Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
119 Revista de Educação Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 Andréia Arruda Guidetti Faculdade Anhanguera de Jundiaí deia.arruda@superig.com.br Aline dos Santos Pereira Faculdade Anhanguera de Jundiaí aline.pereira@sulzer.com A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA SOCIALIZAÇÃO DOS IDOSOS RESUMO Este trabalho relata a experiência de um estágio supervisionado realizado em uma instituição de longa permanência e visa obser- var como se dá a comunicação entre os idosos institucionalizados, buscando a estimulação e melhoria da comunicação entre eles por meio da inserção de atividades educativas e de abordagem grupal nesse ambiente que destaca a comunicação como estratégia para a socialização do idoso. Acredita-se que, por meio de uma vida ativa baseada na comunicação e no entretenimento, o idoso pode me- lhorar sua qualidade de vida dentro da instituição, visto que por estar longe de sua família e do contato social, tende a se isolar, o que muitas vezes acarreta falta de vontade de se comunicar com os outros. Palavras-Chave: Comunicação, socialização, idosos, institucionalização. ABSTRACT This paper reports the experience of a supervised period of train- ing held in a long-term care institution for elderly people. The aim of that training was to observe the communication process involv- ing those elderly people and the stimulation and improving com- munication among them through the insertion of educational ac- tivities and group approach in this environment, highlighting the communication as a strategy for their socialization. The author believes elderly people can improve their quality of life within the institution through an active life based on communication and en- tertainment, considering that in this age people tends to isolate from other due to living far from the family and social contact, resulting sometimes in a lack of communication. Keywords: Communication, socialization, elderly, institutionalization. Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP. 13.278-181 rc.ipade@unianhanguera.edu.br Coordenação Instituto de Pesquisas Acadêmicas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original Recebido em: 30/06/2008 Avaliado em: 27/07/2008 Publicação: 13 de outubro de 2008 A importância da comunicação na socialização dos idosos Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 120 1. INTRODUÇÃO Sabe-se que a população idosa no Brasil tem mostrado um crescente aumento, com es- timativas que indicam uma elevação desses índices para as próximas décadas. Em con- traposição, percebe-se que nossa sociedade confunde a imagem do envelhecer e da ve- lhice, como uma fase da vida em declínio, tanto no aspecto físico, psíquico, quanto nas relações sociais. Os idosos são hoje 8,6% da população total de nosso país, ou seja, aproxima- damente 14,5 milhões de pessoas, segundo o Censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2000). O Instituto considera idosas as pessoas com 60 anos ou mais e enfatiza que em uma década o número de idosos no Brasil cresceu 17%, pois em 1991 ele correspondia a 7,3% da população. Destaca ainda que, no Brasil, a transição demográfica é incontestável. Até o ano 2025, possivelmente o país ocupará o sexto lugar da população de idosos do planeta, com 31,8 milhões de indivíduos com 60 anos ou mais. Lorda e Sanchez (2001) afirmam que a velhice é inevitável e que o envelheci- mento, portanto, é um processo natural inerente à condição humana, caracterizada como um processo dinâmico, irreversível, lento e gradual, que envolve diversos fato- res, entre eles os aspectos biopsicossociais. Neste mesmo sentido, Menezes e Vicente (2007), evidenciam que o termo envelhecer se remete à condição de tornar-se velho, com muito tempo de existência. Entretanto, o envelhecer não é apenas um processo bi- ológico individual pelo qual os seres vivos passam naturalmente, ele também traz con- sigo mudanças de caráter social e demográfico. É importante destacar que ninguém envelhece da mesma maneira, nem no mesmo ritmo. As modalidades de senescência variam imensamente de uma população para outra e até dentro de uma mesma população. Assim, para Lima e Viegas (1988), os indivíduos apresentam um caminhar variável no horário do envelhecimento e, por- tanto, considera-se o envelhecimento um processo biológico, conceptualizado cultu- ralmente, socialmente construído e conjunturalmente definido, conduzindo-nos à idéia fundamental de que, se a velhice é o destino biológico do homem, ela é vivida de for- ma muito variável consoante o contexto em que se insere. Segundo Paul (1991), não existem receitas universais para tratar o envelheci- mento e, apesar de errada, verifica-se uma tendência para perspectivar o envelheci- mento de modo uniforme, em parte por se