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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 106 www.medresumos.com.br SISTEMA GENITAL A reprodução humana é o evento biológico responsável pela perpetuação da espécie Humana. Os órgãos envolvidos com essa função se reúnem para constituir o Sistema Genital. Na Espécie Humana, em razão do Dimorfismo Sexual, identificamos dois conjuntos desses órgãos denominados: Sistema Genital Masculino; e Sistema Genital Feminino. SISTEMA GENITAL MASCULINO O sistema genital masculino pode ser dividido em órgãos internos e externos. Órgãos genitais masculinos Internos: Testículo Epidídimo Ducto deferente Ducto ejaculatório Uretra prostática e membranosa Próstata Glândula seminal Glândula bulbouretral Órgãos genitais masculinos externos: Pênis e uretra esponjosa Escroto TESTÍCULO O testículo é um órgão par, de formato ovoide, responsável pela espermatogênese. Está localizado, ao nascimento, em uma bolsa musculo-cutânea denominada escroto, presa à região anterior do períneo, logo por trás do pênis. Suas principais funções são: Espermatogênese: produção das células reprodutivas masculinas, os espermatozoides. Temperatura requerida 35 graus. Endócrina: produz e secreta para o sangue o hormônio testosterona, responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. É dividido, para estudo anatômico, em: Faces medial (plana) e lateral (convexa) Margens anterior e posterior Polos superior e inferior Arlindo Ugulino Netto; Prof. Roberto Guimarães Maia. ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 2016 Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 107 www.medresumos.com.br A coloração do testículo é branco nacarado, devendo-se à cápsula conjuntiva que o reveste, denominada túnica albugínea. Esta túnica envia séptulos para seu interior subdividindo-o em lóbulos. Devemos identificar as seguintes estruturas no testículo: Séptulos Lóbulos Túbulos seminíferos contorcidos e retos Rede testicular Dúctulos eferentes Mediastino do testículo: hilo OBS: Produção, condução e Armazenamento dos espermatozoides: EPIDIDIMO O epidídimo é um órgão tubular localizado sobre a margem posterior do testículo com função de armazenar os espermatozoides até o momento da ejaculação. Está dividido, anatomicamente, em: Cabeça: porção dilatada do órgão, recebe os dúctulos eferentes trazendo os espermatozóides produzidos no testículo. Corpo Cauda: parte afilada do órgão e responsável por sua função. DUCTO DEFERENTE O ducto deferente é um longo e fino ducto, de paredes espessas, o qual continua a cauda do epidídimo, conduzindo os espermatozoides em direção à cavidade pélvica para desembocá-los no ducto ejaculatório. Tem comprimento aproximado de 30 cm, podendo ser facilmente palpado, compondo o funículo espermático, antes de penetrar através do anel inguinal superficial, no canal inguinal através do qual alcançará à pelve. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 108 www.medresumos.com.br OBS: Canal inguinal: consiste em uma região anatômica em formado de um canal oblíquo, com 3 a 5 cm de extensão, o qual atravessa a parede do abdome, ligando, no homem, o escroto a cavidade pélvica. Este tubo abre- se, inferiormente para o escroto através do anel inguinal superficial, e superiormente para a pelve pelo anel inguinal profundo. Através deste canal atravessam um conjunto de estruturas anatômicas denominado funículo espermático. Hérnias inguinais: Indireta: ocorre quando uma alça intestinal ou parte do omento maior sofre uma protrusão através do anel inguinal profundo e do canal inguinal, podendo alcançar o escroto, sendo portanto contida no interior do funículo espermático. Corresponde a 75% das hérnias inguinais. É de origem congênita. Direta: ocorre quando um dos componentes abdominais sofre uma protrusão através da parede posterior do canal inguinal (mais especificamente, pelo “triângulo de Hasselbach”) para o seu interior, sendo independente do funículo espermático. Corresponde à 35% das hérnias inguinais. É adquirida. FUNÍCULO ESPERMÁTICO O funículo espermático consiste no conjunto de estruturas anatômicas e seus envoltórios relacionadas ao testículo, os quais atravessam o canal inguinal. Seus componentes