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PCC de TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL ENTREVISTA DE UM PROFESSOR

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São Paulo, 10 de Novembro de 2016 
Entrevista com a professora de português:  
Viviane Brito 
Viviane se formou na Universidade Nove de Julho ­ UNINOVE em São Paulo,                         
na qual realizou o Curso de Letras ­ Licenciatura (Língua Portuguesa e                       
Literatura).  
 
Função na escola: Professora de Língua Portuguesa e Literatura há três anos. 
Idade: 35 anos 
 
O que te levou a escolher esta profissão? 
Precisava trabalhar, e não conseguia escolher uma profissão, terminei o Ensino                     
Médio, fui trabalhar em casa de família, depois abri um comércio próprio, não                         
deu certo. Então pensei, preciso de um trabalho certo, que eu goste, e que eu                             
possa exercer por muitos anos. Conheci uma professora de Português que me                       
aconselhou a começar a fazer uma faculdade, então eu questionei­a, como era                       
ser professora de português? Quanto ganhava? Como lidava com os alunos                     
rebeldes? E foi pela resposta positiva a respeito dessas questões, que eu decidi                         
entrar para uma universidade para me tornar professora. Então me perguntei:                     
Estudar o que? 
Então analisei as matérias que gostava: Matemática e Português, pensei,                   
pensei.... decidi fazer graduação em Letras, pois, sempre gostei muito de                     
português, sou muito paciente e tenho prazer em ensinar aos outros o que                         
aprendo. 
 
Para você, qual é a principal dificuldade que um docente enfrenta no 
dia a dia?  E o que é mais gratificante? 
Condições para um trabalho de qualidade e formação contínua para que a 
qualidade se mantenha, isso claro, pensando na escola pública, que é meu 
foco. A condição da escola e a qualidade (abordagem teórico­metodológica) 
implicam diretamente no comportamento do aluno, claro, entendendo que não 
é só isso. Então, acho errado sair por aí dizendo que o maior problema é o 
comportamento do aluno, como virou costume dizer. O maior problema para o 
professor é o molde educacional brasileiro, a escola em seu modelo arcaico, e 
as condições de trabalho. 
A coisa mais gratificante em ser professor é observar que seus alunos                       
conseguiram compreender aquilo que ensinou, e principalmente, que               
conseguiram aplicar de algum modo aquilo à vida. Principalmente nas                   
disciplinas que trabalho, português e literatura, sabendo dos enormes                 
problemas que a população em geral tem com a língua portuguesa, sua                       
estrutura e seus modos de construção. 
 
Como enxerga a educação no país hoje? O que poderia ser diferente? 
O modo de fazer a educação mudou, as metodologias mudaram, os                     
professores mudaram, os alunos mudaram. Entretanto, as mudanças ficam no                   
plano abstrato e não no concreto, a escola. O maior problema da educação no                           
país é a escola, estruturalmente arcaica, modalizada em padrões fechados,                   
que possibilitando as mudanças reais supracitadas. Querem alinhar a educação                   
brasileira aos padrões de países desenvolvidos, mas não dão estruturas à base                       
da educação, à escola. A escola, ela mesma, não a educação, prende e                         
subjuga o conhecimento, os alunos, a própria educação, e principalmente os                     
professores. 
 
Você já trabalhou literatura no Ensino Fundamental e Médio? Você                   
consegue trabalhar com os alunos alguma obra na íntegra?  
Como trabalhar literatura de forma interacional? 
Eu apresentei algumas obras em sala, fiz alguns comentários de cada uma                       
para despertar o interesse de leitura nos alunos e deixei que eles escolhessem                         
qual obra iriam ler. A minoria dos alunos leu a obra até o final, pois, a maioria                                 
não se interessou pela leitura. Fizemos comentários mais aprofundados sobre                   
a obra, com participação interativa dos alunos que leram. Acho muito                     
importante tecer comentários sobre as obras, antes e depois da leitura com os                         
alunos, pois, desta forma eles se sentirão mais atraídos pelas histórias das                       
obras e desejarão participar mais da aula fazendo seus comentários a respeito                       
do assunto abordado, e assim, acabarão por ler para se sentirem mais                       
entrosados com a aula. 
A aula interativa é instigante para os alunos. A aula se torna participativa com                           
várias opiniões, pois é importante ouvir o que os alunos têm a dizer a respeito                             
do assunto abordado em cada aula.  
Na sala de aula, nós professores percebemos que os alunos gostam muito de                         
conversar, e isto acaba por atrapalhar por demais as aulas, sendo assim, eu                         
utilizo o método interacional de ensino, assim cada aluno fala de forma                       
participativa com o que está sendo abordado no momento, todos ouvem e                       
comentam à respeito, dando opiniões, mostrando cada ponto de vista ou a                       
visão que eles formam sobre o tema da obra lida. 
Desta forma o professor ganha o aluno para aula, para leitura e assim, para o                             
mundo, pois a leitura nos dá uma visão de mundo. 
O que trabalha com mais frequência: Gramática, seguindo a visão                   
estruturalista ou Produção de Texto e Leitura, seguindo a visão                   
interacional de ensino? 
Trabalho bastante gramática, pois somos obrigados a seguir de forma linear a                       
apostila didática que nos é oferecida, mas consigo intercalar este material                     
didático com leitura de algumas obras, às vezes leio alguns fragmentos com os                         
alunos em sala, para despertar o interesse na leitura. Trabalho bastante                     
produção de texto de diversos gêneros, pois produção de texto já é um tema                           
bastante abordado nas apostilas didáticas.

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