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UNIVERSIDADE PAULISTA DE SOROCABA - UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - ICET ENGENHARIA MECÂNICA ICARO NEGRETTI FARO - C66EHE-4 – EM6P17 LARISSA COSTA SILVA - C6663A-8 – EM6Q17 LUCAS PERCINATO DA SILVA DE PAULO - C694JA-9 – EM6Q17 EXPERIÊNCIA LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO APLICADA ENSAIO DE TRAÇÃO Sorocaba/SP 2º Semestre/2017 ICARO NEGRETTI FARO - C66EHE-4 – EM6P17 LARISSA COSTA SILVA - C6663A-8 – EM6Q17 LUCAS PERCINATO DA SILVA DE PAULO - C694JA-9 – EM6Q17 EXPERIÊNCIA LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO APLICADA ENSAIO DE TRAÇÃO Experiência laboratorial apresentada à Universidade Paulista de Sorocaba, sob orientação da Prof.ª Dra. Adriane Ferreira. Sorocaba/SP 2º Semestre/2017 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2 1.1 OBJETIVOS ...................................................................................................... 2 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 2 2.1 ENSAIO DE TRAÇÃO ...................................................................................... 2 2.1.1 Máquina de Ensaio ......................................................................................... 3 2.1.2 Corpo de Prova e Normas .............................................................................. 4 2.1.3 Deformação Elástica e Deformação Plástica .................................................. 4 2.1.4 Gráficos .......................................................................................................... 5 2.1.5 Tensão de Engenharia ................................................................................... 7 2.1.6 Deformação .................................................................................................... 7 2.1.7 Módulo de elasticidade ................................................................................... 7 2.1.8 Coeficiente de Poisson ................................................................................... 8 3 MATERIAIS E MÉTODO .................................................................................. 8 3.1 MATERIAIS ...................................................................................................... 8 3.3 MÉTODO .......................................................................................................... 9 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 11 5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 13 6 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 14 2 1 INTRODUÇÃO 1.1 OBJETIVOS O relatório terá como objetivo reforçar o entendimento a respeito dos procedimentos e normas para a realização de um ensaio de tração em um corpo de prova. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Tração é um fenômeno que ocorre ao se aplicar esforços físicos em um determinado corpo em direções opostas. Ao sofrer a tração o material tende a apresentar resistência, esta varia de acordo com a força aplicada ou com o corpo de prova utilizado. Podendo ser associado a tensão, é muito utilizada na avaliação de diversas propriedades mecânicas de materiais importantes em projetos. 2.1 ENSAIO DE TRAÇÃO O ensaio de tração é classificado como ensaio mecânico de natureza destrutiva, isto é, provoca inutilização total ou parcial do material e é um dos testes mais comuns que pode ser aplicado em um material. O ensaio geralmente é realizado em uma máquina universal, e consiste em prender o corpo de prova (que possuí características exclusivas de acordo com normas técnicas) nas garras da máquina, a amostra sofrerá uma carga de tração gradativa e crescente fazendo com que o material apresente deformação e consequentemente ruptura. Desde o início até o fim do experimento a máquina fará medições que resultaram em uma curva carga x deslocamento. A curva gerada é usada em cálculos que iram caracterizar as propriedades mecânicas do material, sendo eles: tensão de escoamento, tensão de ruptura, modulo de elasticidade e coeficiente de Poisson. 