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NS4 ADM AP1

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BERÇO – RESUMO HISTÓRICO
Surgiu na França, logo após a queda da monarquia absolutista, com a ascensão da classe burguesa.
Burguesia financia rev. Francesa e ascende, passando de classe oprimida para classe opressora. 
Titularidade do poder passa para o povo
Direitos e garantias fundamentais são reconhecidos a todos.
Separação dos poderes / igualdade / descentralização – art. 1º “ todo poder emana do povo”
Especialização das funções – surge a necessidade de um direito que viesse a regrar a relação entre administração e administrado.
DICOTOMIA DO DIREITO
D. Privado – Conj. De normas que disciplinam interesses particulares, regulando relações jurídicas constituídas entre particulares (pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito privado + estado destituído do seu poder de império)
Vigora a horizontalidade, pois as partes estão em paridade/igualdade.
D. Público – Conj. De normas que visam disciplinar interesses da sociedade como um todo. Regula relações jurídicas em que o Estado (poder de império) esteja em pelo menos 1 dos polos.
Vigora a verticalidade, pois em regra, as partes estão em pé de desigualdade.
Direito administrativo: é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como as pessoas e órgãos que a exercem.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
LEGISLATIVO
F. Típica – legislar + fiscalização política (executivo), fiscal, contábil, orçamentária e financeira de todo aquele que lidar com verba pública e para tanto, conta com o auxílio do Tribunal de contas
F. Atípica Judicial – quando o Senado Fed. Julga o presidente da república nos crimes de responsabilidade
F Atípica Executiva – quando organiza a sua estrutura interna (férias, aposentadoria)
JUDICIÁRIO
F. Típica – julgar aplicando a lei ao caso concreto
F. Atípica Legislativa – elaboração regime interno
F. Atípica Executiva – quando organiza sua estrutura interna (férias, aposentadoria)
EXECUTIVO
F. Típica – Função Admin. – gestão nos termos da lei e da moralidade adm. De bens, interesses e serviços públicos em busca do bem comum do interesse publico
F. Atípica Legislativa – quando o presidente da rep. Adota MP com força de lei
F. Atípica Judiciária – quando julga defesa e recurso adm.
CONCEPÇÃO AUTORITÁRIA?
A adm. Publica deve atuar com base na lei.
Direito excepcional – são reconhecidas determinadas prerrogativas exorbitantes que vão além do direito comum.
“é por excelência o Direito Defensivo do cidadão” – “CABM”.
Disciplina a adm. Publica afim de evitar abusos
CARACTERÍSITICAS
É um ramo recente do direito, surgiu no final do sec. XVIII / início do XIX
Não está codificado
Recebe influência parcial da jurisprudência, uma vez que a jurisprudência não vincula a adm. Publica; é indicativa:
Julgados reiterados dos tribunais
Doutrinas – estudiosos do direito
Lei – fonte principal – vincula
Costume (objetivo: reiteração da prática / subjetivo: Crença)
Ausência ou deficiência da lei
Sumula vinculante – CP, Art. 103, A
MODELOS OU SISTEMAS DE ADM DE CONTROLE
SISTEMA/MODELO INGLES, DE JURIDIÇÃO UNA, CONTROLE JUDICIAL – BRASIL
O controle dos atos adm. É feito e exclusivamente pelo judiciário, uma vez que somente o judiciário pode decidir em definitivo c/ força de coisa julgada. 
Obs: posso abandonar esfera administrativa e ir para a judiciária a qualquer tempo, se não ocorrer prescrição
Não é pré-requisito entrar no adm. para depois entrar no jud. Pode discutir o caso desde o início.
Obs II: esfera adm. Não detém jurisdição
SISTEMA/MODELO FRANCES OU DO CONTENCIOSO RESTRITIVO
Modelo pelo qual veda-se ao p. judiciário a apreciação dos atos da Adm. Publica, os quais serão controlados pela jurisdição especial do contencioso adm. Formado pelos Trib. De Natureza Adm.
ADM. PUBLICA – SENTIDOS
SENTIDO SUBJETIVO / FORMAL / ORGÂNICO / FUNÇÃO
Aquele que abrange aqueles que exercem a função adm., aqueles que a lei atribui exercício de ativ. Adm. (Administração pública. = Pessoas Politicas do Estado, Pessoas Jurídicas de D. Público (união, estados membros, municípios, DF + órgãos + agentes públicos)
OBS: A APD por meio de suas pessoas políticas c/ autorização de lei, autoriza a criação de outra pessoa política que não integra a Administração Pública Direta, mas sim a Administração Indireta.
