público-alvo de publicações 
hipersegmentadas no mercado editorial ou na internet. 
Como cantou Paulinho Moska em “A seta no alvo”: “Sua 
meta é a seta no alvo, mas o alvo na certa não te espera”. 
Tal metáfora parece precisa aos olhos do jornalismo 
especializado. 
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Jornalismo especializado 
Público-alvo 
Uma nova realidade se impõe e reconfigura as relações entre mídia, público e informação. A cobertura 
jornalística de caráter generalista tem pouco a oferecer a leitores-espectadores com interesses tão 
diferenciados e já nem tão engajados em um debate sobre questões e problemas da coletividade. O 
jornalismo especializado surge e se desenvolve a partir de uma demanda por informações dirigidas para 
essas audiências específicas, isto é, informações capazes de atender às necessidades, expectativas e 
exigências do público-alvo. 
Na prática, isso significa que a notícia adquire outro estatuto no jornalismo especializado. Ela se descola 
do factual, uma vez que seu referente deixa de ser o acontecimento, em geral inesperado, que irrompe 
como uma disfunção no cotidiano da sociedade, isto é, o fato novo e impactante de interesse geral para 
uma comunidade. O jornalismo especializado abre-se a temas e problemas de outra ordem. 
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Público-alvo e texto especializado 
Em contraste com o tratamento simplesmente noticioso de um tema, o jornalismo especializado precisa 
de contextualização, aprofundamento e do tratamento técnico-profissional do assunto. A tendência é 
que isso se amplifique na medida mesma da especialização do veículo, isto é, da delimitação cada vez 
mais precisa de seu público-alvo: uma revista de pesca ou de música direcionada a leitores com 
interesses profissionais na área difere daquela voltada para apaixonados por essa arte na escolha e no 
tratamento de seus temas. 
“O jornalista, nesse sentido “não deve somente conhecer a técnica de pesquisar *...+. Por mais 
competente e inteligente que seja não consegue bons resultados ao redigir sobre um assunto que 
ignora” (ERBOLATO, 1980, p.12). O texto deve ser pensado em função de um outro público e 
profundamente estudado, a pesquisa é uma premissa básica, mas nomenclaturas, conceitos, termos 
devem ser trabalhados e contextualizados no texto voltado ao segmento especializado. 
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Jornalismo especializado 
Proposta de atividades 
No jornalismo especializado, o receptor é valorizado por 
seu próprio conhecimento do assunto. O olhar do receptor 
(ou “participador” como chamou o artista Hélio Oiticica) 
de certa forma confirma a especificidade do estatuto da 
notícia no jornalismo especializado – entendida no sentido 
mais amplo de informação jornalística – viabiliza a 
abordagem de temas que não encontrariam lugar no 
jornalismo generalista. Assim, podemos considerar o 
jornalismo especializado como espaço democrático e 
aberto às mais diversas experiências sociais. 
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Bibliografia 
BAUMAN, Zygmunt. Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 
2005. 
 
ERBOLATO, Mário. Jornalismo especializado. Rio de Janeiro: 
Atlas, 1981.HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de 
Janeiro: DPeA, 2001. 
 
LAGE, Nilson. A reportagem. Rio de Janeiro: Record, 2008. 
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Saiba mais 
GESTOR. Como definir um público-alvo. Disponível em: 
http://gestor.pt/como-definir-um-publico-alvo/. Acesso 
em 11 nov. 2016. 
MOSKA, P. A seta e o alvo. Disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=JEPLF8vdO54. 
acesso em 11 nov. 2016. 
SANTAELLA, Lucia. Da convivência à convergência das 
mídias. In: Culturas e artes do pós-humano. São Paulo: 
Paulus, 2003. 
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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
Introdução às especificidades no 
jornalismo especializado; 
 
A formação do jornalista especializado; 
 
A economia: Especificidade do jornalismo. 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO.