Buscar

A Exploração e o Uso de Recursos dos Principais Biomas Brasileiros Waldir Mantovani

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
A exploração e o uso de recursos dos principais biomas brasileiros 
Waldir Mantovani
Universidade de São Paulo; Curso de Gestão Ambiental (EACH-USP); Av. Arlindo Béttio, 
1000, São Paulo-SP, 03828-000. E-mail: wmantova@usp.br
Principalmente a partir do final da década de 60, a preocupação com problemas ambientais 
vem aumentando de maneira muito rápida em todo o mundo. Isto se deve aos impactos causados 
pelo crescimento da população humana mundial, sendo que em 1650 o número de habitantes era de 
500 milhões, passando a 1 bilhão em 1850, 2 bilhões em 1930 e 4 bilhões em 1975, sendo 
atualmente superior a 5 bilhões. O crescimento da população humana deveu-se a vários eventos na 
civilização, como o domínio do fogo, a prática da agricultura, a urbanização, a industrialização e os 
avanços na medicina, somados ao aumento do uso de recursos naturais.
Grande parte dos problemas de degradação ambiental no Brasil relaciona-se com a ausência 
de uma cultura de ocupação dos espaços tropicais, respeitando as características dos diversos 
ecossistemas, notadamente suas riqueza e diversidade e da inadequação dos processos de gestão 
dos recursos naturais. 
A deterioração ambiental teve sempre o impulso de empreendimentos econômicos que não 
consideraram as alterações do meio em seus custos, iniciando com a extração do pau-brasil, que 
acarretou a derrubada de faixas extensas de mata pluvial tropical Atlântica no Nordeste, esteve 
associada às práticas agrícolas não conservacionistas, notadamente de monoculturas, seja 
canavieira, cafeeira, da soja, de pastagens e de florestas homogêneas, além da tradição itinerante 
que algumas destas culturas tiveram no passado, ao estabelecimento de um modelo de propriedade 
da terra que favoreceu a sua exploração e não como espaço de vida e, em conseqüência, o 
estabelecimento de grande quantidade de latifúndios, à extração de diversos minérios, feita sem 
qualquer tecnologia conservacionista, às grandes obras hidrelétricas, rodoviárias e ferroviárias não 
planejadas em relação às características ambientais, à ausência de políticas urbanas diante da 
crescente metropolização das cidades, estimulada pelo êxodo rural e por fluxos migratórios, 
principalmente a partir do Nordeste, à industrialização sem regras ambientais, feita através da 
importação de equipamentos obsoletos, altamente poluentes, que vinham sendo substituídos em 
países mais desenvolvidos, da ausência de tradição na conservação do patrimônio histórico e 
artístico, e da complacência dos órgãos responsáveis pelo cumprimento da legislação ambiental.
Também ressaltam na desvalorização das questões ambientais problemas econômicos e 
sociais que influem em países como o Brasil, como a dívida externa e as ações para o seu 
pagamento, comprometendo grande parte das divisas do país, a pobreza de grande parte da 
população, com conseqüência na saúde e na educação, a desigualdade social que vem se 
acentuando com a concentração de renda, o analfabetismo que impede o exercício pleno da 
cidadania, o desemprego que gera um conjunto de problemas sociais, e a falta do exercício pleno da 
democracia, levando a que os problemas ambientais não sejam considerados pela sociedade como 
problemas de qualidade de vida.
Além desse conjunto, um dos mais importantes indutores do conflito que existe à conservação 
da diversidade biológica é a mudança, ao longo da história, na relação entre o homem e a natureza, 
posicionados atualmente como opostos, sendo que poucas ações são concretizadas considerando o 
homem como componente da própria natureza.
Bioma é a mais ampla comunidade biótica reconhecida no nível geográfico, sendo definido 
como uma subdivisão biológica que reflete as características ecológicas e fisionômicas da vegetação. 
Corresponde, de um modo geral, às regiões climáticas, ainda que outros fatores ambientais possam 
ser importantes, como o solo e o fogo, sendo caracterizado em termos de todos os organismos vivos 
e de suas interações com o ambiente. É equivalente aos termos formação vegetal e tipos de 
formação, que são tipos de vegetação mundiais, com uma aparência e formas de vida uniformes 
(ALARY, 1994). Os biomas que contêm muitas formas de vida são os mais ricos em espécies de 
2
plantas e de animais, já que esta é uma característica das espécies, e situa-se em regiões sob 
temperaturas elevadas, precipitações pluviais regulares e solos desenvolvidos, o que determina, pela 
ausência de limites físicos do ambiente, interações bióticas muito fortes, outro fator relevante à 
riqueza e à diversidade biológicas.
A distribuição dos biomas na superfície terrestre relaciona-se principalmente com os climas e, 
dentre os seus fatores, mais diretamente com a temperatura e a precipitação. Em regiões de climas 
transicionais, o fogo e características do solo são os maiores determinantes. Quando são respostas 
às características de climas, os biomas são denominados zonais e quando são determinados por 
outros fatores, em geral o substrato ou o fogo, são chamados azonais.
A maior parte do território brasileiro, de aproximadamente 8.512.000Km2, situa-se em região 
tropical, no Hemisfério Sul (AZEVEDO, 1972), e por sua posição no globo terrestre, sua grande 
extensão territorial, a forma do continente sul-americano, as diversas características 
geomorfológicas, a ação de correntes atmosféricas e oceânicas e de massas de ar, contém diversas 
regiões climáticas. Associadas à influência de substratos variados, incluindo tipos de solos, e à 
história pretérita do continente sul-americano, seja relacionada à deriva continental, a movimentos de 
massa diversos, paleoclimas e fluxos migratórios de plantas e de animais, grupos de plantas e 
animais evoluíram conjuntamente, sob condições particulares de clima, solo e diversos outros níveis 
de interações, diferenciando-se de maneira a compor faunas e floras características de seus vários 
biomas ou formações vegetais, que ainda preservam grande parte da diversidade biológica de todo o 
planeta.
Está predominantemente sob a ação de Massas Tropicais, Continentais e Oceânicas, e da 
Massa Polar Oceânica, na região Sul, até o estado de São Paulo e, como conseqüência, a maioria 
de seu território está sob climas tropicais, apresentando, ainda, clima semi-árido no Nordeste e 
climas mesotérmicos, temperados quentes e úmidos, no Sul e no Sudeste, com precipitações que 
vão de 250 mm a até mais de 4000 mm por ano. Podem-se sintetizar os tipos de clima no Brasil da 
seguinte maneira: Clima Tropical de Floresta Pluvial, na Amazônia e na costa Atlântica no Sul, 
Sudeste e Nordeste, Clima Tropical de Savana, no Brasil Central, Clima Semiárido Estépico, de 
baixas altitudes, da Caatinga no Nordeste, Clima Mesotérmico Subtropical Úmido, sem estação seca 
e verões quentes, da Floresta Ombrófila Mista, ou com Araucaria, e dos Campos Sulinos, Clima 
Mesotérmico Oceânico, sem período seco, quente a moderadamente frio, da Floresta Ombrófila 
Mista, e Clima Mesotérmico Subtropical Úmido, com inverno seco, da Floresta Estacional 
Semidecidual, (NIMER, 1989).
Cerca de 5.000.000Km2 do território nacional correspondem a áreas cristalinas fortemente 
trabalhadas pelo tectonismo e pela erosão - serras e planaltos cristalinos representadas 
principalmente pelos Maciços das Guianas, do Brasil Central e Atlântico, e a bacias de sedimentação 
muito antigas, paleozóicas, ressaltando-se as Bacias do São Francisco, Corumbá, Itajaí, Parnaíba, 
Amazônica e do Paraná, e mesozóicas, onde se salientam o deserto Botucatu e o vulcanismo 
basáltico, a Bacia do Alto Paraná - chapadas e planaltos sedimentares. Os restantes 3.500.000 km2
constituem as terras baixas do país - tabuleiros e planícies, de natureza sedimentar e de formação 
recente, terciárias, onde salienta a série Barreiras, e Quaternárias, destacando-se o pantanal mato-
grossense e os depósitos litorâneos (AZEVEDO, 1972; ALMEIDA, 1972).Apesar de sua extensão territorial, o Brasil não possui grandes amplitudes altimétricas, 
variando a distribuição de suas terras em 60% até 300 de altitude e aproximadamente 3% acima de 
900m (AB’SABER, 1972).
