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Latim camoes e eneida estrutrura

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Disciplina:  Língua e Cultura Latina 
 
O que é uma Epopeia? Como se estrutura? 
A  epopeia  (ou poema épico) é um extenso poema narrativo heróico que faz                       
referência a temas históricos, mitológicos e lendários. 
Uma das principais características dessa forma literária, que pertence ao                   
gênero épico, é a valorização de seus heróis bem como de seus feitos. 
O termo epopeia, deriva do termo grego “ épos ” que significa narrativa em                       
versos de fatos grandiosos centrados na figura de um herói ou de um povo. 
O poeta grego Homero (século IX ou VIII a.C.) foi o fundador da poesia épica a                               
quem se atribui as obras­primas a “ Ilíada ” e a “ Odisseia ”. Além dessas obras                         
um grande exemplo de epopeia é a obra “ Os Lusíadas ” do escritor português                         
de Luís de Camões. 
  Os épicos gregos apresentam uma estrutura composta por quatro partes:                     
composição, invocação, narração e epílogo. Na proposição dá­se o enunciado                   
da obra, conforme; na invocação há o apelo aos deuses para que ajudem o                           
poeta; a narração é parte central e mais extensa da epopéia. Contém relato                         
minucioso das ações do herói, devendo obedecer a uma seqüência lógica, mas                       
podendo começar no meio; o epílogo é a parte final da narrativa, deve guardar                           
um imprevisto, ser verossímil, coerente e conter um final feliz.  
 
 Eneida de Virgilio X Lusíadas de Camões/ Estrutura. 
A intenção de Virgilio ao escrever “A Eneida” é a de glorificar a Roma e                   
engrandecê­la. Trata de contar a suposta origem e história da fundação do                       
Império Romano por encarrego do imperador Augusto. Não obstante também                   
tenta demonstrar que a literatura latina já não depende da grega e, portanto já                           
possui autenticidade. 
As proporções dessa obra e a linguagem arcaica podem de início, afastar o                           
leitor de hoje. As principais dificuldades encontradas na leitura são os termos                       
antigos utilizados, a sintaxe truncada e o grande número de informações                     
mitológicas e históricas. Mas é possível compreender os principais elementos,                   
porque o poema épico tem como finalidade narrar a própria história, ou feitos                         
heroicos que estão no terreno da mitologia. As descrições são minuciosas,                     
abrangendo todos os detalhes da paisagem, as cenas de batalha e as vestes                         
dos guerreiros. 
  O livro “Os Lusíadas” divide­se em dez Cantos, sendo cada um deles                         
composto por oitavas, ou seja, estrofes de oitos versos com estrutura rimática                       
abababcc ,  com versos decassílabicos heróicos. 
De modo geral, esta obra segue a “Eneida” de Virgílio na estrutura                       
apresentada, através de uma Proposição, uma Invocação e a narração                   
iniciada  in medias res , ou seja, com início da narração no meio da ação                         
principal, voltando posteriormente ao início. 
   De semelhante da “Eneida”, esta obra possui ainda uma Dedicatória. 
Na verdade, esta obra reflete um conhecimento profundo das culturas grego                       
e romano por parte de Luís de Camões, conhecimento esse adquirido na sua                         
educação. 
Por vez, esta obediência aos modelos formais e temáticos clássicos é                     
subvertida pela audácia criativa do poeta. 
O exemplo disso pode citar os momentos em que este faz rivalizar os heróis                             
humanos com os deuses, desvalorizando algumas figuras mitológicas e                 
elevando os homens à condição de deuses por serem recompensados com                     
estímulos eróticos e afetivos, tal como acontece na “Ilha dos Amores”, além dos                         
estímulos intelectuais, patentes na contemplação da “Máquina do Mundo” e no                     
conhecimento do futuro. 
Nesta obra, o herói é um herói coletivo – o povo português – cuja                             
representação é feita através de uma sinédoque – “O peito ilustre lusitano” –                         
que tem por objetivo o engrandecimento do Império. 
Assim, tornando­se superior aos poetas estrangeiros, que se limitavam a imitar                     
alguns modelos literários, Luís de Camões dá forma à sua obra com vivências                         
coletivas e dinamizadoras que foram fundamentadas na História de Portugal,                   
especialmente na história da expansão. 
Assim, apesar de seguir os modelos clássicos, Luís de Camões deu à sua                         
epopeia um cunho pessoal cujo principal objetivo era o de lhe conferir uma                         
maior veracidade. 
Assim, ao introduzir um tema histórico, o poeta faz uma vívida narrativa de                           
ações realmente acontecidas, recorrendo para tal a diversas fontes, tais como                     
a “Crónica de D. Afonso Henriques” (Duarte Galvão), a crónicas de Rui de                         
Pina e de Fernão Lopes, a “História do Descobrimento e Conquista da Índia”                         
(Fernão Lopes de Castanheda), e a “As Décadas da Ásia” (João de Barros),                         
entre outras. 
Além disso, assumem também uma importância significativa as vivências do                   
poeta quando diz: “…vi claramente visto…”. 
Aliás, como afirmou Isabel Pascoal, no seu livro “Poesia Lírica de Luís de                         
Camões”, as descrições de alguns fenómenos da natureza, tais como a                     
tromba­marinha, a tempestade, o fogo de santelmo, a informação geográfica e                     
civilizacional e a referência aos povos e costumes, à flora e à fauna exóticas,                           
são evidências de que esta viagem foi uma experiência completamente nova e                       
vivida com grande paixão e emoção. 
Tentando ser objetivo e verídico, Luís de Camões pretendeu                   
fundamentalmente dar a conhecer a sua interpretação da História de Portugal,                     
olhando a obra de dois prismas, quer o texto apologético dos feitos heróicos do                           
povo português, nomeadamente através da Proposição, em que o poeta cai ao                       
encontro da ideologia oficial, quer através de um deixar transparecer da sua                       
posição crítica face à política oficial da expansão que implica demasiados                     
perigos e riscos para os bravos navegadores portugueses, ficando isso                   
evidente, por exemplo, no episódio do “Velho do Restelo” que mostra de forma                         
personificada a oposição de um “homem da rua” a este empreendimento, que                       
acaba por dar expressão ao profundo receio, unânime entre a população,                     
contra a inquietação.

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