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Redação Técnica MÓDULO 2 2 Sumário Apresentação 4 Unidade 5 | Correspondência / Redação oficial 6 1. Correspondência 8 1.1. Correspondência Oficial 8 1.1.1. Tipos de Correspondência Oficial 9 2. Características da Redação Oficial 12 2.1. Sobre a Impessoalidade 13 2. 2. Padrão Culto da Linguagem 14 2.3. Clareza e Concisão 15 Glossário 17 Atividades 18 Referências 19 Unidade 6 | Formalidade e Padronização na Redação Oficial 20 1. Formalidade e Padronização 22 1.1. Pronomes de Tratamento 22 1.1.1. Concordância dos Pronomes de Tratamento 23 1.1.2. Emprego dos Pronomes de Tratamento 23 1.1.2.1. O Pronome de Tratamento Vossa Excelência 23 1.1.2.2. O Pronome de Tratamento Vossa Senhoria 26 1.1.2.3. O Pronome de Tratamento Vossa Magnificência 27 1.1.2.4. Os Pronomes de Tratamento para a Hierarquia Eclesiástica 27 Glossário 28 Atividades 29 Referências 30 Unidade 7 | O Padrão Ofício 31 1. Manual de Redação da Presidência da República e sua Revisão 33 2. O Padrão Ofício 34 2.1. Partes dos Documentos no Padrão Ofício 34 2.1.1. Tipo do Documento 35 2.1.2. Local e Data 35 3 2.1.3. Destinatário 35 2.1.4. Assunto 36 2.1.5. Texto 36 2.1.6. Fecho 37 2.1.7. Assinatura e Identificação do Signatário 38 Glossário 39 Atividades 40 Referências 42 4 Apresentação Prezado aluno, Desejamos boas-vindas ao Curso Redação Técnica! Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui! No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo que será abordado e os objetivos que se pretende alcançar. O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e ajudá-lo na compreensão do conteúdo. Você encontrará também situações extraídas do cotidiano, conceitos e, ao final da unidade, você encontrará exercícios propostos para a consolidação dos conteúdos. O curso Redação Técnica contém 15 unidades de 4 horas-aula cada, estruturadas conforme a tabela a seguir: Unidade 1 A importância da expressão escrita Unidade 2 Redação Discursiva Unidade 3 Redação Discursiva Unidade 4 Progressão Discursiva/ Dicas e Técnicas de Redação Unidade 5 Correspondência Oficial e seus Tipos Unidade 6 Formalidade e padronização na redação oficial Unidade 7 O Padrão-Ofício Unidade 8 Diagramação de Documentos / Comunicações Oficiais: Apostila e Ata Unidade 9 Comunicações Oficiais: Aviso e Certidão Unidade 10 Comunicações Oficiais: Circular, Correio Eletrônico e Declaração Unidade 11 Comunicações Oficiais: Edital e Exposição de Motivos Unidade 12 Comunicações Oficiais: Fax, Memorando e Mensagem 5 Unidade 13 Comunicações Oficiais: Ofício, Parecer e Requerimento Unidade 14 Comunicações Oficiais: Portaria, Ordem de Serviço, Procuração, Relatório e Telegrama Unidade 15 Diploma / Certificado / Currículo Esperamos que este Curso seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho. Bom trabalho! 6 UNIDADE 5 | CORRESPONDÊNCIA / REDAÇÃO OFICIAL 7 Unidade 5 | Correspondência / Redação oficial f Discuta com seus colegas: Discuta com seus colegas: O que vem a ser uma correspondência oficial? Toda correspondência é oficial? O que caracteriza uma redação oficial? Preciso ter bons conhecimentos de gramática para esse tipo de redação? Em nosso dia a dia, enviamos diversas correspondências, até mesmo sem percebermos. Tanto um simples bilhete informal e íntimo enviado a um amigo ou familiar, quanto um ofício formal e sóbrio, constituem uma correspondência. Pela sua importância em nossas atividades profissionais e pessoais, vamos conhecer nesta unidade as correspondências oficiais, seus tipos e suas características. Também abordaremos as razões que justificam o cumprimento de determinados requisitos na redação oficial. Fonte: www.shutterstock.com 8 1. Correspondência Correspondência é qualquer forma de comunicação, pela expressão escrita, entre duas pessoas ou duas entidades. Podemos destacar três tipos de correspondência como sendo os mais utilizados: a correspondência oficial, a comercial e a particular. 