O conjunto da ação do clima sobre rochas matrizes diversas, mais os depósitos e movimentos 
de massa, determinam a existência de diversos tipos de solo, salientando-se os Latossolos
(Oxisolos) na maior parte do território brasileiro. São caracterizados como solos antigos, profundos, 
bem drenados, ácidos, geralmente oligotróficos, na maioria das suas variações arenosos, e os 
Podzólicos (Ultisolos), encontrados em grande extensão da Amazônia, nas costas Nordeste-Sudeste, 
no centro do Paraná e do Rio Grande do Sul, no oeste e centro-nordeste de São Paulo, no leste de 
Minas Gerais e em manchas dispersas no Centro-Oeste e no interior do Nordeste, sendo solos 
estruturados, com horizontes bem definidos, geralmente oligotróficos, ácidos, arenosos; Luvissosolos 
(Bruno-não-Cálcico), que são solos moderadamente rasos, com muitas pedras na superfície, que 
ocorrem na Caatinga nordestina, juntamente com Litossolos (Entisolos), que são solos não 
3
desenvolvidos, que também aparecem em regiões montanhosas, às vezes formado por depósitos 
recentes de areias quartzosas, caracterizando-se como solos incipientes, rasos ou não estruturados, 
com características físicas e químicas variadas, e Cambissolos ou Inceptisolos, que aparecem nas 
margens do Rio Amazonas, no Pantanal, em Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, e no litoral 
Sudeste, sendo fracamente estruturados, recentes, podendo ter origem aluvial ou de depósitos 
marinhos (EMBRAPA, 1999; IBGE, 1992; PRADO, 2000).
A relação das características físicas e químicas dos solos com o relevo acarreta em que grande 
parte do território brasileiro seja impróprio à ocupação agrícola (IBGE, 1997).
Este conjunto de características encontradas no território brasileiro é responsável pela 
existência atual de diversos biomas, enquanto o seu grau de conservação tem relação com os usos e 
ocupações das áreas de sua ocorrência. 
No Brasil existem várias categorias de Unidades de Conservação, que são áreas protegidas e 
representativas de biomas significativos do território federal, que podem ser estabelecidas nos níveis 
federal, estaduais e/ou municipais, entre elas as de uso indireto de recursos, que não prevê a 
ocupação humana, onde se insere a categoria de Reserva Científica, que é a mais restritiva, 
incluindo-se as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas e as Reservas Ecológicas, os que 
permitem a visitação pública, como os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, os Parques 
Florestais, os Bosques Municipais e os Parques Ecológicos, os Monumentos Naturais, como as 
Áreas Tombadas, as Áreas Especiais de Interesse Turístico e Locais de Interesse Turístico e as 
Cavernas, os Santuários de Vida Silvestre, como as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, as 
Áreas de Relevante Interesse Ecológico e as Áreas sob Proteção Especial. As Unidades de 
Conservação que permitem a ocupação humana são as de uso direto dos recursos, como as Áreas 
de Proteção Ambiental, as Reservas Indígenas, as Áreas de Recursos Manejados, as Florestas 
Nacionais, Estaduais e Municipais e as Reservas Extrativistas. Uma categoria que preserva áreas 
para posterior destinação é a Reserva de Destinação, como são as Reservas Florestais e as 
Florestas de Domínio Privado (BRUCK et al, 1995).
Há diversas Unidades de Conservação, com diferentes graus de restrição, estabelecidas em 
áreas de tensão ecológica, ou de transição entre biomas, como entre a Floresta Ombrófila Densa e a 
Floresta Estacional Semidecidual, entre o Cerrado e a Caatinga, entre a Floresta Ombrófila Mista e a 
Floresta Ombrófila Densa ou a Estacional Decidual, entre o Cerrado e a Floresta Estacional 
Semidecidual, entre outras, não tratadas neste trabalho.
Embora a legislação ambiental brasileira seja considerada das mais modernas e amplas, 
protegendo as águas e suas margens, parte da flora e da fauna, o solo, diversos biomas e 
paisagens, há baixa eficiência em sua aplicação, o que tem permitido a continuidade da degradação 
de áreas dos diversos biomas brasileiros, alguns dos quais já incapazes de representar toda a 
heterogeneidade que continham, principalmente a sua riqueza e diversidade biológica.
Aqui serão tratados os biomas: Florestas Pluviais Tropicais, Floresta Temperada Quente e 
Úmida. Floresta Estacional Semidecidual, Complexos da Caatinga, do Cerrado, do Pantanal e da 
Planície Litorânea
Florestas Pluviais Tropicais - Florestas Ombrófilas Densas ou Florestas Perenifólias Higrófilas -
Encontram-se no norte, oeste e leste da América do Sul a, até, 30ºS nas cadeias montanhosas no 
leste do Brasil, ocupando mais de 3,57 milhões de quilômetros quadrados, ou 30% da área de todas 
as florestas tropicais existentes no mundo (EMBRAPA, 1996).
Os solos sob estas florestas são bastante lixiviados, em geral pobres em nutrientes e ácidos, 
contendo uma camada de húmus bastante desenvolvida. A ciclagem de nutrientes é essencialmente 
biológica, tendo os decompositores e detritívoros papéis preponderantes no processo.
São os biomas terrestres mais ricos e diversos, apresentando complexidade estrutural que 
favorece a existência de muitos nichos ou funções ecológicas para as espécies. Por situarem-se em 
regiões de alta produtividade, sem estresses climáticos, que favorecem interações biológicas 
complexas, têm a maioria das suas populações estenoéca, isto é, com amplitude ecológica muito 
estreita, especializando-se na obtenção de certos recursos e compondo nichos muito estreitos.
Estas florestas são encontradas sob climas tropicais chuvosos, sem nenhuma estação seca 
(Af) ou de monção, com breve estação seca, que pode extender-se a até 3 meses, e chuvas intensas 
4
no resto do ano (Am) e, por isto, suas espécies de plantas não apresentam padrões fenológicos 
marcados por sazonalidade climática.
No Brasil há duas diferentes Florestas Pluviais Tropicais: a Floresta Pluvial Tropical Amazônica, 
que corresponde à maior extensão das genericamente denominadas Florestas Amazônicas, e a 
Floresta Pluvial Tropical Atlântica, que equivale à Floresta Costeira das chamadas Matas Atlânticas.
Floresta Pluvial Tropical Amazônica - As florestas na Amazônia compõem a maior extensão de 
Florestas Pluviais Tropicais em toda a Terra, ocupando no território brasileiro principalmente os 
Estados do Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima e áreas dos estados de Mato 
Grosso, Tocantins e Maranhão, num total aproximado de 40% do território nacional (3.300.000Km2) 
(EMBRAPA, 1996).
São encontradas sob climas com pluviosidades superiores a 1750mm chegando a 3500mm, 
com até dois meses de seca, temperaturas médias anuais de 24ºC a 26ºC, variando entre as 
temperaturas absolutas de 8ºC e 38ºC (NIMER, 1989), com maiores variações diuturnas que anuais.
Na porção centro-ocidental da Amazônia situa-se a região sob clima de maior precipitação e menor 
sazonalidade de toda a região, sem mês seco, que gradualmente apresenta transições aos climas 
savânicos, mais secos, no sul e norte, e do semi-árido, no leste desta região. A posição da bacia 
amazônica próxima do Equador e a topografia plana na qual, em geral, está situada, permitem que 
grande quantidade de radiação solar e, portanto, de energia, chegue diretamente à sua superfície. 
Estabelecem-se predominantemente sobre Latossolos, de baixa fertilidade, ácidos e arenosos. 
O número elevado de rios que drenam a região amazônica promove interações complexas entre 
biomas terrestres e aquáticos.
A extensão ocupada por estas florestas garante que contenham a maior quantidade de 
espécies de plantas e de animais dentre os biomas terrestres. Situam-se em região pouco povoada, 
com paisagens naturais pouco alteradas (MOREIRA, 1998).
Distingue-se como a principalFloresta Pluvial Tropical Amazônica a de Terra Firme ou Hiléia, 
que se situa sobre o tabuleiro da Formação Barreiras, sobre os planaltos amazônicos, as serras e 
superfícies de arrasamento do Maciço Guiano e sobre as superfícies de arrasamento do Brasil 
Central (IBGE, 1972). A Floresta Ombrófila Densa de Terra Firme é a Floresta Amazônica mais 
desenvolvida, com árvores que chegam a 60m de altura, apresentando-se muito complexa em sua 
estrutura vertical.
São distintos seis tipos de Florestas de Terra Firme na Amazônia: Floresta Densa, Floresta 
Aberta sem palmeiras, Floresta Aberta com palmeiras, Floresta de cipós, Floresta Seca, na transição 
com a Savana no Brasil Central – Semidecidual, e Floresta Montana (PIRES & PRANCE, 1985). 
A Floresta Amazônica foi explorada de forma extrativista desde o século XVIII, quando 
incursões a partir de São Paulo foram feitas pelas entradas na busca de minérios, escravos e, 
principalmente, de produtos da floresta, genericamente chamados de drogas do sertão: plantas e 
ervas medicinais, aromáticas e alimentícias. 
No século XIX inicia-se o ciclo da exploração da borracha, que é o látex extraído da seringueira 
(Hevea brasiliensis - Euphorbiaceae), que se distribui na margem direita dos rios Solimões e 
Amazonas, nos estados do Amazonas, Pará, Acre e Rondônia, ensejando uma onda migratória, 
principalmente do Nordeste, com o conseqüente aumento da população na região, estabelecidas nas 
margens dos rios, e iniciando a produção agrícola em áreas florestadas ou de várzeas, além de 
ampliar a caça e a pesca, sendo a sua exploração feita sem a derrubada da árvore. A sua 
importância econômica levou ao estabelecimento de projeto fracassado de exploração da borracha, 
com plantio em larga escala pelo capital estrangeiro, que construiu uma cidade, Fordlândia, com uma 
indústria de processamento primário da borracha (JOFFILY, 1998). Este fracasso foi devido ao 
ataque de um fungo (Microcyclus ulei - Dothideaceae), que em condições naturais não configura um 
agente patogênico importante. No início do século XX, o plantio homogêneo da seringueira no 
Oriente, onde não há o fungo patogênico do Brasil, substituiu a produção brasileira.
Diversos projetos agropecuários estabeleceram-se ao longo do tempo, ressaltando-se a 
produção de pimenta, por colonos japoneses, e da juta. Das atividades de exploração e de extração, 
podem-se ressaltar a obtenção da castanha-do-Pará (Bertholetia excelsa – Lecythidaceae), do pau-
5
rosa (Aniba rosaefolia – Lauraceae), de plantas medicinais e a caça, que podem ser atividade 
predatórias. 
Atividades de extração de madeira nesta floresta extremamente diversificada, invariavelmente 
levam à derrubada de uma grande quantidade de árvores que não têm elevado valor econômico. 
Entre as espécies exploradas para madeira, salienta-se a extração do mogno (Swietenia macrophylla
– Meliaceae), que tem densidade maior entre os domínios das Florestas Ombrófilas Densa e Aberta.
A história recente da devastação de grandes áreas de Floresta Ombrófila Densa Amazônica 
está estreitamente ligada às políticas estabelecidas pelos governos militares, que se instalaram no 
poder em 1964, especificamente a partir do Plano de Integração Nacional, implantado durante o 
governo do general Emílio Garrastazu Médici em resposta às secas no Nordeste e ao vazio 
demográfico da Amazônia. São desta época os incentivos fiscais à ocupação da Amazônia, em Mato 
Grosso e no Pará, através de grandes projetos agropecuários de, em média, 47 mil hectares, assim 
como os projetos agrícolas de assentamento em Rondônia, Pará, Acre e Mato Grosso, 
principalmente ocupados por agricultores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, e a construção 
de grandes vias de acesso, como a fracassada rodovia Transamazônica, ao redor da qual propunha-
se o assentamento de 70 mil famílias (JOFFILY, 1998). Salientam-se as áreas ocupadas 
recentemente pela cultura da soja no norte do Mato Grosso e em Rondônia, sobre chapadas de solos 
férteis, com desmatamento de grandes áreas de floresta.
Também faz parte deste processo o estabelecimento do Projeto Jari, de 1,6 milhão de hectares 
ou, segundo o Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, 6 milhões de hectares, na divisa 
entre o Pará e o Amapá, um complexo que envolvia a agropecuária (gado, madeira e arroz), a 
mineração (caulim) e a indústria (celulose), que foi inviabilizado, em parte, pelo fracasso da 
introdução de uma espécie de árvore asiática, a gmelina (Gmelina arborea - Verbenaceae), para a 
produção de celulose.
A derrubada e as queimadas que vêm ocorrendo em trechos da Floresta de Terra Firme 
liberam para a atmosfera e para o solo quantidades elevadas de nutrientes, que são carregados para 
as camadas mais profundas pelas altas precipitações pluviométricas, diminuindo rapidamente a 
produtividade. Com a exposição da matéria orgânica e do húmus da superfície do solo, há oxidação 
acelerada alterando as suas características físicas e químicas. Nestes processos é liberada para a 
atmosfera uma grande quantidade de gás carbônico (CO2) incorporado na biomassa, considerado 
fator relevante à ampliação do efeito estufa. 
A topografia plana da porção central da Bacia Amazônica faz com que as barragens de 
hidrelétricas formem lagos que ocupam grandes extensões de áreas, alterando radicalmente os 
biomas de interface e parte da floresta sobre terra firme. Além disto, as águas que drenam a Bacia 
Amazônica correm lentamente, havendo depósitos de sedimentos nos leitos, que ficam rasos e 
diminuem a vazão, com conseqüências também para as Florestas de Várzea e de Igapó e para os 
Campos de Várzea.
A Bacia Amazônica contém em seu interior diversos depósitos minerais, incluindo a, talvez, 
maior província mineral de todo o mundo, a de Carajás, que ocupa uma área aproximada de 895 mil 
km2 com minério de ferro, bauxita, manganês, cobre, associado a ouro, prata e molibdênio, 
cassiterita, níquel, zinco, tungstênio, caulim, cromo e, em leitos de rios ou jazidas, o ouro (JOFFILY, 
1998), cujo garimpo tem representado dos maiores problemas ambientais na Amazônia, 
principalmente devido ao mercúrio e à quantidade de sedimentos que é levada para o interior dos 
rios. 
As maiores extensões da Floresta Ombrófila Densa Amazônica preservadas em Unidades de 
Conservação restritivas encontram-se em Parques Nacionais, Reservas Biológicas Nacionais e 
Estações Ecológicas, somando 7.218.227ha, e em Unidades de Conservação de uso direto, 
principalmente em Reservas Indígenas, Florestas Nacionais e em Reservas Florestais Nacionais, 
somando 9.396.593ha (BRUCK et al, 1995). 
Floresta Pluvial Tropical Atlântica - A costa atlântica brasileira, desde o norte do estado do Rio 
Grande do Sul até Vitória, no Espírito Santo, é acompanhada por elevações ou cadeias de 
montanhas costeiras que atingem 2900m de altitude. Estas serras e elevações são barreiras físicas 
às massas de ar que provêm o ano todo do Oceano Atlântico, saturadas de vapor de água. Ao 
6
depararem-se com estas barreiras, estas massas de ar se elevam, resfriam e causam precipitações 
pluviométricas elevadas, que chegam a atingir 4000mm anuais.
Do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo, as serras costeiras, onde salientam as Serras do 
Mar e da Mantiqueira, são formadas por rochas do Complexo Cristalino, compondo escarpas que 
favoreceram a manutenção do maior trecho contínuo deste tipo florestal, e daí, até o Rio Grande do 
Norte, há elevações do arenito da Formação Barreiras, compondo os tabuleiros, que raramente 
atingem 200m de altitude. Estes tabuleiros sustentam a Floresta Ombrófila Densa Atlântica em todo 
o Nordeste, exceto o sul da Bahia, até o norte do estado do Rio de Janeiro, quando são substituídos 
pelas escarpas da Serra do Mar. Esta floresta também ocupa as planícies litorâneas, mais próximas 
das serras costeiras, onde os solos são mais profundos e férteis,oriundos das rochas do cristalino, 
num total aproximado de 500.000Km2.
Nas diferentes latitudes há influência de massas de ar que promovem variações climáticas, de 
tal forma que no sul no país a Floresta Pluvial Tropical Atlântica contém várias espécies da Floresta 
Temperada Quente e Úmida, enquanto no nordeste há várias espécies comuns à Mata Ombrófila 
Densa Amazônica.
É encontrada sob climas com precipitações pluviométricas superiores a 1500mm, até 4000mm, 
com, no máximo, dois meses de seca, e até 35% das chuvas concentradas em 3 meses, 
temperaturas médias anuais de 20ºC a 24ºC, variando entre as temperaturas absolutas de 12ºC e 
38ºC (NIMER, 1989).
Por encontrar-se em altitudes variadas que, muitas vezes, superam 2000m, há mudanças nesta
floresta desde as planícies litorâneas, sobre solos aluviais ou depósitos marinhos, quase no nível do 
mar, até os topos das serras. Por isto fala-se em diversas florestas na encosta atlântica: nos topos 
de morros (Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana), nas encostas e nos fundos de vales (Floresta 
Ombrófila Densa Montana e Sub-Montana), e nos sopés das serras e sobre as planícies costeiras 
(Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas e Aluvial).
Situa-se em geral em encostas que favorecem a penetração de luz difusa em seu interior e, por 
isto, é extremamente complexa em sua estrutura vertical, composta por muitas espécies de líquens, 
musgos, ptridófitas e ervas no solo, arbustos, arvoretas e palmeiras no seu interior, lianas e epífitas, 
entre as quais muitas espécies de bromeliáceas, orquidáceas, gesneriáceas e pteridófitas, que 
recobrem a maioria das árvores de grande porte. 
A ocupação do território brasileiro pelos portugueses, a partir de 1500, iniciou-se pelo litoral, 
principalmente no Nordeste, e o primeiro ciclo econômico baseou-se na extração de um corante da 
madeira do pau-brasil (Caesalpinia echinata - Leguminosae), uma espécie característica da Floresta 
Pluvial Tropical Atlântica, com distribuição original desde o Rio Grande do Norte ao sul do estado do 
Rio de Janeiro. 
O segundo ciclo econômico relevante no Brasil foi o da cultura da cana-de-açucar, que 
estabeleceu-se inicialmente no litoral Sudeste e desenvolveu-se, principalmente, no litoral Nordeste, 
sobre solo do tipo massapê (Vertissolos ou Grumossolos), rico em montmorilonita, e sobre os 
tabuleiros, na chamada Zona da Mata, que se extende do Rio Grande do Norte ao Sergipe, 
exatamente na região do domínio da Floresta Pluvial Tropical Atlântica, que já nesta época teve sua 
cobertura original bastante reduzida. 
