Buscar

APOSTILA PRIMEIRO ESTÁGIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Direito de Empresa – 1ºESTÁGIO
- Evolução do Direito Comercial: necessidade de compreender as diversas concepções de mercantilidade sob uma perspectiva histórica. 
Primeiramente, a relação jurídica mercantil – sujeita a uma tutela específica, apartada da tradição civilística do direito romano – era definida pela qualidade do sujeito que, matriculando-se na respectiva corporação profissional, sujeitava-se à jurisdição dos cônsules, em tribunais próprios (subjetivismo). 
Posteriormente, com o Código Comercial francês de 1808, passou-se à adoção de um critério objetivo, em que o direito comercial não mais se apresentava como o direito de uma certa corporação, passando a ser definido em razão da própria natureza do ato praticado e não da qualidade do agente como integrante de uma corporação profissional. Comerciante, desse modo, passou a ser a pessoa que praticava – fazendo disso a sua profissão habitual – atos de comércio, assim considerados aqueles elencados pelo legislador como tal (Teoria dos Atos de Comércio).
Já a concepção mais atual (Teoria da Empresa – Itália, Código Civil de 1942) identifica o direito comercial como aquele próprio às relações decorrentes da atividade empresarial (conceito subjetivo moderno), compreendida esta em razão de sua respectiva importância no contexto econômico. Dessa forma, é considerado empresário quem, de maneira organizada e profissional, explora uma atividade econômica para a produção e circulação de bens e serviços (art. 966, caput, CC)
No Brasil, o novo modelo de disciplina privada da atividade econômica, que não representa propriamente uma unificação do sistema, veio a ser adotado com o Código Civil de 2002, embora vários diplomas esparsos editados anteriormente já sinalizassem para um gradativo abandono da teoria dos atos de comércio (simbolizada pelo Código Comercial de 1850), para a nova concepção empresarial (CDC, nova lei de locação predial – Lei 8245/91 e a reforma do registro de comércio – Lei 8934/94).
Não há, com o CC, uma superação do tratamento diferenciado da atividade econômica, já que a atividade empresarial e a não empresarial continuam sujeitas a disciplinas diversas�, mas tal regramento passa a ser posto não mais em razão do tipo de atividade, mas de sua importância econômica, o que faz com que profissionais liberais (como médicos, odontólogos, advogados, dentre outros), ou sociedades que se dediquem a essas atividades consideradas intelectuais (escritórios de contabilidade ou consultoria, por exemplo) sejam excluídos da disciplina do direito de empresa – o Livro II do Código Civil vigente, conforme exceção prevista no § único do art. 966 do CC.
- Empresário: quem (sujeito de direitos e obrigações) explora uma empresa (atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços, com intuito de lucro, empregando fatores de produção – capital, mão-de-obra e tecnologia). 
- distinção de conceitos entre EMPRESÁRIO (sujeito, quem explora a empresa, que pode ser uma pessoa natural� ou jurídica�) e EMPRESA (atividade econômica não intelectual explorada de forma organizada e profissional pelo empresário), ou ainda com ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL (conjunto de bens organizados pelo empresário para exploração da empresa). 
Igualmente importante é a distinção entre EMPRESÁRIO (agente econômico) e SÓCIO DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA (sócio não é empresário, é a sociedade quem explora a empresa). O empresário (empresário individual, EIRELI ou sociedade empresária) sempre tem responsabilidade DIRETA e, portanto, ILIMITADA, pelas obrigações regularmente contraídas em seu nome. Já o sócio responde sempre SUBSIDIARIAMENTE por dívidas da pessoa jurídica, ou seja, apenas poderá ser executado quando a sociedade não tiver mais bens. Esse é o chamado benefício de ordem, previsto no art. 1024 do CC, próprio da responsabilidade subsidiária do sócio.
Com o advento da Lei 12.441/2011 foi incluída mais uma forma de pessoa jurídica dentre as previstas pelo CC em seu art. 44, com o acréscimo do inciso IV: a EIRELI, ou EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. Cuida-se de pessoa jurídica titularizada por uma única pessoa�, não se tratando de forma societária, portanto. Encontra disciplina no art. 980-A do CC, em que se encontra prevista a necessidade de capital mínimo de 100 salários-mínimos, valor que deve ser integralizado (quitado) pelo respectivo titular antes do início das atividades pela pessoa jurídica. 
Em decorrência da personalidade jurídica (art. 45, CC) há separação entre os bens que integram o estabelecimento, que são de propriedade da EIRELI, e aqueles bens de propriedade de seu titular (estes, de regra, não respondem por dívidas da empresa)�. 
No que compatível, segue as regras da LTDA. Assim, há restrição de responsabilidade do titular ao capital integralizado, ou seja, àquele valor desembolsado por ele para o início da empresa. No caso de uma falência dessa pessoa jurídica, apenas os bens que integram o patrimônio desta é que serão arrecadados para pagamento de dívidas. 
- caracterização: caput do art. 966 - podemos caracterizar o empresário como aquela pessoa (natural ou jurídica) que explora atividade econômica não intelectual, de modo organizado e profissional. 
- exceções: art. 971 (empresário rural: faculdade de vincular-se ao regime empresarial se inscrito na Junta Comercial), art. 982, § único (Sociedade por Ações: Anônima (S/A) e Comandita por Ações sempre serão sociedades empresárias, seja qual for a atividade desenvolvida; Cooperativa: sempre sociedade simples, isto é, não empresária�) e art. 984 (sociedade que explora atividade rural: idêntica faculdade conferida ao empresário rural, de vincular-se ao direito empresarial se inscrita no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo da Junta Comercial do Estado de sua sede. 
Atenção: não optando por tratamento jurídico de sociedade empresária, a pessoa jurídica que explora atividade rural deverá registrar seu contrato social� no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, sob pena de não adquirir personalidade jurídica (arts. 985 e 1150). Se for uma S/A dedicada ao agro-negócio não incide a faculdade do art. 984, porque, como afirmado pelo art. 982, § único, a sociedade anônima é sempre empresária, independentemente de seu objeto. Deve, então, necessariamente arquivar seu estatuto na Junta Comercial. 
- Requisitos para exercício da atividade empresarial – art. 972,CC: capacidade civil + ausência de impedimento legal
Impedimentos legais: previsões em dispositivos legais esparsos. De modo geral, citam-se os funcionários públicos (conforme respectivos estatutos – no caso dos federais, a Lei 8112/91); magistrados (LC 35/79); militares; governadores; corretores e leiloeiros, quanto aos bens de cuja venda estão encarregados; médicos, quanto a farmácias, drogarias e laboratórios farmacêuticos; falido, enquanto não reabilitado judicialmente. A interdição ao exercício da atividade empresarial pode ser pena aplicada ao condenado criminalmente, como forma de interdição de direitos (art. 47, II, CP). Deputados e senadores sofrem a restrição do art. 54, II, da CR/88.