são: Ducto deferente A. testicular A. do ducto deferente A. cremastérica Plexo venoso anterior (pampiniforme) Plexo venoso posterior Ramo genital do N. Gênitofemoral O ducto deferente, após atravessar o anel inguinal profundo, separa-se dos outros componentes do funículo espermático, descendo pela parede lateral da pelve, sob o peritônio parietal. Após cruzar os vasos ilíacos cruza também o ureter, por diante, e segue medialmente para baixo em direção ao fundo da bexiga como um tubo dilatado, a ampola do ducto deferente. Ao alcançar o fundo bexiga situa-se por trás desta, por diante do reto, e medialmente a vesícula seminal correspondente. Por fim dirige-se para a base da próstata, onde seu calibre estreita-se para unir-se em ângulo agudo com o ducto da glândula seminal. Vasectomia: é um método cirúrgico comum para esterilizar homens. São realizadas incisões na parte superior do escroto e os ductos deferentes são localizados, incisados, e ligados em dois pontos. A produção dos espermatozoides continua normal, porém, eles não alcançam os ductos ejaculatórios e a uretra. Assim o líquido ejaculado consiste apenas das secreções das glândulas anexas. Os espermatozoides não expelidos degeneram no epidídimo e parte proximal do ducto deferente. DUCTO EJACULATÓRIO É um curto ducto de 2cm de comprimento constituído pela fusão entre o ducto deferente e o ducto da glândula seminal. Começa na base da próstata e terminam ao desembocar o sêmen na porção prostática da uretra a cada lado do utrículo, em uma dilatação da crista uretral denominada de colículo seminal. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 109 www.medresumos.com.br URETRA MASCULINA A uretra masculina tem a função de conduzir a urina e o sêmen. É mais longa que a feminina e apresenta curvaturas que devem ser respeitadas durante passagem das sondas vesicais. Suas divisões são: Prostática (cerca de 4cm): inicia no óstio interno da uretra, em nível do colo da bexiga, atravessando toda a próstata da base ao ápice. Nesta porção, identificamos uma elevação mediana, a crista uretral, sendo que, em sua parte média identificamos o colículo seminal, onde desembocam os ductos ejaculatórios. A cada lado da crista e do colículo identificamos um sulco, o seio prostático, no qual desembocam os ductos das glândulas prostáticas. Membranosa (1 cm): é a menor porção da uretra, ligando a uretra prostática e esponjosa entre si. Além de menor, é também o segmento mais estreitado da uretra. Atravessa o diafragma urogenital, sendo circundada pelo M. esfíncter da uretra (que dá o controle voluntário à micção). Curva-se anteriormente para penetrar no corpo esponjoso do pênis. Esta curvatura associada a sua pouca espessura faz com que seja suscetível a ruptura, como por exemplo, na passagem de uma sonda sem a necessária habilidade. Esponjosa: é a maior porção da uretra. Atravessa o bulbo, corpo e glande do corpo esponjoso do pênis. Em sua passagem pelo bulbo desembocam os óstios dos ductos das glândulas bulbo-uretrais. Em nível da glande apresenta uma dilatação, a fossa navicular. Na glande abre-se para o meio externo através do óstio externo da uretra. Normalmente curva, torna-se retilínea na ereção. GLÂNDULAS/VESÌCULAS SEMINAIS É um órgão membranoso, par, com fundo cego voltado superiormente, e sua extremidade inferior afilada para constituir o seu ducto. Cada vesícula apresenta em média 7,5cm de comprimento. Tem como função a elaboração do líquido seminal para ser adicionadoaos espermatozoides Estão situadas entre o fundo da bexiga e o reto, com sua extremidade superior divergente em relação com o ducto deferente, e as extremidades inferiores para a base da próstata. PRÓSTATA A próstata é um órgão impar e mediano, de natureza mista: parte glandular e parte muscular. No adulto a próstata mede 30 mm de altura, 40mm de largura e 25mm de espessura. Seu peso corresponde à 20g. Quanto a sua forma, assemelha-se a um cone curto, achatado no sentido anteroposterior e apresentando seu ápice arredondado. Sua base está voltada para cima em relação direta com o colo da bexiga, e seu ápice está voltado para baixo em contato com o diafragma urogenital. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 110 www.medresumos.com.br A função da próstata baseia-se na secreção prostática, que corresponde a 20% do volume do sêmen, e é responsável por ativar os espermatozoides, neutralizar a acidez presente na uretra masculina e na vagina, dar a aparência láctea ao sêmen e também lhe conferir o odor característico, semelhante ao odor de castanhas frescas. A localização está localizada na cavidade pélvica, por baixo da bexiga, por cima do diafragma pélvico, por trás da sínfise púbica, por diante do reto, através do qual pode ser facilmente palpada. Envolve a uretra prostática e o ducto ejaculatório. A próstata apresenta para estudo anatômico as seguintes porções: base, ápice, faces, posterior, anterior, e inferolaterais. Base: em relação com o colo da bexiga, é atravessada em sua parte central pela uretra. Ápice: repousa sobre o M. esfíncter da uretra, sendo circundado pelas margens mediais dos Mm. Levantadores do ânus. Face Posterior: repousa sobre a ampola do reto, podendo ser palpada através do reto. É dividida em dois lobos através de um sulco mediano. Nela penetram os ductos ejaculatórios. Exame físico prostático: o toque retal fornece informações sobre o volume, consistência, presença de irregularidades, limites, sensibilidade e mobilidade da próstata. Devido à íntima relação anatômica entre a próstata e o reto, torna-se fácil o acesso á glândula através do mesmo. A consistência normal da próstata é semelhante à da cartilagem alar maior, a da ponta do nariz. PÊNIS O pênis é o órgão de cópula masculino, impar, de aspecto cilíndrico em estado de flacidez, porém durante a ereção torna-se prismático triangular. Representa órgão comum para saída do sêmen e urina. É formado por três cilindros de tecido erétil – corpo esponjoso e os corpos cavernosos – delimitados por tecido fibroso, e revestidos por pele, fina, pigmentada, e distensível. Está localizado por cima do escroto, entre a sínfise púbica e o ânus. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 111 www.medresumos.com.br Apresenta para estudo anatômico uma raiz e um corpo. Raiz: é representada pelo bulbo e pelos ramos do pênis, formações correspondentes as extremidades posteriores das estruturas eréteis do pênis. Está fixa pelos ramos aos ossos da pelve, e através do bulbo ao diafragma pélvico. Corpo: corresponde a parte livre, pendente do pênis, sendo constituída pela demais porções dos corpos cavernosos e esponjoso, e recoberta por pele. Os Tecidos Eréteis são formações lacunares as quais se enchem de sangue durante a ereção, e assim conferem ao pênis a rigidez exigida para a cópula. É representado pelos corpos cavernosos e esponjoso. Corpos Cavernosos: são estruturas pares, unidas anteriormente para formar o corpo do pênis, posteriormente divergem entre si constituindo os ramos do pênis, através dos quais fixam o órgão aos ossos ísquio e pube. Sua extremidade anterior é arredondada e se ajusta à base da glande. Corpo Esponjoso: estrutura impar, atravessada em toda sua extensão pela uretra esponjosa. Apresenta duas extremidades, uma distal, a Glande, e outra proximal, o Bulbo. Aloja-se em um sulco da superfície inferior dos corpos cavernosos. Dentre outras estruturas do pênis, temos: Glande: apresenta um aspecto cônico. Está ajustado sobre a extremidade anterior dos corpos cavernosos. Superiormente apresenta uma margem saliente e arredondada, a coroa da glande. Proximalmente a coroa há uma constrição, o colo da glande, em nível do ápice da glande nota-se uma abertura em fenda, o óstio externo da uretra. Possui grande concentração de terminações nervosas, por isso é importante para a estimulação física do pênis durante a cópula. Prepúcio: corresponde a uma dupla camada de pele, a qual recobre a glande em toda sua extensão. O Frênulo do prepúcio é uma prega mediana que parte da porção inferior da camada profunda do prepúcio para a glande, fixando-se nas proximidades do óstio da uretra. Bulbo: corresponde a dilatação proximal do corpo esponjoso, de forma cônica. Está fixado ao diafragma urogenital através de uma cápsula fibrosa denominada ligamento do bulbo. Neste segmento do corpo esponjoso penetra a uretra para em seguida atravessá-lo por toda sua extensão. O bulbo do pênis entra na