Buscar

MANDADO DE SEGURANÇA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

��
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DA EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA COMARCA DE SALVADOR – ESTADO DA BAHIA.
FAF & TAF PATRIMONIAL LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob n° 05.952.112/0001-66, com sede nesta capital na Rua João Gomes, n° 39, bairro do Rio Vermelho, CEP 40.210-090, intermediado pelo advogado infrafirmado, devidamente constituído mediante instrumento particular de procuração anexado (doc.), vêm mui respeitosamente perante Vossa Excelência, impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO LIMINAR
contra ato da coatora, a EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO MARIANA TEIXEIRA LOPES que atua na 8ª VSJE DO CONSUMIDOR da comarca de SALVADOR/BA em relação ao processo nº 0104661-22.2017.8.05.0001, tendo como pessoa jurídica interessada e ao qual o coator está vinculado o Estado da Bahia (art. 6º da Lei 12016/09) a ser citado da pessoa do seu Procurador-Geral, no qual figura como litisconsorte ativo a empresa BRADESCO SAUDE S A., com fulcro no artigo 5º, inciso LXIX da Constituição Federal e na Lei 12.016/2009, pelos fatos e razões de direito que seguem:
I - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA.
O mandado de segurança será cabível quando houver violação ou justa ameaça ao direito líquido e certo. Diante da sua natureza, bem como das peculiaridades do caso em questão, constitui-se no único remédio que protegerá os direitos da Impetrante. 
Acerca do cabimento do remédio constitucional em destaque, nos ensina Celso Barbi:
Quando o recurso previsto em lei não se mostrar apto a evitar a lesão de direito e o consequente dano, é legal, constitucional e jurídico que o indivíduo procure no arsenal do Direito um outro meio que impeça o perecimento do seu direito e o dano ao seu patrimônio, que pode ser o mandado de segurança 17. CELSO BARBI - RF 288/47; Revista Jurídica Mineira, 4739, Ajuris 33. Por outro lado, cabível também será o mandado de segurança se não houver recurso previsto para impugnar o ato judicial, como acentuou o TAMG, no MS nº 1.129, de 18.12.84, relatado por RONALDO CUNHA CAMPOS.
Trata-se, deste modo, de medida perfeitamente admissível à espécie, eis que não há outra alternativa cabível, in casu, para evitar o perecimento do direito da Impetrante.
Cumpre ressaltar que o presente mandado de segurança está sendo impetrado tempestivamente.
II - DOS FATOS.
Nos autos do processo nº 0104661-22.2017.8.05.0001 está sendo tratada a relação de consumo entre a Impetrante e a empresa BRADESCO SAUDE S/A, tendo como mérito principal o reajuste abusivo do valor do plano de saúde contratado.
De fato, foi requerido liminarmente que o pagamento das mensalidades do referido plano de saúde fosse reajustado anualmente de acordo com as normas da ANS, bem como sem o reajuste por mudança de faixa etária de 103,96% aplicada em março de 2015 e julho de 2016, que ensejou em um acréscimo de R$ 769,90 e de R$ 896,86, respectivamente. Caso não fosse entendido pela aplicação do reajuste com base nas normas da ANS, que fosse feito, então, realizado nos termos da resolução normativa n° 309 de 24 de outubro de 2012 da ANS.
Ocorre que, ao consultar o processo para verificar o seu andamento, contatou-se que a Juíza de Direito, ora autoridade coatora, não deferiu tal pedido, utilizando os seguintes termos: 
(...) Neste momento de superficial cognição, a míngua de elementos concretos e objetivos, não é possível vislumbrar, tão somente do arrazoado inicial a probabilidade do bom direito invocado pelo suplicante em arrimo à sua pretensão, sobretudo por tratar-se, a priori, de contrato coletivo que não se submete inexoravelmente aos índices da ANS, pelo que entendo necessário aguardar para melhor análise por ocasião de pronunciamento definitivo .
Desse modo diante da ausência do pressuposto não há pensar-se em deferimento do pleito provisório, ressaltando que não se trata de hipótese a atrair a incidência do disposto no art.311 do NCPC, por também ausentes os seus requisitos.
Ante ao exposto, INDEFIRO A TUTELA DE URGÊNCIA.
