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Monografia Final (Exemplo)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CLENILSON DOS ANJOS
 ESPORTE COMO MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
PONTA GROSSA
2012
CLENILSON DOS ANJOS
ESPORTE COMO MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Trabalho monográfico de Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção de título de Licenciado em Educação Física, pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. 
Professor Orientador: Ms. Nei Alberto Salles Filho 
PONTA GROSSA
2012
CLENILSON DOS ANJOS
ESPORTE COMO MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado, como requisito parcial, para obtenção do título de Licenciado em Educação Física, no Departamento de Educação Física, do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde na Universidade Estadual de Ponta Grossa.
 
Ponta Grossa, ______ de ______________ de 2012. 
Aprovado em ______ de ______________ de 2012. 
Prof. Ms. Nei Alberto Salles Filho - Orientador
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª. Dra. Silvia Christina Madrid Finck
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Prof. Esp. Rafael Trentin Scremin
Universidade Estadual de Ponta Grossa
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a toda minha família, em especial a minha esposa Rubia Carla Kandaski e meu filho Victor Gabriel dos Anjos.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que me deu vida e inteligência, e que a cada dia me dá forças para continuar a caminhada na busca dos meus objetivos. 
	Gostaria de agradecer especialmente ao meu Orientador Professor Ms Nei Alberto Salles Filho por sua orientação neste trabalho, este professor que me atendeu prontamente nas horas que precisei, que dedicou suas horas para me auxiliar, agradeço o seu apoio e paciência, pois com sua ajuda consegui terminar esta monografia.
	 A professora Silvia Christina Madrid Finck e o professor Rafael Trentin Scremin por fazerem parte da banca examinadora, e por suas contribuições na construção desta monografia por meio de discussões e conselhos. 
	Aos demais professores desta instituição de ensino que fizeram parte desta jornada em sala de aula, direta ou indiretamente. 
	Aos meus pais Jair dos Anjos e Ana Oliveira dos Anjos, que me deram, la atrás todo o suporte necessário para que hoje eu pudesse superar os obstáculos com humildade, e não temer desafios. Pelo apoio irrestrito em todos os momentos de minha vida e pelos ensinamentos que guiaram minha educação. 
	A todos os meus amigos e colegas que ao longo do curso dividiram comigo, angústias e alegrias, e, hoje podemos dividir a vitória que ficará eternamente em nossas lembranças.
	Aos meus companheiros de trabalho, que me apoiaram e me auxiliaram quando possível.
RESUMO
Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa e bibliográfica. Discutiremos sobre a violência e a mediação de conflitos na Educação Física Escolar, a partir do conteúdo esporte como fenômeno educacional voltado às relações humanas, mostrando que juntos podem resignificar valores atitudes presentes, contribuindo na prevenção da diminuição da violência escolar, contando com o processo de aprendizagem dos educandos por meio dos conflitos interpessoais na medida em que se procura proporcionar bem-estar, bom relacionamento e convivência na comunidade escolar. O esporte em suas diversas manifestações tem um papel importante na sociedade. Na escola o esporte é fundamental para o desenvolvimento de uma criança, ensina valores fundamentais, como a cooperação e o respeito, contribuindo na prevenção da violência escolar. Analisaremos as possibilidades do esporte como ferramenta de mediação de conflitos nas aulas de Educação Física Escolar. Vamos trabalhar o futebol e o voleibol, nas aulas de Educação Física, como ambos os esportes são coletivos, podemos trabalhá-los para que haja uma maior cooperação, esses esportes também possibilitam o desenvolvimento do respeito às diversidades e o controle das emoções, e a mediar conflitos. 
Palavras-chave: Esporte. Violência. Mediação de conflitos.
 
ABSTRACT
This research is characterized as qualitative and literature. We will discuss about violence and conflict mediation in Physical Education from the sport as a phenomenon educational content geared to human relations, showing that together we can reframe attitudes present values​​, contributing to the prevention of school violence decreased, with the learning process the students through interpersonal conflicts insofar as we seek to provide welfare, good relations and coexistence in the school community. The sport in its various manifestations has an important role in society. In school sport is fundamental to the development of a child, teach fundamental values​​, such as cooperation and respect, contributing to the prevention of school violence. We will analyze the possibilities of sport as a tool for conflict mediation in Physical Education classes. We will work football and volleyball in physical education classes, as both sports are collective, we work them so that there is greater cooperation and these sports also enable the development of respect for the diversity and control of emotions, and mediate conflicts.
Keywords: Sport. Violence. Conflict mediation
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................09
 
CAPÍTULO I – ASPECTOS GERAIS SOBRE O ESTUDO DA VIOLÊNCIA.....11
 
1.1 Alguns conceitos sobre violência geral.........................................................11 
1.2 Violência na Escola ......................................................................................13
1.3 Conceito de conflitos.....................................................................................17
 
1.4 Mediação de conflitos na escola ..................................................................20
CAPÍTULO II – ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA, POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA NA ESCOLA......................................................23 
2.1 Educação Física Escolar............................................................................. 23 
2.2 Esporte como conteúdo da Educação Física Escolar...................................26 
2.3 Esporte e suas contribuições para a formação da cidadania ......................30 
2.4 Violência na Educação Física e esportes ....................................................32 
 
2.5 Esporte e mediação de conflitos nas aulas de Educação Física Escolar.....36
2.6 Análise de possibilidades do esporte como ferramenta de mediação de conflitos 
 nas aulas de Educação Física Escolar.........................................................39
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................42 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................44
	INTRODUÇÃO
	
	A violência esta cada vez mais presente no cotidiano da sociedade e nas escolas. Não é um fenômeno novo, pois quando cursávamos o ensino médio na década de 1990, ja fazia parte do ambiente escolar, todo tipo de violência: de preconceitos em relação a gênero, raça, física, psicológica, e outras, Já existiam as “gangues”, jovens que se uniam com o objetivo de praticarviolência tanto dentro da escola como no entorno dela. Esses jovens utilizavam vários objetos para cometer atos de violência como: barras de ferro, cinto, pedaços de madeira, pedras e outros, mas dificilmente armas de fogo. Os alunos mais fortes humilhavam os mais fracos, nas aulas de Educação Física acontecia a exclusão, principalmente, quando jogavamos futsal, os menos habilidosos, os gordinhos, ou eles jogavam no gol, ou não jogavam. Mas os estudos sobre esse fenômeno no Brasil ainda estavam no início, e nessa época, ainda não era tão discutida e divulgada na mídia, como é hoje.
	Da década de 1990 até os dias de hoje a violência na escola assumiu proporções tais que a escola não sabe que medidas tomar para sanar este problema. Como policial militar, percebemos que a violência escolar se tornou um grande problema para a sociedade. E a arma de fogo passou a ser utilizada com mais frequência pelos jovens, para cometimento de atos de violência. Como os pais trabalham e muitas vezes não tem tempo de educar seus filhos delegam essa função as escolas, que não estão preparadas para essa função. Para tanto devemos fazer uma reflexão. Será que é a escola que deve educar? Escola é espaço de construção de saberes, de convivência e socialização! Os jovens buscam, na escola, desenvolver suas habilidades, expandir relações sociais, realizar e construir desejos, impulsos que colaboram na formação de sua identidade.
	 A escola é também o local onde se produz e reproduz a violência nas suas mais variadas formas. Diante da violência escolar vivenciamos em nossa sociedade muitas mudanças, como: sociais, políticas, tecnológicas e culturais, que frequentemente desafiam as instituições educacionais. Enquanto educadores temos que tomar atitudes para mudar essa realidade. Atualmente temos visto na sociedade que valores como solidariedade, humildade, companheirismo, respeito, tolerância entre outros, são pouco estimulados nos espaços de convivência social, como na família, na escola, no trabalho e em locais de lazer, e a ausência destes valores dão margem à individualidade, a intolerância, com isso há um aumento da violência principalmente na escola. Por esses motivos resolvemos fazer essa pesquisa, que é uma pesquisa bibliográfica e qualitativa. O objetivo geral desse trabalho é discutir sobre a violência e a mediação de conflitos na Educação Física Escolar, a partir do conteúdo esporte. Os objetivos específicos são, o primeiro é: refletir sobre o conteúdo esporte, com foco na mediação de conflitos, nas aulas de Educação Física Escolar como prevenção da violência. O segundo é: pensar o conteúdo esporte, em particular o futebol e o voleibol, como mediação de conflitos nas aulas de Educação Física para a prevenção da violência no espaço escolar.
