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ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTIVO GRANDE PORTE

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ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTIVO 
Quando alimentamos um equino precisamos entender como funciona o sistema digestivo, incluindo limitações físicas e áreas importantes de digestão e absorção. 
A maior parte da digestão e absorção ocorre no intestino delgado (ID - duodeno, jejuno e íleo). O processo digestivo inicia quando o animal coloca o alimento na boca, através de pequenas quantidades das enzimas liberadas, contidas na saliva. Após, o alimento passa para o estômago e intestino delgado onde ocorre a maior liberação de enzimas para a digestão e a maior parte da absorção, havendo ainda, pouca absorção no intestino grosso (IG - ceco, cólon e reto). 
Há no intestino grosso, uma grande digestão microbiana que produz vitaminas do complexo B e ácidos graxos voláteis (AGVs) que auxiliam no suprimento das exigências de vitaminas e energia, respectivamente. Outro aspecto importante é o tamanho do estômago do equino, que é pequeno em relação ao próprio animal. Isso faz com que algumas categorias de animais, dependendo das exigências nutricionais, não sejam capazes de consumir forragem em quantidade suficiente para satisfazer suas exigências. Então, é preciso fornecer algum tipo de alimento concentrado e aumentar a frequência de alimentação de forma a suportar um bom desenvolvimento e desempenho.
EXIGÊNCIAS DE MANTENÇA 
As exigências de manutenção incluem aquelas apenas para manter o animal (manutenção de temperatura corporal, circulação sanguínea, batimentos cardíacos) mais um mínimo de exercício naturalmente necessário para o bem estar do animal. Estas exigências são diretamente dependentes do tamanho (peso vivo) do animal, do ambiente (regiões frias ou quentes) e da eficiência individual dos processos digestivos e metabólicos (difícil de medir). 
As variações individuais entre animais podem ser grandes, principalmente porque ao contrário de outras espécies domésticas, os equinos não sofreram nenhum tipo de seleção para eficiência ou uniformidade.
Energia 
As exigências podem ser medidas em Megacalorias de Energia Digestível (ED) e a mudança de peso é a maneira mais fácil de avaliar a adequação ou não do consumo de energia. 
A avaliação desse parâmetro deve ser incorporada na rotina diária de avaliação do animal e devem-se fazer ajustes no consumo de concentrado entre 10 e 15 % do que está sendo atualmente consumido para que se consiga o ajuste no ganho ou perda do peso. Conforme a qualidade do volumoso oferecido, muitas vezes animais adultos em manutenção podem satisfazer as suas exigências somente com a forragem.
Proteína 
As exigências de proteína para animais em manutenção são baixas e normalmente podem ser satisfeitas com uma forragem de boa qualidade. 
O consumo de proteína acima das exigências é desnecessário, caro e transformado em energia, podendo prejudicar o animal em determinadas situações. Há algumas pesquisas mostrando um efeito negativo sobre o 6 balanço de líquidos e desempenho de animais que participam de provas de resistência quando são alimentados com dietas de altos teores de proteína. 
Cabe ressaltar que um leve excesso não tem comprovação científica de que irá prejudicar o animal visto que as proteínas são compostas de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio onde os 3 primeiros compostos são transformados em energia e o último excretado via urina.
Minerais
Como na maioria dos alimentos (com exceção de rações comerciais) os níveis de sódio são abaixo das exigências, sugere-se que seja oferecido um sal mineralizado de boa qualidade aos animais. 
As forragens normalmente possuem concentrações média/alta de cálcio e fósforo para animais em manutenção. Dietas onde a relação cálcio : fósforo esteja entre 1,5 ou 2,0 : 1 podem ser adequadas para a maior parte das categorias de animais e nunca deve ser inferior a 1 : 1. Entretanto, para animais adultos essa relação pode chegar até 5 : 1. 
A observação dos componentes da dieta é muito importante. Por exemplo, feno de alfafa ou de outras leguminosas ricas em cálcio podem ter relações Ca : P de até 15 : 1, sendo necessário a inclusão de outro tipo de forragem (feno de gramínea), para um melhor ajuste dessa relação. O fornecimento, à livre acesso, de uma mistura mineral (sal mineralizado) e de suplementos comerciais balanceados auxilia no fornecimento de minerais, de forma mais equilibrada.
Vitaminas 
Normalmente as exigências de manutenção podem ser satisfeitas também com uma forragem de boa qualidade. 
Entretanto, há variações nas concentrações de vitaminas entre os vários tipos de alimentos, há perdas de vitaminas durante os processos usados para fazer a conservação de alimentos (por ex.: feno) de forma que muitas vezes se faz necessário a suplementação. Outro aspecto importante é que os equinos sintetizam as vitaminas do complexo B e para animais em manutenção a suplementação é praticamente desnecessária.
Água
Um suprimento adequado de água é essencial para os equinos. O conteúdo de água corporal é relativamente constante (68 a 72% do peso do corpo desengordurado). Um dos principais fatores influenciando o consumo de água é o consumo de alimentos (segundo a literatura, 2 a 3 litros de água para cada kg de matéria seca consumida). Dependendo do exercício praticado as exigências de água podem ser aumentadas entre 20 e 300%.
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Basicamente, todos os cavalos precisam dos mesmos nutrientes, com variações nas quantidades de acordo com a fase da vida, peso, tipo de uso e estado reprodutivo. Os nutrientes necessários para todos os cavalos são: água, proteína, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais. 