Importa registrar que o impedimento legal não se estende à participação como sócio comanditário, cotista (sem poderes de administração) ou acionista. Mas se estendem ao titular (pessoa física) da EIRELI.
Art. 973. Mesmo impedido, se exercer a atividade empresarial, responde pelas obrigações contraídas. 
ATENÇÃO: O PROIBIDO DE EXERCER EMPRESA NÃO É INCAPAZ. SEUS ATOS SÃO VÁLIDOS. ASSIM, A EXPLORAÇÃO NÃO EVENTUAL DE ATIVIDADE EMPRESARIAL PODE CARACTERIZÁ-LO COMO EMPRESÁRIO, EMBORA NECESSARIAMENTE IRREGULAR. PODE IR À FALÊNCIA TAL COMO O EMPRESÁRIO IRREGULAR (sem registro). AS SANÇÕES PELA VIOLAÇÃO DO IMPEDIMENTO SÃO APLICADAS NA ESFERA PRÓPRIA EM QUE PREVISTA A PROIBIÇÃO. Ex: funcionário público que explora empresa, pode vir a ser demitido, como sanção administrativa a sua falha funcional. Para os militares, o CP Militar tipifica a conduta como crime militar. Omédico que explora farmácia vai ser processado pelo CRM etc.
Capacidade Civil – ver a parte geral do CC (arts. 1º ao 5º) e ainda os arts. 166, I e 171, I. Na parte de direito de empresa, os arts. 974 a 976. De modo geral, aplicam-se ao titular de EIRELI (EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA – ART. 980-A) os mesmos requisitos de capacidade empresarial impostos, pelo art. 972, ao empresário individual.
Menor empresário (entre 16 e 18 anos): exerce sua empresa, em caráter individual, nos limites do art. 180 CC: não pode eximir-se de uma obrigação contraída em tal condição invocando idade que dolosamente ocultou ou falseou quando inquirido.
A exploração de empresa por menor relativamente incapaz pode acarretar sua maioridade civil (emancipação) na hipótese do art. 5º, § único, V, do CC: se em função da atividade adquire independência financeira (economia própria).
Com a revogação do Código Comercial nessa parte, não existe mais o instituto da ‘autorização para comerciar’, que os pais podiam conceder ao filho maior de 18 anos (então relativamente incapaz no CC anterior) para que esse se estabelecesse no comércio. Hoje, o menor retivamente incapaz (entre 16 e 18 anos) acaba adquirindo plena capacidade civil ao se estabelecer com economia própria, com a complacência dos pais, se os terceiros com quem negociar tolerarem sua condição de relativamente incapaz até que ele venha a atingir o sustento próprio que o emancipa. Se os pais não concordarem com a exploração de empresa, devem impedir dentro dos limites do poder familiar, sob pena de operar-se a emancipação. O menor não pode suprir esse consentimento (que deve ser, no mínimo, tácito) por autorização judicial, hipótese não admitida mesmo para a antiga ‘autorização para comerciar’, considerada inerente ao exercício do pátrio poder.
Art. 974: Mesmo o absolutamente incapaz pode CONTINUAR empresa antes exercida por ele quando capaz (caso do interditado), por seus pais ou por quem lhe deixou a herança, desde que autorizado judicialmente. Os bens do estabelecimento são comprometidos em nome do incapaz, por meio de seu representante (quando absolutamente incapaz) ou assistente (os pais, no caso do menor entre 16 e 18). É o incapaz quem vai a falência se a empresa for mal sucedida, ficando seus bens particulares, ainda que sejam anteriores à interdição ou sucessão, sujeitos à arrecadação, ainda que estranhos à empresa, salvo ressalva expressa em contrário no respectivo alvará de autorização.
A continuação de empresa por menor relativamente incapaz, na condição de sucessor de empresário individual, pode acarretar sua emancipação se o negócio lhe proporcionar economia própria. Ver arts. 976 e 1693, II, CC.
Sócio incapaz: Inexiste mais controvérsia sobre a possibilidade de participação de menor em sociedade contratual (caso da Limitada), como herdeiro de quota de outro sócio. No caso de o contrato não prever expressamente a dissolução da sociedade em caso de morte de um dos sócios e entrando em consenso os demais sócios, o menor é admitido, desde que sua cota esteja integralizada� e não assuma ele qualquer poder de administração ou gerência. Sua participação na empresa é controlada pelos pais (arts. 1689 e 1690), com apelo ao juiz em caso de divergência entre o casal. No caso da incapacidade superveniente de sócio, ou seja, uma interdição após o ingresso do sócio, a exclusão pelos demais sócios é sempre facultativa (art. 1030, CC), mediante ação judicial.
De todo modo, a inclusão do parágrafo 3º ao art. 974 – cujo caput e parágrafos anteriores cuidam apenas do empresário individual – pela Lei 12.399/2011, trouxe a previsão expressa do que já se encontrava sedimentado na doutrina e jurisprudência: a possibilidade de haver sócio incapaz, desde que integralizado o capital social e o menor não detenha poderes de administração ou gerência, devendo ser assistido ou representado, conforme o caso�. 
O incapaz pode ser acionista de companhia (S/A), desde que de ações integralizadas (pagas), e os direitos decorrentes de sua condição de sócio (como no caso do voto em assembléias gerais), são exercidos pelo seu representante legal (no caso de relativamente incapaz, ele é assistido). 
 
O absolutamente incapaz (caso do menor de 16 anos e do interdito) não pode iniciar qualquer atividade empresarial, sob pena de nulidade do ato. Mas pode continuar a empresa na hipótese do art. 974 (herança) por representante, devidamente autorizado.
ATENÇÃO: A ÚNICA HIPÓTESE DO ABSOLUTAMENTE INCAPAZ SER CONSIDERADO EMPRESÁRIO É NA CONTINUAÇÃO DE EMPRESA, NAS HIPÓTESES E CONDIÇÕES DO ART. 974 CC.
O art. 975 traz a solução para o caso de o representante ou assistente do incapaz ser impedido de exercer atividade empresarial (ex. a mãe do menor, cujo pai falecido era empresário, que é servidora pública): com aprovação do juiz é nomeado um ou mais gerentes para administrar a empresa.
Art. 976: a prova da emancipação (ex. certidão de casamento) e o alvará de autorização para o incapaz continuar empresa devem ser levados a registro na Junta Comercial. O uso da firma (assinatura pela qual se obriga a empresa) cabe ao maior de 16 anos. Nos demais casos, como de pródigos (não podem exercer atos pelos quais comprometam patrimônio), de interditos em geral e de menores de 16 anos, compete o uso da firma ao representante ou gerente.
Cônjuges empresários: Desde o advento do Estatuto da Mulher Casada (Lei 4121/62) já não cabe mais qualquer discussão sobre o status da mulher casada que exerce atividade empresarial. Prevalece a regra de, em havendo prova de que a dívida, contraída pelo marido ou esposa como empresário, trouxe benefício ao casal, foi assumida para atender encargos de família, despesas de administração de bens comuns etc, o outro cônjuge não pode excluir sua meação (quando casados em regime de comunhão) da respectiva execução (art. 1664, CC).
Art. 977: impedimento aos cônjuges de contratar sociedade entre si ou com terceiros, se casados sob regime de comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. No primeiro caso, a vedação teria justificativa por conta de alegada ausência de sentido prático na sociedade entre os cônjuges ou deles com terceiros, já que o patrimônio do casal necessariamente se confundiria, não havendo diferenciação entre o patrimônio da sociedade conjugal e o referente à participação societária de cada qual. 
Mas apenas um dos cônjuges, sob regime de comunhão universal, poderia contratar sociedade com terceiro? 
Interpretando-se a expressão ‘cônjuges’ como alusiva ao casal, pode-se admitir que o Código não pretendeu vedar que apenas um deles, mesmo casado sob comunhão universal, venha a contratar sociedade com terceiro, desde que não comprometa nessa empreitada mais do que sua meação. Nessa hipótese, em se aplicando a regra do art. 1664 (admitida pelo art. 1670), frente à execução de dívida da sociedade que atinja o patrimônio do sócio casado em comunhão universal de bens (caso em que houver responsabilidade ilimitada), o cônjuge em juízo poderia defender sua meação, provando que a dívida não favoreceu a ele ou à entidade familiar. 
No caso da separação absoluta por imposição de lei, a intenção do artigo em comento é vedar tentativas de burla à incomunicabilidade dos bens, que poderia ocorrer em uma sociedade com responsabilidade ilimitada dos sócios. Na hipótese, entretanto, também não parece subsistir obstáculo a que apenas um deles contrate sociedade com terceiro, desde que empregando para tanto seus próprios bens particulares. 
Art. 978 x art. 1642: podem os cônjuges praticar todos os atos de disposição patrimonial necessários ao exercício das respectivas profissões, salvo alienar ou onerar bens imóveis, a não ser que casados em separação total de bens. No caso de o imóvel pertencer ao acervo empresarial, o cônjuge não necessita da autorização do outro para dele dispor na exploração da empresa. 
Arts. 979 e 980: todos os atos que impactem a vida civil do empresárioindividual (pessoa natural, portanto) devem ser levados a registro no RPEM para terem efeitos na seara empresarial, como pactos antenupciais, doações, sentenças de separação etc.
_______________________________________________________________
- Obrigações gerais do empresário: 1) registrar-se na Junta Comercial antes do início da exploração da empresa (art. 967); 2) manter escrituração regular de seus negócios – livro obrigatório no CC: Diário (art. 1180); 3) levantar demonstrações contábeis periódicas: de modo geral anualmente, exceto instituições financeiras ou S/A que distribuam dividendos semestralmente, que deverão publicar balanços semestralmente. 
1) REGISTRO: Arts. 967, 985 e 1150 a 1154 do CC 
Histórico: Código Comercial (1850) – Tribunais do Comércio: atividades jurisdicionais e de registro (matrícula dos comerciantes e depósitos de documentos) exercidas por uma repartição daqueles tribunais, as Juntas Comerciais. Os Tribunais do Comércio lembravam a figura das antigas corporações de ofício dos comerciantes e mesmo em 1850 representavam uma estrutura anacrônica, já que desde 1824 a Constituição assentava o Estado sobre o princípio da separação de poderes. Extintos em 1875, a função jurisdicional passou aos juízes de direito, e as registrárias continuaram a cargo das Juntas Comerciais, que eram 7, uma em cada principal estado da federação, mais 14 inspetorias.
Hoje há uma Junta Comercial em cada estado e no DF. 
A lei que disciplina o Registro de Empresas Mercantis e Atividades Afins (RPEM), a Lei 8934/94, ampliou o acesso ao registro nas Juntas Comerciais. 
Assim, QUALQUER SOCIEDADE COM FINALIDADE ECONÔMICA, INDEPENDENTEMENTE DE SEU OBJETO PODE REGISTRAR SEUS ATOS CONSTITUTIVOS NA JUNTA COMERCIAL, por força do disposto no art. 2º da Lei 8934/94. Exceção para sociedades de advogados – que necessariamente são registradas na OAB por conta de disposição legal expressa no Estatuto do Advogado (Lei 8906/94). 
ATENÇÃO: AS SOCIEDADES SIMPLES (ISTO É, NÃO EMPRESÁRIAS) DEVEM SER REGISTRADAS NO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS (ART. 998, CC), MAS, SE ASSUMIREM FORMA DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA PODEM TAMBÉM SER LEVADAS A REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL. NÃO PASSAM, ENTRETANTO, A SER EMPRESÁRIAS APENAS POR CONTA DO REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL. 
Não esquecer, porém, que a Sociedade Anônima (S.A), tal como a comandita por ações, é considerada empresária independentemente do objeto societário, devendo necessariamente arquivar seus estatutos sociais na Junta Comercial, ainda que se tratem de sociedades dedicadas à produção rural.
Subordinação técnica� das Juntas Comerciais, quanto ao estrito cumprimento de regras registrárias, ao Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC – art. 4º, Lei 8934/94): competência para normatização, disciplinamento, supervisão e controle das Juntas, edição de instruções ou de respostas às consultas das Juntas Comerciais, manutenção do Cadastro Nacional de Empresas Mercantis etc. O DNRC não dispõe de instrumentos de intervenção nas Juntas Comerciais, sendo que, em caso de necessidade, deverá representar às autoridades competentes, como o MP�. 
Junta Comercial: funções executivas – prática de atos registrários (art. 32, Lei 8934/94): 
matrícula de leiloeiros, tradutores oficiais e para quem explorar trapiches e armazéns gerais. ÚNICAS HIPÓTESES EM QUE SUBSISTE O ATO REGISTRÁRIO CHAMADO DE MATRÍCULA. 
ARQUIVAMENTO: inscrição� de empresário individual (art. 967), arquivamento de atos constitutivos (contrato ou estatuto social) de pessoas jurídicas empresárias e qualquer modificação importante no status do empresário, como emancipação, casamento (regime de bens), interdição etc ou da sociedade empresária (no caso das sociedades contratuais: alteração da composição societária, morte e sucessão de sócio etc; de modo geral: modificação do capital social ou do objeto societário, extinção da sociedade, fusão, incorporação etc), bem como da EIRELI (aumento de capital, alteração do objeto, filiais etc).
AUTENTICAÇÃO de livros.
ATENÇÃO:
- A Junta Comercial não examina o mérito do ato levado a registro, apenas o cumprimento dos requisitos legalmente impostos na espécie (exame FORMAL).