	O referencial teórico científico deste trabalho tem seus pressupostos em autores que abordam sobre esporte, conflitos, violência, Educação Física Escolar, numa perspectiva educacional, tais como: Abramovay (2002); Betti (1991); Bisker e Ramos (2006); Coletivos de Autores (1992); Chrispino e Chrispino (2002); Nunes (2011); Valle e Mattos (2011); Vinyamata (2005); entre outros. 
	No primeiro capítulo, abordamos sobre o estudo da violência de um modo geral e nas escolas, o conceito de conflitos e como mediar estes conflitos na escola. 
	No segundo, pensamos sobre como a Educação Física Escolar especificamente o esporte, como seu conteúdo e esporte e sua contribuição para formação da cidadania e ainda abordamos a violência na Educação Física Escolar. 
	No terceiro, abordamos o esporte como mediação de conflitos nas aulas de Educação Física. Ao final do trabalho fizemos uma análise reflexiva de alguns elementos do esporte como o futebol e o voleibol na perspectiva de mediação de conflitos nas aulas de Educação Física Escolar. Com isso pretendemos buscar uma alternativa para que o desenvolvimento do esporte nas aulas de Educação Física Escolar, se dê numa perspectiva de mais solidariedade, transformando o aluno numa pessoa menos excludente e violenta e mais cooperativa.
CAPÍTULO I 
Aspectos gerais sobre o estudo da violência
1.1 Alguns conceitos sobre violência geral
	Diversos autores, a luz de diferentes áreas do conhecimento, tentaram definir a violência. Em cada uma dessas áreas surgiram diferentes conceitos, e foram apontadas diferentes causas da violência. Em qualquer dicionário de português, o termo violência é descrito como uma qualidade ou estado do que é violento; força empregada contra o direito natural de outrem; ação que se faz com o uso da força bruta; crueldade; força; tirania; coação. Então, nesse sentido, violência significa o uso excessivo da força para coagir alguém. 
	Segundo Freud (1987 apud AZEVEDO, 2004, p. 4), “O homem tem uma predisposição inata para a violência, nasce cresce num ambiente violento, porque também a sociedade é violenta”. Diante desta perspectiva considerando que a criança não nasce violenta, significa que se ela crescer em um ambiente de paz harmonia e amor, ou seja em um ambiente sem violência essa criança vai se tornar um adulto não violento.
	Para Bisker e Ramos (2006, p. 15), a violência no seu sentido amplo pode ser definida como:
Qualquer comportamento ou conjunto de comportamentos que vise causar dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (que por sua vez deriva de vis, força vigor); aplicação de força vigor contra qualquer coisa ou ente. Assim a violência diferencia-se de força, palavras que costumam estar próximas na lingua e pensamento cotidiano. Enquanto que força designa, em sua acepção filosófica, a energia ou “firmesa” de algo, a violência caracteriza-se pela ação corrupta, impaciente e baseada na ira, que não convence ou busca convencer o outro, simplesmente o agride.
	 Nesse sentido a violência é qualquer comportamento que tenha por objetivo causar dano a outra pessoa, ou objeto, ela não busca convencer o outro apenas o agride. A intensidade da violência caracteriza-se pela intensidade da agressão imposta.
	 Chauí (1998 apud TIGRE, 2009), define a violência de forma multifacetada, ou seja, tudo o que age usando a força para ir contra a natureza de algum ser (é desnaturar); todo ato de força contra a espontaneidade, a vontade e a liberdade de alguém (é coagir, constranger, torturar, brutalizar); todo ato de violação da natureza de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade (é violar); todo ato de transgressão contra o que alguém ou uma sociedade define como justo e como um direito. A violência é um ato de brutalidade, sevícia e abuso físico e/ou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e intimidação, pelo medo e o terror. A violência se opõe à ética porque trata seres racionais e sensíveis, dotados de linguagem e de liberdade, como se fossem coisas, isto é, irracionais, insensíveis, mudos e inertes ou passivos.
	 Segundo Bisker e Ramos (2006), em linhas gerais, seriam três as visões de compreensão da violência humana. A primeira a biológica seria a manifestação de um fator intrínseco da espécie humana, a agressividade humana é entendida como parte do instinto de sobrevivência da espécie, assim como fazem os animais. A segunda seria a social, que tenta explicar a violência como um fenômeno da sociedade, que seria a consequência da desigualdade social. E a terceira tendência é a biopsicosocial, a qual atribui à violência uma combinação de todos os fatores, biológico psicológico e social. 
	Segundo Pacievitch; Girelli e Eyng (2009). Existem outros tipos de violência que poderiam ser descritos, tais como: violência intra-familiar violência que nasce do preconceito racial; de gênero; grupos sociais; entre outros; violência no trânsito; violência contra a natureza; violência sexual; entre outras. No entanto, subentende-seque esses tipos de violência poderiam ser categorizados em uma ou mais tipos de violências descritas como: estrutural, física e simbólica.
	Após termos visto alguns conceitos de violência, podemos notar que não é fácil defini-la, pois não existe um conceito absoluto, cada cultura tem seu conceito de violência, mas podemos combatê-la, se priorizarmos as crianças e jovens, tirando-as desses ambientes de incerteza insegurança, e criar alternativas eficientes para superar esse fenômeno da violência que assola o mundo. 
1.2 Violência na Escola
	As crianças os adolescentes e os jovens são os que atualmente sofrem os maiores impactos da violência, e um dos locais onde essa volência se reproduz é na escola. A escola é espaço de construção de saberes, de convivência e socialização. Os jovens buscam, na escola, desenvolver suas habilidades, expandir relações sociais, realizar e construir desejos, impulsos que colaboram na formacão de suas identidades. Segundo Chrispino e Chrispino (2002, p. 11).
A escola é o espaço que a sociedade acredita ser o ideal para reproduzir os valores tidos como importantes para sua manutenção. Ocorre que a própria família, em crise e em transformação passou a delegar a escola funções educativas que historicamente eram de sua própria responsabilidade, o que acarretou uma mudança no perfil de comportamento do aluno. Por outro lado, a massificação da educação trouxe para dentro do universo escolar um conjunto diferente de alunos, sendo certo que a escola atual da maneira como está organizada e da maneira como foram formados os professores , só está preparada para lidar com alunos de formato padrão e perfil ideal. A massificação ampliou o número de alunos e trouxe um aluno de perfil diferente daquele com a qual a escola esta acostumada a lidar. Isso acarretou uma desestabilização da ordem interna histórica. Esta criado o campo do conflito!
	A preocupação com a questão da violência escolar no Brasil, começou a ser pesquisada apenas na década de 1980. Como o poder público ainda tinha dificuldades na organização da coleta de informações, ficava difícil de identificar a real aferição da violência. Apesar dessas falhas na coleta de dados constata-se um aumento da violência ao longo da década de 1980. Nessa época a violência estava relacionada ao porte das escolas e das cidades como as capitais dos estados. 
	A partir da década de 1990 houveram mudanças, a disseminação da violência nas escolas menores e nas cidades de menor porte. É pertinente distinguir a violência na escola , a violência à escola e a violência da escola. Segundo Valle e Mattos (2011), a violência na escola é aquela que se produz no espaço escolar, sem estar ligada a natureza e as atividades da instituição escolar; isso ocorre quando por exemplo, ela é invadida para se resolverem questões de disputas entre grupos do bairro ou de outros territórios.
	 A violência à escola representa um conjunto de ações ligadas a natureza e as atividades da instituição escolar, ações de provocação, de desrespeito, de agressão, de insulto, envolvendo alunos, professores e/ou funcionários. Essa violência contra a escola deve ser analisada com a violência da escola – uma violência institucional, simbólica, que as crianças e os jovens suportam por meio da forma, da maneira como a instituição e seus membros os tratam, ou seja, mediante manifestações muitas vezes carregadas de sutileza, mas presentes em palavras, formas de avaliação, regras desnecessárias, atitudes preconceituosas. 
		
A relação entre escola e violência não é um fato novo para os pesquisadores da área educacional; no entanto, durante muito tempo, a violência no interior da escola era analisada, basicamente, como a violência da escola, como uma ação exercida pelo professor e demais representantes da instituição, que, consciente ou inconscientemente, mas de forma arbitrária, inculcavam nos alunos uma determinada "visão" de mundo. Quando vinda do corpo discente, era considerada como reação a um rígido sistema hierárquico, a uma escola com características militares. É este o teor das críticas elaboradas por autores denominados de crítico reprodutivistas, (Saviani, 1999), em cujo aporte teórico se fundamentaram, durante a década de 1970 e início da década de 1980, outros autores, os quais denunciaram a escola como reprodutora das desigualdades sociais, instrumento essencial do poder dominante em seu intento de manutenção e perpetuação do status quo.