inscrever no ciclo universal de vida. Afirma Andréia Arruda Guidetti, Aline dos Santos Pereira Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 121 também que o envelhecimento não ocorre de forma estanque em todos os indivíduos, podendo as diferenças serem explicadas à luz de fatores genéticos, pessoais e ambien- tais, em que o envelhecimento surge enquanto processo inserido no contínuo da vida, em que as definições de idade não são estabelecidas pela idade cronológica, mas pela compreensão dos processos biológicos, psicológicos e sociais inerentes ao processo de envelhecimento. Com o aumento da longevidade e certa fragilidade atribuída ao envelheci- mento, observa-se um aumento de cuidados intensivos e contínuos com os idosos. A necessidade de assistência na vida diária torna-o um indivíduo dependente para man- ter sua autonomia em algumas atividades do cotidiano como na locomoção, alimenta- ção, higiene, entre outras (MENEZES; VICENTE, 2007). É nítido que ao envelhecer o ser humano necessita de alguns cuidados específicos e individualizados, pois com o declínio progressivo de suas aptidões físicas e capacidades funcionais, torna-se mais dependente de ajuda externa, que algumas vezes pode vir da família, mas outras não. Segundo Herédia, Corteletti e Casara (2005), o idoso espera que sua família o mantenha e cumpra com o papel estabelecido pela sociedade, mesmo que conheça sua família e saiba de seus limites. Almeja ainda, que ela possa lhe dar a atenção necessária para enfrentar as dificuldades que a vida impõe, fortalecendo suas expectativas com a intensidade das relações pessoais estabelecidas no grupo familiar. Entretanto, quando o idoso não conta com o apoio da família, uma das opções de cuidados é a internação nas chamadas Instituições de Longa Permanência para Idosos ou Asilos, como são co- nhecidas, e este processo quase sempre é muito doloroso. A institucionalização constitui quase sempre um grupo privado de seus proje- tos, pois se encontra afastado da família, da casa, dos amigos, das relações nas quais sua história de vida foi construída. Segundo Born (2002), muitos idosos encaram este processo de institucionalização como perda de liberdade, abandono pelos filhos, apro- ximação da morte, além da ansiedade quanto à condução do tratamento feito pelos funcionários, entendida como perda da qualidade de vida na velhice. Diante destas considerações, tem-se observado um aumento significativo do número de idosos asilados, já que é difícil que um membro da família possa absorver os cuidados com o idoso, por considerar-se muito ocupado com sua vida, o trabalho e seus compromissos. Para Mendes et al. (2005), as situações que levam os idosos aos asi- los são provocadas pelas condições de fragilidade dos mesmos, que passam a depen- A importância da comunicaçãona socialização dos idosos Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 122 der de outras pessoas, pela perda da autonomia, da independência, pelo esfriamento dos vínculos afetivos com o grupo social e pela ausência e auto-isolamento. De acordo com Born (2002), o Brasil não está preparado para os problemas de- correntes do envelhecimento. Em virtude da inexistência de programas focalizados pa- ra os idosos que habitam em instituições asilares, este fato prejudica a promoção em saúde para tal contingente populacional. Tendo em vista a falta desses programas e a precariedade de rede de assistência social, verifica-se o encaminhamento freqüente de idosos para asilos, que se transformam em “depósitos de velhos”. Dessa forma, o impacto causado pelo envelhecimento tem alterado os hábitos e o cotidiano do idoso na sociedade, principalmente nas questões relacionadas à con- vivência em asilos e abrigos, onde muitos idosos vivem juntos, mas não se comunicam, não interagem, ou seja, não há socialização e convivência. Se o envelhecimento da po- pulação é uma aspiração natural de qualquer sociedade, então oferecer condições ade- quadas aos idosos para viverem com bem-estar é um importante desafio que se impõe a toda a sociedade. Importa que vivam com autonomia, integrados na sociedade com o aproveitamento de todas as suas capacidades, com garantia dos meios de subsistência, apoios e cuidados de saúde necessários. Levando em consideração os argumentos apresentados anteriormente, sabe- mos que a comunicação é um instrumento fundamental para a convivência do ser hu- mano, seja ele idoso ou não, e é nesse contexto que se busca pensar condições para me- lhoria da qualidade de vida do idoso institucionalizado. Segundo Bock (2003), a lin- guagem não é somente um instrumento de comunicação, ela é um instrumento sociali- zador, um mediador das relações entre o ser humano e o mundo. Com base no Dicionário de psicologia, comunicação é o processo de transmissão e recepção de informações, mensagens, sinais ou