- Para os casos em que obrigatório o registro (como no das hipóteses elencadas acima para arquivamento) esse é considerado condição de eficácia do ato. No caso de alteração societária não levada a registro, por exemplo, há a subsistência da responsabilidade do sócio que se retirou, mesmo com relação a dívidas posteriores à sua saída de fato, salvo se comprovar que o credor conhecida a alteração (exceção inaplicável contra a Fazenda Pública). 
- Os atos registrados são oponíveis a qualquer um, sem necessidade de prova quanto a prévio conhecimento, eis que a presunção legal é que são conhecidos por todos.
- Se o arquivamento for requerido em até 30 dias do ato, vale desde a data deste. Caso contrário, o arquivamento só opera efeitos a contar da concessão do registro – art. 1151, §§ 1º e 2º, CC.
EFEITOS DA AUSÊNCIA DE REGISTRO:
Empresário individual: é considerado irregular. Pode sofrer falência mesmo sem ter-se registrado.
Entretanto, não pode pedir a falência de outro empresário (Lei 11.101/2505: art. 97, §1º: deve comprovar sua regularidade) Para pleitear recuperação judicial de sua empresa, o devedor tem que exercer regularmente suas atividades há mais de 2 anos (art. 48, Lei 11.101/2005). Já o próprio pedido de autofalência parece, a rigor, restrito ao empresário regular, à vista das exigências para tanto impostas pela nova Lei de Falências�.
O empresário irregular sofre, ainda, sanções fiscais e administrativas, como impossibilidade de acesso ao CNPJ e a outros cadastros fiscais estaduais e municipais. Observe-se aí o correspectivo descumprimento a uma obrigação tributária acessória, implicando a cominação de multa. Como é ato simultâneo ao registro na Junta Comercial, o empresário também é impossibilitado de obter matrícula no INSS para recolhimento das contribuições sociais devidas.
Em suma, limita-se o empresário ao exercício de sua atividade no âmbito da economia informal, sem acesso a financiamentos bancários, incentivos fiscais etc.
Sociedades: acrescente-se a todos esses efeitos, ainda, o de não ter personalidade jurídica (art. 985) com a natural decorrência de, em sendo sociedade não personificada - chamada pelo CC de Sociedade em Comum (arts. 986 a 990) - gerar a responsabilidade SOLIDÁRIA E ILIMITADA de todos os seus integrantes, independentemente do tipo societário por eles pretendido. Para aquele que contratou pela sociedade a responsabilidade é direta, sem possibilidade de alegar benefício de ordem (art. 1024). Para os demais, a responsabilidade é subsidiária: tem o direito de primeiro invocar o benefício de ordem, ou seja, que primeiro a execução atinja os bens comuns e somente na insuficiência destes, os seus particulares. Em se tratando de responsabilidade solidária o credor, respeitado o benefício de ordem em favor de quem não contratou pela sociedade, tem o direito de optar por executar o acervo societário ou de qualquer um dos devedores. 
ATENÇÃO: Executado o patrimônio social, o credor não precisa necessariamente voltar-se contra quem obrigou a empresa (gerente, administrador etc), podendo executar qualquer um até o limite da dívida residual. Essa é a conseqüência da previsão quanto à responsabilidade ser SOLIDÁRIA E ILIMITADA (art. 990). Eventuais questões entre sócios (ex. pagou mais do que sua parte na sociedade) podem ser resolvidas em eventual ação de regresso.
EIRELI: Não há empresa individual de responsabilidade limitada antes de seu devido registro no RPEM. O descumprimento à obrigação de registro prévio afasta toda a disciplina do art. 980-A e considera-se que a atividade econômica está sendo desenvolvida por empresário individual irregular, sem qualquer separação entre seu patrimônio individual e aquele destacado para a exploração da empresa.
- Art. 60 da Lei 8934/94:a ausência de arquivamento de qualquer ato no período de 10 anos implica o cancelamento do respectivo registro e perda da proteção ao nome empresarial, salvo se o empresário comunicar a Junta Comercial de que deseja manter-se em funcionamento (ou seja, de que não se encontra inativa).
Empresário rural (Arts. 971 e 984): 
– Regime de direito empresarial: condicionado ao registro na Junta Comercial.
– Regime de direito civil: sendo pessoa natural, basta não se registrar na Junta Comercial e está afastada a disciplina do direito de empresa. Predominante entre titulares de negócios rurais familiares. Entretanto, se a exploração da atividade de produção rural for por forma societária, é obrigatório o arquivamento do respectivo ato constitutivo (contrato social) no RCPJ, sob pena de ausência de personalidade jurídica, a não ser que opte pelo RPEM. A Lei 6015/73 rege o Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ).
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte� 
A ME e a EPP não são um tipo de sociedade, mas um enquadramento legal do empresário ou da sociedade empresária em razão de sua renda bruta anual.
A Lei Complementar nº. 123/2006 deu novo enquadramento legal à Microempresa e à Empresa de Pequeno Porte. Na parte em que revogou o Estatuto da ME e EPP (Lei 9841/99) e a Lei do SIMPLES (Lei 9371/96) a nova lei entrou em vigor em 01-07-2007:
Art. 3o  Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos  mil reais).
Art. 970: garantia de registro simplificado ao empresário rural e pequeno empresário. A LC 123/2006 igualmente prevê a desnecessidade de visto de advogado em contrato social, certidões negativas ou prova de quitação de tributos para ME e EPP em geral�.
- Atenção: pode haver ME ou EPP que não seja empresária. Só que, nesse caso, deverá obrigatoriamente ser uma sociedade: o art. 2º da Lei 9841/99 falava em “pessoa jurídica e firma individual mercantil” e a LC 123/2006 expressamente se refere a sociedade empresária, sociedade simples e empresário).
2) ESCRITURAÇÃO: art. 1179, CC.
Funções - controle interno e externo do exercício financeiro da empresa: a)gerencial (para avaliar resultados do negócio); b)documental (demonstração dos resultados para terceiros – necessidade do emprego de critérios uniformes –contador; c) fiscal. 
Livros são documentos UNILATERAIS, assim, NÃO FAZEM PROVA PLENA (ABSOLUTA) mesmo que regulares. 
Classificação: Podem ser mercantis (impostos pela legislação empresarial) ou fiscais (exigência fiscal); contábeis (lançamento de dados contábeis) ou memoriais (registro de fatos, assentamento sem regras contábeis). Dentre estes, destacam-se como obrigatórios o de registro de empregados (art. 41 da CLT), de inspeção do trabalho (CLT, art. 628, §1º), e no âmbito das S/A, o livro de atas das assembléias gerais, de registro de transferência de ações nominativas etc.
Como livros obrigatórios, destacam-se o DIÁRIO – art. 1180, CC (para lançamento de todos os atos ou obrigações pertinentes à atividade empresarial, bem como atos que modifiquem patrimônio da empresa) e o livro de Registro de Duplicatas (obrigatório para os empresários que emitem duplicata mercantil ou de prestação de serviços – art. 19 da Lei 5474/68, inclusive para ME e EPP que tenham interesse em emitir esse título).