(A violência nas escolas de Maringá, Estado do Paraná_ - Free Online Library.mht - acessado em 14/07/2012)
	 A escola muitas vezes, por não estar preparada para lidar com esse problema, acabam também cometendo algum tipo de violência. Segundo Abramovay (2003), a análise da violência, em particular da violência escolar, é o fato de que não existe consenso sobre o significado de violência. O que é caracterizado como violência varia em função do estabelecimento escolar, do status de quem fala (professores, diretores, alunos, etc.), da idade e, provavelmente, do sexo.
	Os comportamentos violentos na escola têm uma intencionalidade lesiva. Podem ser exógenos, ou seja, determinados de fora para dentro, como acontece nos bairros degradados invadidos pela miséria e pela toxicodependência, onde agentes estranhos ao meio o invadem e destroem; pode tratar-se de violência contra a escola, em que alunos problema assumem um verdadeiro desafio à ordem e à hierarquia nas escolas, destruindo material e impondo um clima de desrespeito permanente; ou são simplesmente comportamentos violentos na escola, que ocorrem sobretudo quando esta não organiza ambientes suficientemente tranquilos para a construção de valores característicos a este local. A violência pode ser desencadeada fruto de muitas situações de indisciplina que não foram resolvidas e que constituem a origem de um comportamento mais agressivo. Para combater a violência, a escola tem de analisar a forma como é exercido o seu controle, tem que se organizar pedagogicamente, para conseguir deter a violência não só interior mas também exterior.
	Abramovay (2002 p. 24):
As violências nas escolas têm identidade própria, ainda que se expresse mediante formas comuns, como a violência de fato – que fere, sangra e mata – ou como incivilidades, preconceitos, desconsiderações aos outros e a diversidade. Realizam se, ainda, no plano simbólico, correndo o risco de naturalizar-se, principalmente quando têm lugar nas ligações entre pares, alunos. E se infiltram, em outra antítese, nas relações entre professores, outros funcionários e alunos, demandando (...) o exame desse e de outros laços sociais.
Nos últimos anos as pessoas têm enfrentado dificuldades de relacionamentos, que se manifestam de várias formas e nos mais variados ambientes. No ambiente escolar essas manifestações estão bem evidentes, elas variam desde a agressividade até atos violentos, ocasionando um clima escolar desfavorável para a aprendizagem.
 	Segundo Valle e Mattos (2011), a escola assim como outros segmentos da sociedade passaram a conviver com o aumento do fenômeno da violência em todas as suas formas. Isso não deveria acontecer nas escolas, pois a escola deveria ser avessa a qualquer prática de violência, além de contribuir para a diminuição da violência na sociedade. Entretanto a escola muitas vezes utiliza procedimentos que acabam criando um contexto favorável a violência. Segundo Abramovay (2007, p. 41):
 
Insiste-se que a violência em meio escolar pode expressar modalidades de ação que nasce no ambiente pedagógico, o que significa que este não funciona apenas como uma caixa de ressonância da violência social. Essa demarcação da problemática orienta para uma compreensão ampliada de violência nas escolas, que apreende a escola como um espaço de produção de violência e não apenas como um campo que reflete processos sociais, possibilitando uma leitura do fenômeno em sua diversidade, complexidade e sutilezas. Tal perspectiva também estimula a perspectiva de que por um lado outra escolaé possível, e de outro, que pode a escola também colaborar para difusão de uma cultura contra violências, o que pede que mais se identifique o que singulariza as violências quando essas se dão e se reproduzem na escola.
	Segundo Valle e Mattos (2011), ainda não existem explicações satisfatórias para a violência, não se conseguiu chegar a uma compreensão sobre esse fenômeno na sociedade e na educação. Apesar dos esforços dos especialistas continua a busca para explicações capazes de ajudar a diminuir a violência na sociedade e nas escolas. Vários são os fatores apontados como responsáveis diretos com as práticas de violência na sociedade e na escola, mas que não são suficientes para explicar e muito menos resolver a questão.
	Após essas definições de violência escolar, podemos dizer que: no passado a escola era um lugar aonde se ia para aprender, para brincar no recreio com os colegas, para merendar, poucas eram as manifestações de violência existentes no ambiente escolar, mais a violência aumentou de forma contundente , nao só por parte dos alunos mais também por parte dos professores que muitas vezes por não saberem lidar com os conflitos entre os alunos acabam cometendo também algum tipo de violência. 
	Estamos convencidos de que a violência escolar é um problema grave da nossa sociedade e que deve e precisa ser resolvido. O que se vê, na prática, é um quase desprezo de nossos governantes pelo problema, limitando-se a tomar medidas paliativas e inócuas, quando a solução passa por uma melhor distribuição de renda, investimentos maciços em educação, critérios e honestidade na alocação de recursos. A violência escolar será vencida quando a sociedade for organizada de tal forma que as diferenças entre os homens sejam cada vez menos sensíveis. Na história, o homem tem sido o que a sua sociedade é. Se ela é injusta, ele também o é; se é violenta, ele é violento. Mas é a consciência que o homem precisa ter de que é, em última análise, o produto de sua sociedade, que o pode levar a lutar contra as injustiças e as violências. 
Conceito de Conflitos
	Segundo Chrispino e Chrispino (2002), O conflito pode ocorrer entre duas ou mais pessoas, entre pessoas e grupos entre grupos , entre pessoas e organizações, entre grupos e organizações. Por tal, podemos dizer que o conflito faz parte do processo comum de interação de uma sociedade aberta. Por conta deles os conflitos, diferenças se apresentam e podem ser resolvidas, antagonismos se manifestam e podem ser superados. Segundo Mendel (2006 apud MORGADO; OLIVEIRA 2009, p. 47), “o conflito é o estado natural do homem”. O conflito em si não é mau, embora as pessoas lhe possam dar respostas que assumem formas prejudiciais. Chrispino (2007, p. 16), “O conflito é a dificuldade de comunicação, de assertividade das pessoas, de condições para estabelecer o diálogo”.
	Para Vinyamata (2005), o conflito não surge por diferença, mas por desigualdade, não tanto pela existência de adversidade, mas porque uma das diversidades quer impor algo à outra. Quando da diferença se faz desigualdade, surge o conflito. A desigualdade é uma realidade que gera o conflito e também a violência. 
 	Callado (2004, p. 23), define o conflito como: “Uma Luta travada entre, pelo menos duas pessoas ou grupos independentes, que perseguem objetivos imcompatíveis, com recompensas escassas e interferências do outro na realização de suas metas”. Os conflitos podem ser interpessoais ou intergrupais. 
Segundo Pallarés (1983 apud MORGADO; OLIVEIRA 2009, p. 47), por conseguinte, a chave não está na eliminação do conflito, mas sim na sua regulação, solução justa e não violenta. Trata-se de utilizar os meios adequados, enfatizando as estratégias de resolução pacífica e criativa do mesmo.
	Os conflitos, muitas vezes estão em nossos costumes e culturas e podem ser difíceis de identificar. Nesse sentido, Callado (2004, p. 25) diz: “Assim, o conflito é essencialmente um processo natural de toda sociedade e um fenômeno necessário para a vida humana, que pode ser um fator positivo nas mudanças e nas relações, ou destrutivo, segundo a maneira de regulá-lo”.
	Para Chrispino e Chrispino (2002), nós convivemos com o conflito desde a infância passamos pelos conflitos pessoais da adolescência , e quando adultos convivemos com o conflito intrapessoal (ir/não ir, fazer/não fazer, falar/não falar, etc. O conflito, culturalmente visto como negativo, é uma experiência inerente ao ser humano, necessário para seu desenvolvimento e aprendizagem. Forger e Bush (1999, apud PACIEVITCH; GIRELLI; EYNG 2009 p. 7). defendem que:
O conflito em si é potencialmente transformativo, ou seja, a argúcia oferece aos indivíduos a oportunidade de desenvolver e integrar suas capacidades de força individual e empatia pelos outros [...] os processos de intervenção como a mediação podem ser elaborados de modo a captar o potencial transformativo de conflito [...].