Esta cultura exigiu grande quantidade de mão de obra, inexistente no país na época, induzindo 
o estabelecimento do escravismo, com incursões ao interior do país na busca de mão-de-obra 
indígena, um dos fatores da expansão do território brasileiro, notadamente pelos bandeirantes 
paulistas e, posteriormente, da chegada de escravos africanos, entre 1531 e 1780, o que fez com 
que ingressassem no Brasil, aproximadamente, 1.900.000 escravos (CAMPOS & DOLHNIKOFF, 
1993), ampliando a necessidade de terras para a agricultura, em geral obtidas de áreas florestadas, 
e aumentou a exigência de lenha proveniente de florestas para o número crescente de moendas. Foi 
praticada em grandes propriedades ou latifúndios, principalmente no Nordeste.
A busca de ouro, prata e de pedras preciosas no interior do Brasil, teve início a partir de São 
Vicente, inicialmente no Rio Paraguai, até o genericamente denominado império inca, na Bolívia e no 
Paraguai. Posteriormente, foram descobertos depósitos de ouro na serra do Espinhaço, desde Belo 
Horizonte até São João Del Rey, iniciando a época do ouro, no século XVIII. Posteriormente foram 
descobertas minas de diamantes, o que favoreceu a abertura de caminhos através das serras 
7
litorâneas (DEAN, 1997). Este garimpo era efetuado por escravos negros e, também, atraiu grande 
contigente de europeus, aumentando a população residente, a produção de alimentos e as áreas 
ocupadas. 
Durante todo o período da ocupação inicial, feita principalmente na faixa litorânea, as serras 
costeiras no Sudeste e Sul do Brasil foram vencidas para atingirem-se os planaltos interiores, na 
busca de produtos de origem animal e vegetal, as drogas do sertão, em diversos biomas, 
principalmente da Amazônia, para a expansão das atividades agropecuárias e na busca de mão-de-
obra escrava indígena, sempre com alterações na Floresta Pluvial Atlântica. Também nas áreas da 
Serra do Mar próximas às planícies litorâneas, a extração do ouro ainda ocorre em áreas restritas, 
principalmente em São Paulo e Paraná.
O café (Coffea arabica – Rubiaceae) teve sua introdução no Brasil feita em Belém, sendo 
plantado para consumo doméstico, mas como cultura econômica a cafeicultura estabeleceu-se no 
Rio de Janeiro, no início do século XIX, extendendo-se pelo Vale do Rio Paraíba em direção a São 
Paulo, ocupando áreas no domínio da Floresta Ombrófila Densa Atlântica.
Também neste século estabeleceu-se no sul da Bahia a cultura do cacau (Theobroma cacao -
Sterculiaceae), praticada em um sistema denominado de cabruca, que consiste na manutenção da 
estrutura dominante da floresta e o plantio do cacau no sub-bosque, em condições sombreadas. 
Atualmente, com problemas de doenças - vassoura-de-bruxa, a cacauicultura está em declínio, 
levando à derrubada da floresta para o estabelecimento de pastos.
Várias plantas do domínio da Floresta Pluvial Atlântica foram extraídas por seu valor comercial, 
sejam produtoras de madeira, como a peroba: Aspidosperma parvifolium – Apocynaceae, o pau-
ferro: Caesalpinia ferrea, o jacarandá-da-Bahia, Dalbergia nigra – Leguminosae, e a maçaranduba, 
Manilkara salzmannii - Sapotaceae, de palmito, Euterpe edulis - Palmae, medicinais ou ornamentais, 
como várias espécies de Orchidaceae, Marantaceae, Bromeliaceae e Gesneriaceae, entre outras. 
Cobrindo originalmente cerca de 1.200.000Km2, hoje resta em aproximadamente 92.000Km2
(7,5% do total original) (MITTERMEIER et al. 1999), nem sempre preservada, restrita às encostas 
íngremes, de difícil ocupação, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
As maiores extensões da Floresta Ombrófila Densa Atlântica preservadas em Unidades de 
Conservação restritivas encontram-se em Parques Nacionais e Estaduais, Reservas Biológicas 
Nacionais e Estaduais e Estações Ecológicas, principalmente nas Unidades de Conservação 
estaduais, somando 2.503.798ha, e em UCs de uso direto, principalmente em Áreas de Proteção 
Ambiental, somando 1.158.829ha (BRUCK et al, 1995). 
Floresta Temperada Quente e Úmida - Floresta Úmida de Coníferas, Floresta de Coníferas, Mata 
dos Pinhais, Floresta Subtropical, Floresta de Araucaria, Floresta Pluvial Subtropical, Floresta Pluvial 
de Araucaria, Floresta Ombrófila Mista, Mata Alta Subtropical ou Floresta Temperada Quente e 
Úmida - Distribui-se de forma contínua desde a porção central do estado do Rio Grande do Sul ao 
sudeste do estado de São Paulo, reaparecendo em manchas disjuntas nas elevações mais altas das 
serras da Mantiqueira e da Bocaina, no nordeste do estado de São Paulo e sudeste de Minas Gerais, 
em área aproximada de 1.200.000Km2. Esta floresta tem registros de ter ocupado uma área mais 
extensa no passado, quando da ocorrência de climas mais frios em áreas extensas do Sudeste, 
parecendo representar relito no domínio de florestas de dicotiledôneas, relacionado com altas 
altitudes de cadeias de montanhas costeiras.
Situa-se sob climas com precipitação média anual entre 1250mm a 2250mm, sem período de 
seca, embora apresente períodos de maior precipitação, quando 25%-33% do total de chuvas caem 
no intervalo de 3 meses (NIMER, 1989). 
As maiores precipitações a que estão sujeitas permitem as existência de plantas muito 
desenvolvidas e uma complexidade estrutural superior à observada nas florestas boreais de 
coníferas,embora ainda haja dominância de uma espécie.
Encontra-se sob clima temperado chuvoso e quente, sem estação seca e verão 
moderadamente quente, com o mês mais quente com temperatura média menor que 22ºC. As 
temperaturas médias anuais variam de 16ºC a 20ºC, com temperaturas absolutas de -10ºC a 40ºC. 
sobre solos pouco desenvolvidos, dos tipos Litossolos e Cambissolos, ou sobre solos desenvolvidos, 
principalmente Podzólico Vermelho-Amarelo ou Alissolo.
8
Acha-se em regiões de abaixamento acentuado da temperatura no inverno, inclusive ocorrência 
de geadas, que impõe um ritmo sazonal aos seus eventos fenológicos. É um tipo vegetacional que é 
melhor conhecido quando representada pelo domínio de Araucaria angustifolia - Araucariaceae, o 
pinheiro-do-Paraná, espécie de pinheiro que se caracteriza por sua forma típica de candelabro. É 
denominada genericamente, por isto, de Floresta de Araucaria. No Rio Grande do Sul, Santa 
Catarina e Paraná pode aparecer associada a outra gimnosperma, o podocarpus (Podocarpus 
lambertii - Podocarpaceae). Apesar do domínio da araucária em muitas regiões, esta floresta contém 
fauna e flora muito ricas, com muitas espécies características.
Salienta-se nesta floresta a ação dispersora de sementes de araucária feita pelas gralhas, que 
enterram muitas das sementes coletadas para posterior alimentação e algumas, esquecidas, têm 
melhores condições para germinação.
No século XIX a cultura do fumo extendia-se pela porção centro-leste do estado do Rio Grande 
do Sul, em áreas do domínio da Floresta Ombrófila Mista. No início do século XX a cultura do mate 
expandiu-se desde o interior do Rio Grande do Sul pelo oeste do Paraná ao Mato Grosso do Sul 
(CAMPOS & DOLHNIKOFF, 1993).
A ocupação das áreas sob seu domínio deu-se a partir do século XVII, com a entrada de 
bandeirantes e, principalmente, dos criadores de gado, embora apenas no século XIX instalam-se os 
migrantes no Rio Grande do Sul, nas encostas sulriograndenses, em Santa Catarina, nos Vales dos 
rios Itajaí, Itapocu e Tubarão, e no Paraná, no Planalto de Curitiba, em pequenas colônias, 
inicialmente de alemães e, posteriormente, também de italianos, franceses e eslavos, entre outros, 
enquanto no século XX volumosas correntes migratórias processaram-se dentro dos quadros 
regionais, com descendentes dos antigos imigrantes e colonos ocupando as matas do oeste 
catarinense e paranaense (IBGE, 1972).
Um modelo diferenciado de colonização estabeleceu-se no Paraná, em Santa Catarina, no Rio 
Grande do Sul e, também, no Espírito Santo e em pontos de São Paulo e Rio de Janeiro, baseado 
em propriedades pequenas - 20-25ha - inicialmente de alemães e, depois, também de italianos, 
poloneses, ucranianos, húngaros, romenos e letões (JOFFILY, 1998). Eram propriedades familiares, 
de onde o crescimento das famílias originou grande parte do contingente que ocupou a partir da 
década de setenta o Brasil Central e a Amazônia, com projetos agropecuários como os de plantio de 
soja.