Para ME e EPP, como regra geral, é obrigatória escrituração de livro CAIXA, em que é lançada sua movimentação financeira e bancária (art. 26, §2º, LC 123/2006�). As optantes pelo SIMPLES (sistema de recolhimento simplificado de impostos e contribuições�) podem adotar contabilidade simplificada (art. 27). Já para o pequeno empresário (receita bruta anual até R$ 60.000,00) não se faz necessária escrituração de livro algum (§1º do art. 26).
- Art. 1179, §2º, CC: dispensa o ‘pequeno empresário’� das obrigações de manter escrituração contábil (a regra geral impõe a escrituração de livro DIÁRIO, art. 1180 do CC,) e de levantar anualmente balanço patrimonial (art. 1188) e de resultado econômico (art. 1189). 
Facultativos são todos os demais livros que o empresário por sua conveniência mantiver, com valor meramente gerencial e, mesmo quando autenticados pela JCom, não terão a eficácia probatória que a lei confere aos livros obrigatórios.
- Requisitos: intrínsecos (exigências p/ escrituração dos livros - ver art. 1183, CC) + extrínsecos (termos de abertura e encerramento + autenticação pela JCom). Na prática, a JCom autentica livros em branco, desde que tenham sido lavrados termos de abertura e encerramento.
-Extravio ou perda: 1º) publicação de aviso em jornal de grande circulação, 2º) nas 48 h seguintes à publicação, comunicação à JCom, no que autorizada uma 2ª via do livro extraviado.
- Exibição em juízo: tutela da privacidade – sigilo dos livros mercantis – art. 1190, CC. Tal direito não pode ser oposto a autoridades fiscais (art. 1193) nem contra ordem judicial (art. 1191). Sum 493/STF: o exame judicial é limitado aos pontos objeto de investigação.
Ação judicial para exibição de livros: arts. 381 e 382 do CPC: total (retenção em cartório e/ou depósito em mãos do outro litigante) ou parcial (em audiência o livro é exibido e a informação relevante, reduzida a termo). Casos de exibição total: ações de liquidação de sociedades; sucessão por morte de sócio; administração ou gestão à conta de outrem e outras previsões legais, tais como o art. 105 da LSA: ação movida por acionista minoritário quando há indícios de irregularidades na administração da S/A. A exibição não pode ser decretada de ofício, pelo juiz, mas somente a pedido da parte interessada.
 - Ver arts. 378 a 380 do CPC: valor probatório dos livros e princípio da indivisibilidade da escrituração contábil – tem que ser considerada em seu todo, não apenas nas partes favoráveis ao empresário. Pode ser usada em favor do empresário (cumpre o ônus probatório que lhe competiria) se não houver irregularidades na escrituração e a outra parte for também empresário (princípio da isonomia)
- Conseqüências da falta/irregularidade na escrituração: podem ser de dois tipos, sancionatórias ou motivadoras. Das primeiras, destaca-se a eventual presunção de veracidade dos fatos alegados pela parte adversa, em medida judicial de exibição de livros. Na esfera penal, pode tipificar crime falimentar. Entretanto, criminoso não é o exercício da atividade empresarial sem escrituração. Crime é falir sem cumprir a obrigação de todo empresário de escriturar regularmente suas atividades (crime de perigo).
Das conseqüências ditas motivadoras, tem-se a inacessibilidade à concordata (recuperação judicial na nova Lei dee Falências), a ineficácia probatória da escrituração (art. 379, CPC) e a impossibilidade parcial de verificação de conta – perícia contábil preparatória do pedido de falência que supre a inexistência de título executivo que, na ausência de livro obrigatório pelo credor, tem que ser realizada na escrituração do devedor. 
3) DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PERIÓDICAS: balanço patrimonial - art. 1188; balanço de resultado econômico – art. 1189 do CC.
Regra - anualmente (art. 1179). 
Exceções – a cada 6 meses para todas as instituições financeiras e para a S/A que distribuir dividendos semestralmente.
Conseqüência dodescumprimento: sem acesso a crédito bancário ou negociações com outras instituições que dependam de análise do balanço. Não pode participar de licitações, pedir concordata preventiva (recuperação judicial). Os administradores de S/A que descumprem a obrigação podem ser responsabilizados por eventuais prejuízos causados pela ausência de levantamentos contábeis publicados periodicamente. 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: art. 1142 e seguintes do CC. 
Conceito (ULHOA): conjunto de bens que o empresário reúne para exploração de sua atividade econômica. Art. 1142, CC.
FUNDO DE COMÉRCIO (aviamento): sobrevalor agregado à simples soma de cada um dos bens do estabelecimento considerado individualmente, quando organizados pelo empresário.
Estabelecimento empresarial não pode ser confundido com sociedade empresária (sujeito de direito) nem com empresa (atividade econômica), muito menos com fundo de comércio (atributo ou qualidade do estabelecimento de valer mais pelo conjunto de bens organizado pelo empresário do que pela soma de cada um dos bens que o compõem).
No caso de empresário individual, a distinção entre seus bens particulares e aqueles que estão empregados na exploração da empresa não tem o condão de poupar os primeiros de eventual execução por dívidas do empresário, salvo exceções, como o bem de família – imóvel que serve de residência à família do devedor (Lei 8009/91) - e aqueles que o CPC elenca como absolutamente impenhoráveis. Um dos efeitos da distinção em questão pode ser observado em razão da disciplina do art. 978, CC (desnecessidade de consentimento do cônjuge, qualquer que seja o regime de bens, para alienar o imóvel ou gravá-lo de ônus real). 
Composição: elementos materiais (imóvel da sede, mercadorias do estoque, maquinário, veículos etc) e imateriais, estes últimos com tradicional tutela própria no direito comercial. 
Elementos imateriais: BENS INDUSTRIAIS� (patente de invenção – art. 8º, Lei 9279/96; modelo de utilidade – art. 9º; registro de desenho industrial – art. 95; marca registrada – art. 122; nome empresarial e título de estabelecimento�) e PONTO� (local em que se encontra o estabelecimento empresarial).
Em matéria de alienação do estabelecimento, vale ressaltar que a compra e venda (chamada trespasse) não se confunde com a cessão de quotas em sociedade limitada ou transferência de controle em S/A, embora os efeitos econômicos sejam idênticos, ou seja, ambos são meios de transferência da empresa. No trespasse, o estabelecimento muda de titular, o que não ocorre com a cessão ou transferência referidas, em que o estabelecimento continua a pertencer à sociedade empresária.
TRESPASSE – requisitos e eficácia perante terceiros e credores: arts. 1144 a 1149, CC.