	O conflito, porque se constitui e se forma a partir de pontos de vista diferentes, proporciona a percepção de diferentes modos de pensar, diferentes modos de abordar a realidade, que se partilha com os outros. Todas estas possibilidades são de grande valia para a formação da nossa própria identidade, do nosso modo de ser e estar no Mundo. Segundo Chrispino e Chrispino (2002, p. 30), diversos autores conteporâneos como (COSER, 1996; PASQUINO, 1997; MURGUIA, 1999; TORREGO, 2001). Conceituam conflito como: “uma disputa que envolve posições diferentes em termos de opiniões, valores, status, poder e recursos escassos”. Segundo Vinyamata (2005 p. 101):
O conflito é um processo natural da sociedade e um fenômeno necessário para a vida humana , podendo ser um fator positivo para a mudança e o crescimento pessoal e interpessoal ou um fator negativo de destruição dependendo da forma de regula-lo. O conflito não é nem bom nem mau, simplesmente existe. É como uma força natural que, controlada e em sua justa e equilibrada medida, pode desenvolver a natureza, produzir energia e estimular a vida, por outro lado, quando se apresenta de forma descontrolada , pode alterar os ciclos naturais, destruir e impedir o crescimento da vida. O conflito se apresenta quando se encontram dois atores em oposição consciente, em uma situação em que perseguem objetivos incompatíveis, o que leva a um confronto ou a uma luta.
	Nesse sentido, para o autor, o conflito é um fenômeno necessário para a vida do ser humano, mas dependendo da forma como é regulado pode ser positivo ou negativo. O conflito vai existir quando se encontrarem duas pessoas com objetivos imcompativeis o que pode levar a violência.
	 Já Chrispino (2007), Ao definir conflito como o resultado da diferença de opinião de no mínimo duas pessoas, ele espera que no universo escolar Professor/ aluno o conflito seja uma causa objetiva. Nesse sentido o autor em questão espera que quando houver conflito entre professor e aluno, o professor não ache, que só porque um aluno tem um posicionamento e uma opinião sobre determinado assunto, esse professor não entenda como uma afronta, ou uma prática de indisciplina. O objetivo é que ambos cresçam com os conflitos professor/aluno. Segundo Chrispino (2007), o conflito surge da diferença de opiniões e divergência de interpretações. Nesse sentido o conflito é positivo, pois mostra que as pessoas são críticas e tem sua própria opinião sobre determinados assuntos.
	Pensando na diminuição da violência e na resolução dos problemas, concordamos que não é a ausência de conflitos, mas a sua regulação na busca de soluções que beneficiam as partes envolvidas. Essa regulação dos conflitos sempre deverá ser feita sem violência usando diálogos, e sempre buscando uma solução que seja satisfatória para os conflitantes. Na perspectiva positiva para a não violência, o conflito se apresenta como um processo necessário, onde se busca um acordo que satisfaça todas as partes envolvidas. Assim, estariam afastadas a acomodação a dominação e a competição negativa. A relação entre as partes deveráser baseada na colaboração. 
1.4 Mediação de conflitos na escola
	A mediação é uma técnica que pode ser encontrada em diversas áreas de atuação humana. Mas a finalidade da mediação em cada uma dessas áreas é diferente. Segundo Chrispino e Chrispino (2002), podemos dizer que mediação de conflito é também uma forma de resolução de conflitos através do diálogo, com ajuda de um terceiro que seria o mediador. O mediador não é nem um Juiz de direito, ou seja, não lhe compete decidir quem esta certo ou errado no conflito e nem propor uma solução. Apenas busca uma composição amigável que ponha fim ao conflito. Nesse caso, na escola quando houver um conflito entre alunos, o mediador pode ser o professor, que tenha o conhecimento necessário para não deixar o conflito se transformar em violência. 
	Segundo Vinyamata (2005), mediação de conflito como uma atitude um modo de entender o conflito e uma intervenção para tratá-lo positivamente, mediar conflitos ou simplesmente acompanhá-los são atividades humanas que se desenvolveram em todas as formas de relação social.
	Para Chrispino e Chrispino (2002), a mediação surgiu nas discussões que envolvia grandes problemas em todo o mundo. Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa e os EUA passaram a dar um enfoque multidisciplinar ao estudo do conflito. Nos EUA foram criados centros públicos e privados dedicados à aplicação das (TARC) Técnicas Alternativas de Resolução de Conflitos. Tentou-se a solução pacífica para conflitos políticos e até briga de vizinhos. Ainda para Chrispino e Chrispino (2002), a proposta é a superação das manifestações violentas para uma forma estável e pacífica de relação social. Espera-se que a mediação contribua para formas mais maduras de resolver diferenças, como cooperação confiança e solidariedade. Nesse sentido o autor espera que quando haja uma briga de alunos, essas brigas possam ser resolvidas em um acordo que permita que os envolvidos possam conviver em um mesmo ambiente após a resolução do conflito. A mediação é uma técnica que pode ser encontrada em diversas áreas de atuação humana. Mas a finalidade da mediação em cada uma dessas áreas é diferente.
	Segundo Morgado e Oliveira (2009), os programas de resolução de conflito tiveram origem fora do contexto escolar os meios alternativos de resolução de conflitos, chamados de ADR (Alternative Dispute Resolution), surgiram na década de 1970, nos Estados Unidos da América e um dos meios entre outros é a mediação. Na década de 1980 á um crescimento na utilização da mediação em disputas entre jovens e entre crianças, quase sempre em contexto escolar. No ano de 1985 surge nos Estados Unidos a CRENETE, Rede de Resolução de Conflitos na Educação, com os seguintes objetivos. 
- Mostrar aos jovens alternativas não violentas aos conflitos reais da sua vida 
- Aprender a compreender e a valorizar a própria e as outras culturas. 
- Transmitir as crianças e jovens o seu papel protagonista na construção de um mundo menos violento.
	Segundo Vinyamata (2005), existem duas estratégias de mediação, a formal, é quando nos referimos aos diferentes encontros que se realizam com as partes e que seguem certos passos, e a informal, esta faz parte de uma atitude ou um modo de enfrentar os conflitos de maneira dialogante e positiva mas que cada um pode por em prática na escola ou na vida .
	Para Nunes (2011), a mediação permite o “ganha-ganha”, pois é uma técnica de resolução pacífica de conflitos, cujo objetivo é a promoção do diálogo entre as partes envolvidas num conflito; vai existir a presença de um mediador treinado que coordena o processo escuta as preocupações das partes e as orienta na negociação. A mediação é uma ótima ferramenta para lidar com os conflitos na escola, principalmente quando envolverem poucas pessoas, embora possa também ser usada para conflitos com várias pessoas, com a mesma sistemática. É simples usá-la no dia a dia e, pela sua eficiência, é preciso introduzi-la como um valor e como uma filosofia de trabalho.
	Ainda segundo Nunes (2011 p. 84, 85): 
A mediação permite a solução de conflitos rotineiros através do diálogo e da compreensão; possibilita formas criativas de transformação dos conflitos em oportunidades decrescimento e de mudança em cada um dos envolvidos, trazendo-lhes lições duradouras para o crescimento interior. Permite ensinar aos alunos que, diante de uma disputa, de uma desavença ou de um conflito, as pessoas devem sentar-se e conversar em benefício de todos. Também possibilita mostrar a eles que quando as pessoas não conseguem dialogar e chegar a um acordo, não devem prolongar o conflito; ao contrário devem pedir apoio a uma terceira pessoa para que interceda visando ajuda-las a clarificar e a solucionar a pendência. O mediador ajudará a mudar o nível e a intensidade do diálogo entre as partes envolvidas no comportamento prejudicial ao conflito.
	Gradativamente, os programas de mediação de conflitos no contexto escolar estendem-se por todo o mundo. 	A comunidade escolar pode resolver seus conflitos através da mediação que constitui uma forma de prevenir a violência. Através do diálogo do espírito de colaboração respeito e responsabilidade e não a uma cultura de imposições. Aprender a gerir e a resolver os conflitos através da mediação ajuda a desenvolver a capacidade de tomar decisões, melhorar sua comunicação, de estabelecer relações interpessoais, utilizar melhor os pensamentos críticos na resolução de problemas.
CAPITULO II
Esporte na Educação Física, possibilidades de prevenção da 		 violência na escola
 
2.1 Educação Física Escolar
	Sabemos que ao longo dos anos muito foi discutido sobre a história da Educação Física, sobre seus objetivos eugênicos e sobre como preparar o jovem para servir a pátria. Em 1980, observamos a crise na identidade da disciplina, que resultou em vários estudos que objetivavam aproximar as propostas das reais funções escolares. Hoje, a Educação Física faz parte do currículo escolar como disciplina obrigatória na educação básica, reconhecida pela lei de Diretrizes e Bases de 1996, com objetivos diferenciados daqueles eugênicos, esportivistas e tecnicistas, que marcaram sua história. 