As maiores extensões da Floresta Ombrófila Mista preservadas em Unidades de Conservação 
restritivas encontram-se em Parques Nacionais e Estaduais, Reservas Biológicas Estaduais e 
Estações Ecológicas, principalmente nas UCs estaduais, somando 257.680ha, e em Unidades de 
Conservação de uso direto, principalmente em Áreas de Proteção Ambiental e em Florestas 
Nacionais, somando 143.021ha (BRUCK et al, 1995).
Floresta Estacional Semidecidual - Florestas Tropicais Semideciduais, Floresta Semidecidual 
Tropical, Floresta Estacional Tropical, Florestas Mesófilas, Floresta Pluvial Estacional Tropical, 
Floresta Estacional Mesófila Semidecidual, Mata do Rio Paraná, Floresta Tropical Mesofítica 
Latifoliada Semidecidual, Floresta Subcaducifolia - O domínio desta floresta situa-se, em sua maior 
extensão, no Sudeste do Brasil, com áreas contínuas ao Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, e ao 
Paraná, no Sul, aparecendo, ainda, em regiões descontínuas na borda da Floresta Ombrófila Densa 
Amazônica, em Roraima, Mato Grosso e Pará, na escarpa oriental da Serra da Borborema, que se 
extende do norte de Alagoas ao sul do Rio Grande do Norte, no agreste nordestino, e nas áreas 
transicionais da Floresta Ombrófila Densa Atlântica para o agreste nordestino, na Zona da Mata no 
Nordeste. Uma área de Floresta Estacional Semidecidual sob clima Temperado Quente e Úmido, 
ocorre no Rio Grande do Sul, ocupando a vertente leste do Planalto e a parte leste da Depressão
Central Gaúcha. 
Situa-se sob climas sazonais, dos tipos tropical chuvoso, com chuvas de verão (Aw) e 
temperados chuvosos e quentes (Cwa e Cwb), com chuvas de verão, com verão quente ou 
moderadamente quente, com um período marcadamente seco, de 3 a 4 meses, precipitações anuais 
entre 1500 e 2000mm, concentradas de 40-50% em três meses, temperaturas médias de 18ºC a 
22ºC e temperaturas absolutas de –4ºC a 40ºC, com ocorrência de geadas no Paraná, São Paulo e 
Minas Gerais. (NIMER, 1989).
9
Ocorre sobre Latossolos e sobre solos Podzólicos, profundos, lixiviados, distróficos, no oeste 
do Estado de São Paulo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, na Bahia em Alagoas, em 
Pernambuco, no Mato Grosso e no sul do Pará, ou sobre Latossolo Roxo, eutrófico, formado de 
derrames basálticos que ocorreram de Goiás ao Rio Grande do Sul, formando a Serra Geral, 
salientando as regiões na margem das Cuestas Basálticas em São Paulo, na Depressão Periférica, e 
no norte do estado do Paraná, além de manchas isoladas no sul do Mato Grosso do Sul e de Goiás. 
Sob esta condição esta floresta apresenta composição florística e estrutura diferenciadas da floresta 
sobre os solos distróficos, salientando-se a maior quantidade de espécies de madeira de elevado 
valor econômico e o seu maior desenvolvimento.
A ciclagem de nutrientes é rápida, sendo os detritívoros e decompositores que atuam na 
serapilheira os responsaveis pelo maior volume de material ciclado.
É uma floresta bastante desenvolvida, que apresenta arranjos verticais muito complexos, 
havendo diversas espécies características da sub-mata, que são plantas herbáceas, arbustos e 
árvores de pequeno porte, além de conter lianas e epífitas, sendo que suas espécies de árvores, 
emergentes ou do dossel respondem ao clima com um ritmo sazonal, que determina que parte das 
suas populações perde folhas no período seco do ano, caracterizando a semi-deciduidade foliar, e 
caracterizando padrões de floração e de frutificação relacionados com a sazonalidade climática 
(Figura 4). 
Situa-se próximo das regiões do país com as mais altas densidades demográficas humanas, 
em topografias que favorecem atividades agropecuárias e, por isto, é o bioma que se encontra mais 
alterado para a prática de várias atividades agrícolas. Além disto, contém várias espécies de 
interesse econômico, como as perobas, os jequitibás e as canelas, o que resultou em não existirem 
mais áreas significativas deste bioma em todo o seu domínio.
No Nordeste esta floresta tem seu domínio nas regiões interiores do domínio da Floresta Pluvial 
Tropical Atlântica, compondo a Zona da Mata, onde deu lugar à cultura da cana-de-açucar e à 
pecuária desde o início do século XVI e, posteriormente, a grandes aglomerados urbanos. No século 
XVIII a cana-de-açucar expandiu-se no planalto paulista, em áreas da Floresta Estacional 
Semidecidual, sendo exportada para Portugal via Porto de Santos, denominado nesta época de porto 
do açucar.
A partir da metade do século XIX, a cafeicultura expandiu-se desde o Vale do rio Paraíba do 
Sul em direção ao interior de São Paulo, chegando à sua região central e, no final do século, à sua 
região norte, e aos estados de Minas Gerais e Espirito Santo. No início do século XX a cafeicultura 
ocupou o oeste do estado de São Paulo e, posteriormente, o norte do Paraná (CAMPOS & 
DOLHNIKOFF, 1993), sempre em áreas do domínio da Floresta Estacional Semidecidual.
Nofinal do século XIX, após a libertação dos escravos, são atraídos migrantes, notadamente 
da Itália e da Espanha, para as fazendas de café. Esta ocupação foi acompanhada inicialmente pelo 
estabelecimento de uma densa malha ferroviária, para o escoamento da produção, nas margens das 
quais ocorreu o estabelecimento de núcleos urbanos que, por sua vez, exigiam o aumento da área 
para a produção agropecuária.
A cafeicultura foi a maior responsável pela destruição do bioma Floresta Estacional 
Semidecidual, da qual restam poucos trechos, pequenos, em geral muito alterados, incapazes de 
representar as suas riqueza e diversidade e variações dependentes da fertilidade dos solos 
(Latossolo Roxo, Terra Roxa Estruturada, Latossolo Vermelho ou Vermelho-Amarelo). 
No início da década de 60 este tipo de floresta ainda estava mantida em áreas extensas nos 
estados de Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais e sul da Bahia, de onde desapareceu
até o final da década de 80 (EMBRAPA, 1996). Em meados da década de 70 até o início da de 80, é 
estabelecido no país o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que durou até o fim dos anos 80, 
que levou à expansão da área de cultivo da cana-de-açucar, principalmente no estado de São Paulo 
mas, também, no Paraná e no Mato Grosso do Sul, o que teve como conseqüência a destruição de 
muitos fragmentos remanescentes deste tipo florestal. 
Durante este período a cana-de-açucar dividiu grande parte do território paulista com a 
citricultura que, com a soja, compõe item importante nas exportações brasileiras. No Paraná, além 
da soja e do algodão, o trigo, cultura de inverno, tem expandido sua área cultivada. Esta floresta 
10
situa-se em regiões de densidade populacional elevada, onde a agricultura utiliza, em geral, 
tecnologia avançada.
As maiores extensões da Floresta Estacional Semidecidual preservadas em Unidades de 
Conservação restritivas encontram-se em Parques Nacionais e Estaduais, Reservas Biológicas 
Estaduais e Estações Ecológicas, principalmente nas UCs estaduais, somando 338.380ha, e em 
Unidades de Conservação de uso direto, principalmente em Áreas de Proteção Ambiental, somando 
690.730ha (BRUCK et al, 1995).
Complexo do Cerrado - Ocorre no norte da Amazônia, em Roraima, e no Brasil Central. Ocupa, no 
Brasil Central, uma área aproximada de 2.100.000Km2, dos quais 700.000 Km2 com forte ação 
antrópica (EMBRAPA, 1996).
Situa-se principalmente sob clima tropical, com precipitações entre 500 e 1500mm anuais, 
chuvas de verão (Aw) e invernos secos, de até 5-7 meses, típico de savanas, ou sob clima 
temperado chuvoso e quente (Cwa), com mês de maior temperatura média superior a 22ºC.
Encontra-se predominantemente sobre Latossolos e sobre Solos Podzólicos (Alissolos), 
profundos e arenosos, o que acentua o efeito do período de seca, bastante lixiviados, distróficos, 
ácidos, com teores elevados de alumínio, e com baixa capacidade de reter nutrientes, pela pequena 
quantidade de humus ou, ainda, sobre Areias Quartzosas e sobre camadas lateríticas (Neossolos), 
que impedem o desenvolvimento de plantas de grande porte.
A maioria das plantas perde folhas ou tem morte de seus ramos de brotamento no período 
seco do ano, que varia de 3 a 5 meses, acarretando no acúmulo de material combustível sobre o 
solo. Os eventos fenológicos, como a floração, frutificação, brotamento e queda de folhas são 
marcados pelos ritmos climáticos, além das espécies apresentarem estruturas caulinares e 
subterrâneas, que permitem sua sobrevivência durante as queimadas, que ocorrem no período seco 
do ano.
