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PLANEJAMENTO E OCUPAÇÃO TERRITORIAL PLANEJAMENTO TERRITORIAL E AMBIENTAL INTRODUÇÃO Planejamento – Processo de organização previa das atividades futuras com base no conhecimento do passado, para se atingir um objetivo ou meta. Planejamento Ambiental – Processo de organização do trabalho de uma equipe para consecução de objetivos comuns, de forma que os impactosequipe para consecução de objetivos comuns, de forma que os impactos resultantes que afetam negativamente o ambiente em que vivemos sejam minimizados e que os impactos positivos sejam maximizados. Planejamento é uma ferramenta de gestão. É um processo de organização de tarefas para se chegar a um fim, com fases características e seqüenciais. - Identificar o objeto do planejamento, - Criar uma visão sobre o assunto, - Definir o objetivo do planejamento, - Determinar uma missão ou compromisso para se atingir o objetivo do planejamento, - Definir políticas e critérios de trabalho, - Estabelecer metas e desenvolver um plano de ações necessárias para- Estabelecer metas e desenvolver um plano de ações necessárias para se atingir as metas e cumprir a missão e objetivos, - Estabelecer um sistema de monitoramento, controle e análise das ações planejadas, - Definir um sistema de avaliação sobre os dados controlados, - Prever a tomada de medidas para prevenção e correção quanto aos desvios que poderão ocorrer em relação ao plano. A ECO-92 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, 1992, estabeleceu 27 princípios que ligam meio ambiente e desenvolvimento, criando as principais diretrizes globais para proteção ambiental em relação ao desenvolvimento. Agenda 21 - É um programa, composto de vários planos representados pelos seus capítulos, para adoção de medidas e ações que venham apelos seus capítulos, para adoção de medidas e ações que venham a auxiliar no desenvolvimento da civilização de forma sustentada em suas dimensões sociais e econômicas, Prevê a conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento, o fortalecimento do papel dos principais grupos envolvidos e os meios para implementação do programa. A Conferência determina que a Agenda 21 seja implementada em cada país, que deve elaborar seu próprio plano (Agenda 21 Nacional). Quando necessário, cada unidade de divisão política de cada nação deve ter sua própria agenda. A Agenda 21 é, portanto, um programa para o planejamento estatal em cascata, atingindo todos os níveis em relação ao desenvolvimento e preservação ambiental, com o objetivo de melhoria da qualidade de vidapreservação ambiental, com o objetivo de melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade da civilização como um todo. Em seu capítulo 7, faz referência particular para o planejamento rural e urbano, recomendando a avaliação das atividades humanas do uso da terra e a ordenação desejada dos espaços dentro dos preceitos de desenvolvimento sustentável (econômico, político, social, ambiental e cultural). PLANEJAMENTO AMBIENTAL Os recursos naturais, o meio ambiente construído e os ecossistemas não constituem categorias abstratas num eventual modelo de planejamento, mas realidades concretas, espaciais e territoriais, muito bem interrelacionadas. Sociedade e meio ambiente estão intimamente relacionados e constituem subsistemas, formando um sistema global e condicionando- se mutuamente. O potencial de desenvolvimento de uma sociedade depende, em grande parte, de sua base ecológica – os seus recursos naturais – enquanto o tipo e grau de desenvolvimento afetam diretamente a base ambiental A incorporação da dimensão ambiental no planejamento consiste na análise sistemática, no decorrer de todo processo de planejamento, das oportunidades e das potencialidades, bem como dos riscos e perigos inerentes ä utilização dos recursos ambientais da sociedade para seu desenvolvimento. No planejamento estratégico do desenvolvimento local e regional exploram-se e geram-se influências sobre a reorganização territorialexploram-se e geram-se influências sobre a reorganização territorial futura; e, em sentido contrário, como o planejamento de ações de ordenação do território podem influir no processo de desenvolvimento local e regional. Partindo-se deste ponto de vista, é mister determinar quais são os aspectos relevantes em um processo de desenvolvimento local e regional para o ordenamento territorial. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL O planejamento ambiental é organizado em uma estrutura que envolve várias fases: Preparação ou inventário – Que elementos devem ser estudados? Qual sua importância relativa? Como deverão se integrados? Diagnóstico ou análise – Quais são as potencialidade e fragilidades do meio? Qual foi a evolução temporal das condições? Quais são as pressõesmeio? Qual foi a evolução temporal das condições? Quais são as pressões sobre o meio? Proposição – Qual é o modelo de organização territorial mais adequado? Como minimizar os problemas existentes? Tomada de decisão – Que ações de planejamento serão implementadas? Qual será a ordenação técnica e política da área? PLANEJAMENTO AMBIENTAL NO BRASIL A linha mestra da atual política ambiental é vista a partir dos anos 1930, com a constituição do Código das águas, do Código Florestal e da Lei de Proteção à Fauna. Assim, as diretrizes ambientais legais eram setorizadas, até que em 1981 foi promulgada a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA – Lei 6.938/81), que criou o sistema Nacional de meio Ambiente (SISNAMA) e o6.938/81), que criou o sistema Nacional de meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Esta Lei formulou diretrizes de avaliação de impactos, planejamento e gerenciamento, de zoneamentos ambientais, usando como unidades de planejamento as bacias hidrográficas e foi a primeira proposta explícita de planejamento ambiental no Brasil, como forma de orientação de ordenamento territorial. Em 1986 foi aprovada a Resolução CONAMA no 1, que criou obrigatoriedade de estudos de impacto ambiental para uma vasta gama de atividades, munindo como consequência os órgãos estaduais de meio ambiente (responsáveis pela gestão) de grande quantidade de dados ambientais. Na década de 1990, o planejamento ambiental foi incorporado aos planos diretores municipais, possibilitando o aumento ainda maior de informaçõesdiretores municipais, possibilitando o aumento ainda maior de informações sobre qualidade de vida, desenvolvimento sustentável, sociedade e meio ambiente. Entretanto, apesar destes avanços, ainda é comum o domínio da economia e da engenharia na tomada de decisões, nem sempre sendo consideradas de forma adequada as questões ecológicas e socioculturais. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL O planejamento ambiental pode ser feito, em diferentes formas de expressão, em função dos objetivos e tema central enfocado, sendo vários os instrumentos para alcançar estes objetivos: - Zoneamentos - Planos diretores urbano-ambientais- Planos diretores urbano-ambientais - Estudos de impacto ambiental - Planos de bacias hidrográficas - Planos de manejo, etc. Estes instrumentos atuam sobre o meio natural e atividades produtivas. ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO O planejamento ambiental é compreendido como um planejamento de uma região, visando integrar informações, diagnosticar ambientes, prever ações e normatizar seu uso através de uma linha ética de desenvolvimento. O planejamento ambiental se faz necessário, pois analisa sistematicamente as potencialidades e riscos inerentes à utilização dos recursos naturais para o desenvolvimento da sociedade. Zoneamento ambiental nada mais é do que o planejamento da ocupação espacial de forma sistemática e ordenada e de acordo com as características e potencialidades do meio (físicas, bióticas e socioeconômicas).A distribuição espacial das atividades humanas e suas construções, intercaladas a ambientes naturais e áreas rurais, têm elementos variados que formam um único conjunto. Mas o conflito entre ocupação humana, economia e preservação ambiental está distante da harmonia. Para nortear a gestão equilibrada do território são necessários instrumentos de planejamento e ordenação das atividades. Entre eles, o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) coloca-se como a principal ferramenta de planejamento ambiental no Brasil. É um instrumento de planejamento estratégico direcionado para o ordenamento territorial, que estabelece medidas e padrões de proteção