	É pertinente, porém, nos questionarmos: Quais são os objetivos da Educação Física na escola, hoje? Será que na prática educativa seus objetivos realmente mudaram, no decorrer dos anos? Você pode observar diferenças no ensino, desde sua época como aluno, até agora, como educador? Qual é a sua posição, professor em relação a uma Educação Física diferenciada daquela que busca o gesto perfeito, o físico adequado e um grupo homogêneo? Essas são reflexões pertinentes, pois ainda hoje a Educação Física vive à sombra de seu passado, colecionando críticas acerca de sua atuação na escola.
	 Segundo Relatório da Organização das Nações Unidas - ONU (2003 apud SALLES FILHO, 2004 p. 3):
A Educação Física é um componente essencial de educação de qualidade e uma parte integral da aprendizagem por toda a vida. Negligenciar a Educação Física reduz a qualidade da educação, com futuros impactos negativos na saúde publica e nos orçamentos da saúde. A Educação Física é a única matéria no currículo escolar que focaliza especificamente o corpo seus próprios, assim como o dos outros – e os ajuda a lidar com muitos dos desafios enfrentados por jovens, incluindo o risco do HIV/AIDS e outras doenças sexualmente transmitidas e os perigos do tabaco e das drogas. Oferecer aos alunos a oportunidade de praticar esporte na escola assegura de que recebam uma educação completa que trate do corpo, da mente e do 
espírito. 
	A Educação Física deve estabelecer sua prática pedagógica dentro do contexto escolar, buscando legitimidade como componente curricular tão importante quanto ás outras áreas de conhecimento, com o objetivo de integrar o aluno na cultura corporal. Deve proporcionar conhecimentos e autonomia para que este aluno venha a reproduzi-la e transformá-la, usufruindodos conhecimentos sobre jogos, esportes, danças, lutas e ginásticas, em benefício do exercício crítico e autônomo de sua cidadania, em busca de sua identidade e qualidade de vida.
	Segundo Betti (apud BETTI; ZULIANI, 2002), a Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve assumir então outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi- la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida. A integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal de movimento há de ser plena, é afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer, é a integração de sua personalidade.
	O autor ressalta ainda que a Educação Física na Escola não esta restrito ao ensino das habilidades motoras embora sua aprendizagem seja importante. Reforçando essa ideia, Betti (apud DARIDO, 1992), afirma que não basta aprender as habilidades motoras específicas do basquetebol, por exemplo, é preciso aprender a organizar-se socialmente para jogar, compreender as regras como um elemento que torna o jogo possível aprender a respeitar o adversário como um companheiro e não como um inimigo a ser, aniquilado , pois sem ele simplesmente não há jogo. É preciso em fim que o aluno seja preparado para incorporar o basquetebol e a corrida na sua vida para deles tirar o melhor proveito possível. 
	Segundo o Coletivo de Autores (1992), A Educação Física é configurada com temas ou formas de atividades corporais como, jogo, esporte, ginástica, dança outras que constituirão seus conteúdos. O estudo desse conhecimento visa aprender a expressão corporal como linguagem. O homem se apropria da cultura corporal dispondo sua intencionalidade para representações, ideias, conceitos produzidos pela consciência social em face dela desenvolver um sentido pessoal que se liga com a realidade das suas motivações.
	O modelo de Educação Física contido nos PCN (BRASIL, 1998) propõe como princípio básico a necessidade das aulas serem dirigidas a todos os alunos. Eleger a cidadania como eixo norteador significa entender que a Educação Física na escola é responsável pela formação de alunos que sejam capazes de participar de atividades corporais adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade, de conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal, reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva e conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia, reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer.
Esporte como conteúdo da Educação Física Escolar
	Antes de falar sobre esporte como conteúdo da Educação Física Escolar vamos falar um pouco de esporte, depois definir o que é conteúdo escolar.
Para Milsoni (2006), o esporte, nasceu como um jogo que, aos poucos, teve suas regras modificadas e institucionalizadas. Com o tempo, foi se espalhando pelo mundo e ganhando novas modalidades, passando a ser compreendido como uma manifestação humana, um fenômeno sócio cultural, presente em muitos lugares. No final do século XIX, ganhou força em seu contexto competitivo, com o início dos Jogos Olímpicos da modernidade. 
	A partir desse momento, começou a ser constantemente associado ao rendimento. Nos últimos anos, porém, surgiu a necessidade de considerar os diferentes contextos do esporte. Hoje, ao tratarmos de esporte, não podemos mais deixar de levar em conta esses diferentes contextos e finalidades, considerando-os como igualmente verdadeiros, valiosos e presentes no nosso dia-a-dia. Compreender isto é fundamental para compreender, também, as possibilidades de interferência dos seres humanos na continuação do processo de evolução do esporte.
 	 Para Ronchi (2010 apud OLIVEIRA, 2004). Sem dúvida o esporte é o conteúdo mais trabalhado na Educação Física escolar nos dias de hoje. Para tanto deve ser dada considerada atenção ao seu estudo. O esporte tem suas raízes etimológicas do francês “desport”, mas foi modificado pelos ingleses para “sport”. O termo significava prazer, divertimento e descanso.
	Ronchi (2010 apud BRASIL, 2000), conceitua o esporte como sendo:
[...] as práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo,
organizadas em federações regionais, nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e a profissional. Envolvem condições espaciais e de equipamentos sofisticados como campos, piscinas, bicicletas, pistas, ringues, ginásios, etc.
Na ótica dos autores supra, os esportes possuem regras que foram estabelecidas e que devem ser seguidas por seus praticantes.
	De acordo com Kunz (2004), o objeto de ensino da Educação Física, não é apenas o desenvolvimento das ações do esporte, mas propiciar compreensão crítica das diferentes formas da encenação esportiva, os seus interesses e os seus problemas vinculados ao contexto sociopolítico. E na prática, permitir apenas o desenvolvimento de formas de encenação do esporte que são pedagogicamente relevantes.
	Para Betti (1991 p. 18), o objetivo da Educação Física na escola incluindo o esporte como um de seus conteúdos seria:
[...] introduzir o aluno no universo cultural das atividades físicas, de modo a
prepará-lo para delas usufruir durante toda sua vida [...]. Devem-se ensinar
o basquetebol, o voleibol (a dança, a ginástica, o jogo...) visando não apenas o aluno presente, mas o cidadão futuro, que vai partilhar, produzir,
reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física. Por isso, na
Educação Física escolar, o esporte não deve restringir-se a um “fazer” mecânico, visando um rendimento exterior ao indivíduo, mas tornar-se um
“compreender”, um “incorporar”, um “aprender” atitudes, habilidades e conhecimentos, que levem o aluno a dominar os valores e padrões da cultura esportiva.
	Um assunto de fundamental importância a ser abordado refere-se ao entendimento do que denominamos conteúdo escolar. Na acepção de Libâneo (1994 apud REZER, 2006 p. 81): Conteúdo escolar é: 
O conjunto de conhecimentos, habilidades, habitos, modos valorativos e atitudinais de atuação social, organizados didatica e pedagogicamente, tendo em vista a assimilação ativa e aplicação pelos alunos na sua prática de vida. Englobam portanto, idéias fatos, processos, princípios, leis científicas, regras habilidades cognoscitivas, modos de atividade, métodos de compreensão e aplicação, hábitos de estudo, de trabalho e de convivência social; valores, convicções, atitudes.
	A escolha de conteúdos de ensino partem dos conhecimentos e modos de ação surgem da prática social e histórica dos homens e vão sendo sistematizados e transformados em objeto de conhecimento, depois de assimilados e re-elaborados podem servir de instrumentos de ação para atuação social e histórica. Dessa forma, conteúdos do componente curricular de Educação Física serão uma seleção de, segundo Libâneo (1994 apud REZER, 2006 p. 82): “Conceitos, idéias, fatos processos, princípios, leis científicas, regras, habilidades cognoscitivas, modos de atividade, métodos de compreensão e aplicação de hábitos de estudo , de trabalho e de convivência social: valores, convicções, atitudes”. Presentes na esfera corporal de movimento.