SENTIDO OBJETIVO / MATERIAL / FUNCIONAL
Própria função administrativa. É A função administrativa que materializa a vontade do Estado e por isso é grafado com letra minúscula. Abrande seguintes atividades:
FOMENTO – incentivo a iniciativa privada de utilidade pública (incentivo fiscal, financeiro em cond. Especiais, permissão de uso de bem público)
POLÍCIA ADM. - é a imposição por lei de limitação aos direitos individuais em benefício do Interesse publico
SERVIÇO PUBLICO – é toda atividade que a adm. Publica executada direta ou indiretamente sob regimento do D. publico.
REGIME JURIDICO ADMINISTRATIVO
As prerrogativas/Limitações a direitos e liberdades individuais; fundamento no princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse particular
Sujeições direcionadas a própria adm. Público, trazendo limitações a autonomia da Adm. Publica; princípio da indisponibilidade do interesse publico
PRINCIPIO DO INTERESSE PUBLICO SOBRE INTERESSE PRIVADO
Interesse público sempre prevalecerá sobre o interesse particular, que se subordina, movido pela verticalidade onde as partes não estão em pé de igualdade. (Limita DGF, mas não os extingue)
PRINCIPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PUBLICO
Traz limitação a autonomia da própria Administração Pública. O interesse público é qualificado por ser da coletividade ( é inapropriável individualmente, por isso limita a autônoma). Cabe a Adm. Publica defender, tutelar e implementar o Interesse Público de acordo com a finalidade predeterminada pela lei, 
PRINCIPIOS ADM CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS - Caput, Art. 37, CF.
LEGALIDADE
IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
PUBLICIDADE
EFICIÊNCIA
P. LEGALIDADE
Nasce com o Estado de Direito, Estado que se submete a lei. Tem 2 desdobramentos:
P/ particulares – CF, Art 5º, II
Ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer algo se não em virtude de lei.
P/ Adm. Publica – CF, Art 37
A Administração Pública só pode fazer o que a lei previamente permitir ou determinar – toda a sua atuação é fundamentada na lei.
A Administração Pública. Não pode inovar na ordem jurídica por mero ato adm., salvo se tal ato tiver respaldo em lei.
P. IMPESSOALIDADE
a) ISONOMIA – A Administração Publica. Deve distender tratamento igualitário a todos, sem discriminação de qualquer natureza
b) FINALIDADE – buscar a finalidade do interesse público constante na lei. A adm. Publica não deve beneficiar afetos nem prejudicar desafetos.
c) VEDAÇÃO PROMOÇÃO PESSOAL – toda atuação da adm. Publica deve estar direcionada ao coletivo. Nenhum ato pode ser atribuído ao agente público que os praticou, mas sim a pessoa Estatal a qual integraliza.
P. MORALIDADE
Conceito do bom administrador que deve respeito, lealdade as instituições, observando critérios de honestidade, de probidade e de boa fé. A autoridade Adm. Nos exercícios das suas funções deve determinar-se pela legalidade, pelos princípios admin., buscando o que for melhor e mais útil ao interesse público. (Também deve ser observado pelo particulares que se relacionam com a Adm. Publica)
Meios de defesa:
Ação civil pública / Ação popular
P. PUBLICIDADE
Fiscalização do controle dos atos administrativos (controle, fiscalização, transparência) que devem ter ampla divulgação
Preceitos constitucionais que reforçam
Receber informação, receber certidão esclarecedora, conta dos municípios disponíveis por 60d.
Preceitos constitucionais que restringem
Ressalvados aquelas informações cujo sigilo seja imprescindível para segurança da sociedade
P. EFICIENCIA
Controle dos resultados de forma que a autoridade adm. Deve agir dentro da legalidade e deve buscar resultados positivos p/ o interesse público e satisfatórios p/ o atendimento das necessidades dos administrados.
O agentepúblico deve agir com presteza, perfeição e rendimento funcional. Para tanto, o agente deve passar necessariamente por continua atualização pessoal e técnica.
P. Especialidade
Uma pessoa política transfere responsabilidades c/ autorização em lei para outra pessoa jurídica, buscando maior especialização de função.
P. controle ou tutela adm.
A pessoa política deve controlar as ações da Administração Pública Indireta.
Não estão na mesma estrutura. Há somente vinculação, controle de finalidade/legalidade. Ex: INSS está agindo conforme a lei que o criou?
A pessoa política que instituiu (criando ou autorizando por lei) a outra pessoa jurídica da adm. Publica indireta, deverá assegurar se está ou não observando os fins que justificam a sua instituição.