códigos, de um organismo para outro, mediante palavras, gestos ou outros símbolos, Para que haja comunicação, os meios de transmissão têm que ser entendidos para ambos os organismos, o emissor e o receptor. Esse entendimento é garantido pelo uso de um código (MESQUITA; DUARTE, 1996). Independente de idade, para que a comunicação se torne efetiva precisa-se de habilidade, sensibilidade, atenção, paciência, interesse e amor, para se perceber e en- tender a necessidade de se comunicar, principalmente quando nos referimos a uma pessoa idosa. A comunicação é um processo que envolve codificação e decodificação de mensagens, permitindo a troca de informações entre os indivíduos, não sendo cons- Andréia Arruda Guidetti, Aline dos Santos Pereira Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 123 tituída apenas de código verbal, mas também de expressões de rosto, gestos, movimen- tos, desenhos e sinais. A psicologia estudou o processo de interdependência e influência entre as pessoas que se comunicam; como aumentar o poder de persuasão por meio da comu- nicação e quais os processos psicológicos nela envolvidos na comunicação (BOCK, 2003). Entretanto, são poucas as pesquisas nesta área de conhecimento e quase inexis- tentes dentro da perspectiva da psicologia. Entre as pesquisas encontradas destaca-se a de Santos e Silva (2003), que estu- daram a percepção da comunicação verbal e não-verbal com a equipe de saúde em uma instituição hospitalar de pacientes idosos, com os objetivos de verificar como os idosos percebem a comunicação verbal e não-verbal mantida com a equipe e como esta ocorre dentro do hospital. Nessa mesma direção, Santana (2007) estudou a comunicação entre cuidado- res principais e idosos com demência, com implicações para o cuidado de enfermagem. A autora teve como objetivo descrever como se dá a comunicação entre cuidadores e idosos com demência, quais as estratégias de comunicação utilizadas pelo cuidador principal junto ao idoso com demência e os resultados obtidos na utilização de tais es- tratégias; e analisar que fatores influenciam o estabelecimento e os resultados dessa comunicação. Já o estudo de Domingues, Derntl e Ourique (2005) aborda a importância em se conhecer a rede de suporte social do indivíduo idoso, por representar a base de as- sistência informal a ele prestada. Participaram da pesquisa 30 idosos divididos em dois grupos etários: com idades variando de 60 a 75 anos e de 75 anos ou mais. Os resulta- dos evidenciam que o instrumento utilizado, Mapa Mínimo de Relações, mostrou-se útil na identificação do universo de relacionamentos interpessoais na chamada terceira idade, oportunizando o conhecimento da composição e função de cada um dos envol- vidos, facilitando a comunicação e o exercício profissional no cuidado com a saúde do idoso. Por outro lado, a pesquisa de Creutzberg, Gonçalves, Sobottka, Santos (2007) teve como objetivo analisar os acoplamentos estruturais e as comunicações entre a ins- tituição de longa permanência para idosos (ILPI) e a família. A coleta de dados foi rea- lizada por meio de entrevista com dirigentes e idosos e de observação das comunica- ções nas ILPIs estudadas. Os resultados mostram que a família, ao acoplar-se à ILPI, A importância da comunicação na socialização dos idosos Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 124 busca uma parceira no cuidado do idoso, e a instituição, por sua vez, espera da família a contrapartida no cuidado. O estudo destaca que a ILPI tenta assumir o papel de manutenção dos laços afetivos; entretanto há dificuldade de se considerar a família como cliente. Por falta de estratégias de inclusão, acaba-se por excluir a família do cotidiano das ações da institu- ição. Conclui-se, então, sobre a necessidade de as ILPIs favorecerem vínculos mais sig- nificativos das famílias e de se estabelecerem sistemas interacionais mais efetivos. Diante das pesquisas encontradas, observa-se que a ênfase dos estudos do i- doso institucionalizado com relação à comunicação recai na área das ciências médicas, e estudos que considerem os aspectos psicológicos e sociais envolvidos nesta temática são escassos. No entanto, para melhorar a qualidade de vida de idosos institucionali- zados, o trabalho jamais pode ser isolado, ou seja, necessita da colaboração da socieda- de e dos profissionais que trabalham com o processo de envelhecimento nas mais di- versas áreas do saber. De fato, para evitar que as perdas desenvolvimentais sejam a norma para essa clientela, é necessário recorrer a medidas preventivas no sentido do seu controle e re- dução, promovendo o desenvolvimento psicológico dos indivíduos idosos e criando condições sociais e comunitárias para que esse desenvolvimento possa ganhar expres- são visível, contrariando os estereótipos ligados ao envelhecimento. Em face do negativismo, tanto