ambiental, destinados a assegurar o uso integrado dos recursos naturais e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. Os processos de industrialização, de urbanização e crescimento demográfico, degradação e poluição ambiental, ao disputar o espaço limitado da terra e da natureza, entram muitas vezes em confronto com o desenvolvimento sustentável, tornando mais necessário ainda a realização do planejamento ambiental aliado ao zoneamento ecológico- econômico. Assim, é necessário a instituição de um instrumento de organização do território, a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, que estabeleça medidas e padrões de proteção ambiental, dos recursos hídricos e do solo e de conservação da biodiversidade, fomentando o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. O zoneamento ambiental pode ser dividido em urbano e rural. Planejamento físico urbano – É representado pelo plano diretor urbano municipal e pelos planos de parques e jardins, etc. Planejamento físico rural – É um plano com a classificação para uso dos solos. Atualmente, fala-se em plano diretor rural municipal e alguns municípiosAtualmente, fala-se em plano diretor rural municipal e alguns municípios começam a realizá-lo, mas é mais comum o planejamento de propriedades rurais e unidades de conservação. A concretização da importância do planejamento ambiental para a sociedade revela-se com a utilização do Zoneamento Ecológico- Econômico como seu subsídio. O ZEE do território proporciona benefícios para a sociedade: - Contribui para melhorar a eficácia das políticas públicas de desenvolvimento e de meio ambiente; - Melhora a capacidade de percepção das relações entre os diversos componentes ambientais, bem como as próprias funções ecossistêmicas e seus limites de sustentabilidade; - Melhora a capacidade de prever os impactos ambientais e sociais,- Melhora a capacidade de prever os impactos ambientais e sociais, decorrentes dos processos de desenvolvimento; - Identifica os sistemas ambientais capazes de prover serviços ambientais, cujo não-uso seja importante recurso para a sustentabilidade ambiental, econômica e social; - Aumenta a capacidade de planejar e monitorar as condições de sustentabilidade ambiental. MARCO LEGAL A Lei federal n. º 6.938, de 31 de agosto de 1981, que “dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências”, determina, entre outros, que: Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dosformuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com à preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico. Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: .... II – o zoneamento ambiental Posteriormente, esta Lei foi normatizada pelo Decreto nº 4.297, de 10 de julho de 2002, que “regulamenta o art. 9º, inciso II, da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil – ZEE - e dá outras providências”. Alterada pela lei 7804/89 - corrigir O Decreto s/n de 28 de dezembro de 2001, que “dispõe sobre a Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico doComissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico do Território Nacional, institui o Grupo de Trabalho Permanente para a Execução do Zoneamento Ecológico-Econômico, denominado de Consórcio ZEE-Brasil, e dá outras providências”, É de competência da Comissão Coordenadora do ZEE se articular com os estados, compatibilizando seus trabalhos com aqueles executados pelo Governo Federal. Em consonância com esses ditames legais, considera-se que: - O processo de elaboração e implantação do ZEE deverá contar com ampla participação do poder público e da sociedade civil; - O crescimento econômico e social deverá ser compatível com a proteção dos recursos naturais; - Cabe ao Poder Público Federal elaborar e executar o ZEE, nacional ou regional, quando o bioma in casu for considerado patrimônio nacional ou quando não deva ser tratado de maneira fragmentada; - O Poder Público Federal deverá reunir e compatibilizar em um único banco de dados as informações geradas em todas as escalas, mesmo as produzidas pelos estados, as quais serão disponibilizadas ao público, ressalvadas as de interesse estratégico para o País e as indispensáveis à segurança nacional. Ainda por determinação da citada legislação, o ZEE