1.1 Correspondência Oficial Acontece entre: a) órgãos públicos; e b) pessoas/empresas e órgãos públicos. A correspondência oficial inclui textos que têm caráter documental e jurídico, mesmo quando tramitam somente entre pessoas. Exemplos: declaração, ata, atestado, parecer, etc. 9 1.1.1 Tipos de Correspondência Oficial Os principais tipos são: Tipo Descrição Abaixo-assinado Documento que, por conter a assinatura de várias pessoas, expressa a opinião de um grupo, representando seus interesses. Normalmente, tem caráter público e de protesto. Acórdão A última sentença ou decisão final que, atribuída por uma instância superior, começa a valer como modelo para resolver casos, questões e/ou situações análogas. É o mesmo que aresto. Alvará Documento de autorização. Documento que, emitido por uma autoridade judicial ou administrativa, dá autorização para a prática de certos atos: alvará de soltura; alvará judiciário. Ato Documento público em que se acham expressas as decisões da autoridade: ato de anistia. Auto Termo ou narração circunstanciada de determinada diligência judicial ou administrativa, escrita e autenticada por tabelião ou escrivão, passando a constituir prova, registro ou evidência de uma ocorrência. Boletim Texto breve para circulação interna ou divulgação ao público: boletim informativo. Certificado Documento oficial assinado por autoridade competente, que atesta um fato. Ex.: um certificado de conclusão de curso, por exemplo. 10 Citação Intimação de alguém, numa data determinada, para que essa pessoa compareça e responda por suas ações diante de um juiz ou de uma autoridade. A ausência da citação anula a sentença. Comunicação Aviso ou notificação que se envia a alguém. Ex.: comunicação de casamento. Consulta Parecer ou ponto de vista especializado. Ex.: consulta jurídica. Convenção Acordo, pacto, contrato, convenção verbal. Decisão Resolução que se toma após deliberação. Ex.: sentença ou juízo. Diploma Documento pelo qual se reconhece ou se confere oficialmente um privilégio, um título, uma dignidade, um poder. Ementa Síntese. Texto curto e resumido que contém o essencial. Ex.: ementa do curso. Texto que resume o conteúdo de uma lei, colocado em seu início. Estatuto Lei orgânica ou regulamento de um Estado, uma associação, etc. Ex.: o estatuto dos servidores públicos. Texto que regulamenta o funcionamento de uma associação: os estatutos de um clube, de um grêmio. Fórmula Preceito estabelecido para regular qualquer ato. Modelo que contém os termos formais por que um ato deve ser concebido: fórmula legal. 11 Guia Documento que acompanha a correspondência oficial. Formulário usado em repartições públicas para pagamentos, notificações, etc. Indicação Documento legislativo que tem como objetivo sugerir a outro Poder que adote providências, ou sugerir que uma ou mais Comissões se manifestem sobre determinado assunto. Manifesto Declaração formal que, geralmente escrita, transmite intenções, opiniões, decisões ou ideias políticas, particulares a uma pessoa ou a um grupo de pessoas. Ex: manifesto de apoio ao presidente. Memorial Exposição escrita, dirigida a autoridade pública, na qual se pleiteia alguma coisa. Memória ou nota para a instrução de uma questão diplomática. Moção Documento cuja proposta ou proposição é feitanuma assembleia, e cujo teor deve ser submetido a votação para que seja aprovada. Norma Princípio que serve de regra, de lei. Notificação Documento pelo qual se notifica alguém sobre algo. Procuração Documento de autorização. Poder que uma pessoa atribui a outra de agir em seu nome, assumindo responsabilidades, tomando providências ou tratando de assuntos que são de seu interesse. Proposição Documento contendo propostas que serão submetidas a análise e aprovação. 12 Protocolo Ata, nota ou registro dos documentos governamentais, dos atos oficiais, da correspondência de um governo ou tribunal, de uma empresa, universidade, etc. Recibo que registra o número e a data em que um processo ou requerimento foi catalogado e registrado. Provisão Documento oficial administrativo por meio do qual o chefe de Estado atribui ofício, cargo — autorizando o exercício de uma profissão ou emitindo instruções. Recomendação Documento que exprime um conselho ou que se usa para advertir, para avisar. Ex.: seguir recomendações médicas. Registro Transcrição, em livro próprio, de documentos, nomes, títulos, etc., públicos ou privados, como prova de autenticidade. Requisição Pedido, exigência legal. Ex.: fazer requisição de material, de força armada. Fonte: adaptado de Dicionário Online Português (2015), Michaelis (2015), Houaiss (2015). São classificados como comunicações oficiais: apostila, ata, aviso, certidão, circular, contrato, convênio, declaração, decreto, edital, exposição de motivos, instrução, lei, memorando, mensagem, ofício, ordem de serviço ou instrução, parecer, petição, portaria, relatório, requerimento, resolução, telegrama. 