	Assim sendo defendemos a idéia que o esporte entra na disciplina de Educação Física Escolar no formato de conteúdo. Isto significa que nao é tratado nem como esporte de rendimento, nem como esporte lazer, mas como esporte conteúdo. Devendo ser reconstruído desde o lugar específico doprojeto escolar. Para Kunz (1994, p. 119) “o esporte ensinado nas escolas enquanto cópia irrefletida do esporte competição ou de rendimento, só pode fomentar vivências de sucesso para uma minoria e o fracasso ou vivência de insucesso para a grande maioria.”	O esporte, deve ser sistematizado e transformado em objeto de conhecimento para converter-se em conteúdo escolar, deve ser analizado para que esse conhecimento possa ser organizado. Essa análise pode ser realizada segundo a lógica do que se deseja compreender ou estudar. Segundo Rezer (2006), assim podemos organizar o estudo dos esportes sob duas perspectivas diferentes e complementares, denominadas de lógicas interna e externa. Lógica interna são as características de desempenho, exigidas pelas situações motoras criadas pelos diferentes tipos de esportes. Lógica externa é definida como as características e/ou significados sociais que uma prática esportiva apresenta ou adquire em um determinado contexto histórico e cultural.
	Podemos definir que quando consideramos o seu significado social, ou seja sua lógica externa, fica claro que o estudo do esporte apenas em sua lógica interna não é suficiente. Para tanto é fundamental, e deve fazer parte do programa de conteúdos da Educação Física Escolar, o estudo da natureza cultural e suas relações com o mundo contemporâneo, particularmente no que se refere ás suas contradições. Nós como educadores devemos levar a sério a disciplina de Educação Fisica Escolar e convertê-la de fato em um componente curricular, uma disciplina comprometida na possibilidade de permitir que o aluno possa intervir de forma autônoma, crítica e criativa na cultura corporal de movimento.
	 Na escola os esportes mais conhecidos e muitas vezes os únicos a serem trabalhados, são os esportes conhecidos como hegemônicos, seriam eles: o futebol, o voleibol, o basquetebol e o handebol. Através do futebol e do voleibol, pretendemos discutir no próximo capítulo a mediação de conflitos nas aulas de Educação Física Escolar.
	O esporte apresenta características muito ricas a serem exploradas pelos profissionais da área de Educação Física na escola. Não podemos mais ficar restritos apenas a transmitir aos alunos o saber fazer determinados movimentos, e ainda assim privilegiando os que apresentam certas facilidades, mas sim oferecer condições que todos, independentemente das diferenças, possam ser possibilitados de aprender o conteúdo esporte nas aulas de Educação Física, sob o aspecto da abordagem em saber o que está sendo desenvolvido através de estratégias e planejamentos.
 Esporte e sua contribuição para a formação da cidadania.
	Segundo o Coletivo de Autores (1992), o processo educativo provocado pelo esporte reproduz as desigualdades sociais. Por essa razão pode ser considerado uma forma de controle social, pela adaptação do praticante dos valores e normas dominantes defendidos para o desenvolvimento da sociedade. Se aceitarmos o Esporte como fenômeno social precisamos questionar suas normas suas condições de adaptação à realidade social e cultural da comunidade que o pratica o cria e recria. Na escola precisamos como Educadores resgatar os valores que estão sendo perdidos, os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual e defendem o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que o jogo se faz a “dois “, e de que é diferente jogar “com” o companheiro e jogar “contra” o adversário.
	Segundo o Relatório das Nações Unidas (2003), precisamos desmistificar o Esporte através da oferta na escola, do conhecimento que permita promover também a compreensão de que a prática esportiva deve ter o significado de valores e normas que asseguram o direito a prática do esporte. O esporte é muito mais do que um luxo ou uma forma de entretenimento. O acesso ao esporte e a prática do esporte constituem um direito humano e essencial para que indivíduos de todas as idades conduzam uma vida saudável e plena. O esporte desde a brincadeira e a atividade física até o esporte competitivo organizado, tem um papel importante em todas as sociedades. O esporte é fundamental para o desenvolvimento de uma criança. Ensina valores fundamentais, tais como a cooperação e o respeito. Traz melhorias para a saúde e reduz a probabilidade de doenças. É uma força econômica significativa que gera emprego e que contribui para o desenvolvimento local. Além disso, reúne indivíduos e comunidades, servindo de ponte entre as diferenças culturais e étnicas. O esporte oferece uma ferramenta bastante efetiva para os desafios do desenvolvimento e da paz.
	Historicamente o esporte serviu aos interesses da elite, sendo praticado em instituições militares, educacionais e religiosas. Atualmente seus objetivos foram expandidos, de maneira que ele se tornou um meio para desenvolver valores morais e educacionais, auxiliando no processo de socialização, estimulando a união, cooperação, respeito, disciplina e responsabilidade. Costa e Goulart (2010, p. 2) afirmam que:
O esporte tem a função de auxiliar na educação da criança, ajudando-a formar seu imaginário social e cultural, através do seu pensar, agir e sentir. Neste momento o esporte funciona como um fator motivador e estimula a criança a correr, pular, subir e rolar. Outro trabalho realizado através do esporte, na qual o fator sociabilidade é desenvolvido e contribui para uma melhor educação e convívio no meio que ela vive. Desta forma a criança também desenvolve a coordenação motora, o raciocínio, estimula a concentração e a atenção, ajuda a entender regras e a respeitar o próximo.
	De acordo com Silva (apud ALVES, 2004), no aspecto social, a iniciação esportiva pode ajudar a criança a estabelecer relações com as pessoas e com o mundo; no aspecto filosófico, pode ajudá-la a questionar e compreender o mundo; no aspecto biológico, conhecer, utilizar e dominar o seu corpo; no aspecto intelectual, auxiliar no seu desenvolvimento cognitivo. Através do esporte também é possível refletir e debater sobre alguns temas como o racismo, a violência, a agressividade, a ética e tantos outros. Mas isso geralmente não ocorre, as técnicas dos esportes são passadas aos alunos, e com isso eles aprendem um esporte e não com o esporte. Além de serem passadas algumas regras dos esportes, nas aulas de Educação Física Escolar, as crianças devem participar ativamente das atividades, dando suas ideias para regras nos jogos e atividades a serem desenvolvidas, dando uma característica socializante ao esporte.
		Segundo o Coletivo de Autores (1992), Precisamos desmistificar o Esporte através da oferta na escola, do conhecimento que permita promover também a compreensão de que a prática esportiva deve ter o significado de valores e normas que asseguram o direito a prática do esporte. Segundo o Relatório da Organização das Nações Unidas - ONU (2003a apud FINCK; SALLES FILHO, 2012, p. 117), o conceito definido pela Força Tarefa é de que, os esportes “[...] são todas as formas de atividades físicas que contribuam para a boa forma física, para o bem-estar mental e para a interação social”. 
	 Para o Coletivo de Autores, (1992, p. 48),
O esporte, como prática social que institucionaliza temas lúdicos da cultura corporal, se projeta numa dimensão complexa de fenômeno que envolve códigos, sentidos e significados da sociedade que o cria e o pratica [...] Sendo uma produção histórico-cultural, o esporte subordina-se aos códigos, sentidos e significados que lhe imprime a sociedade capitalista o que revela que o processo educativo por ele provocado reproduz, inevitavelmente, as desigualdades sociais. Por essa razão, pode ser considerada uma forma de controle social, pela adaptação do praticante aos valores e normas dominantes defendidos para a “funcionalidade” e desenvolvimento da sociedade. Na escola, é preciso resgatar os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, defende o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que o jogo se faz “a dois”, e de que é diferente jogar “com”o companheiro e jogar “contra” o adversário.
	Quando falamos de esporte escolar temos que pensar como um todo, envolvendo a cultura corporal, questionando adaptações a realidade social e cultural dos alunos, onde permita críticas construtivas envolvendo o contexto sócio-econômico-cultural. De acordo com Finck e Salles Filho (2012), sabemos que a Educação Física e o esporte fazem parte de momentos históricos importantes de muitos países, mas algumas vezes o esporte foi ou é utilizado para tirar a atenção do povo para problemas sociais, sendo assim não podemos cair na ingenuidade de que o esporte é por si só educacional ou profissional, ou social. Ainda segundo os referidos autores, o esporte pode contribuir para a sociedade se forem desenvolvidas reflexões, estudos e discussões em benefício das pessoas 
	Concluindo esta discussão sobre o esporte como uma ferramenta capaz de promover transformações nos seres humanos, fazendo com que possamos pensar em uma sociedade com menos violência, Paes (apud BROTTO, 2001, p. 71), define esporte como:
Uma representação simbólica da vida, de natureza educacional, podendo promover no praticante, modificações tanto na compreensão de valores como de costumes e modo de comportamento, interferindo no desenvolvimento individual, aproximando pessoas que tem, neste fenômeno, um meio para estabelecer e manter um melhor relacionamento social.