Lei 11.101/2005- nova Lei de Falências - Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: (...)      III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:   (...)   c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;     d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
PROTEÇÃO AO PONTO – em razão da importância do local em que se situa o estabelecimento para o sucesso da empresa.
- locação empresarial: titularizam o direito à renovação compulsória do contrato de locação os empresários (individual e sociedade) e a sociedade simples (a Lei 8245/91 manteve o instituto da renovação compulsória da antiga Lei de Luvas, aperfeiçoando-o para alcançar as pessoas jurídicas com fins lucrativos exercentes de atividades civis – art. 51, §4º). 
Se caracterizada a locação empresarial e proposta ação renovatória dentro do prazo decadencial (entre um ano e seis meses antes do término do respectivo contrato), o locatário terá direito à renovação compulsória do contrato – ver requisitos do art. 51: a) contrato escrito e com prazo determinado (requisito formal); b) prazo mínimo de locação de cinco anos (requisito temporal); c) exploração da mesma atividade pelo tempo mínimo de três anos (requisito material).
Caso o locador obtenha a retomada do imóvel em exceção de retomada acolhida judicialmente (prevalência do direito de propriedade, com assento na Constituição), caberá indenização pela perda do ponto nas seguintes hipóteses (ver art. 52 da Lei 8245/91): a) exceção acolhida pela existência de proposta melhor realizada por terceiro – art. 75, responsabilidade solidária locador e proponente; b) transcurso de mais de três meses sem que o locador tenha dado ao imóvel o destino alegado na exceção de retomada – art. 52, §3º; c) continuação de exploração da mesma atividade do locatário.
Defesa do locador: art. 72
NOME EMPRESARIAL – utilizado pelo empresário para identificar-se, é elemento integrante do estabelecimento empresarial. Duas espécies: FIRMA (empresário individual e sociedade de pessoas) e DENOMINAÇÃO (Sociedade Anônima e demais sociedades de capital). Diferenciam-se pela estrutura (FIRMA tem por base um nome civil, DENOMINAÇÃO pode ter por base qualquer expressão) e pela FUNÇÃO, já que a FIRMA pode servir como assinatura do empresário individual ou da pequena sociedade (embora o emprego de assinatura diferenciada para atos da vida empresarial já tenha caído em desuso).
FIRMA - tem por base necessariamente um nome civil. No caso da firma individual, o do empresário, por extenso ou abreviado, acompanhado, se quiser, de menção ao ramo de atividade. Ex. J. Figueiredo Miudezas. Em caso de pessoa jurídica, a firma é equivalente à chamada razão social. Sendo uma sociedade que tenha sócios com responsabilidade ilimitada, a firma deverá conter o nome ou abreviatura de cada um dos sócios, ou de um deles seguido da expressão “e companhia” ou sua abreviatura (& Cia) – hipótese em que o uso dessa expressão implica responsabilidade solidária e ilimitada do sócio cujo nome figurou na firma (art. 1157 e § único).
DENOMINAÇÃO – pode tomar por base qualquer expressão lingüística, seja ou não o nome civil de algum dos sócios. Quando a expressão escolhida pelos sócios não é nome civil, chama-se elemento de fantasia. 
A S/A apenas pode ter denominação. Ver art. 1160, CC. 
No caso da Ltda, a opção por uma ou outra espécie de nome indica tratar-se de sociedade prioritariamente estabelecida em razão das específicas pessoas que a compõem (sociedade de pessoas) ou, caso contrário, que o importante é o capital (sociedade de capital). Quando o nome empresarial é estruturado sobre um nome civil, entretanto, pode representar uma FIRMA ou DENOMINAÇÃO, mas não há interesse prático em perquirir se é um ou outro tipo, já que não se usa mais a dupla assinatura (uma correspondente ao nome civil, para atos não empresariais, e outra representativa da firma da sociedade). Há tempo os gerentes de sociedade, tais como os empresários, adotam a mesma assinatura para atos particulares ou representativos da sociedade. 
IMPORTANTE: Ver art. 1158, especialmente seu §3º: a omissão da expressão Limitada (ou LTDA) importa responsabilidade solidária e ilimitada dos respectivos administradores.
TÍTULO DE ESTABELECIMENTO – corresponde ao nome que consta na placa identificativa do estabelecimento. É o designativo referente ao lugar em que se explora a empresa. Ex. Lojas Americanas S/A é a denominação empresarial (nome da sociedade). Lojas Americanas é o título do estabelecimento. O título não precisa coincidir sequer em parte com a razão social ou a marca (esta identificativa, direta ou indiretamente, de produtos e serviços oferecidos pelo empresário – registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial/INPI, autarquia federal, com sede no Rio de Janeiro/RJ e de âmbito nacional). Título de estabelecimento não é passível de registro na Junta Comercial. Se ele não for registrado também como marca no INPI, o empresário somente poderá impedir que alguémo imite ou reproduza com base na repressão penal à concorrência desleal (art. 195, V, Lei 9279/96).
PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL X PROTEÇÃO À MARCA
Enquanto o primeiro identifica o sujeito de direitos (empresário ou sociedade empresária), a segunda identifica produtos ou serviços, sendo que a proteção do nome dá-se com a inscrição da firma individual ou arquivamento dos atos constitutivos da sociedade na JCom. Já quanto à marca, a proteção vem com o registro no INPI. Há substanciais diferenciações quanto ao âmbito e duração da proteção de um e de outra:
- âmbito territorial: 
nome – limites do Estado da respectiva JCom. Fora não há como impedir que outro empresário empregue o mesmo nome. Exceção: art. 1166, § único – pedido de proteção ao nome empresarial nas demais Juntas Comerciais. 
marca – efeitos do respectivo registro são nacionais
- âmbito material:
nome – protegido independentemente do ramo de atividade econômica a que se dedica o empresário
marca – proteção restrita à classe dos produtos ou serviços em que se encontra registrada pelo INPI. Exceção: marca de alto renome ou notoriamente conhecida (ex. Mac Donald’s), em que a proteção é especial, mesmo sem registro, e abrange todas as classes de produtos ou serviços, inclusive nomes empresariais coincidentes. (ex. impossibilidade de uma sociedade chamada “Mac Donald’s Incorporações” que não seja, obviamente, atrelada à sociedade que detém essa marca.
- duração da proteção:
nome – vigora por prazo indeterminado, enquanto em funcionamento regular. Apenas se extingue contra a vontade do titular pelo cancelamento do respectivo registro pela JCom por inatividade presumida (mais de 10 anos sem qualquer ato registrário. Provada a atividade, retorna o registro c/ efeitos ex tunc, sem que o empresário ou sociedade empresária possam ser considerados irregulares.)
marca – direito de utilização exclusiva extingue-se em 10 anos se não solicitada prorrogação.
CONFLITO ENTRE NOME EMPRESARIAL E MARCA
A Jurisprudência tem prestigiado a tutela da marca em detrimento da do nome empresarial, mesmo quando o registro na JCom é anterior, desde que o titular da marca e do nome colidentes operem no mesmo segmento de mercado (princípio da especialidade). Exceção: marca de alto renome.