2. Características da Redação Oficial “Art.37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 13 moralidade, publicidade e eficiência (...).” (BRASIL. Constituição Federal de 1988) O Manual de Redação da Presidência da República estabelece que na administração pública, direta, indireta ou fundacional, uma redação técnica oficial deve apresentar as seguintes características: a) impessoalidade b) uso do padrão-culto da linguagem c) clareza d) concisão e) formalidade f) padronização 2.1 Sobre a Impessoalidade a Uma comunicação se realiza envolvendo três elementos: a) emissor – quem comunica. b) mensagem – aquilo que se comunica. c) receptor – quem recebe a comunicação. • Em uma redação oficial: a) O emissor é sempre o Serviço Público – pode ser um Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção etc. b) A mensagem relaciona-se com as atribuições do órgão que comunica. 14 c) O receptor é o público, o conjunto de cidadãos, ou outro órgão público. • A impessoalidade decorre: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica. Dessa forma, os diferentes setores da Administração vão elaborar comunicações padronizadas (uniformidade). b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação. A comunicação é concebida de forma homogênea e impessoal para um cidadão (público) ou outro órgão público. c) do caráter impessoal do assunto. O tema das comunicações oficiais se restringe a questões de interesse público. 2. 2 Padrão Culto da Linguagem a No padrão culto: a) as regras da gramática formal são observadas; b) emprega-se um vocabulário comum ao conjunto de usuários do idioma. A necessidade do emprego de uma linguagem padrão na redação oficial decorre dos seguintes fatores: a) Os atos oficiais estabelecem regras para a conduta dos cidadãos e regulam o funcionamento dos órgãos públicos sendo, portanto, de caráter normativo. b)Os expedientes oficiais têm como finalidade principal a transmissão de informações de modo claro e objetivo. 15 Os documentodocumentos de caráter normativo são aqueles que têm força de regra ou norma. Ou, ou seja, devem obrigatoriamente ser seguidos. A obrigatoriedade do uso do padrão culto da língua proporciona o caráter impessoal necessário e cumpre a finalidade de informar com clareza e concisão nos textos oficiais. O padrão culto da língua se sobrepõe às diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, aos modismos vocabulares e às idiossincrasias linguísticas, permitindo que se atinja a compreensão de todos os cidadãos. A idiossincrasia é uma particularidade comportamental própria de um indivíduo ou de um grupo de pessoas. Nesse sentido, uma idiossincrasia linguística está relacionada a aspectos linguísticos que podem ser atribuídos especificamente a um grupo de pessoas que adotam uma maneira diferenciada de se comunicar. Como as comunicações emitidas por um órgão público devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro, fica proibido o emprego de gírias, regionalismos vocabulares, jargões técnicos ou qualquer outro tipo de linguagem própria a um grupo específico. 2.3. Clareza e Concisão • A clareza é qualidade essencial a todo texto oficial. Um texto claro possibilita imediata compreensão por parte do leitor. A clareza depende das demais características da redação oficial. 