deverá prever, entre outros, a divisão do território em zonas, cuja definição deverá levar em conta o diagnóstico socioeconômico, dos recursos naturais e a situação jurídico-institucional. Ademais, deverá apontar alternativas e tendências e diretrizes gerais e específicas, estas últimas com detalhamento das atividades adequadas a cada zona, respeitadas a fragilidade ecológica, a capacidade de suporte ambiental e as suas potencialidades, até os planos e projetos, com as respectivas fontes de recursos. O ZEE compreende duas atividades: uma técnica (que formula um bom banco de dados e informa sobre o território, definindo áreas prioritárias e prognósticos) e outra, política (que propicia interação entre governo e sociedade civil para estabelecer áreas prioritárias no planejamento). O ZEE trabalha com a elaboração de diagnósticos e mapas, além da simulação de cenários, baseados: (i) nas características do solo, clima, vegetação, relevo, recursos minerais, cobertura vegetal, biodiversidade; (ii) em aspectos sociais (demografia, saúde, educação, saneamento), econômicos (renda, produção, infra-estrutura), institucionais (participação política, organização social) e culturais, presentes nas áreas escolhidas.política, organização social) e culturais, presentes nas áreas escolhidas. Assim, são indicadas Áreas de Conservação, apropriadas para uso sustentável (áreas de proteção ambiental e florestas nacionais) e de Proteção Integral (parques nacionais e as reservas biológicas), Áreas de Expansão (assentamentos agrários e urbanos), Áreas de Consolidação (produção agrícola e agropecuária intensiva), bem como Áreas de Recuperação (com uso inadequado às suas reais aptidões). O território é dividido em zonas, nas quais são definidas potencialidades econômicas, fragilidades ecológicas e as tendências de ocupação, incluindo as condições de vida da população. Esta avaliação sistêmica dos elementos naturais e socioeconômicos, resulta a elaboração de normas de uso e ocupação da terra e de manejo de recursos naturais sob uma perspectiva conservacionista e de desenvolvimento econômico e social, ou seja, diretrizes para a tomada dedesenvolvimento econômico e social, ou seja, diretrizes para a tomada de decisões e investimentos. Isso implica numa abordagem multidisciplinar, capaz de considerar, na elaboração do zoneamento, a estrutura dinâmica ambiental e econômica e os valores históricose evolutivos do patrimônio biológico e cultural, a fim de se estabelecer as relações de interdependência entre os subsistemas físico-biótico e socioeconômico. O ZEE lembra muito o Plano Diretor dos municípios, só que em grande escala e mais voltado para os aspectos ambientais. O maior desafio do ZEE é fazer funcionar um verdadeiro sistema de interesses contraditórios, ou seja, o uso do conhecimento técnico para planejar a exploração dos recursos naturais e o desenvolvimento sustentável num estado. Governo, setor produtivo e sociedade local precisam orientar suas decisões e atuações, tendo como foco as fontes de sobrevivência naturais mapeadas. Este esforço depende de participação e de um amplo movimento social para esse novo processo de ordenamento. O ZEE deve ser o mais importante instrumento de estruturação dos setores florestas, madeireiro, pecuário, de agricultura, mineração, pesca e todos que exploram a natureza. Assim, é o mais importante instrumento de organização do território, a ser obrigatoriamente utilizado na implantação de planos, de obras e atividades públicas e privadas. Desse modo, ele estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. Além da preservação e conservação do cenário ecológico, o ZEE visa a recuperação daquilo que foi degradado na natureza. AS VÁRIAS ZONAS DO ZONEAMENTO Para funcionar como um norte das ações mais urgentes de conservação, o Zoneamento Ecológico-Econômico parte de alguns princípios, como: precaução, valoração dos serviços ambientais e ecossistemas, respeito à diversidade sociocultural, interdisciplinaridade, participação popular e publicidade. Tudo começa com um diagnóstico de recursos naturais, da economia e dos marcos jurídico-institucionais, para só depois se propor a divisão do território em zonas, com diretrizes gerais e específicas para cada atividade, criação de