Ex: Companhia Jesus, que fabrica o Guaraná do Céu versus Companhia do Céu, que fabrica o Guaraná Jesus. As marcas são mantidas, mesmo que registradas no INPI posteriormente ao nome empresarial que com elas coincide. Os nomes empresariais deverão ser alterados.
�
 
Microempreendedor Individual – MEI
 Fonte: Felipe Crisanto
(http://www.mendoncaecrisanto.adv.br)
 
“O Brasil Deu Certo. E Agora?” Este é o título do mais recente documentário produzido no Brasil pelo Diretor Louise Sottomaior, atualmente em cartaz nos cinemas do país. A produção retrata a trajetória econômica da nação, desde a substituição de importações, passando pela fase mais crítica, hiperinflação, estabilidade proporcionada pelo Plano Real, até a atualidade.
 Nitidamente observamos que o Brasil começou a possuir o equilíbrio e harmonia econômica/financeira com o Governo Fernando Henrique Cardoso e a continuidade foi mantida pelos Governos sucessores que, apesar de não admitirem, abraçaram os projetos do Governo antecessor fazendo com que o país chegasse ao presente estágio.
 E foi após a estabilização da nossa moeda, o que nos deu uma identidade, que os Governos passaram a enxergar a realidade econômica dos brasileiros, fomentando a economia de diversas formas e através de vários setores.
 Com o incentivo da produção; geração de empregos; formalização das pequenas e médias empresas; e, principalmente, com a retirada de milhares de brasileiros da linha de pobreza, fato ocorrido devido aos programas de Governos que proporcionaram maior poder aquisitivo à população, o Brasil criou, também, em paralelo, um mercado informal de pequenos trabalhadores, melhor, empreendedores.
 Apesar do desenvolvimento econômico muitos empreendedores ainda possuem enormes dificuldades para competir condignamente perante a economia formal. Fatores como a alta carga tributária e a vastidão burocrática não contribuíam para a regularização jurídica, fiscal e contábil de empreendedores individuais.
 O Governo, atento a esta massa de trabalhadores, em 19 de dezembro de 2008, através da Lei Complementar n. 128, criou condições para que o informal possa se tornar um Microempreendedor legalizado (Microempreendedor Individual).
 Segundo a legislação, o Microempreendedor Individual – MEI, é a pessoa que trabalha por conta própria, não auferindo receita bruta anual (faturamento) superior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), e que se legaliza como pequeno empresário. Detalhe importante é que para ser MEI não pode haver participação em outra empresa como sócio ou titular.
 A formalização do MEI pode ser feita através do Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br) de forma gratuita. E a gratuidade inclui a isenção de taxas para o registro da empresa e concessão de alvará de funcionamento. O interessado também pode fazer a sua formalização com ajuda de empresas de contabilidade optantes do Simples Nacional, as quais estão relacionadas no referido portal. Após a formalização o Microempreendedor recebe imediatamente o CNPJ e o número de inscrição na Junta Comercial, sendo desnecessário enviar qualquer documento a esta entidade.
 Não há custo para formalização, ficando o Microempreendedor livre de tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, IPI). Somente após a formalização que o MEI passa a ter custo, sendo: R$ 33,90 para a Previdência Social, contribuição que representa 5% do salário mínimo e que é reajustado no início de cada ano; R$ 1,00 fixo por mês para o Estado se a atividade for comércio ou indústria; R$ 5,00 fixos por mês para o Município se a atividade for prestação de serviços.
 O MEI é enquadrado no Simples Nacional, regido pela Lei Complementar 123/2006, mas com benefícios e características distintas das micros e pequenas empresas.
 A simples inscrição no Cadastro de Pessoas Jurídicas já importa na facilitação para abertura de contas bancárias, pedidos de empréstimos e a emissão de notas fiscais. E ao passar a contribuir, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como:
 Cobertura Previdenciária com contribuição reduzida de 11% ao mês sobre o salário mínimo, o que gerará para si e familiares direito a auxílio maternidade; auxílio doença; auxílio acidente; aposentadoria por idade após 15 anos de efetiva contribuição; pensão e auxílio reclusão, entre outros.
Contratação de um funcionário por um menor custo (3% Previdência e 8% FGTS do salário mínimo por mês. O empregado contribui com 8% do seu salário para a Previdência).
Para se manter formal a burocracia é mínima, ou seja, há uma obrigação única por ano de declaração do faturamento. Porém, o faturamento deve ser controlado mês a mês para ao final do ano o MEI estar devidamente organizado e não ultrapassar o limite de R$ 60.000,00.
 Não há necessidade de uma contabilidade formal, a não ser que contrate um funcionário, visto que algumas obrigações acessórias necessitam ser informadas mensalmente. Mas, desde que o MEI busque um escritório de contabilidade optante do Simples Nacional registrado no Portal do Empreendedor, o custo será mínimo.
Possibilidade de contratar com os entes federativos (União, Estados e Municípios), visto que, além do Governo ser um grande comprador de mercadorias e serviços, para vender o empreendedor precisa estar formalizado. A parte isso, como acontece na Paraíba, o EMPREENDER PARAÍBA (PB), criado pela Lei 9.335, de 25 de janeiro de 2011, é uma política pública de microcrédito que tem como prioridade o fomento ao empreendedorismo e a inovação, através da concessão de crédito orientado aos empreendedores individuais, ou através de grupos organizados.
Possibilidade de compras e vendas em conjunto.Os Microempreendedores podem se associar ou constituir consórcio para compras e venda em conjunto. A reunião de Microempreendedores fortalece a barganha preços e a conquista de espaço no mercado.
 A formalização resgata o sentimento de cidadania. Aquele que antes estava excluído da economia formal da nação, caminhando sob o enganoso manto da informalidade, ganhou o direito de ter identidade e o sonho de crescer junto com a nossa economia. O Brasil, que apesar de todas as conquistas ainda é o eterno país do futuro, com a Lei Complementar 128/2008 conferiu aos pequenos empreendedores informais a dignidade de exercer a sua profissão de acordo com a legislação brasileira.
 Por fim, mas não menos importante, o SEBRAE presta todo o apoio técnico na organização do negócio e sempre estará orientando e assessorando os Empreendedores que assim desejarem. O SEBRAE ministra cursos e planejamento de negócios com vistas a capacitar os empreendedores e torna-los aptos em suas atividades e para o mercado de trabalho.
 
� A título representativo dessa diferença de tratamento, tem-se que os empresários contam com (1) regime concursal judicial diferenciado (falência e recuperação judicial de empresa, com ênfase na recuperação da empresa como meio de geração de empregos, fomento da economia, estabilidade dos mercados e pagadora de tributos) dos não empresários (insolvência civil, cuja ênfase é a satisfação do credor). Contam ainda com (2) a eficácia probatória de sua escrituração contábil (prova contra outro empresário) e podem (3) emitir título representativo de uma compra e venda mercantil (duplicata mercantil – lei 5474/68), com as vantagens daí decorrentes.