16 a Um texto com clareza apresenta: a) impessoalidade; b) uso do padrão culto da linguagem; c) formalidade e padronização; d) concisão. • A concisão em um texto é a qualidade de transmitir um máximo de informações por meio de um mínimo de palavras. Essa observância ao princípio de economia linguística consiste em cortar as palavras inúteis ou redundantes e as passagens que nada acrescentam ao conteúdo. Resumindo Na redação oficial não há lugar para impressões pessoais. A clareza é a qualidade fundamental de uma redação oficial. No entanto, ela depende das demais características necessárias a esse tipo de redação: impessoalidade, uso do padrão culto da língua, formalidade, padronização e concisão. A redação oficial não precisa ser dura, fria, árida, e nem rejeitar a evolução da língua. Acontece que a sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – faz com que se adotem certos parâmetros no uso da língua, diferentemente do que acontece na correspondência particular, no texto jornalístico e na literatura, por exemplo. 17 Glossário Tramitam: verbo tramitar, encaminhar ou enviar algo. Impessoalidade: qualidade, caráter ou condição de impessoal; Jargões técnicos: significa uma linguagem pouco compreensível, em muitos casos por ser específica de determinado grupo profissional ou sociocultural. 18 d 1. Um e-mail enviado para um parente próximo, normalmente, é uma correspondência do tipo: ( ) Oficial. ( ) Particular. ( ) Comercial. ( ) Governamental. 2. A comunicação conhecida por correspondência oficial usualmente acontece: ( ) Entre amigos. ( ) Entre casais de namorados. ( ) Entre dois órgãos públicos. ( ) Entre uma prefeitura e o cidadão. 3. Na redação oficial não pode haver: ( ) Opiniões pessoais sobre o assunto. ( ) Gírias. ( ) Erros de gramática. ( ) Clareza nas informações. 4. Concisão é: ( ) Transmitir o mínimo de informações com o máximo de palavras. ( ) Dividir a ideia central de um texto em duas partes. ( ) Transmitir as informações necessárias com o mínimo de palavras. ( ) Deixar o texto bonito, não importando como. Atividades 19 Referências BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios). BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 6 set.2016. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 9. Ed. Ver. Atualizada. Brasília, 2002. CASTRO, Cláudio de Moura. A Grande Heresia do Simples. Revista Veja, ed. 2448, a. 48, n. 42. São Paulo: Abril, 2015. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagem, gramática e redação, v. 1. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994. CRE Mario Covas – Centro de Referência em Educação. Leitura e Literatura. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_l.php?t=001>. Acesso em: 31 ago. 2016. ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/ dudh.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. FARIAS, Adriana; ÖBERG, Bárbara. Encruzilhada Perigosa. Revista Veja, São Paulo, a. 48, n. 43, p. 42. São Paulo: Abril, 2015. FERREIRA, Reinaldo M. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1984. 20 UNIDADE 6 | FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO NA REDAÇÃO OFICIAL 21 Unidade 6 | Formalidade e Padronização na Redação Oficial f Discuta com seu colega: Você já escreveu para alguma autoridade? Se sim, quais palavras e termos usou? Quando escrevemos a um vereador, a um juiz, a um cardeal, quais tratamentos devemos utilizar? Quais outros pronomes de tratamento você conhece e a quem dirigi-los? Existem pronomes de tratamento específicos para cada grupo de autoridade. Até mesmo as regras de concordância verbal, nominal e pronominal são peculiares a cada autoridade. Apesar de alguns soarem estranhos atualmente, o tratamento especial devido às autoridades ainda é norma a ser seguida por todos, bem como as demonstrações de cortesia e polidez no trato de assuntos públicos. Fonte: www.shutterstock.com 22 1. Formalidade e Padronização • Nas comunicações oficiais é necessário certa formalidade. Isso significa: a) usar os pronomes de tratamento adequados a cada autoridade; b) manifestar polidez; c) demonstrar civilidade no enfoque do assunto a que se refere a comunicação. • A formalidade de tratamento vincula-se à ideia de que a administração federal, sendo única, deve trabalhar com padrões estabelecidos de comunicação. • A padronização do texto oficial remete-se: a) clareza gráfica (impressão); b) uso de papéis uniformes; c) diagramação correta do texto. 1.1 Pronomes de Tratamento a Usamos os pronomes de tratamento para tratarmos de forma respeitosa as autoridades civis, militares e eclesiásticas. 