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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Logística – Materiais e Armazenagem Aula 1 Professora Rosinda Angela da Silva CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial A armazenagem não é uma atividade nova nas organizações, pois sempre houve necessidade de estocar produtos, seja por falhas no controle dos estoques, por questões sazonais ou até mesmo por inconsistência nas entregas dos fornecedores. Ao avaliar os aspectos históricos atrelados à armazenagem, observa-se que ela apresenta três grandes momentos: Inicialmente foi a necessidade humana de guardar alimentos, devido às sazonalidades e questões climáticas comuns na produção agrícola. Em um segundo momento, o imperativo da armazenagem esteve atrelado às questões militares (belicismo). Pense que para prover os exércitos, estratégias logísticas foram traçadas para garantir a movimentação e armazenagem de provisões suficientes para abastecer as linhas de frente. Isso fez a diferença entre nações vencedoras e vencidas. Atualmente, a armazenagem é um mecanismo chave no suporte às estratégias das organizações que têm como foco atender prontamente o mercado consumidor e também garantir os processos produtivos. Esses três grandes momentos ocorreram em tempos distintos de país para país e impactaram de forma diferenciada também, pois a necessidade de armazenagem tem suas particularidades. Especificamente no caso do Brasil, sempre houve necessidade de armazenagem para os produtos in natura, já que é um grande produtor agrícola. Pouco tempo atrás, uma visão bastante comum no interior do país e nas áreas portuárias eram os grandes silos repletos de produtos (principalmente grãos) aguardando transporte ou vazios aguardando a safra. Com o passar do tempo, a industrialização também exigiu dos empresários investimentos com armazenagem, com isso a paisagem urbana, principalmente nos parques industriais, passou a contar com grandes CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 construções de armazéns gerais. Normalmente grandes estruturas metálicas próprias para guardar temporariamente produtos de diversas naturezas. Essa mudança teve como principal causa a abertura do comércio internacional, o que fez com que houvesse uma aceleração nos investimentos com movimentação interna e armazenagem. Com a real possibilidade de importar produtos de vários pontos do mundo, surgiu a necessidade de ter estrutura física para acomodar os estoques, uma vez que a reposição de produtos importados tem um lead time geralmente maior que a produção nacional. Ainda, para justificar uma importação, os lotes negociados são maiores e temporariamente a empresa pode ficar sem ter onde guardar os produtos, até serem disponibilizados para vendas. Outra causa de impacto nos investimentos em armazenagem foi o aumento no poder de compra das classes C e D. As empresas entenderam que essas classes estavam ávidas pelo consumo de uma infinidade de produtos. Perceberam também que para atender essa demanda, os produtos deveriam estar nos pontos de venda ao alcance dos compradores, os quais não apresentavam disposição para “encomendar” e aguardar sua entrega. Esses fatores fizeram com que as organizações começassem a contemplar em seus Planejamentos Estratégicos (PE) o debate sobre localizações estratégicas de armazenagem, para fazer com que o produto estivesse cada vez mais rapidamente ao alcance dos consumidores. Tema 1 – Fundamentos da armazenagem O entendimento sobre armazenagem é necessário porque a administração moderna enfatiza que manter estoques, ou seja, armazenar produtos, é prejudicial à saúde financeira da empresa, pois tecnicamente o capital que o gestor investiu em estoque não traz retornos. Observe o que Moura (2006) diz a esse respeito: a armazenagem é uma conveniência econômica, em vez de uma necessidade, no sistema logístico. As mercadorias podem ser colocadas em pontos de demanda, sem a necessidade de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 instalações de armazenagem (e de estoques). No entanto, o efeito pode ser a programação péssima de produção, o serviço péssimo ao usuário e o uso ineficiente dos serviços de transporte, o que contribui para