� É o empresário individual, ou simplesmente empresário. Cuida-se do antigo “comerciante estabelecido sob firma individual”. Cumpre ressaltar que a expressão firma individual, em desuso, nunca se referiu a uma sociedade empresária, mas à exploração da atividade econômica de forma individual, por uma pessoa física. 
� Como pessoas jurídicas que exploram empresa temos as sociedades empresárias e a EIRELI – empresa individual de responsabilidade limitada.
� O DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio) regulou essa forma de pessoa jurídica, prevendo que a EIRELI apenas pode ser titularizada por pessoa natural. Mas ainda há controvérsia na doutrina, já que o CC não previu expressamente esta restrição.
� Este efeito, decorrente da autonomia patrimonial da pessoa jurídica, não existe, por evidente, no caso de exploração da empresa de forma individual, ou seja, como empresário pessoa natural. Pelas dívidas do empresário individual, sejam decorrentes da exploração da empresa ou não, responde a totalidade de seus bens, sejam integrantes do estabelecimento ou não. 
� Embora a Lei 8934/94 (art. 32, II, a) determine a obrigatoriedade do registro das cooperativas na Junta Comercial.
� Como será visto adiante, o contrato social constitui e rege as relações societárias nas sociedades contratuais. Nas sociedades institucionais, caso das sociedades por ações (sociedade anônima e sociedade em comandita por ações), a constituição e disciplina societária é regida pelo estatuto social. 
� Essa exigência explica-se em razão de, na sociedade limitada (tipo contratual mais praticado), a integralização do capital eliminar a responsabilidade subsidiária do sócio por dívidas da PJ, conforme art. 1052, CC.
� § 3o  O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12399.htm" \l "art2" �(Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)� 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12399.htm" \l "art2" �(Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)�
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12399.htm" \l "art2" �(Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)�
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12399.htm" \l "art2" �(Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)�
� A subordinação administrativa das Juntas Comerciais é disciplinada no art. 6º da Lei 8934/94: ao governo do respectivo estado, à exceção da Junta Comercial do DF, que é subrodinada administrativa e tecnicamente ao DNRC.
� No estrito cumprimento de determinações do DNRC, a negativa de um ato registrário que importe o ajuizamento de Mandado de Segurança, firma a competência da Justiça Federal, porque se tem entendido que a Junta Comercial está atuando por delegação do DNRC, uma autarquia federal.
� A Lei 8934/94 não elenca a INSCRIÇÃO do empresário como ato registrário, já que esta só veio a ser prevista com o Código Civil (arts. 967 e 984), embora a inscrição seja processada por meio do arquivamento do pedido de inscrição do empresário individual e dos atos constitutivos (contrato ou estatuto social) da pessoa jurídica. A doutrinha ainda lembra o AVERBAMENTO como ato registrário, consistente na anotação, à margem do registro do empresário, de atos ou fatos jurídicos que impactam a vida empresarial e cuja documentação pertinente encontra-se arquivada, como é o caso da averbação do levantamento de uma interdição, por exemplo.
� Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
        I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
        a) balanço patrimonial;        b) demonstração de resultados acumulados;        c) demonstração do resultado desde o último exercício social;        d) relatório do fluxo de caixa;
        II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos;
        III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;
        IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
        V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;
        VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.
� LC 123/2006: Art. 9o  O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão envolvido no registro empresarial e na abertura da empresa, dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção. 
§ 1o  O arquivamento, nos órgãos de registro, dos atos constitutivos de empresários, de sociedades empresárias e de demais equiparados que se enquadrarem como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o arquivamento de suas alterações são dispensados das seguintes exigências: 
I – certidão de inexistência de condenação criminal,que será substituída por declaração do titular ou administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de exercer atividade mercantil ou a administração de sociedade, em virtude de condenação criminal; 
II – prova de quitação, regularidade ou inexistência de débito referente a tributo ou contribuição de qualquer natureza. 
§ 2o  Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte o disposto no � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm" \l "art1§2" �§ 2º do art. 1º da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994.� 
� No atual sistema, a regra sobre escrituração contábil não é clara, ao contrário dos anteriores estatutos da ME e EPP, que impunham escrituração de dois livros, CAIXA e Registro de Inventário. Pela LC 123/2006, a previsão da escrituração do livro CAIXA encontra-se em parágrafo de artigo direcionado às ME e EPP optantes pelo Simples Nacional, na regulação das respectivas obrigações fiscais acessórias. O artigo principia por prever obrigação de emissão de documento fiscal para vendas e prestações de serviços e conservação da documentação pertinente (incisos I e II), seguindo-se o §1º que cuida do pequeno empresário. O §2º traz a referência confusa às “demais microempresas e empresas de pequeno porte” para dizer que deverão elas manter livro-caixa, o que, para alguns doutrinadores, veio a ser interpretado como regra direcionada para as ME e EPP não optantes pelo Simples (caso de Fábio Ulhoa Coelho que, entretanto, alerta para incoerência com a previsão do art. 29, VII, da LC 123/2006., que prevê exclusão do Simples em caso de não escrituração do livro CAIXA). Melhor compreensão da regra seria reconhecer que a obrigação do livro Caixa existe para todas as 	ME que não caracterizem pequeno empresário (que está dispensado de qualquer escrituração) e para as EPP, sendo que as optantes pelo Simples contam ainda com a possibilidade de escrituração simplificada,prevista no art. 27 da LC.
� LC 123/2006: Art. 12.  Fica instituído o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional.
� Conforme prevê o Art. 68 da LC 123/2006, considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos �HYPERLINK "../2002/L10406.htm" \l "art970"��arts. 970 �e �HYPERLINK "../2002/L10406.htm" \l "art1179"��1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002�, o empresário individual caracterizado como microempresa e que aufira receita bruta anual de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Ver ainda o art. 18-A da LC 123/2006, que trata do Microempreendedor Individual – MEI, assim considerado o empresário individual com receita bruta anual até R$ 60.000,00 que, sendo optante pelo SIMPLES e não tendo empregados, dentre outras restrições, pode realizar o pagamento dos tributos por valores fixos (contribuição previdenciária: R$ 45,65; ICMS: R1,00 e ISS: R$ 5.00).
� A Lei 9279/96 regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.
� A repressão ao uso indevido de nome empresarial e título de estabelecimento recebe tutela penal, face à tipificação da conduta como crime de concorrência desleal (art. 195, V, Lei 9279/96).
� A Lei 8245/91 tutela o direito à renovação compulsória de locação não residencial, justamente para proteger o direito do empresário, não proprietário do imóvel que serve à empresa, ao ponto.

Outros materiais