23 1.1.1 Concordância dos Pronomes de Tratamento Os pronomes de tratamento apresentam peculiaridades nas concordâncias verbal, nominal e pronominal. Referem-se à segunda pessoa gramatical, isto é, à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação, mas devem concordar com a terceira pessoa, isto é, com aquele de quem se fala. Dessa forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa. Exemplo: Vossa Senhoria gostaria de carregar seu celular? Vossas Senhorias receberão advogados em seus apartamentos? Vossas Excelências se manifestaram de acordo com suas consciências. Os adjetivos que se referem aos pronomes de tratamento concordam com o sexo da pessoa a quem a comunicação é dirigida. Exemplo: Vossa Senhoria continua muito dedicado aos trabalhos. (frase destinada a um interlocutor do sexo masculino) Vossa Excelência anda preocupada com seu pai. (frase dedicada a uma interlocutora) 1.1.2 Emprego dos Pronomes de Tratamento 1.1.2.1 O Pronome de Tratamento Vossa Excelência A seguir vamos conhecer as maneiras corretas de utilizar o pronome de tratamento Vossa Excelência, conforme estabelece o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2002). a) É usado para as seguintes autoridades: 24 Do Poder Executivo Presidente da República Vice-Presidente da República Ministros de Estado Governadores (e Vices) de Estado e do Distrito Federal Oficiais-Generais das Forças Armadas Embaixadores Secretários-Executivos de Ministérios Secretários de Estado dos Governos Estaduais Prefeitos Municipais Do Poder Judiciário Deputados Federais Senadores Ministro do Tribunal de Contas da União Deputados Estaduais e Distritais Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais Do Poder Judiciário Ministros dos Tribunais Superiores Membros de Tribunais Juízes Auditores da Justiça Militar Fonte: Brasil (2002) 25 b) Os vocativos Para Chefes de Poder: Excelentíssimo Senhor ... Excelentíssimo Senhor Presidente da República Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal Para as demais autoridades tratadas com esse pronome: Senhor ... Senhor Senador Senhor Juiz Senhor Ministro Senhor Governador Fonte: Brasil (2002) c) Endereçamento nos envelopes Exemplos: A Sua Excelência o Senhor Horácio ... Ministro de Estado da ... 70064-900 — Brasília-DF A Sua Excelência o Senhor Senador Bruno ... Senado Federal 70165-900 — Brasília-DF 26 A Sua Excelência o Senhor Joviano ... Juiz de Direito da 9ª Vara Cível Rua Samuel ..., nº 523 01219-012 — São Paulo-SP 1.1.2.2 Pronome de Tratamento Vossa Senhoria A seguir vamos conhecer as maneiras corretas de utilizar o pronome de tratamento Vossa Senhoria, conforme estabelece o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2002). a) É usado para: • As demais autoridades não referidas no quadro relativo às autoridades merecedoras do tratamento Vossa Excelência (exemplos: chefes de departamento, diretores, coordenadores); e • Particulares (pessoas em geral). b) Vocativos Para autoridades: Senhor... Senhor Chefe da Divisão de Serviços Gerais Etc. Para particulares: Senhor fulano de tal Senhor Francisco Soares Etc. Fonte: Brasil (2002) Segundo o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2002), o título acadêmico doutor somente é utilizado para destinatários que tenham concluído o curso universitário de doutorado. c) Endereçamento nos envelopes 27 Exemplo: Ao Senhor José de Andrade Ferraz Rua Vitória, nº 17 06743-010 – São Paulo. SP 1.1.2.3 Pronome de Tratamento Vossa Magnificência a) Utilizado para reitores de universidade. b) Vocativo: Magnífico Reitor 1.1.2.4 Pronomes de Tratamento para a Hierarquia Eclesiástica Autoridade eclesiástica Pronome de tratamento Vocativo Papa Vossa Santidade Santíssimo Padre Cardeal Vossa Eminência; Vossa Eminência Reverendíssima Eminentíssimo Senhor Cardeal; Reverendíssimo Senhor Cardeal Arcebispo e Bispo Vossa Excelência Reverendíssima 28 Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos Vossa Reverendíssima; Vossa Senhoria Reverendíssima Sacerdotes, clérigos e demais religiosos Vossa Reverência g Conhecer as particularidades da redação oficial é importante para todos os profissionais, e crucial para aqueles que pretendem prestar concursos e seguir carreiras públicas. Resumindo Nas comunicações oficiais é necessária certa formalidade. Isso significa: usar os pronomes de tratamento adequados, manifestar polidez e demonstrar civilidade. A padronização do texto oficial remete-se a: clareza gráfica, uso de papéis uniformes e diagramação correta do texto. O título acadêmico doutor somente é utilizado para destinatários que tenham concluído o curso universitário de doutorado. Glossário Peculiaridade: característica de alguém ou de algo que se distingue por traços particulares; originalidade, singularidade, particularidade. Crucial: de opção inevitável; decisivo. 