3 2.1.1 Máquina de Ensaio Para a realização do ensaio de tração é necessário o uso de uma máquina universal, como seu próprio nome sugere, com ela podemos realizar diversos outros testes de ensaio, e não somente o de tração. A máquina é composta por diversas partes mecânicas entre elas os que merecem mais destaque são as garras, o dinamômetro e o deflectômetro eletrônico. As garras são responsáveis pela fixação do corpo de prova na máquina. O dinamômetro ou célula de carga é o responsável por medir a força aplicada no material, enquanto o deflectômetro mede a deformação sofrida pela peça. A medida em que o ensaio é realizado, a máquina universal registra os seus valores de tensão-deformação e traça um diagrama do mesmo que pode ser visualizado em um computador ligado ao equipamento ou desenhado em um papel milimetrado pelo registrador gráfico, outro acessório da máquina. FIGURA 1 – MÁQUINA UNIVERSAL Disponível em: <http://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/maquinas-e- equipamentos/intermetric/produtos/acessorios/maquina-universal-de-ensaios->. Acesso em setembro de 2017. 4 2.1.2 Corpo de Prova e Normas A amostra do material ao qual será submetido ao ensaio de tração, é chamado de corpo de prova. Eles podem ser de seção retangular ou circular e para se poder realizar o ensaio o mesmo deve seguir as especificações de acordo com as normas técnicas impostas. Algumas das especificações são: dimensões dos corpos de prova, velocidade de tensionamento, base de medida etc. Existem diversas normas que especificam diversos materiais em diferentes casos de aplicação como por exemplo no caso de materiais metálicos a norma correspondente é a NBR 6152 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. FIGURA 2 – CORPO DE PROVA Disponível em: <https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6543-corpos-de- prova-para-o-ensaio-de-tracao#.WdFTM7pFwy8>. Acesso em outubro de 2017. 2.1.3 Deformação Elástica e Deformação Plástica Durante a realização do ensaio verifica-se que o corpo de prova passa a sofrer estricção em sua parte útil, ou seja, passa a se formar uma deformação. Essa deformação pode ser classificada em deformação elástica ou deformação plástica. 5 FIGURA 3 - ESTRICÇÃO OU DEFORMAÇÃO DO MATERIAL Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABKP4AG/apostila-ciencia- tecnologia-dos-materiais?part=3>. Acesso em outubro de 2017. A deformação inicial sofrida pelo corpo de prova é a deformação elástica. Sua característica é que o material tende a retornar a sua forma inicial após a liberação da carga. Isto ocorre porque ao sofrer a carga suas moléculas se reorganizam de maneira a exercer uma resistência, e ao encerramento do esforço elas conseguem retornar a sua posição inicial. A deformação subsequente a deformação elástica é a deformação plástica. É caracterizada pelo material não retornar ao estado inicial mesmo após a liberação da carga aplicada. Isto ocorre devido as moléculas do corpo se deslocar a novas posições, impedindo o retorno a posiçãooriginal. 2.1.4 Gráficos Após a realização do ensaio de tração, um gráfico de tensão-deformação será formado. Este gráfico conterá várias informações que auxiliaram na definição das propriedades mecânicas do corpo de prova. 6 FIGURA 4 – GRÁFICO TENSÃO-DEFORMAÇÃO Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAf9bMAK/aula-aco-ensaio- tra-a-os-aula-2-ambiental>. Acesso em outubro de 2017. Como pode ser observado no gráfico acima cada ponto representa uma propriedade/estado do material. Para poder encontrar seus valores numéricos deve- se levar em consideração as seguintes formulas: Tensão de engenharia, modulo de elasticidade, coeficiente de Poisson, alongamento ou deformação. No que se diz respeito as curvas, é importante saber que suas características serão totalmente diferentes quando se comparado materiais de estruturas diferentes, como pode ser verificado na figura abaixo: FIGURA 5 – DIVERSAS CURVAS Disponível em: <https://www.emaze.com/@ACWOWWCF/CM---Aula-09--- Propriedades-nec%C3%A2nicas-dos-Materiais>. Acesso em outubro de 2017. 