A energia que alguns destes nutrientes fornecem serve de combustível para as atividades diárias dos cavalos, seja de crescimento, manutenção, reprodução ou qualquer atividade física. 
Não basta fornecer a quantidade certa de nutrientes e energia. O tipo, a forma e a frequência da oferta de alimento são tão fundamentais quanto sua composição. 
Além da água, as fontes de nutrientes para equinos são: volumosos (pasto, capim cortado, feno e silagem), concentrados (grãos e ração) e suplementos. Uma dieta equilibrada deve suprir as necessidades nutricionais e energéticas dos cavalos, mantendo-os com pelos brilhantes, hidratados e com bom escore corporal durante toda sua vida. Como demonstrado na Figura 9, o cavalo em vida livre passa aproximadamente 16 horas do dia se alimentando. A dieta é baseada na ingestão de pastagem ( DITTRICH et al., 2010), rica em fibras, mas pobre em energia. Pouca quantidade de alimento é consumida em curtos espaços de tempo para o máximo aproveitamento dos nutrientes. Entretanto, o consumo ocorre várias vezes ao dia, com interrupções dos períodos de alimentação de no máximo duas ou três horas (BIRD, 2004; CINTRA, 2010). 
Ao consumir volumoso, o cavalo passa mais tempo mastigando (ELIA, 2010), o que reduz seu tempo em ócio e promove um desgaste mais adequado dos dentes (BONIN, 2007). O ideal para cavalos é uma dieta totalmente a base de pasto e feno, ou com no mínimo 70% de volumoso, exceto para casos com exigências especiais em que esta porcentagem pode ser menor (CINTRA, 2010). 
Cavalos que recebem uma dieta com maior proporção de volumoso apresentam menor acidez no estômago (WILLARD, 1977), reduzindo a incidência de úlceras gástricas. Cavalos secretam ácido gástrico continuamente e quando não se alimentam de forma constante, a mucosa do estômago fica exposta a estes ácidos. A proteção do estômago oriunda da saliva fica diminuída com a ingestão de uma dieta com menos fibras (PAGAN, 1998).
As fibras longas encontradas nas forragens são essenciais ao bom funcionamento do sistema digestório do cavalo, facilitando o trânsito do alimento. Pastagens muito tenras provocam diarreia leve devido ao baixo teor de fibra em sua composição, enquanto pastagens muito fibrosas podem causar desconforto digestivo devido à aceleração do peristaltismo ou cólicas por compactações (CINTRA, 2010).
O fornecimento de plantas com folhagem inteira (não picada) é indicado para cavalos, principalmente paraaqueles mantidos em baias ou piquetes. O fornecimento de folhagens inteiras permite a seleção das melhores partes da planta antes da ingestão, estimula a mastigação e maior produção de saliva. No caso de fornecimento de folhagens picadas, as partículas devem ser maiores que 4 cm (ANJOS, 2012).
Em áreas pequenas, uma indicação é realizar rotação programada de pastagens, pois maximiza o seu uso, além de preservar melhor a área e diminuir a contaminação por parasitas gastrintestinais (WEICKERT, 2012).
Os cavalos podem apresentar preferência por determinados tipos de forragem, sendo interessante o fornecimento de várias forragens diferentes no pasto, piquetes ou baias (DITTRICH et al., 2010). Esta prática promove o enriquecimento alimentar, reduz ocorrências de comportamentos anormais (GOODWIN et al., 2002), possibilita selecionar o alimento ingerido, reduzindo seu tempo em ócio e permitindo a ingestão de nutrientes necessários à manutenção e desenvolvimento do cavalo (DITTRICH et al., 2010).
DITTRICH, J. R. et al. Comportamento ingestivo de equinos e a relação com o aproveitamento das forragens e bem-estar dos animais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, p. 130-137, 2010.
CINTRA, A. G. DE C. O CAVALO: Características, Manejo e Alimentação. 1ª Edição, ed. Roca, 2010, 364p.
BIRD, J. Cuidado Natural del Caballo. Acanto, 2004, 206p.
ANJOS, A. N. A. As práticas de manejo alimentar de equinos estabulados na Ilha de Santa Catarina. 2012. 53 f. Dissertação (Trabalho de conclusão de curso em Zootecnia). Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2012.
BONIN, S. J. Comparison of mandibular motion in horses chewing hay and pellets. Equine Veterinary Journal, v. 39, p. 258–262, 2007.
ELIA, J. B.; ERB, H. N.; HOUPT, K. A. Motivation for hay: Effects of a pelleted diet on behavior and physiology of horses. Physiology & Behavior, v. 101, p. 623-627, 2010.
WILLARD, J. G. et al. Effect of diet on cecal pH and feeding behavior of horses. Journal of Animal Science, v. 46, p. 87-93, 1977.
GOODWIN, D.; DAVIDSON, H. P. B.; HARRIS, P. Foraging enrichment for stabled horses: effects on behaviour and selection. Equine Veterinary Journal, v. 34, n. 7, p. 686-691, 2002.
WEICKERT, L. C. S. G. Resistência do solo à penetração, com diferentes cargas de equinos em sistema de Pastoreio Racional Voisin. Florianópolis, 2012. 64f. Dissertação (Trabalho de conclusão de curso em Zootecnia). Universidade Federal de Santa Catarina, 2012.

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