Violência na Educação Física Escolar e Esportes
	Sendo a aula de Educação Física na escola um espaço de conflitos, se torna muitas vezes um local onde existe violência, das mais variadas formas, inclusive se o professor de Educação Física não tiver o controle da turma e não souber mediar um conflito, pode ocorrer a violência física. Para Guimarães (apud LIPPELT, 2004), muitas das intervenções do professor nas aulas de Educação Física ao invés de gerar uma prática educativa, geram mecanismos de repressão e violência simbólica. 	Guimarães (apud LIPPELT, 2004), usa como exemplo de violência simbólica a questão da elitização que ocorre quando os professores dão preferência aos alunos que são mais habilidosos nas atividades que ele esta ensinando. Isso gera uma falta de motivação aos alunos menos habilidosos. Seguindo a idéia de Guimarães, o elitismo geralmente ocorre em situações do jogo propriamente dito, Pois no decorrer do jogo pode existir conflitos, e se não houver equilíbrio entre os elementos desse conflito, haverá violência. 
	Os esportes nas aulas de Educação Física podem se tornar desafiador e competitivo, sendo assim, a grande maioria dos praticantes não se contentam em praticar somente para, buscar uma melhor qualidade de vida, o lazer, bem estar físico e mental, mas sim em sair com a vitória, pensando somente na conquista. Como na competição sempre haverá um “vencedor e um perdedor” deveríamos nos conter com o resultado, independente da derrota manter o controle emocional e pensar nos benefícios que traz a prática. 
	Mead (apud VENÂNCIO; FREIRE, 2005 p. 142)
	
Afirma que a competição estimula o individualismo. O competir atrelado à violência promove a percepção do outro como desumanizado; “[...] a agressão, a competição e a rivalidade intensificam os conflitos e diminuem a preocupação de uma pessoa pelos sentimentos das outras, em especial, dos adversários.
	Podemos citar, por exemplo, um jogo de futebol disputadíssimo onde a equipe que saiu derrotada não aceita a derrota de maneira amigável, ainda mais se a equipe vencedora “provocar” o time adversário, isso pode gerar conflitos e violência porque nem todos aceitam provocações.
	Para tanto podemos dizer que o esporte, por ser competitivo, não é de fato o principal culpado pelas manifestações de violência que acontecem durante uma partida de futebol, mas as questões de comportamento e de valores do ser humano como o respeito às normas e regras, o respeito aos adversários. Lembrando ainda , que o futebol é um esporte de contato assim como o basquetebol, e o handebol por exemplo. Podendo então durante o jogo, ocorrer conflitos devido ao contato físico, conflitos esses que podem ser negativos se ultrapassarem os limites da discussão verbal, que é muito comum, e acabar de forma violenta.
	Segundo Weinberg e Gold ( 2001 apud, BAROSO; VELHO; FENSTERSEIFER 2005 p. 18):
 Muitos técnicos e atletas acreditam que a agressão melhora o desempenho esportivo, geralmente sob a forma de intimidação dos adversários e consequente garantia de maior auto preservação do agressor e/ou queda de rendimento dos agredidos. Enquanto esse raciocínio de jogo persistir, o índice de violência no gramado tende a aumentar.
	Pensando desta forma, além da violência existente, atletas, muitas vezes instruídos pelos seus técnicos, passam a pensar apenas em violência, nesse caso em tentar parar o atleta adversário com jogadas violentas. Isso pode gerar um clima de conflito, difícil de ser mediado em uma partida de futebol. Também existe a questão de burlar as regras do esporte, por exemplo, quando acontece um gol validado com a mão, um exemplo é o que aconteceu na copa do mundo de futebol, 2010 onde o atacante da seleção brasileira, Luis Fabiano, fez um gol com a mão, no jogo contra a seleção da Costa do Marfin. O atleta sabe que sua atitude foi errada, mas se o árbitro validou o gol, geralmente ele não vai assumir que burlou a regra. 	 Betti (1998 apud VENÂNCIO E FREIRE 2005, p. 143), “demonstra que entre o jogo de futebol e o espectador existe a ação de um intermediário que é a mídia, esta, determina o que se deve ver e ouvir, valorizando algumas coisas em detrimento de outras”. Muitas vezes, podemos acompanhar pela mídia, principalmente a televisiva enfatizando ações que justificam a transgressão as regras e o uso da violência para alcançar resultados, o que deveria ser rejeitado por todos nós, mas infelizmente não é. Também quando anuncia em manchetes frases que instigam conflitos, por exemplo, “hoje terá um grande duelo”, “este jogo será uma batalha”, quem lê ou escuta algo deste gênero pode pensar em inúmeras situações, uma delas que o jogo será uma guerra, mas na verdade não é isso que acontece, a mídia quando cria estes jargões de certa forma esta estimulando para que as regras do jogo sejam burladas, fazendo com que as crianças que estão assistindo achem que podem fazer isso quando estiverem jogando, cabendo ao professor nas aulas de Educação Física atentar-se para que isso não ocorra. Nós educadores temos que orientar nossos alunos em relação a estes fatos que acontecem na mídia para que não sejam influenciados, desenvolver o trabalho pedagógico na escola na perspectiva de tentar resignificar os valores humanos para diminuir a violência nos esportes.
	
2.5 Esporte e mediação de conflitos nas aulas de Educação Física Escolar
	Os objetivos e as propostas educacionais da Educação Física foram se modificando ao longo deste último século, e todas estas tendências, de algum modo, ainda hoje influenciam a formação do profissional e as práticas pedagógicas dos professores de Educação Física.
	Segundo Reverdito; Scaglia e Paes (2009), O esporte se desenvolveu de tal forma, que ultrapassou fronteiras que há algumas décadas eram inimagináveis. Podemos observar esse fato nas diversas manifestações, diferentes cenários, objetivos e motivos que levam as pessoas a prática de esportes diariamente. 
	Segundo a Revista Nova Escola (2012), se forem bem planejadas, as aulas com esportes coletivos ajudam a ensinar conceitos importantes, de modalidades variadas, sua história e a importância do trabalho em equipe. Além disso, garantem as condições para que todos os alunos tenham acesso ao esporte e, ao praticá-lo, desenvolvam suas competências técnicas e táticas, como também a habilidade de se relacionar em jogos coletivos e de solucionar situações-problema gradativamente mais complexas. Como estamos trabalhando com os esportes coletivos (futebol, voleibol), vamos procurar alternativas para mediar os conflitos existentes na prática desses esportes.Ainda segundo a Revista Nova Escola (2012), nós como educadores temos que fazer com que os alunos se aprimorem nos fundamentos de cada modalidade, o que não podemos fazer é privilegiar os mais habilidosos e com isso fazer com que a aula seja prazerosa para alguns e desestimulante para outros. Antes de montarmos as equipes devemos ter cuidado para que elas sejam montadas de acordo com os objetivos propostos, mas sempre garantindo grupos heterogêneos: estudantes de diferentes portes físicos, mais e menos habilidosos, meninos e meninas. É essencial que todos vivenciem cada um dos papéis no coletivo para que treinem diversas habilidades. No jogo de futebol, por exemplo, é um erro destacar as meninas sempre para as posições de defesa. Elas podem defender no primeiro tempo, enquanto os meninos atacam. Porém, no segundo tempo, a situação se inverte, O único cuidado é não deixar que os alunos montem as equipes, pois eles vão se unir por afinidades e os objetivos da atividade não serão alcançados.
	Segundo Nunes (2011, p. 16):
Na escola, os conflitos se manifestam de diversas formas. Muitos deles compõem o cotidiano dos nossos alunos e se constituem em práticas saudáveis para o desenvolvimento humano, tais como os conflitos nas brincadeiras, nos jogos, nas práticas esportivas, entre outros. Por outro lado, muitos tomam rumos indesejados e transformam-se em agressividades, atos de indisciplina, indiferença, depredação do patrimônio escolar, atitudes de preconceito e discriminação.