tempo partilhado social e culturalmente, é pre- ciso pensar que, quando envelhece, o ser humano pode tirar partido das suas vivências passadas, bem como das capacidades e conhecimentos adquiridos, de forma a enrique- cer as suas experiências, manter certas atividades e fazer uma boa utilização das fun- ções intelectuais, apostando no estabelecimento de relações mais próximas e satisfató- rias com os outros e na realização de atividades que proporcionem bem-estar e desen- volvimento psicológico. Levanta-se então a questão do suporte social como fator positivo e protetor, sendo que os relacionamentos com outros significativos estão associados com saúde fí- sica e mental. O envelhecimento bem - sucedido parece, então, ser aquele em que a pessoa, emestado de experimentação, continua a fazer escolhas e a ocupar um lugar na sociedade. É fundamental permitir aos idosos serem bem sucedidos, favorecendo o reconstruir da sua vida social (SILVA, 2001). Andréia Arruda Guidetti, Aline dos Santos Pereira Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 125 Refletindo sobre essas colocações, não existe interação social sem comunica- ção, da mesma forma que não existe comunicação sem representação. As representa- ções preenchem a lacuna entre o objeto real e o mental, permitindo que o grupo possa compartilhar idéias e pensamentos através da linguagem. A representação não é a có- pia da realidade, mas é a forma como o grupo compreende a realidade, e é com base nessa realidade representada que ele fundamenta suas práticas (MOSCOVICI, 2004). É no processo de socialização que são coletadas e processadas as informações e se chega a julgamentos. No contato com o ambiente social se formam as idéias e ten- de-se a melhorar o ambiente e o convívio interpessoal, de forma a tornar mais fácil o relacionamento com as pessoas (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2005). Para que tudo isso seja realizado com sucesso, é necessária a participação de todos que estejam envolvidos com idosos, motivando-os mediante atividades educati- vas para que se mostrem mais ativos e sejam excluídos os fatores das alterações no processo de envelhecimento, sendo a comunicação imprescindível neste processo. A pessoa idosa precisa ser motivada para que possa se socializar, já que isso influencia na disposição do idoso para realizar as atividades ou não. Uma vida ativa baseada na comunicação e no entretenimento pode evitar no idoso a depressão, o aparecimento de doenças físicas e mentais, a carência afetiva e emocional. Nesse sentido, Moscovici (2004) destaca que o homem como um ser social, como um ser de relações sociais, está em permanente movimento. Estamos sempre nos transformando, apesar de aparentemente nos mantermos iguais. Isso porque nosso mundo interno se alimenta dos conteúdos que vêm do mundo externo e, como nossa relação com esse mundo externo não cessa, estamos sempre em movimento, em pro- cesso de transformação. Sendo assim, o acelerado ritmo de envelhecimento no Brasil cria novos desa- fios para a sociedade brasileira contemporânea, onde esse processo ocorre num cenário de profundas transformações sociais, urbanas, industriais e familiares. E nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência vivenciada com idosos insti- tucionalizados, visando observar como se dá à comunicação entre eles. Objetiva, ainda, buscar a estimulação e melhoria da comunicação por meio da inserção de atividades educativas e de abordagem grupal nesse ambiente, destacando esta variável como estratégia para a socialização do idoso. Além disso, pretende apre- sentar alguns dados que mostram o perfil do idoso residente na instituição e que de- A importância da comunicação na socialização dos idosos Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 126 monstram a importância da comunicação para garantir a integração e melhor convívio entre os mesmos. 2. METODOLOGIA 2.1. Participantes Participaram deste estudo um total de 28 idosos, com idades compreendidas entre 55 e 95 anos, sendo 60,7% mulheres e 39,3% homens, moradores da Instituição Cidade Vi- centina, localizada em uma cidade do interior do estado de São Paulo e que foi a esco- lhida por fazer um trabalho reconhecido por toda a população da cidade desde 1939, cuidando de idosos em um espaço amplo, permitindo assim uma vida sem isolamento. A finalidade principal da instituição é a assistência ao idoso carente de recursos socio- econômico-familiar. 