7 2.1.5 Tensão de Engenharia A física e a engenharia falam de tensão mecânica para se referir à força por unidade de área no meio de um ponto material sobre a superfície de um corpo. A tensão mecânica pode ser expressada em unidades de força divididas por unidades de área. 𝜎 = 𝐹 𝐴0 (1) Onde: • F: é a força aplicada; • 𝐴0: é a área da seção transversal do corpo (antes da aplicação da carga). 2.1.6 Deformação É a mudança dimensional que se verifica no material em função da carga aplicada. Se dá pela fórmula 2. 𝜀 = ∆𝑙 𝑙0 (2) Onde: • ∆𝑙: é a diferença entre a dimensão final e a inicial; • 𝑙0: é o comprimento inicial, e • ε: deformação. 2.1.7 Módulo de elasticidade É a razão entre a tensão e a deformação na direção da carga aplicada, sendo a máxima tensão que o material suporta sem sofrer deformação permanente. 𝐸 = 𝜎 𝜀 (3) Onde: • E: módulo de elasticidade ou módulo de Young (Pascal); • δ: tensão aplicada (Pascal), e • ε: deformação elástica longitudinal do corpo de prova (adimensional). 8 2.1.8 Coeficiente de Poisson Ao ser tracionado na direção x, o corpo sólido experimenta alongamento nesta direção e simultaneamente contrações nas direções perpendiculares y e z. Experimentalmente, foi determinado que a razão entre o alongamento e contrações é aproximadamente constante, ou expressando em termos de deformações: 𝑣 = ∆𝐴 𝐴0 ∆𝑙 𝑙0 (4) Onde: • ∆𝐴: é a variação da dimensão transversal; • 𝐴0: é a dimensão transversal inicial; • ∆𝑙: é a variação da dimensão longitudinal; • 𝑙0: é a dimensão longitudinal inicial, e • v: é o coeficiente de Poisson. O coeficiente de Poisson é uma propriedade de comportamento específica de cada material. 3 MATERIAIS E MÉTODO 3.1 MATERIAIS Para a realização dos experimentos foram utilizados os seguintes materiais: • Máquina Universal; • Corpo de prova aço 1040 normalizado; e • Computador integrado à máquina universal. 9 3.3 MÉTODO Foi-se escolhido o corpo de prova que seria utilizado para a realização do experimento. Tratava-se de um corpo de prova aço 1040 normalizado. FIGURA 6 - AÇO 1040 NORMALIZADO Fonte: corpo de prova aço 1040 normalizado localizado no laboratório da UNIP – Sorocaba. Com o auxílio do computador foi-se realizado as pré-configurações da máquina universal, para que a mesma pudesse realizar o ensaio de tração. FIGURA 7 – MÁQUINA UNIVERSAL Fonte: Maquina Universal localizado no laboratório da UNIP – Sorocaba. Após realizado a pré-configuração, o corpo de prova foi levado até a máquina, e o mesmo fixado entre sua base e célula de carga através de garras. Foi-se verificado se a peça estava bem presa e tendo a confirmação iniciou-se o teste de ensaio de tração. 10 FIGURA 8 – CORPO DE PROVA PRESO A MÁQUINA UNIVERSAL Fonte: Maquina Universal e corpo de prova localizada no laboratório da UNIP – Sorocaba. Através do computador acompanhou-se a formação do gráfico tensão- deformação, com os valores obtidos através do deflectômetro e dinamômetro da máquina de ensaio. Ao mesmo tempo observou-se o corpo de prova enquanto era submetido a carga, acompanhou-se as deformações sofridas pelo corpo de prova até a ruptura do material. Tendo sofrido a ruptura a máquina foi desligada, o corpo de prova foi retirado para que pudessem ser feitas as observações. FIGURA 9 – CORPO DE PROVA APÓS O ENSAIO Fonte: corpo de prova após o ensaio de tração aço 1040 normalizado localizado no laboratório da UNIP – Sorocaba. 11 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO No ensaio de tração as propriedades mecânicas que podem ser determinadas são o limite de escoamento, limite de ruptura, modulo de elasticidade e coeficiente de poisson. Os dados obtidos pelo software foram-se adquiridos por envio do técnico responsável. Porém, através do gráfico apresentado a nós, não foi possível gerar a coluna de tensão e deformação afim de plotar o gráfico tensão x deformação para que pudéssemos calcular os dados necessários para a conclusão do relatório. FIGURA 10 – RELATÓRIO GERADO PELO SOFTWARE Fonte: elaborado pelo técnico do laboratório em setembro de 2017. 