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LEI PENAL NO ESPAÇO TERRITORIALIDADE É adotado como regra este princípio e os demais como exceção. No Brasil não se adotou uma teoria absoluta da territorialidade. A lei processual penal adotou a territorialidade absoluta: a todos os processos submetidos à jurisdição penal brasileira é aplicável a lei processual penal nacional. São elementos do território nacional: O solo ocupado pela nação; Os rios, lagos e mares interiores; Os golfos, baías e portos; A faixa de mar exterior, que corre ao longo da costa e que constitui o mar territorial; A parte que o direito atribui a cada Estado sobre os rios, lagos e mares fronteiriços; O espaço aéreo; Navios e aeronaves nacionais. Dentro das 12 milhas do Estado brasileiro, existe a possibilidade do direito de passagem inocente, ou seja, os barcos estrangeiros podem passar por águas nacionais, sem necessidade de pedir prévia autorização ao governo. Rios, lagos e mares fronteiriços são os situados entre dois países separando-os. Se não houver acordo internacional, entende-se que a fronteira fica estabelecida na metade do leito O espaço aéreo compreende todo o espaço acima do território, até o limite da atmosfera. São consideradas extensões de território nacional as aeronaves e embarcações brasileiras, privadas ou mercantes, que se achem, no espaço aéreo correspondente ou em alto mar. Onde não houver soberania de qualquer país, se houver uma infração penal a bordo será aplicada a lei brasileira. Os crimes praticados em navios públicos estrangeiros, em águas territoriais brasileiras, serão julgados de acordo com a lei da bandeira que ostentem. É também para as aeronaves de natureza pública ou a serviço do governo estrangeiro. LUGAR DO CRIME TEORIA DA ATIVIDADE OU DA AÇÃO Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorrer a ação ou omissão. TEORIA DO RESULTADO OU DO EFEITO OU DO EVENTO Considera-se praticado o crime onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. TEORIA MISTA OU DA UBIQUIDADE Considera praticado o crime no lugar onde houve a conduta, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. O Código Penal brasileiro adotou a Teoria da Ubiquidade. Ninguém será punido duas vezes. Crime plurilocal: é aquele em que a execução ocorre em uma localidade e o resultado em outra, dentro do mesmo país. Crime à distância ou de espaço máximo: é aquele em relação ao qual a execução ocorre em um país e o resultado em outro. Crimes continuados ou permanentes: continua a adotar a teoria mista. Quando o resultado for parcial, basta que uma porção da conduta criminosa tenha tocado no território nacional para ser aplicada a nossa lei. EXTRATERRITORIALIDADE É adotada como exceção, significa a aplicação da lei penal brasileira a crime ocorrido fora do território nacional, em países estrangeiros. É regida pelos seguintes princípios: PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE OU DA PERSONALIDADE A lei penal do Estado aplica-se a seus cidadãos, onde quer que eles se encontrem. Temos o princípio da nacionalidade ativa (ser nacional o sujeito ativo do crime) e o princípio da nacionalidade passiva (ser nacional a vítima do delito). PRINCÍPIO DA JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL OU COSMOPOLITA Cada Estado poderia punir qualquer crime, bastando ingressar no território desse Estado. PRINCÍPIO DA DEFESA OU REAL OU DE PROTEÇÃO É a nacionalidade do bem jurídico atacado que é levada em conta. A lei penal do país é também aplicável aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando realizados no estrangeiro e aí não venham a ser julgados. A lei penal brasileira poderá ser aplicada a fatos ocorridos fora do território nacional, em países estrangeiros. Temos dois tipos: EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA Independentemente de qualquer condição, o interesse punitivo da Justiça brasileira deve ser exercido de qualquer maneira a fatos ocorridos no estrangeiro. Os estrangeiros domiciliados no Brasil estão sujeitos as leis brasileiras quando cometerem crime de genocídio. Esse crime é de interesse da humanidade, por isso, trata-se de uma hipótese de extraterritorialidade da lei penal incondicionada. EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA Existem situações que, para ser aplicada a lei penal brasileira a certos crimes ocorridos no estrangeiro, dependerá do preenchimento de algumas condições. Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (tráfico ilícito de entorpecentes, a pirataria, tráfico de mulheres, destruição ou danificação de cabos submarinos, etc.) - Princípio da Justiça Universal ou Cosmopolita; Praticados por brasileiros: Princípio da Nacionalidade ou da Personalidade Ativa; Praticado sem aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados – Princípio da Bandeira ou da Representação. As condições (incidir todas ao mesmo tempo): Entrar o agente no território nacional; Ser o fato punível também no país em que foi praticado; Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido pena; Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. A lei penal aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições acima previstas, não tiverem sido perdidas sua extradição ou tiver sido negada a sua extradição e houver requisição no Ministério da Justiça. É a aplicação do princípio da defesa ou da personalidade passiva. Nem todos os crimes cometidos nas embarcações são da competência da Justiça Federal, só os de grande porte. EXTRADIÇÃO É a entrega feita de um país a outro, de alguém para ser julgado penalmente ou cumprir pena. Pode ser: ATIVA: em relação ao Estado que a pede. PASSIVA: em relação ao Estado que a concede. O Brasil não extradita brasileiro nato. NATURALIZADO: por crime comum ocorrido antes da naturalização. NATURALIZADO: por envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. O fenômeno da extradição ocorre quando o Estado que obteve a extradição (requerente) se torna requerido por um terceiro Estado, que solicita a entrega da pessoa extraditada. O Brasil não extradita para execução da pena de morte. A extradição concedida pelo Brasil é condicionada a não aplicação de pena de morte ou pena corporal. Se o país que a requerer tiver a cominação de tais penas para o delito imputado, terá de comutá-las em pena privativa de liberdade (Princípio da Comutação). Quando o Brasil for requerido no processo de extradição, a análise da legalidade e admissibilidade do pedido de extradição é feita por aqui, pelo STF, que faz o controle formal da sentença condenatória. A Lei n. 6.815/1.980 define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração e dá outras providências. A deportação e a expulsão não são penas, são medidas administrativas de polícia. A deportação é a situação irregular. Ocorre a expulsão quando o estrangeiro praticar atos nocivos ao interesse nacional. APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS Trata-se da imunidade que algumas pessoas têm pela função que exercem. Não pode ser renunciada pela pessoa, só pelo Estado. Para preservar o bom relacionamento entre os Estados, os mesmos estabeleceram as imunidades diplomáticas, que é um instituto em que os agentes diplomáticos são imunes à lei penal do país em que estiverem servindo. Devem ser processados nos seus Estados de origem. Alcançam os agentes diplomáticos: Embaixador; Secretários de embaixada; Pessoal técnico e administrativo das representações; Cônsules (espião) só nos limites da atividade consular; Membros de suas famílias; Diplomatas ad hoc; Funcionários das organizações internacionais; Chefes de Estado estrangeiro em visita ao país e os membros de suas comitivas. Parlamentar
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