unidades de conservação, espaços para o extrativismo, a agropecuária, etc. Ao se criar um desenho alternativo para o uso e ocupação com base em critérios ambientais, passa-se a respeitar a vocação de cada área, determinando-se a concessão de incentivos fiscais, financiamentos públicos e licenciamentos ambientais, com base neste grande mapeamento. Críticas ao Zoneamento dizem respeito à dificuldade de determinar a vocação de cada região respeitando diferentes grupos de interesse,vocação de cada região respeitando diferentes grupos de interesse, num processo que em geral custa caro e leva tempo para ser construído. Um dos possíveis perigos do zoneamento é que ele se transforme em letra morta por causa de pressões de partes da sociedade não atendidas, dos próprios governos e até de atos ilegais. Alguns exemplos dos tipos de áreas que se pode contar em um zoneamento: - Áreas de preservação total - Áreas para agropecuária - Áreas urbanas - Áreas para atividades sustentáveis - Áreas para atividades sustentáveis - Áreas de pesca - Áreas de exploração mineral - Áreas de extrativismo - Áreas de histórico-culturais - Agroindústria Zoneamento Agroecológico - O que e onde será possível plantar; quais as limitações de uso do solo; o que pode ser feito para combater os problemas da poluição ambiental e da erosão do solo, etc.; Zoneamento Agrícola de Risco Climático - Útil para a agricultura, mostra meios para planejar os riscos climáticos, direcionar o crédito e o seguro à produção; Zoneamento Costeiro - Modelo de ZEE aplicado à Zona Costeira;Zoneamento Costeiro - Modelo de ZEE aplicado à Zona Costeira; Zoneamento Urbano - Zoneamento dos municípios de acordo com o Plano Diretor; Zoneamento Industrial - Visa a compatibilização das atividades industriais com a proteção ambiental; Zoneamento Etnoecológico - Instrumento de gestão territorial para populações tradicionais e indígena. No tocante às Escalas, os ZEE variam de acordo com o tamanho da área estudada, o tipo de detalhe que se pretende obter, e a disponibilidade de informações da sua área de abrangência. Seguem abaixo as escalas usadas no Sistema Nacional de ZEE, de acordo com o disposto com o Decreto 4.297/2002: - Nacional - 1:5.000.000 ( um para cinco milhões)- Nacional - 1:5.000.000 ( um para cinco milhões) - Macrorregionais - 1:1.000.000 ( um para um milhão) - Estaduais - 1:1.000.000 a 1:3.000.000, 1:250.000 e 1:100.000 - Locais - a partir de 1:100.000 (um para cem mil) em escala de detalhe, nos ZEE realizados nos municípios e em Unidades de Conservação. O ZEE NA PRÁTICA – ALGUNS EXEMPLOS O panorama da realização do Zoneamento Ecológico-Econômico no Brasil é bastante diversificado, já que mais de 15 estados estão elaborando ou implementando o ZEE (números de janeiro de 2008), com coordenação de seus respectivos órgãos de meio ambiente. ZEE da Zona Costeira de São Paulo - Está definido pelo Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (Lei 10.019/98) que divide o litoralEstadual de Gerenciamento Costeiro (Lei 10.019/98) que divide o litoral em: Vale do Ribeira, Complexo Estuarino Lagunar, Baixada Santista e Litoral Norte. Em 2008, os ZEEs de cada região estavam em fase de finalização pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, na fase de consultas públicas. As zonas apresentadas seguem o seguinte padrão: Zona 1 – Pesquisa científica, educação ambiental, manejo sustentável condicionado, empreendimentos de ecoturismo com padrões que não alterem as características ambientais, pesca artesanal Zona 2 – Aqüicultura, mineração, beneficiamento de produtos decorrentes da aqüicultura e manejo sustentável. Zona 3 – Agropecuária, silvicultura, beneficiamento de produtos agropecuários e pesqueiros de baixo impacto, assentamentos humanos com características rurais. Zona 4 – Assentamentos urbanos, comércio e prestação de serviços de suporte aos usos permitidos. Zona 5 – Além dos estabelecidos para as outras zonas, todos os demais usos e atividades previstas para a zona costeira. ZEE do Norte de Tocantins ZEE Litoral RS Para o eixo político-cultural, o município de Brasiléia, (AC), também foi escolhido como um piloto para o ordenamento territorial e indígena num trabalho conhecido como etnozoneamento ZEE da bacia hidrográfica do