	É importante que o Educador Físico observe para avaliar constantemente as atividades desenvolvidas pelos alunos. Ele deve perceber se a atividade está adequada e se mantém os alunos motivados. Também é papel do docente esclarecer regras e mediar conflitos, para que estes não se transformem em ato de indisciplina, indiferença, atitudes de preconceito e discriminação. Mas o docente deve deixar que os próprios alunos aprendam a resolver os conflitos antes que evoluam para a violência, conflitos que vão existir na prática do esporte, pois são inerentes do ser humano. A função de árbitro, nos jogos, pode ser delegada aos alunos. Assim, eles refletem sobre a importância de tomar decisões se baseando em regras preestabelecidas.
		Segundo Vinyamata (2005), podemos usar na escola um novo sistema de manejo de conflitos que pode ser representada por uma pirâmide da seguinte forma:
	
Fonte: Choen, 1995
	Em sua base estariam os conflitos potenciais que nunca chegam a ocorrer devido a melhoria do clima escolar. Em segundo lugar, a maior parte dos conflitos poderia ser solucionada pelos próprios estudantes, usando as habilidades aprendidas sobre autocontrole e solução cooperativa. Aqueles que não podem ser solucionados pelos próprios estudantes, passariam por um processo de mediação entre colegas e por um adulto, podemos notar que só no topo da pirâmide é que os adultos estariam arbitrando os conflitos.
	Podemos aplicar esse sistema nas aulas de Educação Física, se o clima é bom na escola, quando os alunos estiverem praticando o futebol, por exemplo, as aulas serão mais prazerosas, pois os próprios alunos mediariam os conflitos existentes dentro do esporte, e aqueles que não podem ser solucionados pelos próprios estudantes, o professor de Educação Física então passaria a mediá-los. Mantendo assim um clima de paz, harmonia e cooperação entre os estudantes.
2.6 Análise de possibilidades do esporte como ferramenta de mediação de conflito nas aulas de Educação Física Escolar.
 	Vamos analisar agora o futebol, e o voleibol, como ferramentas de mediação de conflitos nas aulas de Educação Física Escolar. Escolhemos esses dois, por serem esportes coletivos que se diferenciam em suas práticas. Ambos utilizam de uma bola para ser executado, o futebol tem suas variações como o futebol de sete ou futebol suíço o futsal que é o mais utilizado nas aulas de Educação Física nas escolas. E acreditamos que esse dois esportes podem contribuir para a diminuição da violência, que foi conceituada no primeiro capítulo por Bisker e Ramos (2006), como qualquer comportamento que tenha por objetivo causar dano à outra pessoa, ou objeto, ela não busca convencer o outro apenas o agride. 
	Se pensarmos que o futebol e o voleibol, bem trabalhados nas escolas pelos profissionais que tenham um comprometimento com a disciplina de Educação Física, esses esportes podem contribuir para a diminuição da violência na escola através da mediação de conflitos. 
	Segundo Finck et al (2010), o futebol é o esporte coletivo mais praticado no mundo e no Brasil é considerado uma paixão nacional. Na escola essa modalidade deve ser trabalhada de acordo com as condições apresentadas, se tem um campo, pode ser ministrada uma aula de futebol, se tem apenas uma quadra pode ser utilizada para a prática do futsal. Guardadas as características próprias de cada modalidade os fundamentos possuem algumas semelhanças.
	O voleibol é um esporte praticado em uma quadra, em que uma rede divide as equipes, não existindo, portanto o contato físico. Também existe o voleibol de praia, que utiliza uma quadra de areia para a sua prática, é uma variação do voleibol de quadra. Segundo Finck et al (2010 p. 89):
A diferença marcante entre voleibol e futebol encontra-se no aspecto da motivação, pois no futebol, principalmente no brasileiro, a “imagem” do craque, do jogador que decide o jogo, do “Pelé” ou do “Manoel Tobias” que tudo pode fazer em campo/quadra, é reverenciado. Já no voleibol, a imagem é do jogo coletivo, dos passes, etc., sendo que os ídolos surgem mais pelo visual (beleza Física) do que pelas suas jogadas.
	 Chrispino e Chrispino (2002), tem como fundamento de mediação de conflito um conjunto de procedimentos e dinâmicas de aula que privilegia o aprendizado cooperativo e a prática efetiva dos princípios que regem a mediação de conflitos.
- Cooperação: os estudantes aprendem a trabalhar juntos a confiar e a compartilhar com os demais; 
- Comunicação: os estudantes aprendem a observar cuidadosamente, a comunicar-se com precisão e a escutar com sensibilidade;
- Respeito à diversidade: aprendem a respeitar e apreciar as diferenças entre as pessoas e a entender o preconceito e como este funciona;
- Exposição positiva das emoções; aprendem a expressar suas emoções e seus sentimentos, especialmente os de ira e de frustração, exprimindo-os de formas não violentas não agressivas e não destrutivas, exercitando o autocontrole;
- Mediação de conflitos: aprendem as habilidades de responder criativamente e criticamente aos conflitos que ocorrem em seu contexto social mais amplo.
	Podemos utilizar esses pensamentos nas aulas de Educação Física Escolar, através do futebol e do voleibol. Segundo Finck et AL. (2010, p. 91):
O voleibol é uma modalidade esportiva coletiva, e como tal exige muita condição individual, mas também espírito de grupo, cooperação respeito união compreensão e força de vontade em todos os níveis, principalmente no período de iniciação de aprendizagem. Mais tarde com o domínio dos fundamentos e das técnicas do jogo torna-se um dos esportes de maior plasticidade e dos mais belos aos olhos dos espectadores.
	Segundo Murad (2007), o futebol pode ser e tem sido um processo lúdico que ajuda a reeducar uma vez que sua lógica esta fundamentada na igualdade de oportunidades, no respeito ás diferenças e na assimilação de regras e normas de convivência com o outro. 
	Utilizando o pensamento de Chrispino e Chrispino (2002), para aplicação nas aulas de Educação Física Escolar através do futebol e do voleibol. Como ambos os esportes são coletivos, podemos trabalha-los para que haja uma maior cooperação, influenciando com isso a comunicação entre eles, esses esportes também ensinam a respeitar as diversidades a controlar as emoções, e a mediar conflitos. 
	Assim sendo, nos educadores temos um poder muito grande de interferência na construção de um novo conceito de esporte. Podemos fazer dele aquilo que quisermos,transformando-o em uma ferramenta que trabalhe para a construção de valores positivos ou negativos. Entretanto, enquanto agentes diretos na construção do mundo que queremos, temos que enxergar este poder com uma visão de responsabilidade, principalmente se estivermos fazendo o papel de facilitador de qualquer atividade ou modalidade esportiva, sabendo que nossas ações interferem diretamente no resultado do esporte que queremos ver. Se ampliarmos o foco do esporte para a vida, poderemos ver que nossas ações interferem não só no esporte que queremos, mas na vida de outros e em nossa própria vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	No esporte ou em qualquer outro conteúdo da Educação Física, não podemos tolerar a violência. Temos que primar pelo respeito aos companheiros, as regras e a si próprio. Precisamos ensinar aos alunos o verdadeiro significado do esporte como uma possibilidade de descobertas úteis para a vida inteira.
	Quanto as possibilidades do esporte como uma ferramenta de mediação de conflitos, pudemos perceber que o esporte pode estabelecer, ou mesmo restabelecer relacionamentos de confiança e respeito entre as partes até então em conflito, é uma das características que faz da mediação uma estratégia adequada para a resolução de conflitos nas aulas de Educação Física e na escola como um todo. Além de lidar com questões fundamentais, a mediação pode também estabelecer ou fortalecer relacionamentos de confiança e respeito entre as partes. 	Outra característica é a possibilidade de, por meio da mediação, desenvolver habilidades que permitam que o próprio aluno passe a gerenciar os conflitos. Cabe ressaltarmos a necessidade da mudança na forma de se encarar o conflito, para que, por meio de um processo de mediação, o potencial positivo do conflito seja exercido, impedindo que do conflito se origine a violência. A questão é como resolvemos os conflitos, se por meios violentos ou não violentos, Na escola seja nas aulas de Educação Física ou não, a mediação, se apresenta como uma possibilidade para a gestão dos conflitos.
	A partir do nosso estudo, acreditamos que quanto mais cooperação existir dentro do ambiente escolar, maiores serão as possibilidades para avançarmos em uma educação mais plena e crítica. Nesse sentido, o aprofundamento dos estudos sobre o Esporte, Violência, Conflitos, da Educação Física Escolar são fundamentais para a qualificação das práticas e para o entendimento de que o futebol e o voleibol são modalidades que podem, através da mediação de conflitos, contribuir no processo de diminuição da violência escolar.
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