2.2. Técnicas e procedimentos para a coleta de dados O trabalho de coleta de dados e aplicação de dinâmicas foi realizado entre os meses de fevereiro a maio de 2008 dentro da instituição. Para iniciá-lo foi necessário conhecer a instituição, suas características e o que oferece para os idosos que nela residem. Esses dados foram levantados através de documentos sobre o histórico da instituição, dispo- nibilizados pela assistente social, e de entrevistas não formais com os funcionários do local. Com este trabalho foi possível levantar o histórico da instituição, número e faixa etária de idosos residentes, serviços prestados a eles, atividades existentes e o número e especialidade dos funcionários e técnicos da instituição. Esta primeira etapa foi importante para conhecer o espaço físico da instituição, com o objetivo de avaliar os lugares que poderiam ser utilizados para a apresentação das atividades que posterior- mente foram desenvolvidas. A seguir foi realizada uma entrevista com os idosos, utilizando um questioná- rio estruturado para levantar dados sobre o perfil do idoso que vive na instituição es- colhida para o desenvolvimento do estudo. Este questionário foi aplicado individual- mente, pelas próprias pesquisadoras, individualmente, em local apropriado. Estas en- Andréia Arruda Guidetti, Aline dos Santos Pereira Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 127 trevistas também avaliaram o desejo dos idosos em participar ou não de oficinas, cujo enfoque era a comunicação. Por meio dessas informações foi desenvolvido um planejamento de trabalho onde foram aplicadas varias técnicas grupais visando atingir o objetivo do trabalho. Com a perspectiva de que os idosos exercitassem a comunicação, realizaram-se sema- nalmente oficinas utilizando dinâmicas de grupo e rodas de leituras com o objetivo de motivar os idosos, como uma estratégia para a socialização. As oficinas tiveram caráter educativo e possibilitaram aos idosos adquirirem um maior conhecimento das pessoas com as quais convivem mostrando-se, portanto, estimulados a melhorar a comunicação. Para iniciar a aplicação das atividades foi esco- lhida a realização de uma “tarde de leitura” com o nome de “Momento da Auto- Estima”. Nesse dia foram abordados conceitos sobre o que é auto-estima e como se comporta uma pessoa com alta e baixa auto-estima. Após a leitura os idosos tiveram a oportunidade de discutir sobre o assunto e de exercitar a comunicação e o relaciona- mento interpessoal com o grupo. A segunda atividade foi a aplicação de uma dinâmica chamada “Auto-retrato desenhado”. Com essa atividade buscou-se incentivar os idosos a interagirem entre si, fazendo apresentações e falando sobre seus valores e experiências. Foram disponibili- zados diversos desenhos impressos em folhas de papel sulfite branco, lápis de cor e canetinhas para que pudessem colori-los. Enquanto faziam a primeira parte da atividade, os idosos deveriam pensar e indicar três dos seus valores, que seriam escritos na própria folha, e por que escolhe- ram determinado desenho. Antes de iniciar a atividade, procurou-se falar um pouco sobre o que eram valores e como são adquiridos. Também se ficou atento à possibili- dade de algum idoso não saber escrever e assim os pesquisadores os ajudariam. Foi desenvolvida também uma atividade voltada à conscientização da saúde na terceira idade, visando ao estabelecimento de uma comunicação clara sobre a pre- venção e identificação de possíveis problemas nessa fase da vida. Utilizou-se a sala de aula da instituição e fez-se a leitura de um texto chamado “Será possível envelhecer com saúde?”. Durante a atividade, foi levantada a importância dos idosos cuidarem de sua saúde física e mental, zelando por seu bem-estar pessoal e coletivo. Durante o bate- papo, foram comentados meios de combater o sedentarismo, com a participação efeti- A importância da comunicação na socialização dos idososRevista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 128 va dos idosos nas oficinas, na ginástica laboral e nas caminhadas que acontecem na instituição, o que exercita o corpo e estimula o contato social entre eles. Em outro momento, foi realizada a roda da conversa com a leitura de um tex- to chamado “Pequeno dicionário humano”. Dessa vez foram abordados assuntos sobre família, religião, amor, união, entre outros. A cada letra falada, os idosos deveriam di- zer uma palavra que os fizesse relembrar algo de suas histórias. Durante a atividade, o tema mais comentado foi a família. Nesse momento, todos queriam dividir suas histó- rias, e a troca de experiências fez com que a comunicação fosse bastante ativa. Realizou-se também uma tarde de relaxamento, na qual foi utilizado um CD com sons da natureza que, após tocado por algum tempo era parado e cada um conta- va o que tinha pensado naqueles momentos anteriores. Muitos relataram momentos de sua infância, já que as músicas emitiam sons de animais, água, florestas. Dessa ativi- dade todos os idosos participaram, e nela relataram momentos de sua vida, o que os fez aumentar o nível de comunicação, estimulando o uso da linguagem oral entre eles. O encerramento das atividades foi realizado na semana do Dias das Mães. Por se tratar de uma data especial, tanto pelo encerramento do estágio, quanto pelo que se refere à data comemorativa, foram entregues aos idosos lembranças singelas de agra- decimento pela participação no estudo e foi feita uma breve avaliação do trabalho, des- tacando as sugestões de oficinas e entretenimento para a instituição. 