constituição da raiz do pênis fixando-o na pelve. Fimose: é uma condição verificada quando o prepúcio apresenta um estreitamento acentuado, sendo impossibilitado de deslizar posteriormente sobre a glande, fazendo com que a mesma permaneça sempre recoberta. Essa alteração dificulta a higiene, e normalmente causa desconforto durante a cópula. A correção da fimose se dá através de um processo cirúrgico, com anestesia local, denominado postectomia. ESCROTO O escroto consiste em uma bolsa músculo-cutânea, impar e mediana, responsável por conter, os testículos, os epidídimos, e a porção inicial dos ductos deferentes. Está localizado por trás do pênis, por diante e abaixo da sínfise púbica. Está aderido à região púbica, ao períneo, região inguinal, e ao pênis. OBS: A palavra “escroto” provém do latim scrotum (bolsa) e refere o saco, a bolsa cutânea que envolve os testículos. A expressão “bolsa escrotal” não pode ser considerada um erro, pois o adjetivo escrotal restringe, especifica o significado de bolsa. Ou seja, visto existirem vários tipos de bolsas, essa refere-se unicamente à bolsa que envolve os testículos. O escroto é constituído de Pele e uma túnica muscular lisa, a túnica dartos. Pele: fina, bem pigmentada e apresenta pelos após a puberdade, é marcada por uma crista mediana, a Rafe do escroto, a qual corresponde ao septo que, internamente, subdivide está bolsa em dois compartimentos. Túnica Dartos: está firmemente aderida à pele, sua contração modifica o aspecto do escroto, tornando-o curto e enrugado. A contração da Túnica Dartos também é importante para a espermatogênese, pois possibilita uma temperatura constante (35 o C) para os testículos. Internamente, em um corte axial, é possível observar o septo do escroto, um tabique mediano responsável por subdividir o escroto em dois compartimentos, cada um deles contendo um dos testículos, um epidídimo e o correspondente ducto deferente. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 112 www.medresumos.com.br SISTEMA GENITAL FEMININO O sistema genital feminino pode ser dividido em órgãos internos e externos. Órgãos genitais femininos internos: Ovários Tubas Uterinas Útero Vagina Órgãos genitais femininos externos: Pudendo Feminino OVÁRIOS O ovário é um órgão par, com 3 cm de comprimento; 2cm de largura; e 1,5cm de espessura. Apresenta forma comparável a de uma amêndoa. Antes da Ovulação, apresenta cor rosada e aspecto liso; após Sucessivas Ovulações, cor acinzentada e aspecto rugoso. Suas funções são: Produção dos Óvulos Produção e Secreção dos Hormônios: estrogênios e Progesterona. OBS: Corpo Lúteo: se origina após a ovulação. Corpo Albicans: cicatriz fibrosa resultado da regressão do corpo lúteo. Apresenta para Estudo Anatômico: 02Faces; 02 Margens; e 02 Extremidades. Face Medial Face Lateral Margem Livre Margem mesovárica: presa a uma expansão do Lig. Largo do Útero, o Mesovário. Esta margem representa o Hilo do Ovário, por onde passam as Aa. e Vv. Ováricas. Extremidade Tubária: voltada para cima, está dirigida para Tuba Uterina. Extremidade Uterina: Voltada para baixo, está dirigida para o Útero. Está localizado na cavidade pélvica, por trás do ligamento largo do útero, e logo abaixo da tuba uterina. Os Ovários não apresentam revestimento Peritonial. Os meios de fixação do ovário são: Lig. Suspensor do Ovário: une o Ovário a parede da Pelve. Lig. Útero-Ovárico (Ligamento próprio do ovário): une o Ovário ao Útero. TUBAS UTERINAS É um órgão par, de forma tubular, implantadas no ângulo Látero-Superior do Útero, e do ponto de Implantação, se estendem lateralmente em direção às paredes da Pelve. Apresentam um calibre irregular, e 10cm de extensão. Além de sua ligação ao Útero, as Tubas Uterinas apresentam como meio de fixação uma prega do Ligamento Largo do Útero, a mesosalpinge. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 113 www.medresumos.com.br Comunicações: Com a Cavidade Uterina: através do Óstio Uterino da Tuba. Com a Cavidade Peritoneal: através do Óstio Abdominal da Tuba. ÚTERO O útero é um órgão oco, em forma de pera, impar e mediano. É predominante muscular, o que favorece a sua função, pois cabe ao mesmo, abrigar e proteger o zigoto, e ainda acompanhar seu desenvolvimento durante todas as fases de sua evolução, até o nascimento. Durante o parto, o componente muscular ainda exerce importante papel na expulsão do novo ser vivo para o meio externo através do canal do parto. Está localizado no centro da Cavidade Pélvica, por trás da Bexiga Urinária, e por diante do Reto. Apresenta para estudo Anatômico as seguintes porções: Fundo; Corpo; Istmo; e Colo. Fundo: corresponde a parte do órgão situada acima do ponto de implantação das Tubas Uterinas. Nas mulheres que já engravidaram apresenta aspecto convexo. Corpo: é a principal porção do órgão, estende-se desde o ponto de implantação das tubas uterinas até uma região estreitada denominada istmo. Apresenta para estudo 02 faces separadas através de duas margens laterais. o Face Anterior: plana o Face Posterior: abaulada Istmo: apresenta-se como uma região estrangulada localizada abaixo do corpo. Colo: é a porção mais inferior do Útero. Apresenta duas porções, a supravaginal e vaginal. A parte vaginal do colo, projeta-se na Vagina onde se abre através do óstio do útero. Na porção superior das margens do Útero se implantam as Tubas Uterinas. Neste nível encontramos os óstios uterinos das Tubas para comunicar a luz da Tuba com a cavidade uterina. Quanto aos meios de fixação do útero, destacamos: Ligamento Largo: prega de reflexão do Peritônio, que estende das paredes da Cavidade Pélvica até as Margens Laterais do Útero Ligamento Redondo: cordões fibrosos, que partem de cada lado da margem lateral do útero, abaixo da implantação das tubas uterinas, para, através do canal inguinal, alcançarem a face profunda dos lábios maiores da vulva. Ligamento Útero-Sacral: Partem da região inferior da face posterior do corpo do útero, até o Osso Sacro. Quanto à estratigrafia do útero, temos: Perimétrio: Camada externa representada pelo Peritônio que Reveste o Útero. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 114 www.medresumos.com.br Miométrio: Camada Média, constituída por Músculo Liso. Corresponde a mais espessa das camadas que formam as paredes do Útero. Determina a elasticidade necessária para o órgão acompanhar o aumento do feto durante a gestação. Endométrio: Camada Interna, mensalmente sofre modificações (torna-se mais espessa e vascularizada) para receber o Zigoto. Não havendo a fecundação essa modificações do Endométrio descamam e são eliminadas sobre a forma de Menstruação. A cavidade uterina apresenta um aspecto triangular com base superior, em nível do corpo, e fusiforme na região do colo. Nos ângulos superiores da cavidade Uterina identificamos os óstio uterinos das tubas. VAGINA A vagina é um tubo músculo-membranoso, impar e mediano, o qual Representa o Órgão de Cópula Feminino. Apresenta para estudo Anatômico 02 Paredes: Anterior e Posterior, justapostas. A parede Anterior da Vagina é mais curta, em razão de sua relação com o colo do útero. A Vagina se comunica superiormente com a cavidade do útero, através do óstio do útero, inferiormente se comunica com o meio externo, através do óstio da vagina. OBS: Nas virgens, o óstio da vagina é parcialmente fechado pela presença de uma membrana conjuntiva, de pouca espessura, revestida por mucosa, pobremente inervada e vascularizada, o hímen. Após a primeira relação sexual, o hímen é rompido (na maioria das mulheres), restando apenas seus fragmentos, as carúnculas himenais, em sua margem de inserção. PUDENDO FEMININO (VULVA) O pudendo (ou vulva) está representado pelas seguintes estruturas: Monte Púbico: elevação mediana situada por diante da Sínfise Púbica. É constituída por tecido adiposo, revestido por cútis, na qual após a puberdade verifica-se a presença de pelos. Lábios Maiores: duas pregas cutâneas alongadas, que delimitam entre si uma fenda mediana, a rima do pudendo. Os Lábios Maiores apresenta uma face medial lisa, e outra lateral com pelos após a puberdade. Lábios Menores: duas pregas cutâneas lisas, situadas medialmente aos Lábios Maiores, delimitam entre si o vestíbulo da vagina, onde identificamos: Óstio da uretra; Óstio da vagina; Óstios dos ductos das glândulas vestibulares. Clitóris: órgão erétil feminino, homólogo ao pênis masculino. É constituído, por dois ramos fixos aos ramos inferiores dos