as perdas de rendimentos ou para o aumento das despesas (MOURA, 2006). O autor menciona que é possível abastecer o mercado sem a necessidade de armazenagem, desde que a organização seja excelente em programação e gerenciamento dos processos de abastecimento. No entanto, para atingir esse patamar, os gestores necessitam estar capacitados e atentos aos movimentos da demanda, para saber o exato momento de iniciar o processo de reposição, seja da matéria-prima para garantir a fabricação ou do bem nas gôndolas dos varejistas. Nesse ponto ainda ocorrem algumas falhas, pois há dificuldade em captar as informações do mercado e traduzir em números factíveis de produção. Isso significa que enquanto houver descompasso entre o ritmo de produção e o de vendas, haverá necessidade de armazenagem em algum ponto da cadeia. A partir disso, compreende-se então que a operação de armazenagem impacta diretamente no nível de serviço que a empresa oferece ao cliente. Dessa forma os fundamentos da armazenagem necessitam ser conhecidos e estruturados de maneira que auxilie as organizações a atingir seus objetivos. No entanto, admite-se certa complexidade no gerenciamento dessa atividade devido à interdependência de vários departamentos da empresa e até mesmo da cadeia de fornecimento. Por isso, segundo Moura (2006, p. 6-7) os fatores que demonstram a necessidade de armazenagem são: Necessidade de compensação das diferentes capacidades das fases de produção Isso ocorre quando é necessário otimizar o setup (preparação das máquinas) e também quando se faz necessário manter uma reserva técnica de estoques para garantir a produção. Equilíbrio sazonal CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Acontece devido à dependência em que se encontram a fase de aquisição e a de armazenagem, tais como: periodicidade das colheitas e do cultivo dos produtos alimentícios; nos efeitos da moda, quanto à determinação dos artigos próprios da estação respectiva, no caso da indústria têxtil. Garantia de continuidade da produção É essencial regular a montagem dos produtos, principalmente quando os fornecimentos dependem da existência de matérias-primas ou produtos semiacabados os quais somente são conseguidos com programação de longo prazo. Custos e especulação Convém aguardar uma oportunidade de obtenção de ganhos ou de estabilização das conjunturas: quando houver ganhos econômicos na compra de quantidades maiores ou perspectiva de aumento dos preços dos produtos, por exemplo. Entretanto, existem fatores que impactam negativamente quando a organização mantém produtos em estoques, tais como: Os custos da armazenagem, entre os quais: instalações, estruturas físicas, mão de obra, equipamentos e movimentação dos materiais no armazém; O capital imobilizado no material estocado; Obsolescência e perda de material, devido sua perecibilidade. Esses elementos indicam que a armazenagem exige espaço físico interno ou externo à organização, onde estão alocados os produtos para venda, os quais serão movimentados e transportados conforme a necessidade da distribuição. Essa definição é complementada quando se entende que, para armazenar, mesmo que temporariamente, são necessários recursos físicos, tecnológicose de pessoas para que o processo seja efetivado. Segundo Ballou (2007), a empresa tem quatro razões básicas para CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 destinar parte de seu espaço físico para armazenagem: reduzir custos de transporte e produção; coordenar suprimento e demanda; auxiliar no processo de produção e auxiliar no processo de marketing. A partir da visão do autor, percebe-se que a armazenagem é bastante ampla e sinérgica com outros setores das organizações. Na prática, trata-se de um dos pilares da logística interna da organização, conhecida como intralogística. Tema 2 – Princípios da armazenagem Com todo o investimento que já houve nas áreas de engenharia, arquitetura, organização e sistemas, muitos princípios, melhorias e métodos já foram propostos para aperfeiçoar o desempenho de um armazém. Para ilustrar esse desenvolvimento, a seguir serão apresentados os vinte princípios básicos da armazenagem adaptado do material de Moura (2006). Tal conteúdo é necessário para que o gestor