O Cerrado é formado por três diferentes biomas: Campos Limpos, Savanas e Florestas 
(Cerradão), sendo que as savanas se distinguem em Campo Sujo, Campo Cerrado e Cerrado senso 
restrito (COUTINHO, 1978), nos quais ocorrem árvores esparsas, em diferentes densidades, por 
entre as quais desenvolve-se um estrato herbáceo denso, dominado por gramíneas. O que dá uma 
unidade a esta vegetação são as floras arbustivo-arbórea (silvestre) e herbáceo-subarbustiva 
(campestre), que interpenetram as diversas fisionomias savânicas do Cerrado. 
As fisionomias são determinadas ora pela quantidade de nutrientes ou pela existência de uma 
camada de impedimento no solo (lateritas), ora pela freqüência e intensidade das queimadas e, em 
geral, o climax é estabelecido por vários fatores atuando conjuntamente (policlímax).
O Complexo do Cerrado ocupa aproximadamente 25% do território nacional, distribuindo-se de 
forma contínua nos Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, no Distrito Federal, no centro-
sul de Mato Grosso, sul do Maranhão e do Piauí, oeste da Bahia e centro-oeste de Minas Gerais. 
Aparece, ainda, em manchas disjuntas nos Estados do Paraná, São Paulo, Pernambuco, Rondônia, 
Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. Há Savana, também, no Rio Grande do Sul, compondo os 
Campos Temperados, com flora e fauna muito distintas das do Cerrado.
A região de ocorrência deste complexo assenta-se sobre as superfícies de aplainamento e 
sobre os Chapadões do Brasil Central, além de ocupar parcialmente a Depressão Central.
É um conjunto de biomas no qual o fogo é relevante na ciclagem de nutrientes pela atmosfera e
no solo, podendo levar a um empobrecimento de áreas queimadas intensivo e freqüentemente, e de 
determinar adaptações da flora e da fauna. Além de ocorrerem queimadas naturais, existem dados 
que indicam queimadas antrópicas muito antigas, com registro de sua incorporação nos hábitos 
culturais dos índios, que poderiam atuar há muito tempo. 
As formações e fisionomias são determinadas ora pela quantidade de nutrientes ou pela 
existência de uma camada de impedimento no solo (lateritas), ora pela freqüência e intensidade das 
queimadas e, em geral, o climax é estabelecido por vários fatores atuando conjuntamente 
(policlímax).
No sul do Estado do Mato Grosso do Sul aparece a maior área contínua de Campo Limpo no 
Centro-Oeste, denominada de Campo de Vacaria, atualmente extremamente degradado, devido ao 
pastoreio intensivo e às queimadas freqüentes, o que não permite a sua identificação com o Campo 
11
Limpo do Cerrado, embora sua localização permita inferir sobre a contribuição maciça de sua flora. 
Excepcionalmente para a região, situa-se sobre solo fértil, originado de rocha magmática vulcânica 
básica. (SANTOS et al., 1977), sendo um campo de espécies de Gramineae, que formam um tapete 
herbáceo contínuo, entremeado às vezes por poucas plantas arbustivas. 
O Cerradão ocorre predominantemente nas regiões de transição deste domínio para os 
domínios de florestas, principalmente no norte de Mato Grosso, no oeste do Piauí e em São Paulo, 
onde era a fisionomia predominante do Cerrado. 
Um grande número de árvores e de plantas herbáceas apresenta sistemas subterrâneos muito 
desenvolvidos, como os xilopódios, por exemplo, o que permite sua sobrevivência nos períodos mais 
secos do ano e a sua rebrota após as queimadas, sendo comum a reprodução vegetativa.
Os caules apresentam suber bastante espesso, que atua como isolante térmico durante as 
queimadas, protegendo os tecidos mais sensiveis. As árvores são tortuosas, devido a morte das 
gemas e rebrota lateral, entre outros fatores.
O Cerrado tem sido o palco onde as populações indígenas desenvolveram culturas diferentes 
em decorrência de suas origens, seu tempo histórico e suas possibilidades tecnológicas. Grupos de 
caçadores-coletores que ocuparam as áreas do Cerrado poderiam obter recursos de coleta e cata, 
como ovos de aves e de répteis, insetos comestíveis, mel silvestre e moluscos, a caça de mamíferos, 
de espécies variadas e de tamanhos diversificados, desde cervos, veados, capivaras, macacos, 
tamanduás, tatus, de répteis, como as tartarugas, jacarés e os lagartos, espécies de aves, como as 
emas, além de peixes e frutos. (BARBOSA & SCHMITZ, 1998)
Há cerca de 4000 anos atrás,os povos Jê espalham-se pelo Brasil Central, no domínio do 
Cerrado, trazendo o hábito da cultura de milho e do feijão e da pesca com o timbó, um cipó tóxico 
que entorpece os peixes (JOFFILY, 1998). No domínio do Cerrado são registradas queimadas de 
mais de 10.000 anos, que podem ser de origem natural ou antrópica. É conhecida a prática da caça 
associada à queimada de áreas delimitadas no Cerrado, com conseqüente rebrota de plantas 
herbáceas, principalmente gramíneas, que atraem diversos animais herbívoros para o pastejo. 
Porque o cerrado situa-se em topografia favorável à agricultura, é um bioma que vem sendo 
devastado em todo o país, e porque é rico em espécies de gramíneas, é usado como pasto natural 
para a pecuária extensiva, estimulada pela derrubada e rareamento de arbustos e árvores, colocando 
os nutrientes em disponibilidade na atmosfera e no solo, através das queimadas.
No século XIX, a pecuária extensiva baseada em pastos naturais, já havia se instalado em todo 
o Brasil Central, onde ainda prevalece na porção norte do domínio do Cerrado, melhor preservado, 
enquanto nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo acha-se sob 
atividade pecuária que emprega técnicas modernas e sob agricultura de exportação, principalmente 
da soja, de citricultura e da cana-de-açucar, altamente tecnificadas, com maior grau de devastação. 
A idéia de ocupação do Planalto Central brasileiro teve sua maior expressão na mudança da 
capital do país para região do Cerrado (Brasília, DF), em 1960, e pelo incentivo à agricultura, ligado à 
adoção de estratégias e políticas de desenvolvimento e investimentos em infra-estrutura entre 1968 e 
1980 (ALHO & MARTINS, 1995), já que não há impedimento mecânico ao seu uso agropecuário, 
porque os solos do Cerrado são passíveis de uso com calagem e adubação, além de irrigação. Por 
isto, grandes áreas calcáreas no domínio do Cerrado, principalmente de cavernas calcáreas, têm 
sido exploradas com alterações ambientais irreversíveis.
Foi notadamente em meados da década de sessenta que houve expansão acentuada da
agropecuária nas regiões ocupadas pelo Cerrado, a partir de Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas 
Gerais, chegando em seguida ao Mato Grosso, Tocantins, sul do Piauí e oeste da Bahia, baseada 
em políticas de crédito subsidiado, a criação do Programa para o Desenvolvimento do Cerrado –
Polocentro, para o desenvolvimento da agricultura, tendo incorporado cerca de 2,4 milhões de 
hectares à agricultura, sendo favorecida a cultura da soja. O programa Cooperativo Nipo-brasileiro 
para o desenvolvimento do Cerrado – Prodecer, promoveu o assentamento de agricultores 
experientes do Sudeste e do Sul do país na região do Cerrado, com financiamento da Japan 
International Cooperation Agency – JICA, da década de 80, prevendo a implantação de fazendas de 
grande porte em 60 milhões de hectares, para o cultivo da soja e de milho.
Pode-se dividir o Cerrado em relação às atividades agropecuárias em três categorias: a) área 
de agricultura comercial moderna (Mato Grosso do Sul, sul de Mato Grosso, centro, sudoeste e 
12
sudeste de Goiás, Distrito Federal, Triângulo Mineiro e oeste de Minas Gerais), sendo a maior 
produtora de soja, milho, café e feijão deste bioma, b) agricultura periféria em expansão, em partes 
de Tocantins, Goiás, Minas Gerais e Bahia, além dos municípios de Barra do Garças, Nova 
Xavantina, Canarana e Água Boa (Mato Grosso) e c) agropecuária incipiente, nos estados do 
Maranhão e Piauí, e partes de Mato Grosso e Tocantins (ALHO & MARTINS, 1995).
A invasão biológica do Cerrado por plantas exóticas, principalmente por Gramineae africanas, 
tem alterado sensivelmente áreas extensas de fisionomias do Cerrado com estrato herbáceo 
contínuo, principalmente áreas fragmentadas, devido ao efeito de borda. Em geral são espécies 
adaptadas às queimadas e que têm grande capacidade competitiva, como o capim-gordura (Melinis 
minutiflora), o colonião (Panicum maximum), o capim-andropogon (Andropogon gayanus), o capim-
elefante (Pennisetum purpureum), a braquiária (Brachiaria decumbens) e o capim-jaraguá 
(Hyparrhenia rufa), entre outras (ALHO & MARTINS, 1995)
É prática corrente o uso de sua madeira para a obtenção de carvão para fins industriais, 
siderúrgicos ou de olarias, principalmente em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e 
Goiás.