29 d 1. Classifique as afirmações como verdadeiras(V) ou falsas (F): ( ) Toda correspondência precisa ser formal. ( ) Normatizar o uso dos pronomes de tratamento facilita a padronização das comunicações oficiais. ( ) O uso dos pronomes de tratamento é uma forma respeitosa de nos dirigirmos às autoridades. ( ) Polidez e civilidade são qualidades desejáveis no trato dos assuntos públicos. 2. Assinale a única alternativa escrita corretamente. ( ) Vossa Excelência sempre foi, também, um bom professor. ( ) Vossa Excelência estais estudando há horas. ( ) Vossas Senhorias deveis descansar antes das palestras. ( ) Vossa Senhoria, justamente por ser mulher, não poderia ser contrário a essa nova proposta. 3. O pronome de tratamento Vossa Excelência é utilizado para: ( ) Prefeitos Municipais ( ) Engenheiros ( ) Deputados Estaduais ( ) Juízes 4. Assinale certo (C) ou errado (E): ( ) Senhor Senador ( ) Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal ( ) Excelentíssimo Senhor Governador ( ) Senhor Deputado Federal Atividades 30 Referências BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios). BRASIL. Manual de Redação da Presidência da República. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm>. Acesso em: 8 set. 2016. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 9. Ed. Ver. Atualizada. Brasília, 2002. CASTRO, Cláudio de Moura. A Grande Heresia do Simples. Revista Veja, ed. 2448, a. 48, n. 42. São Paulo: Abril, 2015. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagem, gramática e redação, v. 1. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994. CRE Mario Covas – Centro de Referência em Educação. Leitura e Literatura. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_l.php?t=001>. Acesso em: 31 ago. 2016. ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/ dudh.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. FARIAS, Adriana; ÖBERG, Bárbara. Encruzilhada Perigosa. Revista Veja, São Paulo, a. 48, n. 43, p. 42. São Paulo: Abril, 2015. FERREIRA, Reinaldo M. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1984. 31 UNIDADE 7 | O PADRÃO OFÍCIO 32 Unidade 7 | O Padrão Ofício f Discuta com seus colegas: Quais as dimensões de um papel-ofício? / Como diagramar uma mensagem pelo padrão ofício? / Se você já leu algum documento oficial, diga quais são as suas características. / Se você precisar redigir um documento oficial, onde pode procurar esclarecimentos sobre o assunto? O que você entende por “padrão ofício”? Esta unidade é voltada ao estudo das normas relativas à redação oficial e tem a finalidade de trazer os esclarecimentos necessários a quem vai redigir um texto oficial. Em 1991, foi criada uma comissão para simplificar, uniformizar e atualizar os critérios adotados desde 1937 para a redação dos atos e comunicações oficiais. Como resultado dos trabalhos, foi elaborado o Manual de Redação da Presidência da República, constituído por duas partes: 1ª) comunicações oficiais; 2ª) atos normativos no âmbito Executivo. Fonte: www.shutterstock.com 33 1. Manual de Redação da Presidência da República e sua Revisão A primeira parte do manual foi elaborada sob a responsabilidade do diplomata Nestor Forster Jr. Versa sobre as comunicações oficiais, sistematiza seus aspectos essenciais, padroniza a diagramação dos expedientes, exibe modelos, simplifica os fechos, suprime arcaísmos, e apresenta uma súmula gramatical a ser aplicada à redação oficial. [...] A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes, ocupou- se da elaboração e redação dos atos normativos no âmbito do executivo, da conceituação e exemplificação desses atos e do procedimento