Inconformado com o indeferimento da liminar, o Impetrante interpôs embargos de declaração em decorrência da decisão liminar, quanto a omissão consubstanciada em ausência de fundamentação.
É possível verificar o fumus boni iuris e o periculum in mora, requisitos que autorizam a tutela de urgência em cognição sumária, e o desacerto da decisão da autoridade coatora, em decorrência do teor do contrato celebrado entre as partes cujo aumento do valor do plano foi abusivo, passando do valor de R$279,92 até os 53 anos de idade dos beneficiários, para R$623,00 a partir dos 59 anos, ensejando um acréscimo de mais de 100%, contrariando assim os entendimentos jurisprudenciais, colocando o consumidor em manifesta desvantagem.
Em que pesem os sólidos argumentos deduzidos em sede de embargos, mais uma vez, para surpresa da Impetrante, a Juíza não acolheu o pedido desta Impetrante.
Diante de tais negativas, a Impetrante vem sofrendo danos patrimoniais, tendo em vista que os valores abusivos cobrados geram desfalques na renda de sustento da família, podendo gerar, inclusive, eventual inadimplência em razão dos altos custos decorrentes do contrato celebrado e sua majoração abusiva. 
Assim, diante da inexistência de previsão legal de recurso na legislação dos Juizados Especiais Cíveis contra decisão dessa natureza, a Impetrante se vê obrigada a impetrar o mandamus para ter o seu direito satisfeito. 
DO DIREITO.
A medida ora pleiteada admite concessão liminar, o que desde já se requer, eis que presentes todos os pressupostos necessários para o seu deferimento.
A plausibilidade jurídica da concessão da liminar encontra-se devidamente assinalada no presente mandamus, tendo em vista que a impetrante inconformada com a omissão da coatora, expõe todos os fundamentos necessários para o deferimento do pedido.
O fumus boni iuris resta devidamente comprovado pelos elementos fáticos e jurídicos trazidos à colação, na medida em que foi abusivo o aumento do valor do plano de saúde contratado pela Impetrante junto a Ré, Bradesco Saúde S/A. 
Dessa forma, cumpre ao Estado preservar os princípios estabelecidos no art. 4º do CDC, fazendo cumprir as metas estabelecidas pela Política Nacional das Relações de Consumo, devendo o Poder Judiciário, sempre que se deparar com práticas comerciais abusivas, que desrespeitem a dignidade, a saúde e a segurança dos consumidores, fazer restabelecer o equilíbrio nas relações de consumo.
E, a incidência do periculum in mora demonstram cabalmente os severos prejuízos que está a sofrer a Impetrante, caso a decisão não seja exarada em hábil, pois o plano de saúde pode ser suspenso, deixando as pessoas que integram o plano sem o devido fornecimento da cobertura, notadamente uma senhora de quase de 83 (oitenta e três anos), D. Terezinha Avena de Freitas. 
Desse modo, imprescindível se faz a concessão da medida liminar para que a autoridade coatora permita que a Impetrante realize os pagamentos de acordo com o reajuste anual da ANS, sem o reajuste por mudança de faixa etária, nos termos do pedido abaixo deduzido, tendo em vista que, repita-se, em cognição sumária, resta claro o direito da consumidor a e a necessidade de imediata proteção, não podendo ela aguardar a realização da audiência e o desfecho da lide, que somente ocorrerá em idos de 2018.
DO PEDIDO LIMINAR.
Pode ser verificado neste caso, que a situação da Impetrante atende, perfeitamente, os requisitos autorizadores para a concessão da medida liminar, vez que presente o “fumus boni iuris”, representado pela plausibilidade do direito invocado pela Impetrante, residente na possibilidade de rescisão do contrato de plano de saúde por conta de reajustes que se afiguram abusivos, bem como o “periculum in mora” fundado no receio de ineficácia do provimento final, ante os danos que podem ser causados aos consumidores vinculados a este plano de saúdeconhecido como “falso empresarial” com a abusiva rescisão acima mencionada, o que levará ao não atendimento dos dependentes do plano, que ficarão desassistidos do seguro-saúde, não podendo a Impetrante aguardar a decisão final, a qual poderá, inclusive, tornar-se ineficaz.