P. autotutela
Princípio pelo qual a adm. Publica exerce controle sob seus próprios atos. Assim ela exerce a auto revisão e deverá anular atos ilegais e revogar atos inconvenientes ou inoportunos ao interesse público de oficio ou a requerimento. (Não pode conviver com a ilegalidade).
P. presunção de veracidade/legalidade
Presunção de verdade – diz respeito a certeza dos fatos
Presunção de legalidade – se a Administração Pública Se submente a lei, presume-se (relativa- até prova em contrário) que os seus atos sejam legais
DECORRENCIAS
1) inverte-se o ônus da prova – quem alega é quem prova
2) decisões de execução imediata – independe de recorrer ao p. judiciário e da concordância do partilhar
5) P. Continuidade da Prest. Serviço publico
Decorrências:
Proibição de greve – proibição total da paralisação
Necessidade de previsão de institutos como a suplência, substituição, delegação p/ o uso de funções temporariamente vagas
Impossibilidade de delegação “exceptio non adimpleti contractus” – Impossibilidade de alegação dessa clausula, tanto que quem contrata só poderá suspender sua obrigação quando o atraso for superior a 90 dias.
Transmissão da obrigação de continuidade p/ concessionários e permissionários sob pena de encampação do serviço – recebem por outorga a função adm.
Faculdade reconhecida a adm. De utilizar os equipamentos e instalações da empresa contratada p/ garantir continuidade da prestação de serviço
Exceções:
Sem aviso prévio:
No caso de situação de emergência (fogo)
Mediante aviso prévio
b.1) por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações (const. Prédio novo)
b.2) inadimplemento do usuário, atendido o interesse da coletividade (conta de luz sem pagamento)
b.3) se o usuário for do poder público (cortar luz de hosp. Publico)
 6) P. Hierarquia
Relação de coordenação das funções e dos órgãos que integram a adm.
A estrutura interna da Adm. Publica forma-se numa relação de coordenação entre as funções e subordinação entre seus órgãos.
AP = decorre o poder de dar ordens, rever atos dos subordinados, delegação, avocação de atribuições, poder de punir
Subordinado = resta-lhe o dever de obedecer (ñ é absoluto – ordem manifestamente ilegal)
 7) P. Razoabilidade e da Proporcionalidade
É a coerência lógica entre o fato e a atuação concreta da Adm. P. que deve ser racional e moderada. Relação de pertinência da conveniência e oportunidade de um lado e da finalidade do outro.
RAZOABILIDADE LIMITA A DISCRICIONARIEDADE
A proporcionalidade está dentro da razoabilidade, porque p/ se ter a razoabilidade há que se ter proporcionalidade entre os meios empregados e os fins atingidos.
3 regras: 
NECESSIDADE: a medida deve ser necessária e que utiliza os meios onerosos ao titular do direito
ADEQUAÇÃO: a medida deve ser apropriada ao alcance dos fins do interesse publico
PROPORCIONALIDADE EM SENTIDO STRITO: a medida deve ser proporcional ao fim que se visa atingir
 8) P. Motivação
 As decisões devem ser apresentar razões de fato e de direito p/ os fins de controlar a sua legalidade
 9) P. Segurança Jurídica
Novo entendimento acerca de algo, não poderá retroagir respeitando a boa-fé do administrado e a segurança jurídica.
 10) P. da finalidade 
A atuação adm. Deve sempre visar o alcance da finalidade publica constante na lei e ainda a norma adm. Deve ser aplicada e interpretada da melhor forma p/ se atingir o fim público.
Outros Princípios:
Contraditório / Ampla defesa – DEVIDO PROCESSO LEGAL
Isonomia
Celeridade
Participação – lei disciplina a forma de participação dos usuários na adm. D. e Ind. Regulando reclamações quanto aos serv. Públicos.
Regulando o acesso aos registros públicos e atos do governo
As representações contra o exercício negligente ou abusivo do cargo, emprego ou função na administração pública.
PODERES DA ADM. PUBLICA
O USO DO PODER É LÍCITO, O ABUSO SEMPRE ILÍCITO
Prerrogativa de subjugar a vontade alheia à própria. É a prerrogativa do exercício de mando com autoridade
Os poderes são prerrogativas conferidas a autoridade adm. p/ fazer valer a lei sobre a vontade dos particulares (P. supremacia do interesse Público Sobre Part.)
3 aspectos diferentes de poder: 
1) INSTRUMENTO: tutela o interesse publico
2) EXPRESSÃO: - pode dever.
Assume conotação de p. dever, uma vez que não é uma faculdade. O poder é irrenunciável diante do Princípio da Indisponibilidade. Do Interesse Público.