legislativo. [...] (Em 2002, foi realizada uma revisão e atualização do texto, preservando as linhas principais do trabalho original.) Na primeira parte, a mudança importante foi uma adequação às formas de comunicação, que passaram a ser usadas na administração devido aos avanços da informática. Na segunda parte, foram feitas adaptações no texto para harmonizar-se com a evolução legislativa na matéria, em especial à Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998, ao Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002, e às alterações constitucionais ocorridas no período.” (Pedro Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Manual de Redação da Presidência da República, 2002) 34 e INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 4/92 Em 9 de março de 1992: — O Presidente da República publicou no Diário Oficial da União o Decreto nº 468, de 6 de março de 1992, estabelecendo regras para a redação de atos normativos do Poder Executivo. — A Secretaria de Administração Federal baixou a Instrução Normativa nº 4, tornando obrigatória, nos órgãos da administração federal, a observação das modalidades de comunicação oficial constantes no Manual de Redação da Presidência da República. 2. O Padrão Ofício Nas repartições públicas, três tipos de expediente seguem uma diagramação única, chamada de padrão ofício: a) ofício; b) aviso; c) memorando. 2.1 Partes dos Documentos no Padrão Ofício Os três documentos que seguem o padrão ofício (ofício, aviso, memorando) devem conter as seguintes partes: 35 2.1.1 Tipo do Documento A identificação do documento deve conter: tipo (pode ser abreviado), número do documento, sigla do órgão expedidor. Exemplos: Aviso 782/SRF Mem. 875/INSS Of. 347/SSP-SP 2.1.2 Local e Data Deve ser escrito por extenso, alinhado à direita. Exemplo: Araçatuba, 28 de novembro de 2015. 2.1.3 Destinatário Deve ter o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida à comunicação. Quando o documento for um ofício, deve ter também o endereço. 36 2.1.4 Assunto É o resumo do teor do documento. Exemplos: Assunto: Recursos orçamentários para 2016. Assunto: Novo organograma interno. 2.1.5 Texto O expediente deve conter a seguinte estrutura: a)Introdução – em que deve ser apresentado o assunto que motiva a comunicação, de forma direta. b)Desenvolvimento – no qual o assunto é detalhado. Para conferir maior clareza, se forem dois ou mais os assuntos tratados, eles devem estar em parágrafos distintos. c)Conclusão – em que é reafirmada ou representada a posição recomendada para o assunto. Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto se estiverem organizados em itens ou títulos e subtítulos. 37 Em casos de mero encaminhamento de documentos: a) A introdução deve ser iniciada com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. b) Se a solicitação e o encaminhamento não existiram, a introdução deve ser iniciada com o seguinte andamento: esclarecer que se trata de um encaminhamento, explicitar os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, assunto tratado), explicar a razão pela qual o documento está sendo encaminhado. Exemplos: “Em resposta ao Aviso nº 17, de 2 de outubro de 1998, encaminho anexa cópia do Ofício nº 75, de 30 de setembro de 1997, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Edson Faria da Silva.” “Encaminho anexa, para exame e pronunciamento, cópia do telegrama nº 17, de 1º de fevereiro de 1999, do presidente da Confederação Nacional da Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Centro-Oeste.” c) Se a pessoa que encaminha o documento quiser fazer algum comentário, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. 2.1.6 Fecho Tem as seguintes finalidades: arrematar o texto; saudar o destinatário.Por meio da Instrução Normativa nº 4, foi estabelecido o emprego de dois modelos: a) Respeitosamente, para autoridades superiores; b) Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou subordinadas. 