2.3. Perfil dos idosos A seguir serão apresentados gráficos com dados coletados na instituição e que repre- sentam o perfil do idoso de uma instituição de longa permanência, além de destacarem algumas questões pertinentes ao objetivo do trabalho e que possibilitaram o desenvol- vimento de oficinas de comunicação e ainda a avaliação do estudo. Andréia Arruda Guidetti, Aline dos Santos Pereira Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 129 Gráfico 1. Sexo dos idosos residentes em uma instituição de longa permanência O Gráfico 1 mostra que 60,7% dos participantes são mulheres e apenas 39,3% da população entrevistada na instituição são homens. Gráfico 2. Idade dos idosos residentes em uma instituição de longa permanência Quanto à idade, o Gráfico 2 evidencia que 3,5% dos idosos têm entre 50 e 59 anos; 10,7% têm de 60 a 69 anos; 28,6%, de 70 a 79 anos; 39,4%, de 80 a 89 anos e 17,8% dos entrevistados têm acima dos 90 anos. 0 10 20 30 40 50 60 70 Sexo Feminino Masculino 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Idade 50 à 59 anos 60 à 69 anos 70 à 79 anos 80 à 89 anos acima 90 anos A importância da comunicação na socialização dos idosos Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 130 Gráfico 3. Escolaridade dos idosos residentes em uma instituição de longa permanência Em relação à escolaridade, o Gráfico 3 mostra que 43% relataram ser analfabe- tos, 46,4% possuem ensino fundamental completo e incompleto, 7,1%, ensino médio incompleto e encontramos 3,5 % que responderam ter concluído a formação técnica. Gráfico 4. Contatos na Instituição, por meio da comunicação, dos idosos residentes em uma instituição de longa permanência Com relação ao contato na instituição entre os idosos, por meio da comunica- ção, representado pelo Gráfico 4, 64,3% relataram ter conversas ou contato com um ou dois idosos na instituição. Em 21,5% dos casos os idosos mantêm contato com três a cinco moradores, e 14,4%, com seis pessoas ou mais. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Escolaridade analfabeto fundamental (inc.) fundamental (comp.) médio (inc.) médio (com.) outros 0 10 20 30 40 50 60 70 Contatos na Instituição uma a duas pessoas três a cinco pessoas mais de seis pessoas não tem contato Andréia Arruda Guidetti, Aline dos Santos Pereira Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 131 Gráfico 5. Convivência entre os idosos residentes em uma instituição de longa permanência O Gráfico 5 revela que 42,9% mantém um relacionamento hostil com os com- panheiros de instituição, ou seja, nunca se ajudam ou se importam uns com os outros. Ao contrário desses, 53,6% disseram ter uma relação amigável, de “harmonia” com os demais idosos no que se refere à afeição, preocupação com o outro e ajuda mútua e a- penas 3,5% disseram não se dar bem com os outros idosos e não dividir suas vidas e histórias com eles. Gráfico 6. Comunicação entre os idosos residentes em uma instituição de longa permanência Sobre a comunicação, como demonstra o Gráfico 6, 57,2% dos participantes re- lataram a necessidade de mais atividades em grupo e, na opinião de 32,1%, essas ativi- dades ajudariam a aproximar e promover uma melhor integração entre o grupo. Ou- 0 10 20 30 40 50 60 Convivência hostil amigável não se dão 0 10 20 30 40 50 60 Comunicação estimular a proximidade atividades em grupo acessibilidade A importância da comunicação na socialização dos idosos Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 132 tros 10,7% acreditam que a dificuldade de comunicação entre eles está relacionada à falta de acessibilidade entre os idosos. Gráfico 7. Atividades e Entretenimento destacados como importantes por idosos residentes uma instituição de longa permanência O Gráfico 7 mostra, com relação a atividades culturais e de entretenimento, que 10,7% dos idosos destacam a importância de palestras na instituição; 26,8% de eventos e fes- tas; 16,1%, de oficinas com trabalhos manuais; 14,3%, de oficina de dança e 10,7% gos- tariam de assistir a filmes e escolheram cinema. Em relação ao apoio psicológico, 21,4% dos participantes relataram ser algo necessário e que poderia acontecer dentro da insti- tuição. 