púbis, unindo-se medianamente para formar o corpo do clitóris, terminando em uma dilatação anterior, a glande do clitóris, identificada, no ponto em que se unem superiormente os lábios menores. Bulbo do Vestíbulo: Formado por duas massas pares de tecido erétil, situados profundamente aos Lábios Menores da Vulva, envolvidos pelo M. Bulbocavernoso. Quando cheios de sangue, dilatam-se e desta forma proporcionam maior contato entre o pênis e o Óstio da vagina. Destacamos, ainda, as glândulas anexas do pudendo feminino. Este conjunto de glândulas visa promover a lubrificação, tornando úmidos as estruturas associadas à cópula feminina, favorecendo assim a relação sexual. Glândulas vestibulares maiores: glândula esférica, par, de tamanho próximo ao de uma ervilha, situadas profundamente no vestíbulo da vagina, onde abrem-se seus ductos. Glândulas vestibulares menores: apresentam-se em número variável, com ductos diminutos, os quais se abrem no vestíbulo da vagina, entre o óstio da uretra e o óstio da vagina. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 115 www.medresumos.com.br RESUMO DA EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA GENITAL Do ponto de vista embriológico, metade do material genético de cada sexo (23 cromossomos) se soma para formar um novo genoma. Dois desses cromossomos determinam a formação do sexo do embrião: os cromossomos sexuais X e Y. A pergunta a ser feita é: quem determina a formação do sexo? Podemos dizer que é “o homem quem manda”: o cromossomo Y é responsável por determinar o sexo genético e, desta forma, a genitália do embrião. Em outras palavras, poderíamos dizer que a presença do Y determina a formação de um indivíduo do sexo masculino; a ausência do Y, a formação de um indivíduo do sexo feminino. SEXO GENÉTICO Para formar o sexo genético, temos: 23X + 23X Cariótipo feminino 23X + 23Y Cariótipo masculino SEXO GONADAL Para formar o sexo gonadal, temos: Presença do cromossomo Y (gene SRY – sex determining regionof the Y): formação dos testículos, com suas respectivas células produtoras de gametas, que são as células de Sertoli e as células de Leydig. Ausência do cromossomo Y: formação dos ovários, com suas respectivas células produtoras de gametas, que são as células da teca e as células da granulosa. GENITÁLIA INTERNA Para formar a genitália interna, ocorre uma pequena diferença: todos os seres humanos, intrinsecamente, apresentam a capacidade embriológica de formar tanto a genitália interna masculina como a feminina. Entretanto, durante o desenvolvimento embrionário, a ordem comandada pelo cromossomo Y é capaz de fazer com que a genitália masculina se desenvolva e a genitália feminina regrida; do mesmo modo, a ausência da ordem faz com que a genitália feminina se sobreponha a masculina. Então, todos nós possuímos dois pares de tubos: o ducto de Wolf (ou mesonéfrico) e o ducto de Müller (ou paramesonéfrico); entretanto, normalmente, só um deles se desenvolve, enquanto o outro regride. Presença de cromossomo Y: desenvolve-se o tubo de Wolf (mesonéfrico), ocorre a produção do hormônio anti- mülleriano (AMH), produzido pelo testículo, e regride o tubo de Müller. A produção de testosterona (também por parte do testículo), por sua vez, garante que o tubo de Wolf desenvolva o restante da genitália interna masculina: epidídimo, ductos deferentes, vesículas seminais. Ausência de cromossomo Y: não ocorre a formação de AMH, o que permite o desenvolvimento do tubo de Müller (paramesonéfrico), regride o tubo de Wolf, e ocorre a formação da genitália interna feminina: trompas, útero, colo uterino e 2/3 superiores da vagina. Como conclusão, devemos tomar nota dos seguintes pontos: Os testículos não fazem parte da genitália interna masculina e nem os ovários da genitália interna feminina: ambos são gônadas. Se apenas 2/3 superiores da vagina têm a mesma origem da genitália interna feminina, devemos considerar que o terço inferior é pertencente à genitália externa. Essa particularidade explica alguns casos de mulheres (que apresentam ovários) que só possuem uma parte da vagina (pois, por algum motivo, não houve a formação de sua genitália interna). A paciente é registrada então como mulher, mas apresentando uma