Com este conjunto de propostas de ocupação, o Cerrado vem sendo devastado de forma 
acelerada. Ocupava originalmente a área de 1.800.000Km2 e hoje ocupa 350.000Km2 (20%) da área 
original (MITTERMEIER et al. 1999), dos quais apenas 1,8% de seu território (15.548 mil hectares) 
protegido por unidades de conservação de proteção integral: Parques Nacionais, Reservas 
Biológicas e Estações Ecológicas (ALHO & MARTINS, 1998).
As maiores extensões do Cerrado preservadas em Unidades de Conservação restritivas 
encontram-se em Parques Nacionais e Estaduais, Reservas Biológicas Nacionais e Estaduais, 
Estações e Reservas Ecológicas, somando 2.068.385ha, e em Unidades de Conservação de uso 
direto, em Áreas de Proteção Ambiental, principalmente sob gerenciamento estadual, somando 
587.904 (BRUCK et al, 1995).
Complexo da Caatinga – O Complexo da Caatinga é formado Florestas Deciduais, por 
formações Arborizadas, não florestais e pela Savana-Estépica, o que se reflete nos vários termos 
empregados para designá-la, como agreste, carrasco e seridó.
O termo Savana-Estépica foi estabelecido para designar os biomas tropicais com 
características estépicas, inicialmente na África, referindo-se a uma formação decídua, espinhosa e
com cobertura herbácea descontínua. No Brasil há equivalência deste bioma com algumas 
formações da Caatinga, que ocorre no Nordeste nos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, 
Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, norte de Minas Gerais e leste do Piauí, ocupando 
aproximadamente, 12% do território nacional, ou 1.100.000Km2, dos quais aproximadamente 
800.000Km2 com ação antrópica (EMBRAPA, 1996).
O Complexo da Caatinga é observado sob clima seco, de 6 até 11 meses secos, quente e com 
temperatura média anual superior a 18ºC, semi-árido. As precipitações, que vão de 200 a 750mm 
anuais concentram-se em poucos meses, no inverno, sendo que 45% a 70% do total de precipitação 
anual concentra-se em 3 meses (NIMER, 1989) muitas vezes ocasionando enchentes de grandes 
proporções e, ao longo do ano, interrompendo o fluxo de rios intermitentes.
A quantidade pequena de água precipitada, com distribuição concentrada, e as altas 
temperaturas, dificultam a desagregação química das rochas e favorecem a erosão e, por isto, 
predominam solos pouco desenvolvidos (Litossolos) ou de até 1m de profundidade (Solo Bruno não-
Cálcico ou Luvissolos), este rico em cálcio, magnésio e potássio, pedregoso, salientando-se, ainda, 
os afloramentos rochosos que formam os chamados lajedos. Também são encontrados Solos 
Salinos, que são solos de regiões áridas e semi-áridas, de baixadas, com concentração muito alta de 
sais, especialmente o cloreto de sódio, que é trazido à superfície na solução do solo e concentra-se 
após a evaporação, processo que pode ser acelerado pela irrigação (LEPSCH, 1976).
Por estas características, a Caatinga é o bioma zonal brasileiro com menores riqueza e 
diversidade de flora e de fauna.
O termo Caatinga é empregado para designar o aspecto esbranquiçado dos ramos e caules 
das espécies arbustivas e arbóreas que compõem este bioma, ressaltados no período seco do ano, 
quando estas espécies perdem totalmente suas folhas. Várias de suas espécies têm adaptações 
13
morfológicas que permitem a armazenagem de água, como nas raízes do umbuzeiro (Spondias 
tuberosa - Anacardiaceae) e no caule da barriguda (Cavanilesia arborea - Bombacaceae). 
O gado bovino, que inicialmente foi introduzido ao longo do litoral nordestino, acompanhando a 
cultura da cana-de-açucar,a partir do século XVII penetrou a zona do sertão, existindo pelo menos 
quinhentas fazendas de gado de corte no domínio da Caatinga em 1700 (DEAN, 1997), em geral em 
regime extensivo, dada a cobertura rala de gramíneas, em grandes latifúndios. Atualmente há 
grandes rebanhos de caprinos no sertão nordestino, espécies adaptadas à seca, principalmente na 
Bahia.
No século XIX a cultura do algodão arbóreo, que anteriormente restringia-se a pequenas 
propriedades, ocupava áreas extensas do sertão nordestino, nas zonas não canavieiras, 
principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, e expande-se 
no início do século seguinte para todos os estados do Nordeste (CAMPOS & DOLHNIKOFF, 1993). 
A cultura do fumo era desenvolvida em áreas localizadas, principalmente no Recôncavo Baiano 
para, no início do século seguinte, expandir-se, principalmente na Bahia, Sergipe e Alagoas. É uma 
cultura que exige muita mão de obra, por ser muito exigente principalmente durante a safra 
(JOFFILY, 1998). 
É um bioma que apresenta extensas áreas com grandes riscos de desertificação, 
principalmente no estado do Ceará, e está em etapa avançada da constituição de desertos no 
sudeste do estado do Piauí, na região de Giboéus, onde os principais fatores à desertificação foram 
os desmatamentos e o sobrepastejo (EMBRAPA, 1996).
Pelas características climáticas regionais, as alterações nesse bioma para práticas agrícolas se 
dão em pequena escala, e o uso da madeira para fins de fornos para calcário ou outros usos 
dificultam a regeneração deste bioma cuja produtividade primária é extremamente baixa, exigindo 
áreas extensas à produção. São desenvolvidas algumas culturas irrigadas no domínio da Caatinga, 
como as de uva, ao longo do rio São Francisco e de melão, no Rio Grande do Norte, além de 
algodão e abacaxi. A pecuária extensiva se dá principalmente em grandes latifúndios, no chamado 
sertão.
As maiores extensões da Caatinga preservadas em Unidades de Conservação restritivas 
encontram-se em Parques Nacionais, em Reservas Biológicas Nacionais e em Estações Ecológicas, 
somando 197.111ha, e em Unidades de Conservação de uso direto, em Áreas de Proteção
Ambiental e em Floresta Nacional, somando 50.162ha (BRUCK et al, 1995).
Para os biomas apresentados, um dos fatores mais relevantes à degradação é o crescimento 
populacional, em geral associado à ausência de planejamento para o uso de espaços e recursos 
disponíveis de forma sustentada, como é genericamente denominado o uso que não leve ao 
esgotamento dos recursos naturais. Uma das conseqüências do aumento populacional é a ampliação 
de áreas à agropecuária, com devastação de áreas da vegetação natural, que pode ter ampliado seu 
efeito à degradação se com o uso de tecnologia avançada, além dos aumentos de áreas urbanas e 
da demanda por serviços e recursos naturais. Os efeitos do crescimento populacional podem ser 
multiplicados por processos de migração, impactando ainda mais certas regiões.
Há diversos biomas mantidos em Unidades de Conservação restritivas com áreas insuficientes 
para representar toda a heterogeneidade que contêm. As Unidades de Conservação com uso 
indireto, gerenciadas pela União ou pelos estados, somam 19.625.376ha, enquanto as de uso direto, 
menos restritivas, 140.881.814ha, e as reservas de recursos 51.045ha. A contribuição dos municípios 
é muito pequena (BRUCK et al, 1995). 
Entre os biomas apresentados há problemas comuns que podem levar à degradação, 
ressaltando-se a sua substituição por culturas monoespecíficas ou pecuária, com a diminuição da 
diversidade biológica e, como conseqüência, a do uso potencial de recursos contidos nas espécies. 
Em geral estas atividades acarretam aumento de processos erosivos, agravados pela existência de 
solos arenosos, topografia acidentada e precipitações elevadas, além de promoverem a destruição 
de hábitats. Na substituição dos biomas por outros sistemas, agrícolas ou urbanos, são perdidas, 
também, importantes funções de equilíbrio que os biomas exercem no ambiente, seja na proteção do 
solo, na manuteção dos ciclos hidrológicos, no tamponamento dos efeitos dos fatores físicos do 
ambiente sobre a superfície da terra, seja a radiação solar, a temperatura, a precipitação e a ação de 
14
ventos. Também podem ser perdidos valores estéticos, quando paisagens naturais, em geral 
heterogêneas, são substituídas por paisagens antropizadas, geralmente homogêneas.
Os recursos que representam ou que estão contidos em muitas espécies de plantas e de 
animais têm características restritivas à exploração, que podem ser generalizados para os diversos 
biomas, terrestres, aquáticos ou de transição. Quanto mais rico e diverso for o bioma, mais difícil a 
exploração do recurso, dado o pequeno número de organismos apresentados por uma população. 
Isto é relevado pelo fato de todos os biomas apresentados possuirem variações regionais e locais de 
estrutura e de composição florística e faunística, que aumentam a diversidade biológica que contêm. 