tome conhecimento dos principais conceitos envolvidos na fase de idealização de um espaço que comportará uma armazenagem eficiente: Planejamento: planejar estrategicamente a movimentação, a armazenagem e o controle de materiais que contemplam os planos estratégicos de manufatura, marketing e distribuição. Sistema híbrido: planejar um sistema que integre as operações de movimentação, estocagem e controle de coisas diferentes de maneiras diferentes. Fluxo de materiais: implementar um layout para armazéns, com base no fluxo de entrada e saída de materiais. Controle: planejar e implementar sistemas que realmente auxiliem no controle físico dos materiais, bem como propiciar controles fiscais, de inventários e administrativos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Simplificação: primar pela simplificação das operações de movimentação, armazenagem e controle de materiais. Capacidade de reabastecimento: planejar um sistema que maximize a reposição para o armazém. Capacidade de espaço: maximizar a utilização da capacidade de estocagem com base no espaço cúbico. Tamanho unitário: incentivar a unitização de cargas para aumentar a quantidade, o tamanho e o peso da carga movimentada armazenada. Automação/mecanização: quando necessário, ou quando possível, automatizar as funções de movimentação, armazenagem e controle. Seleção do equipamento: investir em equipamentos de movimentação com base nas características e necessidade do fluxo de mercadorias, tamanho da carga, da armazenagem e do controle. Padronização: eleger padrões e métodos adequados que facilitem a movimentação, a armazenagem e o controle. Adaptabilidade/flexibilidade: planejar prédios e depósitos que consigam responder rapidamente às mudanças exigidas pelo mercado. Layout/corredor: garantir que comprimentos, larguras, alturas e disposições dos corredores atendam às necessidades de movimentação, armazenagem e controle. Utilização: maximizar a utilização de pessoal, dos equipamentos e do espaço de armazenagem. Manutenção: primar pelas manutenções preventivas e programar os reparos em prédios, equipamentos de movimentação e estrutura de armazenagem. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Obsolescência: adotar a revisão periódica para identificar se os itens e se a estrutura não está obsoleta e perdendo produtividade. Desempenho: acompanhar e mensurar periodicamente a produtividade do armazém. Auditoria: implementar programa de auditoria dos sistemas, por meio da movimentação, da armazenagem e do controle, para se certificar que o armazém atende as normas internas e externas. Instalação: projetar a instalação (pé-direito, estanterias, saídas de emergência, sistemas de ventilação, entre outros) de modo que seja suficiente para acomodar a quantidade de itens que a organização deseja. Segurança: investir em segurança do colaborador que trabalha no armazém, da movimentação dos materiais, da armazenagem e do controle dos itens. Esses princípios foram desenvolvidos ao longo dos anos com os mapeamentos das necessidades das organizações e de algumas implementações em empresas que investiram nas melhores práticas de mercado. No entanto, alguns desses princípios podem ser úteis para certas organizações e para outras não, o fato é que eles são os resultados de anos de estudos e aplicações práticas. Vale ressaltar ainda que a construção do conhecimento nas organizações é algo em constante movimento, e esses princípios podem ser alterados e complementados a qualquer momento. Tema 3 – Objetivos da armazenagem O objetivo da armazenagem é garantir a integridade física dos produtos e dos colaboradores. Até algum tempo, as empresas perceberam que uma parte de seus investimentos se destinam a essa área. Essa percepção finalmente se CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 traduziu em revitalizações para os armazéns já existentes, bem como em projetos meticulosamente desenvolvidos para novos espaços de armazenagem, para que garantissem a integridade física dos produtos e dos colaboradores. Com essa nova perspectiva, os gestores dos processos logísticos de armazenagem passaram a definir quais os objetivos básicos que esse setor deveria apresentar para justificar sua existência na organização. Isso