Assim, a concessão da liminar para fins de reforma da decisão negativa exarada pela Magistrada Impetrada, torna-se como o único meio eficaz para estagnar e amenizar os danos já causados a Impetrante, justificando a concessão da liminar na forma buscada por subsunção fática à norma jurídica exposta e, ainda, pela ampla possibilidade de reversão posterior da medida decisão em caso de uma improvável decisão denegatória futura.
DA CONCLUSÃO.
Diante do quanto exposto, avaliando toda a matéria fática/jurídica aqui assegurada, a Impetrante passa a requerer o que se segue:
LIMINARMENTE, INAUDITA ALTERA PARS, nos termos que foi requerida, isto é, determinando que:
a.1) a Impetrante proceda com o pagamento das mensalidades do plano de saúde objeto da lide, aplicando, desde o ano de 2014, conforme planilha anexa, o padrão utilizado pela ANS para fins de reajuste anual, bem como SEM O REAJUSTE POR MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA DE 103,96% APLICADA EM DOIS MOMENTOS DO CONTRATO, EM MARÇO DE 2015 E EM JULHO DE 2016, o que ensejou um acréscimo de R$769,90 (setecentos e sessenta e nove reais e noventa centavos) e de R$896,86 (oitocentos e noventa e seis reais e oitenta e seis centavos), respectivamente, no valor pago pelas vidas que mudaram de faixa etária; por fim, caso Vossa Excelência entenda por aplicar reajuste, a título de mudança de faixa etária, que o mesmo seja limitado ao percentual máximo de 30%, como vem se posicionando os juízes dos Juizados Especiais e Turmas Recursais do Estado da Bahia, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais);
a.2) alternativamente, caso não se entenda pela aplicação dos percentuais de reajuste anual utilizados pela ANS para planos de saúde individuais, na medida em que o presente plano é um “falso coletivo” , pois é composto por pessoas integrantes da mesma família e composto, atualmente, por apenas 8 (oito) vidas, que o reajuste anual da presente demanda se opere, desde 2014, nos termos da RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 309, de 24 de outubro de 2012 da ANS, para tanto, utilizando-se os percentuais divulgados no sitio eletrônico da Requerida, para planos coletivos, conforme tabela acima;
a.3) desde logo, em caso de não envio, ao endereço da Impetrante, dos boletos com valores reajustados proporcional e razoavelmente por parte da Acionada, nos termos requeridos na retro-alínea “a”, que Vossa Excelência autorize o pagamento das mensalidades, a partir de AGOSTO/2017, com vencimento no dia 12 de cada mês, mediante depósito judicial, com a juntada do respectivo comprovante de pagamento nos autos;
a.4) a Ré mantenha ativo o plano de saúde objeto da lide, de forma a manter TOTALMENTE regular o atendimento da Impetrante na rede credenciada, sob pena de multa diária no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais);
a.5) a Ré se abstenha de inscrever o nome/CPF da Impetrante nos Órgãos de Restrição ao Crédito, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais);
B) a intimação da autoridade coatora, para que preste informações no decênio legal, bem como a citação da pessoa jurídica de direito público ao qual está vinculada, qual seja, o ESTADO DA BAHIA, na pessoa do seu Procurador-Geral, na 3ª Avenida, 370, CAB, Salvador, para que ele manifeste eventual interesse na lide; bem como a intimação dos demais interessados, quais sejam: o litisconsorte passivo e o ilustre r. do Ministério Público. 
C) requer ao final que seja concedida a segurança pleiteada, determinando que a autoridade coatora se digne a dar seguimento no feito, observando os pedidos deduzidos na alínea (A) deste tópico, mantendo-se a integridade do plano de saúde sem a majoração que o litisconsorte quer imputar a Impetrante.
O valor da causa é de R$ 1.000,00 (hum mil reais).
Nestes Termos, pede D E F E R I M E N T O.
Salvador (BA), 13 de Outubro de 2017.
DILSON PEREIRA JUNIOR 
OAB/BA 18.372
�Tel/fax: 71 3016 1111 | Cel: 71 9293 4444
dilson@pereirajunior.adv.br
Fb.com/pjradv | www.pereirajunior.adv.br
Rua Cel. Almerindo Rehem, 126 | Empresarial Costa Andrade, Cj 1114
Caminho Das Arvores | Cep: 41820-768 | Salvador | Bahia

Outros materiais