vagina curta (que caracteriza a síndrome de Rokitansky). GENITÁLIA EXTERNA Para a formação da genitália externa (que caracteriza o fenótipo), diferentemente da genitália interna, dependemos apenas de estruturas comuns para ambos os sexos. Isso significa que a presença da “ordem” (cromossomo Y) determina que essas estruturas deem origem à genitália externa masculina; a ausência da “ordem”, por sua vez, determina a formação da genitália externa feminina. As referidas estruturas são conhecidas como seio urogenital, tubérculo genital, protuberância lábio-escrotal e a prega (ou dobra) urogenital. Presença do cromossomo Y: no homem, o seio urogenital dá origem a próstata e a uretra; o tubérculo genital da origem a glande; a protuberância lábio-escrotal dá origem à bolsa escrotal; a prega urogenital forma o corpo do pênis. Ausência do cromossomo Y: na mulher, o seio urogenital dá origem a vagina (terço inferior) e a uretra; o tubérculo genital dá origem ao clitóris; a protuberância lábio-escrotal dá origem aos grandes lábios; a prega urogenital forma os pequenos lábios. Toda a diferenciação entre as genitálias externas masculina e feminina depende, portanto, do cromossomo Y, que determina a formação dos testículos e, por sua vez, a produção da testosterona, determinante no desenvolvimento dessa genitália. Além da testosterona, a enzima 5α-redutase (produzida nos testículos) garante a conversão da Sexo genético Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 116 www.medresumos.com.br testosterona na diidrotestosterona, que é um androgênio mais potente e que está diretamente relacionado com o desenvolvimento da genitália masculina. A ausência da 5-α-redutase é determinante no desenvolvimento da genitália externa feminina. Todas essas etapas diferentes podem gerar anomalias diferentes. Imagina-se um paciente homem, com sexo genético 46XY e sexo gonadal masculino (com testículos), que produz AMH, responsável por inibir o desenvolvimento dos ductos de Müller e incentivar o desenvolvimento dos ductos de Wolf, gerando a produção de uma genitália interna masculina (epidídimo, ducto deferente, vesículas seminais); entretanto, no momento da formação de sua genitália externa, o seu testículo não produziu 5α-redutase e, consequentemente, não produziu diidrotestosterona (deficiência de 5α-redutase). Esse indivíduo vai desenvolver, com isso, uma genitália ambígua (em caso de deficiência parcial da 5α- redutase) ou genitália feminina (em caso de deficiência total dessa enzima). Conclusões: O sexo genético (cromossômico) determina o sexo gonadal, o qual, por sua vez, irá determinar o sexo fenotípico; A masculinização fetal é determinada por hormônios produzidos nos testículos em desenvolvimento; Na ausência dos testículos (ou da produção ou ação de seus hormônios), o desenvolvimento fenotípico é feminino, mesmo na ausência dos ovários. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 117 www.medresumos.com.br ROTEIRO PARA ESTUDO PRÁTICO OVÁRIOS Extremidade tubaria Extremidade uterina Ligamento útero-ovárico Ligamento suspensor do ovário TUBAS UTERINAS Istmo da tuba uterina; Ampola da tuba uterina; Infundíbulo da tuba uterina Fímbria ovárica ELEMENTOS DE SUSTENTAÇÃO Ligamento largo do útero Mesossalpinge ÚTERO Fundo do útero Corpo do útero, Istmo do útero, Óstio do útero ELEMENTOS DE SUSTENTAÇÃO DO ÚTERO Ligamento largo do útero Ligamento redondo do útero VAGINA Parede posterior Parede anterior Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 118 www.medresumos.com.br VULVA Monte púbico Lábios maiores Lábios menores Óstio externo da uretra Óstio da vagina (hímen) Clitóris Bulbo do vestíbulo TESTÍCULOS Túnica albugínea Face lateral Face medial Pólo superior Pólo inferior Margem anterior Margem posterior EPIDÍDIMO Cabeça Corpo Cauda Ducto deferente URETRA Porção prostática Porção membranosa Porção esponjosa PRÓSTATA GLÂNDULA SEMINAL Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● ANATOMIA HUMANA SISTÊMICA 119 www.medresumos.com.br PÊNIS Bulbo do pênis Corpo cavernoso Corpo esponjoso Glande do pênis Óstio externo da uretra Prepúcio do pênis ESCROTO Pele do escroto Septo do escroto Rafe do escroto
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