3. A COMUNICAÇÃO NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO Os dados coletados neste estudo revelam que, com institucionalização, os idosos ten- dem a se isolar e, segundo a literatura, vários fatores podem estar relacionados a este sentimento, entre eles a falta da família, o medo da rejeição e não aceitação pelos ou- tros e a baixa auto-estima. (BUENO; VEGA; BUZ, 2004). Considerando estes fatores Santana (2007), em sua pesquisa destaca a importância da comunicação entre os fami- liares e a instituição, reafirmando a necessidade de se pensar sempre no bem estar e qualidade de vida do idoso institucionalizado. Apesar da escassez de pesquisa nesta área de conhecimento, autores como Moscovici, (2004), Bueno, Vega e Buz (2004) e Rodrigues, Assmar e Jablonski, (2005), afirmam a importância da comunicação na vida do ser humano e destacam que é no contato com o ambiente social que se formam as idéias e tende-se a melhorar o ambi- ente e o convívio interpessoal. Segundo esses autores, as relações sociais afetam todos 0 5 10 15 20 25 30 Atividades e Entretenimento palestras eventos / festas oficinas dança cinema apoio psicológico não responderam Andréia Arruda Guidetti, Aline dos Santos Pereira Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 133 os âmbitos da vida das pessoas mais velhas, contribuindo para a formação de hábitos sociais e configuração de sua personalidade. Visto que, segundo os dados apresentados nos gráficos, a convivência entre os idosos é outro fator agravante, principalmente no que se diz respeito à comunicação, as oficinas serviram paraexercitar o relacionamento interpessoal e, com isso, levar os ido- sos a adquirir um maior conhecimento das pessoas com as quais convivem, mostran- do-se, portanto, estimulados a melhorar a comunicação. Isso foi muito importante, pois muitos idosos saem com pouca freqüência de suas casas, vivem bastante isolados e preferem não ter relações mais próximas com os demais idosos. Diante disso, percebeu-se que a prática de atividades em grupo apresentou mudanças positivas na comunicação entre os idosos, melhorou a comunicação interna na instituição, favoreceu o estabelecimento de vínculos, diminuiu o isolamento e pro- porcionou uma melhor compreensão das necessidades individuais e do grupo. Nesse sentido, a literatura mostra que as relações sociais entre os mais velhos estimulam a mente e o pensamento, tendo múltiplos efeitos benéficos sobre a saúde e bem-estar (BUENO; VEJA; BUZ, 2004). A comunicação é de fundamental importância para a socialização do ser hu- mano e as atividades realizadas na instituição visaram facilitar a convivência entre os idosos, fortalecendo a comunicação, diminuindo a distância entre eles e, conseqüente- mente, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos mesmos. Durante a realização do trabalho houve a participação e o empenho de muitos idosos e somente por isso este estudo foi possível. Entretanto, outros não se disponibi- lizaram a participar, o que não possibilitou uma maior abrangência de idosos nas ati- vidades realizadas. Contudo, isso já era esperado, visto que como destacam Menezes e Vicente (2007), com o aumento da longevidade e certa fragilidade atribuída ao enve- lhecimento, observa-se uma necessidade de assistência na vida diária do idoso, que torna-se, algumas vezes, dependente para manter sua autonomia em certas atividades do cotidiano como a locomoção, alimentação, higiene, entre outras. Porém, mesmo com as dificuldades, pode-se perceber, por meio dos gráficos, que as oficinas tiveram boa receptividade e, portanto, atividades como as apresentadas deveriam ser freqüentes nessas instituições, já que a maioria dos idosos passam grande parte de seu tempo ocioso isolados em sua casa ou quarto, dificultando as relações in- terpessoais. A importância da comunicação na socialização dos idosos Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 134 Reafirmando essas colocações, pode-se citar Moscovici (2004), que afirma não existir interação social sem comunicação, da mesma forma que não existe comunicação sem representação, que não é uma cópia da realidade, mas sim a forma como o grupo compreende a realidade e atua nela. Deve-se ressaltar que há alguns agravantes que diminuem a comunicação en- tre os idosos, como surdez, problemas nas cordas vocais devido ao envelhecimento, fa- tores psicológicos, problemas de memória, entre outros, como se observa no estudo de Soncini, Costa e Oliveira (2003). Por outro lado, nada impede que a instituição ofereça ao idoso um ambiente que o motive, favoreça a comunicação, facilite a interação, visando contribuir com seu bem-estar pessoal, social e emocional. Há a necessidade de conscientizar os cuidadores da importância da comunicação e das relações interpessoais entre os idosos, o que promove a estas pessoas uma melhor qualidade de vida e saúde mental. Com a chegada da 3ª idade, muitos idosos deixam de realizar atividades que antes realizavam. São atividades simples como cozinhar, cuidar de casa, lavar suas roupas. Ou então não têm incentivo para participar de caminhadas, oficinas de arte, cinema, festas. Isso tudo acontece principalmente com idosos institucionalizados, que se