porque o processo de armazenagem pode ser facilmente terceirizado para os operadores logísticos que contam com know-how suficiente para tal tarefa. Na prática, os objetivos da armazenam dependem do tipo da empresa e do tipo de produto que ela armazena. Mas para propiciar o entendimento, de forma genérica, um dos objetivos é maximizar a utilização do espaço físico disponível para ampliar a capacidade de armazenagem de produtos acabados. No entanto, observe que esse objetivo faz sentido quando a empresa atende uma cadeia varejista, mas pode não fazer sentido para outra, que atua em segmento diferente e que armazena insumos produtivos ou produtos commodities, por exemplo. Moura (2006) define que o objetivo básico da armazenagem é: “maximizar o uso efetivo dos recursos, enquanto são satisfeitas as necessidades dos usuários”. E isso leva em consideração os seguintes aspectos: Os armazéns têm três recursos escassos: espaço, equipamentos e pessoas. Os usuários de um armazém têm duas exigências básicas: que o produto certo esteja disponível no lugar certo e no tempo certo e que o produto seja recebido em condições. A partir disso, o autor ainda complementa que, com base nestes recursos escassos e nas necessidades do usuário, um armazém deve atingir objetivos primários, conforme a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Maximizar: Utilização da mão de obra; Utilização do equipamento; Utilização do espaço; Utilização da energia; Giro dos estoques; Acesso a todas as mercadorias; Proteção a todos os itens; Controle de perdas; Serviços aos consumidores; Produtividade. Minimizar: Custos. Esses objetivos são atingidos quando o armazém realiza com competência as suas funções básicas, como receber materiais, estocá-los até sua utilização e retirá-los do estoque quando necessário. Certamente uma organização pode ter dificuldade em atingir todos esses objetivos imediatamente, entretanto, os gestores vão buscar o maior deles sempre com o foco de tornar seu processo de armazenagem eficiente e eficaz, para que possa dar suporte à estratégia da empresa. Tema4 – Flexibilidade na armazenagem As atividades de movimentação e armazenagem por si só não agregam valor ao cliente. Essa frase, bem conhecida, passa a ideia de que essas tarefas são apenas custos ou despesas, sendo ainda um empecilho para a melhoria da competitividade da empresa. Isso em parte é verdade, mas há muito tempo essas tarefas passaram a fazer parte das estratégias operacionais das firmas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 que entendem movimentação e armazenagem como desafio e não como inibidor de crescimento. Essa mudança de visão fez com que pesquisas fossem desenvolvidas buscando a melhoria contínua no processo de movimentação e armazenagem. Sem dúvida, a Tecnologia da Informação (TI) foi a grande aliada, e com isso novas ferramentas de trabalho e novos equipamentos foram concebidos. Esses progressos trouxeram ganhos para as empresas, possibilitando a utilização do estoque como diferencial competitivo. Segundo Banzato (2003, p. 20), em linhas gerais, a melhoria contínua aplicada nos armazéns tem trazido ganhos nos seguintes aspectos: Redução do espaço físico dos armazéns; Aumento dos níveis de serviços ao cliente, com aumento da resposta de atendimento e da customização; Redução das devoluções de clientes e das cobranças; Níveis reduzidos de estoques obsoletos e lentos; Flexibilidade adicional para pedidos especiais ou críticos; Aumento dos giros dos estoques. Alguns desses aspectos apresentados ainda são desafios para muitas empresas no Brasil, mas é fato que cada vez mais a armazenagem terá que oferecer flexibilidade, pois os lotes estão cada vez menores e a variedade de produto cada vez maior. Além disso, o ciclo de vida do produto está cada vez menor, fazendo com que esse armazém seja flexível para mudar de configuração quantas vezes o marketing considerar necessário. Como o marketing nem sempre consegue trazer para a produção os números exatos das necessidades de mercado, é papel do Setor de Armazenagem dispor de espaço para acomodar os excedentes, seja de matérias-primas ou de material acabado. Dessa forma, a flexibilidade do espaço para armazenagem auxiliará a manter