Parnaíba - Tem como objetivo principal subsidiar a elaboração e espacialização de políticas territoriais de planos, programas e projetos, possibilitando aos tomadores de decisão adotar uma perspectiva convergente com as diretrizes de planejamento estratégico e desenvolvimento sustentável, considerando a realidade físico-biótica e socioeconômica do território. Em conseqüência da articulação e demandas de outros programas, como Plano de Desenvolvimento Integrado da Bacia – PLANAP, o Plano de Combate à Desertificação – PAN Brasil e o Plano Cerrado Sustentável do Piauí, o projeto está composto por detalhamentos nas seguintes áreas: Baixo Parnaíba, Cerrado do Sul da Bacia e Núcleo de Desertificação, todos em escala de 1:100.000. PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS A partir de levantamentos temáticos, pode-se chegar a uma proposição de zoneamento de uso e ocupação do meio físico Zona de Interesse de Proteção Ambiental - Usos futuros restritos a atividades não impactantes e pontuais; a manutenção das características atualmente existentes; o incentivo à recuperação das áreas degradadas ou mal utilizadas; etc. Zona de Interesse de Controle Ambiental - Conservação e manutenção das características geoambientais atuais, sendo passíveis medidas e ações que não tragam maiores degradações ou que reduzam os impactos existentes, etc. Zona de Interesse de Reabilitação Ambiental - Passíveis de ações que busquem a reabilitaçãoou o redirecionamento dos usos atuais, uma vez que o quadro existente pode ser revertido em médio e longo prazo, etc. Zona de Interesse de Adequação Ambiental - Manutenção do uso atual, com mudança de postura em relação ao meio ambiente; a elaboração de planos e diretrizes que busquem a ordenação do território urbano e a melhoria da qualidade de vida da população, etc. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO São áreas protegidas por lei, de acordo com sua função e utilidade para o equilíbrio do meio e o bem estar do homem. Não são apenas bens públicos: são bens comuns. As unidades de conservação representam uma das melhores estratégias de proteção aos atributos e patrimônio naturais.estratégias de proteção aos atributos e patrimônio naturais. Nestas áreas, a fauna e a flora são conservadas, assim como os processos ecológicos que regem os ecossistemas, garantindo a manutenção do estoque da biodiversidade. Instituídas pelo poder público, as UCs podem se localizar em áreas públicas ou privadas, podendo ser federais, estaduais e municipais A Lei 9.885, que instituiu o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) em 2000, define Unidade de Conservação como “...o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicamdefinidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”. De acordo com a possibilidade de interferência humana no meio, são divididas em dois grandes grupos: unidades proteção integral e unidades de uso sustentável. UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL O objetivo básico é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos no SNUC. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVELUNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL A idéia é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos recursos existentes. Cada um desses grupos se subdivide em categorias, de acordo com sua função ou sua vocação como área protegida. O grupo das unidades de Proteção Integral é composto por: - Estações ecológicas; - Reservas biológicas; - Parques nacionais; - Monumentos naturais; •-•- - Refúgios de vida silvestre. As únicas atividades permitidas nessas áreas são a pesquisa científica e a visitação (exceto nas estações ecológicas e reservas biológicas, onde a visitação pública é proibida). O grupo das Unidades de Uso Sustentável compreende: - Áreas de proteção ambiental; - Áreas de relevante interesse ecológico; - Florestas nacionais; - Florestas estaduais; - Florestas municiais; - Reservas de fauna; - Reservas de desenvolvimento sustentável ; - Reservas particulares do patrimônio natural. Nestas áreas, são permitidas várias atividades, tais como: exploração de madeira, turismo, extrativismo e até mineração, desde que realizadas em consonância com o plano de manejo da unidade e com preceitos de gestão