sentem rejeitados e esquecidos por todos. Segundo Bueno, Vega e Buz (2004), as funções de apoio aos idosos, em virtude dos fatores demográficos de grande crescimento dessa população e das mudanças na família, com menor número de irmãos, por exemplo, será delegada a outros sistemas ou organizações que satisfaçam a inevitável necessidade de cuidar daqueles que já não podem cuidar de si mesmos. A experiência deste trabalho destacou, portanto, a importância de se pensar esta temática, destacando a importância da comunicação para a socialização do idoso que vive institucionalizado. Por fim, sugere-se ainda que haja esforços para a realiza- ção de outros estudos que explorem mais amplamente este foco tendo em vista a escas- sez de trabalhos nesta área e também a grande necessidade prática, uma vez que a po- pulação idosa cresce consideravelmente no Brasil, como indicam os dados do Censo demográfico do IBGE (2000). Então, é necessário discutir e refletir sobre este assunto tão presente em nossa vida, pois, como destaca Ayala (1979), vive-se em conjunto, come-se e trabalha-se em Andréia Arruda Guidetti, Aline dos Santos Pereira Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 135 conjunto, mas as pessoas não se comunicam e as almas mantêm-se emparedadas em sua imensa solidão. O homem é um ser social e necessita comunicar-se. REFERÊNCIAS AYALA, E. Z. L. Como conseguir melhor rendimento no trabalho de equipe. Revista Paulista do Hospital de São Paulo, v. 26, 1979, p. 219-223. BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologia e o compromisso social. São Paulo: Cortez, 2003. BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. BORN, T. Asilo de Idosos: a estação final de uma trajetória marcada por indignidade! 2002. Disponível em: <http://www.pucsp.br/portaldoenvelhecimento>. Acesso em: 16 mar. 2008. BUENO, Belén; VEGA, José Luis; BUZ, José. Desenvolvimento social a partir da meia idade. IN: COLL, C.; MARCHESI, A.; PALÁCIOS, J (Col.). Desenvolvimento psicológico e educação. Psicologia evolutiva. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. CREUTZBERG, Marion; GONÇALVES, Lúcia Hisako Takase; SOBOTTKA, Emil Albert; SANTOS, Beatriz Regina Lara dos. A comunicação entre a família e a instituição de longa permanência para idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 10, n. 2, 2007, p. 147-160. DOMINGUES, Marisa Accioly; DERNTL, Alice Moreira; OURIQUE, Sérgio A. Odontogeriatria: conhecendo o universo social do idoso. Mapa mínimo de relações: adaptação de um instrumento gráfico para identificar a rede de suporte social do idoso. JBG J. Brasileira de Odontologia, v. 1, n. 1, 2005, p. 8-18. HERÉDIA, Vania Beatriz Merlotti; CORTELLETTI, Ivonne Assunta; CASARA, Miriam Bonho. Abandono na velhice. Textos sobre envelhecimento, v. 8 n. 3, 2005. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico. 2000. Disponível em: <http://www.ibge.com.br>. Acesso em: 16 mar. 2008. LIMA, A.; VIEGAS, S. A diversidade cultural do envelhecimento. A construção social da categoria da velhice. Psicologia, v. 6, n. 1, 1988, p. 149-158. LORDA, C.; SANCHEZ, C. D. Recreação na 3ª idade. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. MENDES, M. R. S. S. B.; GUSMÃO, J. L.; MANCUSSI E FARO, A. C.; LEITE, R. C. B. O. A situação social do idoso no Brasil: uma breve consideração. Acta Paulista de Enfermagem, v. 18, n. 4, 2005. MENEZES, Letícia Neiva de; VICENTE, Laélia Cristina Caseiro. Envelhecimento vocal em idosos instucionalizados. Revista CEFAC, v. 9, n. 1, 2007. MESQUITA, Raul; DUARTE, Fernanda. Dicionário de psicologia, Portugal: Plátano, 1996. MOSCOVICI, Serge. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2004. PAUL, M. Percursos pela velhice: uma perspectiva ecológica em psicogerontologia. 1991. Tese (Doutorado) – Universidade do Porto, Porto. RODRIGUES, Aroldo; ASSMAR, Eveline Maria Leal; JABLONSKI, Bernardo. Psicologia social. 23. ed. Petrópolis: Vozes, 2005. SANTANA,Rosimere Ferreira. A comunicação entre cuidadores principais e idosos com demência: implicações para o cuidado de enfermagem. 2007. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. A importância da comunicação na socialização dos idosos Revista de Educação • Vol. XI, Nº. 11, Ano 2008 • p. 119-136 136 SANTOS, Kátia Massuda Alves Batista dos; SILVA, Maria Júlia Paes da. Pacientes idosos e sua percepção da comunicação verbal e não-verbal com a equipe de saúde em uma instituição hospitalar. Revista Paulista de Enfermagem, v. 22, n. 1, 2003, p. 43-50. SILVA, M. O meio rural e satisfação de vida na pessoa idosa. 2001. Monografia (Licenciatura) – ISPA, Lisboa. SONCINI, Fabiana; COSTA, Maristela Júlio; OLIVEIRA, Tania Maria Tochetto de. Influência do processo de envelhecimento no reconhecimento da fala em indivíduos normo-ouvintes. Pro- fono, v. 15, n. 3, 2003, p. 287-296.
Compartilhar