o equilíbrio entre a oferta e a CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 demanda. Banzato (2003) defende que a flexibilidade do armazém deve ser projetada e deve ocorrer em todas as funções, tais como no recebimento, na movimentação de materiais, na estocagem, na separação, no sortimento, na expedição, na rotulagem, na embalagem e no sistema de gerenciamento e capital humano. Quando um armazém consegue imputar flexibilidade em todos os processos inerentes a armazenagem, o mesmo consegue manter suas vantagens competitivas. Outro fator determinante em quão flexível pode ser um armazém reside no conhecimento do volume da movimentação de itens diários do depósito. Quanto maior for o giro dos estoques desse depósito, maior será a velocidade das operações envolvidas e maior será a necessidade de flexibilidade. Tema 5 – Desafios da armazenagem Pode-se dizer que na atualidade as lojas virtuais são os maiores “clientes” dos armazéns e da logística de transporte. Diante disso, muitas organizações já passaram a utilizar os centros de distribuição ou os armazéns como mini fábricas, pois já estão desenvolvendo atividades de finalização dos produtos dentro de tais espaços. Com essa tática, reduzem o estoque de produtos acabados dentro da indústria e também nos depósitos dos grandes varejistas, pois o produto sai da fábrica semiacabado e aguarda o “pedido” do varejista. Esses produtos em processo são finalizados de acordo com o pedido e encaminhados ao varejista ou distribuidor. Com isso, atinge-se o objetivo de reduzir estoques sem aumentar o tempo de entrega. Entretanto, para que isso seja realizado com efetividade, as organizações envolvidas nesses processos necessitam ter estratégias bastante claras e acordos comerciais confiáveis. Assim, percebe-se que um dos maiores desafios da armazenagem hoje é se manter eficiente em agilidade e custo para CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 as organizações. Pois para que esse departamento agregue valor ao produto, são necessários investimentos em tecnologia da informação, capacitação do capital humano, escolhas assertivas de localização e eficiência do sistema logístico disponível. Para uma visão dos desafios futuros, as organizações terão que estruturar melhor seus ambientes de armazenagem, para que possam utilizá- los de forma mais inteligente em termos econômicos. Devido a isso, é possível entender que a armazenagem do futuro será de períodos cada vez mais breves, pois não haverá interesse em manter produtos em estoque em nenhum ponto da cadeia. Outra situação que futuramente será o diferencial da armazenagem serão as automatizações maciças dos depósitos e a utilização de sistemas informatizados de controle, tudo isso para agilizar o processo de distribuição dos produtos para o mercado consumidor. Não deixará de ser considerado um desafio devido aos altos custos dos investimentos nesses equipamentos. Na prática Leia parte da matéria jornalística: “Setor Farmacêutico Impulsiona Crescimento da Logística no Brasil”, disponível em: <http://jornaldiadia.com.br/2016/?p=165672>. “São Paulo, junho de 2016 – Em abril de 2016, o setor farmacêutico alcançou um faturamento R$ 1,25 bilhões, movimentando 68,64 milhões de unidades de unidades de medicamentos. No mesmo período do ano passado, o faturamento correspondia a R$ 1,14 bilhão com a movimentação de 66,79 milhões de unidades de medicamentos, segundo a pesquisa realizada pelo IMS Health com base na rede de associados da Abradilan (Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos). Com base nos dados de crescimento citados acima, o setor farmacêutico é um dos poucos que cresce em cenário de crise, e ao mesmo tempo, impulsiona os negócios de outros segmentos, devido a sua demanda de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 armazenamento e distribuição de medicamentos em todo o país. Exemplo disso, é a Ativa Logística (www.ativalog.com.br), empresa com mais de 20 anos e considerada um dos maiores operadores logísticos de medicamentos e cosméticos no Brasil. Diante desse cenário, a Ativa cresceu 30% em 2014, em 2015 o crescimento foi de 18% e para 2016 a perspectiva é de 20%. Segundo o presidente da Ativa Logística, Clóvis A. Gil, a