38 2.1.7 Assinatura e Identificação do Signatário Todas as comunicações oficiais, exceto aquelas assinadas pelo Presidente da República, devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local da assinatura. Exemplo: (espaço para assinatura) Juvenal ... Ministro de Relações Internacionais c “Espera-se que esta nova edição do manual contribua, tal como a primeira, para a consolidação de uma cultura administrativa de profissionalização dos servidores públicos e de respeito aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, com a consequente melhoria dos serviços prestados à sociedade.” (Pedro Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, 2002) b Acesse o sitehttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm e conheça na íntegra a edição revisada do Manual de Redação da Presidência da República. 39 Resumindo O Manual de Redação da Presidência da República propiciou a criação de um sistema de controle sobre a edição de atos normativos do Poder Executivo. Como consequência, evitou a edição de normas repetitivas, redundantes ou desnecessárias. O Manual buscou e possibilitou trazer maior eficiência aos processos de elaboração de atos normativos. O padrão ofício é adotado nos expedientes conhecidos como: ofício, aviso e memorando. Esses documentos devem conter: identificação, local, data, destinatário, assunto, texto, fecho, assinatura e identificação do signatário. Glossário Súmula gramatical: resumo; síntese clara que contém o essencial de alguma coisa; breve sinopse: o orador leu a súmula do congresso. Signatário: Aquele que assina ou subscreve um texto, um documento etc. 40 d 1. Assinale a única afirmativa incorreta. ( ) A obra Manual de Redação da Presidência da República compõe-se de duas partes: Comunicações oficiais e Atos normativos no âmbito Executivo. ( ) Em 2002, foi realizada uma revisão que adequou o Manual aos avanços da informática. ( ) Os órgãos da administração federal são obrigados a observar as modalidades de comunicação oficial constantes no Manual de Redação da Presidência da República. ( ) O padrão ofício só deve ser observado nos documentos que tramitem dentro do Palácio da Alvorada. 2. Assinale a única afirmativa correta. ( ) O ofício e o memorando são os únicos documentos oficiais que são elaborados em obediência às rígidas normas do Manual de Redação. ( ) Um servidor público graduado não precisa conhecer nada sobre as normas do Manual de Redação, pois ele tem autoridade para mandar mensagens oficiais do jeito que lhe convir. ( ) É melhor usar a criatividade do que seguir normas – esse pensamento deve nortear a redação de todos os documentos oficiais. ( ) As partes que compõem um documento padrão ofício são: identificação do documento, local e data, destinatário, assunto, texto, fecho, identificação do destinatário. Atividades 41 3. Classifique como certo (C) ou errado (E), em relação ao padrão ofício. ( ) Deve trazer a identificação do número do documento. ( ) A data e o local podem ser abreviados. ( ) No campo destinatário, é preciso colocar o nome e o cargo da pessoa que vai receber a comunicação. ( ) O campo assunto deve trazer longa explanação sobre o tema em vez de ser um simples resumo. 4. Sobre o elemento “texto” dos documentos do padrão ofício, classifique como certo (C) ou errado (E): ( ) Na introdução, o assunto deve ser apresentado de forma simples e direta. ( ) O assunto deve ser detalhado no desenvolvimento do texto. ( ) Os parágrafos devem ser numerados. ( ) Nos casos de simples encaminhamento de um documento oficial, a introdução deve iniciar-se com referências ao expediente que vai ser encaminhado. 42 Referências ABL – ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. 5. ed. Rio de Janeiro: Global, 2009. ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: KlicK editora / para o jornal O Estado de São Paulo, julho de 1997. (Coleção “Ler é Aprender”, v. 12). ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005 (Coleção Na ponta da língua, v. 13). BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 31 ago. 2016. _______. Manual de redação da Presidência da República. 2. ed. rev. e atual. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/ manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. 43 Gabarito Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Unidade 5 B C A - B - C C Unidade 6 F - V - V - V A B C - E - E - C Unidade 7 D D C - E - C - E C - C - C - C
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