3) PRERROGATIVA: deverá ser exercida nos estritos termos da lei (P. legalidade)
O Poder para que se dê de forma licita deve ser exercido pela autoridade competente dentro das limitações da lei e tendo em visto a realização do interesse público.
Abuso sempre é ilícito/ilegal que será possível de anulação pela própria adm. Publica (autotutela) ou pelo p. judiciário mediante provocação.
Abuso de poder é gênero:
Excesso de poder – quando a autoridade competente vai além do permitido, excede o uso de suas atribuições legais, tornando a conduta viciada, tornando o ato arbitrário.
Desvio de Poder/Finalidade – ocorre quando a autoridade atuando nos limites da sua competência pratica o ato por motivos diversos daqueles previsto na lei ou diversos da finalidade publica
Omissão Administrativa – a inércia da adm. Retardando ato ou fato que deva praticar caracteriza também abuso de poder e enseja correção judicial e indenização ao prejudicado.
O silêncio da adm. Não configura aceitação.
Poderes em espécie:
Poder vinculado / atuação adm. vinculada – a lei trará de forma clara, transparente e expressa a atuação a ser seguida, sem subjetividades. 
Presente sempre que a lei trouxer uma tipificação clara e objetiva da forma que o agente público deverá agir. Só terá um único comportamento a ser adotado, qual seja, o legal.
 Discricionariedade / Atuação Adm. Discricionária
Prerrogativa reconhecida a adm. Publica que lhe concede margem de liberdade limitada na lei. (Qual das opções constantes na lei é melhor? Seguindo critérios de conveniência e oportunidade)
Conveniência – verificação/juízo feito pela autoridade adm. Se existe inst. Publica que justifique a pratica do ato.
Oportunidade – Juízo de valor, se realmente é o momento oportuno p/ satisfazer o interesse público constatado.
Mérito Administrativo: Analise de critérios de conveniência e oportunidade.
Arbitrariedade: excede a lei, ação contrária ou além da lei – ilegal e inválida
Discricionariedade – liberdade de ação adm. Dentro da lei.
PODER HIERÁRQUICO
Prerrogativa concedida adm. Publica p/ 2 finalidades:
Organizar estrutura interna da adm.
Fiscalizar a atuação dos subordinados – ao subordinado resta o dever de obediência nos estritos termos da lei, sob pena de cometer falta funcional ou crime de prevaricação
PRERROGATIVAS:
FISCALIZAR
DAR ORDENS
DELEGAÇÃO – transferência a outra de competências ou atribuições que originariamente pertenciam ao delegante.
Pode-se delegar totalmente uma competência?
DELEGAÇÃO PARCIAL – revogada a qualquer momento, atos publicados p/ conhecimento público (ciência de quem era o responsável dentro do período)
Não podem ser objeto de delegação:
Matéria de comp. Exclusiva
Edição de ato normativo
Decisão de recurso adm.
Decorrências:
 AVOCAÇÃO = chamar para si uma competênciaque originariamente era de um subordinado. Só ocorre no plano vertical e deve ser publicada. (Sujeitos: avocante e avocado)
Rever atos dos Subordinados: 
Pode se dar de oficio ou a requerimento, desde que não tenha o direito integralizado do administrado. Não há hierarquia entre Adm. Publica Direta ou Adm. Publica Indireta.
PODER DISCIPLINAR – PUNIÇÃO
Prerrogativa configurada a adm. Publica p/ apuração das infrações disciplinares, funcionais, cometidas pelos agentes públicos, possibilitando a aplicação de sanções de cunho meramente adm.
No caso de notícia de eventual infração funcional, a autoridade adm. Tem o dever de instaurar a sua apuração, seguindo-se o devido processo legal, com o contraditório e a ampla defesa.
Já no enquadramento da infração em uma das penalidades previstas na lei 8112/90 a autoridade terá discricionariedade devendo considerar a penalidade que melhor reprimir a infração e melhor atender o serviço público. – Decisão devera sempre ser motivada, devido processo legal, legalidade, razoabilidade.
Verdade sabida dispensa apuração?
Não, sob pena de infringir o contraditório e a ampla defesa. (Não é poder punitivo do estado que é realizado pelo p. judiciário e se relaciona c/ crimes previstos nas leis penais.
PODER NORMATIVO OU REGULAMENTAR
É o poder reconhecido ao chefe do executivo p/ editar regras gerais e abstratas p fiel execução da lei que o fez através de decretos, regulamentos, portarias, avisos.
A lei inova, o decreto não.

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