empresa tem crescido e prosperado. “Entre os setores que atendemos, alguns tiveram um pequeno declínio no movimento, mas outros, como o segmento de medicamentos genéricos, seguem crescendo.” Em 2015, o embarque de genéricos aumentou 24,6%. Atualmente, 45% dos mais de 1000 clientes atendidos pertencem ao segmento farmacêutico, responsável pela movimentação de 14 mil toneladas de produtos mensalmente. Ele explica que a especialização em medicamentos e cosméticos requer cumprir uma série de exigências feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os caminhões da Ativa são equipados com baús isotérmicos e a empresa tem câmaras frias com temperaturas entre 2°C e 8°C e salas climatizadas entre 15°C e 25°C. Além disso, em todas as unidades, a empresa mantém um farmacêutico responsável, que garante as condições adequadas de armazenamento. Para aumentar a produtividade e atender mais clientes e superar esse momento de dificuldade da economia interna, a Ativa Logística investiu R$ 8 milhões em renovação da frota e na ampliação dos centros de distribuição das cidadesde Viana (ES), Curitiba (PR) e Itapevi (SP). “No início de 2016 já inauguramos duas unidades próprias nas cidades de Resende (RJ) e Juiz de Fora (MG) para ampliar a abrangência geográfica e aumentar a capacidade de transporte na região em que já operamos”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 A partir da reportagem e do seu conhecimento inicial de armazenagem desenvolva as atividades a seguir: a. Contextualize em qual dos três grandes momentos da armazenagem essa reportagem se refere. b. Justifique porque o setor de medicamentos tem conseguido crescer durante a crise. c. Cite e justifique dois desafios da armazenagem que são mencionados na matéria jornalística. d. Explique a estratégia de crescimento que a empresa mencionada na matéria jornalística adotou. Síntese Nesse primeiro contato com os conceitos de armazenagem, assuntos pertinentes foram apresentados com o intuito de prepará-lo para a construção do conhecimento nesse tema, considerado de extrema importância para as organizações. Diante disso, alguns pontos de reflexão devem ser levados em consideração: A armazenagem tem como fundamentos: elevar o nível de serviço entregue ao cliente e combater a concorrência; A armazenagem requer investimentos em fatores essenciais, como espaço, instalações, pessoas e tecnologia da informação; Os princípios da armazenagem foram construídos a partir do conhecimento das pessoas, das iniciativas das empresas e dos estudos das academias e instituições especializadas nessa área; Os principais objetivos da armazenagem são maximizar o uso dos recursos e suprir as necessidades dos usuários; Compete aos gestores buscar incansavelmente imputar cada vez mais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 flexibilidade para atividade de armazenagem, para que ela seja útil nas organizações; É importante estar atento às mudanças no mercado consumidor e às práticas adotadas pelas organizações, pois os desafios serão cada vez maiores, principalmente com o crescimento do e-commerce. Referências RUSSO, Clovis Pires. Armazenagem, Controle e Distribuição. Curitiba: InterSaberes, 2013. BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. Tradução de Hugo T. Y. Yoshizaki, 1. ed., 18. reimpr. São Paulo: Atlas, 2007. BANZATO, Eduardo. et al. Atualidades na armazenagem. São Paulo: IMAM, 2003. MOURA, Reinaldo Aparecido. Manual de logística: armazenagem e distribuição física. Volume 2. São Paulo: IMAM, 1997, 4. ed., 2006. Sites consultados: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_0473.pdf https://www.youtube.com/watch?v=Uf2LQ41m4yA https://www.youtube.com/watch?v=pCg2Lee7CXk http://www.imam.com.br/logistica/noticias/armazenagem/2290-localfrio-inicia- armazenagem-de-produtos-farmaceuticos http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b2b1b880436841eb88f7ec74bfb02 411/RDC+39-2013+Concess%C3%A3o+de+CBPF.pdf?MOD=AJPERES http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-importancia-da- armazenagem/62513/ https://www.youtube.com/watch?v=ZnPMKW7ya-k https://www.youtube.com/watch?v=P1onrKGZmNo http://www.guialog.com.br/artigo/Y686.htm
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