12 Com os dados acima, foi-se possível calcular: Adotando g=9,81m/s², tem-se que a tensão máxima é: 𝜎𝑚á𝑥 = 𝐹 𝐴 = 4658,1 𝜋 ∗ 5² = 59,339 𝐾𝑔𝑓 𝑚𝑚² = 582,11 𝑀𝑃𝑎 E a tensão de ruptura é: 𝜎𝑟𝑢𝑝 = 𝐹 𝐴 = 3200 𝜋 ∗ 5² = 40,764 𝐾𝑔𝑓 𝑚𝑚² = 407,64 𝑀𝑃𝑎 Utilizando os dados do gráfico, adota-se um ponto na reta onde se encontra a deformação elástica para a realização do cálculo do modulo de elasticidade: 𝜎 = 𝐹 𝐴 = 2450 𝜋 ∗ 5² = 31,194 𝐾𝑔𝑓 𝑚𝑚² = 305,9086 𝑀𝑃𝑎 𝜀 = ∆𝑙 𝑙0 = (224,8 − 220) 220 = 0,021818% 𝐸 = 𝜎 𝜀 = 305,9086 0,021818 = 14.020,9277 𝑀𝑃𝑎 = 14,0209 𝐺𝑃𝑎 Cálculos realizados a partir das dimensões encontradas no corpo de prova: 𝜀 = ∆𝑙 𝑙0 = (227 − 220) 220 = 0,03182 𝐴𝑙 = ∆𝑙 𝑙0 ∗ 100 = (227 − 220) 200 ∗ 100 = 3,182% Para uma melhor visualização, colocou-se os dados obtidos no quadro abaixo: QUADRO 1 – RESUMO DOS VALORES ENCONTRADOS Descrição Valor encontrado Limite de escoamento 4123,93 MPa Tensão máxima 582,11 MPa Tensão de ruptura 407,64 MPa Módulo de elasticidade 14,02 GPa Deformação elástica/plástica 0,03182 Fonte: elaborado pelo autor em outubro de 2017. Através das fórmulas encontrou-se um alto valor de modulo de elasticidade, que se levado em consideração o valor de deformação do material, e mais algumas 13 análises feitas sobre o corpo de prova, concluiu-se que o mesmo tratava-se de um material dúctil, isto é, sofre uma grande deformação antes de sofrer a ruptura. Este fatortambém faz com que valores de escoamento e ruptura sejam altos. Outras informações que também contribuem para definir o material como dúctil, é o fato de o gráfico que foi apresentado ter uma grande linha de curva, indicando que o corpo de prova passou por estágios de deformação plástica e deformação elástica. Com os valores obtidos não foi possível determinar o coeficiente de poisson, pois se via necessário ter a dimensão final do diâmetro, uma informação que estava ausente durante o desenvolvimento do experimento 5 CONCLUSÃO Entre os diversos tipos de ensaios mecânicos conhecidos atualmente, o ensaio de tração apresenta ser um dos mais simples e de fácil entendimento, porém isso não reduz o seu mérito de ser um dos mais importantes e mais utilizados no cenário industrial. Através dele é possível determinar várias propriedades mecânicas de um material, informações que são extremamente importantes em projetos e afins. Com a utilização desses conhecimentos, determinou-se valores numéricos para propriedades mecânicas de um corpo de prova aço 1040 normalizado. Realizando as análises desses resultados concluiu-se que o corpo se tratava de um material dúctil, isto é, que o mesmo só se rompera após uma grande deformação resultante da carga aplicada. Chegou-se a essa conclusão por se encontrar um grande valor numérico no modulo de elasticidade e de haver deformação no corpo de prova, além das observações feitas visualizando o formato da ruptura no material. Entende-se que não se pode confiar nos valores obtidos, porque embora todos os procedimentos tenham sido realizados, o ambiente não é próprio para realização do experimento, e os equipamentos utilizados podem não apresentar a precisão que se encontraria em um laboratório especializado. Alguns valores (coeficiente de Poisson por exemplo) nem mesmo foram possíveis de encontrar devido à falta de informações, e tudo isso apenas acrescenta na falta de credibilidade dos resultados encontrados. 14 6 REFERÊNCIAS ESCOLA DE ENGENHARIA SÃO CARLOS. Ensaios Mecânicos dos Materiais – Tração. Prof. Dr. Cassius O.F. Terra Ruckert. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/217019/mod_resource/content/1/Ensaio%2 0de%20Tra%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em 01 de outubro de 2017. UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES. Ensaio dos Materiais. Disponível em: <http://www.urisan.tche.br/~lemm/arquivos/ensaios_mecanicos.pdf>. Acesso em 01 de outubro de 2017. TORK. Ensaio de Tração. Disponível em: <https://laboratorios- tork.com.br/servicos/testes-em-materiais/ensaio-de-tracao/>. Acesso em 01 de outubro de 2017. FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA UNICAMP. Relatório de ensaio de tração com materiais poliméricos. Disponível em: <http://www.fem.unicamp.br/~assump/Projetos/2007/Relat_Ensaio_Polimero.pdf>. Acesso em 01 de outubro de 2017.
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