Em relação às espécies de animais, o maior problema relacionado com a extração, caça ou 
pesca, bem como com a extração seletiva de plantas, é a diminuição excessiva de organismos nas 
populações, o que pode acarretar a extinção local ou, dependendo da extensão e da intensidade de 
exploração, em grande escala, com conseqüências nas cadeias ou teias tróficas das quais participam
as espécies exploradas. 
Principalmente devido à perda de hábitat, mas também por causa da caça para diversos fins, 
dentre as espécies de animais em perigo de extinção ressaltam-se aqueles do topo da cadeia 
alimentar, como a onça-parda ou sussuarana, a onça pintada, os gatos-do-mato, como a jaguatirica e 
os gatos-maracajás, os cachorros-do-mato, o lobo-guará, os gaviões e os falcões, que necessitam 
de territórios muito amplos à caça e reprodução, os jacarés, a lontra, as doninhas, as ariranhas, as 
sucuris, as surucucus, os grandes mamíferos, como a anta, os cervos, os veados, os tamanduás, os 
tatus, as preguiças, as baleias, botos, golfinhos e peixes-boi, os primatas: micos, sagüis, guaribas, 
bugios, uacaris, sauás e diversos macacos, os peixes consumidos por sua carne, como o pirarucu e 
o tambaqui e diversas outras espécies sob sobrepesca, assim como as tartarugas, o jaboti, os 
cágados e o tracajá, e lagartos, algumas aves são caçadas para consumo, como o inambu, o jaó, o 
macuco, o mutum, o jacu, os patos, as pombas, as rolinhas, enquanto outras são ornamentais, como 
os periquitos, os papagaios, as arararas, os galos-da-serra e as saíras, ou canoras, como os sabiás, 
o canário-da-terra, o bicudo, o pitassilgo, o pássaro-preto, o curió e as coleirinhas, entre outras.
Afora a grande quantidade de espécies conhecidas que são extintas localmente, ressaltam-se 
as extinções de espécies pouco conhecidas ou ainda não descritas pela ciência, como as de algas, 
fungos, briófitas, pteridófitas, insetos, escorpiões, aracnídeos, miriápodes, anfíbios e outros grupos 
de plantas e de animais, notadamente de pequeno porte 
A fragmentação de hábitats naturais acarreta a diminuição do tamanho de várias populações, 
de plantas e de animais, seja pela diminuição das áreas ou pela competição pelos recursos 
remanescentes, tornando-as muitas vezes inviáveis, impedindo a circulação de animais de diversas 
espécies, com o estabelecimento de áreas de agricultura, áreas urbanas, estradas ou outros 
obstáculos, intransponíveis, além do estabelecimento de efeitos de borda, como mudanças 
microclimáticas e da luminosaidade, que facilitam a invasão biológica e o perigo de incêndios e de 
outros fatores de perturbação.
Os tipos de usos mais comuns em relação às plantas referem-se à produção de alimentos na 
forma de frutos, sementes ou palmitos, de condimentos, aromatizantes e corantes, de uso têxtil, 
produtoras de cortiça, taníferas, com elevados teores nas cascasou nos troncos, com exsudatos no 
tronco, como resinas, gomas, bálsamo, produtoras de óleos e gorduras, medicinais, ornamentais 
para jardinagem, empregadas no artesanato, plantas apícolas e aparentadas de plantas cultivadas, 
como no caso do cajú, da mandioca, do abacaxi, da ata, da pinha, do cará, do caqui, da goiaba, do 
maracujá, do amendoim e do guaraná, entre outras (ALHO & MARTINS, 1995).
A introdução de espécies de plantas e de animais no território brasileiro tem elevado o 
problema das invasões biológicas passíveis de ocorrerem nos diversos biomas, o que tem acarretado 
na diminuição da diversidade biológica, quando são competidores mais fortes, ou representam 
pragas ou agentes de doenças. Alterações em áreas naturais têm acarretado na transformação de 
espécies sob equilíbrio em pragas ou patógenos, agentes de doenças diversas. 
Para todos os biomas, um dos problemas mais relevantes refere-se ao aumento da população 
humana, principalmente concentrada em grandes núcleos urbanos, devido a geração de lixo, a 
impermeabilização do solo, a necessidade de aumento da produção agrícola, a geração de esgoto, 
não tratado, o aumento na demanda de água para fins domésticos, industriais, de serviços, de lazer 
e para a produção de alimentos, seja pescado ou para uso na agricultura.
15
A maioria dos municípios brasileiros não possui rede coletora de esgoto (Norte, 92%, Centro-
Oeste, 87%, Nordeste 74%, Sul, 61% e Sudeste, 9%), o que é agravado pelo fato de a grande 
maioria dos municípios, independente da região, não promover o tratamento deste esgoto (98% no 
Norte, 96% no Nordeste e no Centro-Oeste, 93% no Sul e 85% no Sudeste). Também o lixo não 
recebe tratamento adequado, sendo a grande maioria depositada em vazadouros a céu aberto 
(IBGE, 1997, p.198-200), sendo importante fator à degradação de biomas, notadamente aquáticos.
Os biomas localizados ao longo do litoral, terrestres, de interfaces ou aquáticos, estão mais 
sujeitos à degradação proveniente de grandes aglomerados humanos, já que a maioria da população 
brasileira localiza-se concentrada nesta zona.
BIBLIOGRAFIA
AB’SABER, A. 1972. O relevo brasileiro e seus problemas. In: AZEVEDO, A. (Coord.) 1972. Brasil: a terra e o 
homem. Volume 1: As bases físicas. 2ª ed. São Paulo, Companhia Editora Nacional. p.135-250.
ALARY, M. (ed.)1994. The concise Oxford dictionary of ecology. Oxford, Oxford University Press. 415p.
ALHO, C.J.R. & MARTINS, E.S. (eds) 1995. De grão em grão o Cerrado perde espaço: Cerrado – impactos do 
processo de ocupação. Brasília, WWF – Fundo Mundial para a Natureza. 66p.
ALMEIDA, F.F.M. 1972. Os fundamentos geológicos. In: AZEVEDO, A. (Coord.) 1972. Brasil: a terra e o homem. 
Volume 1: As bases físicas. 2ª ed. São Paulo, Companhia Editora Nacional. p.55-133.
AZEVEDO, A. 1972. O continente brasileiro. In: AZEVEDO, A. (Coord.) 1972. Brasil: a terra e o homem. Volume 
1: As bases físicas. 2ª ed. São Paulo, Companhia Editora Nacional. p.3-51.
BARBOSA, A.S. & SCHMITZ, P.I. 1998. Ocupação indígena do Cerrado. In: SANO, S.M. & ALMEIDA, S.P. 
(eds). Cerrado: Ambiente e flora. Planaltina, Empresa Brasileira de pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. 
P.3-43.
BRUCK, E.C.; FREIRE, A.M.V.; LIMA, M.F. 1995. Unidades de conservação no Brasil: Cadastramento e 
vegetação. Brasília, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 224p.
CAMPOS, F. & DOLHNIKOFF, M. 1993. Atlas: História do Brasil. São Paulo, Editora Scipione Ltda. 80p.
COUTINHO, L.M. 1978. O conceito do cerrado. Revista brasileira de Botânica 1(1):17-23.
DEAN, W. 1997. A ferro e fogo: A história e a devasta;cão da Mata Atlântica brasileira. São Paulo, Companhia 
das Letras. 484p.
EMBRAPA 1996. Atlas do meio ambiente do Brasil. Brasília, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -
EMBRAPA. 160p.
EMBRAPA 1999. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília, Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária. 412p.
IBGE 1972. Paisagens do Brasil. Rio de Janeiro, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia. 286p.
IBGE, 1992. Atlas nacional do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia. 95 
mapas.
IBGE, 1997. Recursos naturais e meio ambiente: uma visão do Brasil. 2.ed. Rio de Janeiro, Fundação Instituto 
Brasileiro de Geografia. 208p.
JOFFILY, B. 1998. IstoÉ Brasil, 500 Anos – Atlas Histórico. São Paulo. Grupo de Comunicações Três S/A. 
314p.
LEPSCH, I.F. 1976. Solos – Formação e conservação. São Paulo, Edições Melhoramentos. 158p. (Série Prisma, 
31).
MITTERMEIR, R.A.; MYERS, N.; GIL, P.R.; MITTERMEIR, C.G. 1999. Hot Spots: Earth’s biologically richest 
and most endangered terrestrial ecoregions. Mexico, Cemex and Conservation International. 430p.
MOREIRA, I. 1998. Construindo o espaço brasileiro. São Paulo, Editora Ática. 303p.
NIMER, E. 1989. Climatologia do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística – IBGE. 421p.
PIRES, J.M. & PRANCE, G.T.1985. The vegetation types of the Brazilian Amazon. In: PRANCE, G.T. & 
LOVEJOY, T.E. 1985. Key environments: Amazonia. Oxford, Pergamon Press. 109-145.
SANTOS, L.B.; INNOCÊNCIO, N.R.; GUIMARÃES, M.R.S. 1977. Vegetação. In: IBGE 1977c. Geografia do 
Brasil. Volume 3: Região Centro Oeste. Rio de Janeiro, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia. p.59-84.

Outros materiais

Perguntas Recentes