de recursos, que se convencionou chamar de sustentáveis. Segundo o SNUC, nesta categoria de manejo estão também incluídas as Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN. “área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica”. A efetivação da RPPN estará condicionada a um Termo de Compromisso assinado perante o órgão ambiental. Zona de Amortecimento: É o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Corredores Ecológicos: São porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entreseminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. Manejo: É todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas PLANOS DE MANEJO Plano de Manejo é um projeto dinâmico que determina o zoneamento de uma unidade de conservação, caracterizando cada uma de suas zonas e propondo seu desenvolvimento físico, de acordo com suas finalidades. Estabelece, desta forma, diretrizes básicas para o manejo da Unidade. Documento técnico mediante o qual com fundamento nos objetivos da UC se estabelece o seu zoneamento e às normas que devem presidir o uso de recursos naturais. Foi concebido de forma a garantir a evolução dos conhecimentos sobre os recursos da Unidade de Conservação e a ampliação das ações de manejo suportadas por este conhecimento. O Plano de Manejo parte do conhecimento da realidade socioambiental de uma Unidade de Conservação, visando estabelecer normas que orientem o uso e a ocupação do território, conforme a capacidade de suporte dos sistemas ambientais existentes (mangues, lagoas, dunas, rios, estuários, tabuleiros, várzeas). Objetivos: - Cumprir os objetivos e metas delineados com a criação da UC; - Orientar a gestão da UC; - Definir ações específicas para o manejo da UC; - Elaborar o zoneamento da UC. Síntese dos Procedimentos Operacionais Atividades/Articulações/ Etapas Organização do planejamento: Oficina Elaboração Atualização Bibliográfica e Geocartográfica: Diagnóstico: Meio físico-biótico Dinâmica PLANOS DE MANEJO – ETAPAS DA ELABORAÇÃO Equipe Técnica Articulações com a SEMACE Termo de Referência Oficina de Planejamento Elaboração do Plano de Manejo ENCARTES DO PLANO DE MANEJO 1.Informações gerais sobre a UC 2.Contexto Federal e Estadual 3.Análise da UC 5.Planejamento da UC 6. Resumo Executivo Geocartográfica: Dados secundários Imagens orbitais Controle de campo Dinâmica socioeconômica Sistemas ambientais Lesgislação pertinente Zoneamento Exemplo de unidades de manejo em UC OS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos: • Plano de Recursos Hídricos • Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água • Outorga e cobrança dos direitos e pelo uso de recursos hídricos • Sistema de Informações sobre recursos hídricos• Sistema de Informações sobre recursos hídricos O Plano Nacional de Recursos Hídricos e os Planos Estaduais são instrumentos estratégicos que estabelecem diretrizes gerais sobre os recursos hídricos no país e nos estados e por esse motivo têm que ser elaborados de forma participativa, para que possam refletir os anseios, necessidades e metas das populações das regiões e bacias hidrográficas. COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS Os Comitês de Bacia constituem-se na base do Sistema de Gerenciamento. Nestes fóruns são promovidos os debates sobre as questões relacionadas à gestão dos recursos hídricos tendo atribuições normativas, consultivas e deliberativas. Os Comitês são constituídos por representantes dos poderes públicos,Os Comitês são constituídos por representantes dos poderes públicos, dos usuários das águas e das organizações civis com ações desenvolvidas para a recuperação e conservação do meio ambiente e dos recursos hídricos em uma determinada bacia hidrográfica. Sua criação formal depende de autorização do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Dentre as principais competências dos comitês destacam-se: - Arbitrar os conflitos relacionados aos recursos hídricos naquela bacia hidrográfica. - Aprovar o Plano de Recursos Hídricos. - Acompanhar a execução do Plano e sugerir asprovidências necessárias ao cumprimento de suas metas. - Estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados. - Definir os investimentos a serem implementados com a aplicação dos recursos da cobrança. ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE Áreas de preservação permanente (APP) foram estabelecidas por lei como alternativas mitigadoras dos impactos da ação antrópica, funcionando como reguladores do fluxo de água, sedimentos e nutrientes, formando ecossistemas estabilizados às margens de rios, lagos e nascentes, atuando na diminuição e filtragem do escoamento superficial e do carregamento de sedimentos para o sistema aquático.superficial e do carregamento de sedimentos para o sistema aquático. As Áreas de Preservação Permanente são áreas de grande importância ecológica, cobertas ou não por vegetação nativa, que têm como função preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas. Florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;(dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; 3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45o, equivalente a 100% na linha de maior declive;equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. ZONEAMENTO AGRÍCOLA DE RISCOS CLIMÁTICOS Dentre as adversidades climáticas existentes no Brasil, a seca é hoje a que causa maior impacto. As deficiências hídricas, associadas aos períodos de longa estiagem durante a estação chuvosa, constituem uma das principais causas das quebras de safras de grãos no país, principalmente nos Estados situados nas regiões Centro-Sul eprincipalmente nos Estados situados nas regiões Centro-Sul e Nordeste. Para que haja uma redução dos riscos climáticos para a agricultura e conseqüente diminuição das perdas para os agricultores, tornou imprescindível identificar, quantificar e mapear as áreas mais favoráveis ao plantio das culturas de sequeiro, levando-se em conta a oferta climática e, mais especificamente, a distribuição pluviométrica. O zoneamento agrícola de riscos climáticos é uma ferramenta de análise de risco que considera a variabilidade climática, características de solo e características ecofisiológicas da cultura. Permite quantificar o risco para cada época de semeadura e para cada local e elaborar uma tabela atuarial baseada no risco climático; É instrumento indireto de transferência de tecnologia, considerando aspectos regionais e contribui para racionalização do crédito agrícola, redução de perdas, proteção do solo e do meio ambiente; Contribui ainda para o aumento da produção/produtividade agrícola nacional. FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL INTERMEDIÁRIA _ ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DA CULTURA DA SOJA NO ESTADO DE GOIÁS CICLO: PRECOCE SOLO: TIPO 3 SEMEADURA: 01/10 a 10/10 50 km | _ || | MAA/FINATEC/EMBRAPA-CNPSo/DNAEE/INMET FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL INTERMEDIÁRIA _ ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DA CULTURA DA SOJA NO ESTADO DE GOIÁS CICLO: PRECOCE SOLO: TIPO 3 SEMEADURA: 01/11 a 10/11 50 km | _ || | MAA/FINATEC/EMBRAPA-CNPSo/DNAEE/INMET FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL INTERMEDIÁRIA _ ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DA CULTURA DA SOJA NO ESTADO DE GOIÁS CICLO: PRECOCE SOLO: TIPO 3 SEMEADURA: 01/12 a 10/12 50 km | _ || | MAA/FINATEC/EMBRAPA-CNPSo/DNAEE/INEMET BIBLIOGRAFIA BRASIL - Lei nº. 6.938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente. Brasília: DOU 1981. BRASIL - Decreto nº 4.297/02, que instituiu o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE). Brasília: DOU 2002. Cavalcante,S.R. - Zoneamento econômico ecológico - breves notas sobre zoneamento ecológico-econômico. 2003* Floriano,E.P. Planejamento ambiental ANORGS Santa Rosa, 2004. Grinover, L. - O planejamento físico-territorial e a dimensão ambiental. MAB, São PauloO planejamento físico-territorial e a dimensão ambiental. MAB, São Paulo Paula, F.S. ; Sales,M.S.L. - O zoneamento ecológico-econômico como instrumento do planejamento ambiental. II Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica. João Pessoa - PB - 2007* Santos,R.F. - Planejamento Ambiental: Teoria e Prática.Editora: Oficina de Textos. São Paulo, 2004. Wilson,T.F. - Ordenamento territorial e planejamento estratégico do Desenvolvimento local e regional no Brasil: frustração ou sonho possível? maio / 2009 *Disponível na Internet
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