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01. Apostila de Micologia

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MICOLOGIA “MÉDICA”
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MICOLOGIA
(Definição, Conceitos básicos e Importância dos fungos)
I. CONCEITO DE MICOLOGIA
MICOLOGIA: Ciência que estuda os Fungos.
Palavra oriunda do grego: MYKES: fungo
			 LOGOS: estudo.
A Micologia pode ser classificada de acordo com a área de interesse em: Geral, Médica, Agrícola, Industrial, etc.
II. HISTÓRICO
Os fungos são conhecidos desde a antiguidade. Há evidências que estes organismos já eram conhecidos desde o Período Devoniano e Pré-Cambriano.
ALEXOPOULOS (1962) afirma que segundo a lenda o nome Mycenas (fungo) vem desde os gregos antigos, quando o herói Perseu há 3500 anos fundou o reino de Micenas, tomando este nome de um fungo lendário que saciou sua sede durante uma viagem. 
Há citações que datam de 1200 a. c. onde foi constatado a ação fitopatógena dos fungos pela primeira vez (míldio da videira), porém por falta de conhecimento científico os antigos consideravam como se fosse “castigo dos deuses”. HARSBERG (1929) descobriu desenho do “Agaricus” com todas as suas partes em um monólito romano do século I ou II, encontrado nas ruínas do mercado da cidade, indicando que os antigos já distinguiam os fungos comestíveis dos venenosos.
Na antiguidade existiram povos considerados micófilos (utilizavam os fungos para vários fins) e não micófilos (que tinham aversão relacionando-os até com bruxarias).
No Brasil, o primeiro relato sobre fungos data de 1560: Padre Anchieta descreveu, ao que tudo indica o esclerócio de um fungo do Filo Basidiomycota - Polyporus sapurema, que os índios denominavam de “pedra flexível”.
Antes do advento do microscópio os fungos estudados eram os macroscópicos. Após a invenção do microscópio, no século XVIII, por Von Leeuwenhoek, inicio-se o estudo sistemático dos fungos. Na história da Micologia, o botânico italiano, Píer Antony Micheli considerado o “pai da Micologia”, que em 1729 publicou “Nova plantarum genera” onde foram incluídas suas investigações sobre fungos. Outros pesquisadores também aumentaram os conhecimentos dos fungos, como: Luis Pasteur; Fries; Corda; De Barry, o fundador da Moderna Micologia; Saccardo, autor da obra Sylloge Fungorum; Spegazzini, discípulo de Saccardo, que prestou grandes benefícios ao conhecimento dos fungos no Brasil. 
Na Micologia Médica, merecem ser citados Raymond Jacques Sabouraud e Maurice Langeron.
No Brasil no início do século passado Rick, Theissen e Torrend, deram grande impulso ao conhecimento dos fungos em nosso país. Outros micologistas também contribuíram para aumentar o conhecimento como: Verlande Duarte Silveira, que publicou “Lições de Micologia”; Eugênio Rangel, com a publicação do “Glossário Micológico e Fitopatológico”; Augusto Chaves Batista e colaboradores, com centenas de trabalhos publicados em taxonomia e micologia aplicada. Na Micologia Médica destacaram – se Olímpio da Fonseca Filho, Floriano Paulo de Almeida e Carlos da Silva Lacaz, entre outros.
III. DEFINIÇÃO
FUNGOS: São seres eucariontes, heterotróficos, aclorofilados, aeróbios a microaerófilos, uni ou pluricelulares, uni ou plurinucleares, parede celular composta geralmente de quitina, combinada com outros carboidratos complexos como a celulose ou ambas, com glicogênio como substância de reserva, nutrição por absorção, podendo viver como sapróbios, parasitas ou simbiontes com outros organismos, podendo reproduzir-se sexuada ou assexuadamente, cuja célula é denominada de hifa, que desenvolvendo forma o micélio,(maioria filamentoso) que produz os esporos. Não formam tecido verdadeiro.
IV. MORFOLOGIA GERAL
Os fungos podem ser constituídos de duas partes: vegetativa e reprodutiva.
1) Parte Vegetativa
Hifa: Unidade estrutural dos fungos. É a célula dos fungos (tubo cilíndrico). Pode ser simples ou ramificada, podendo ser contínua ou cenocítica ou apresentar septos ou tabiques de espaço a espaço (septada), com ou sem pigmentação. Além da hifa verdadeira, existe um grupo de fungos que apresenta uma falsa hifa, onde as células não trocam nutrientes (pseudohifa), denominados de Leveduras.
Micelio: Conjunto de hifas; corpo do fungo, formado por uma massa frouxa de hifas emaranhadas, em alguns casos (fungos superiores) formando pseudo-tecido (plectênquima). O micelio é composto de uma parte vegetativa (hifa) e uma parte reprodutiva: esporóforos sexuados ou assexuados que produzem os esporos.
2) Parte Reprodutiva
Esporos: Estruturas reprodutivas dos fungos, cuja germinação origina hifa que forma micelio que novamente forma esporos (ciclo de vida). Os esporos são responsáveis pela perpetuação e disseminação das espécies no ambiente. Podem apresentar variação no tamanho, forma, coloração e septação, além de origem diferenciada: tanto sexuada como assexuada.
Exemplos de esporos assexuados: zoósporos (esporos com mobilidade) esporangiosporos, conídios (esporos sem mobilidade). 
Exemplos de esporos sexuados: zigosporos, ascósporos, basidosporos.
V. IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS
Benéficas
1. Alimentação (baixam o nível de colesterol no sangue, tem substâncias anticancerígenas, fontes de aminoácidos, etc)
Lactarius deliciosus, Amanita caesarea, Morchella hortensis, Agaricus campestris, Agaricus augustus, Boletus edulis, Cantharellus cibarius, Lepiota saena, Macrolepiota gracilenta, Pleurotus ostreatus, Tuber sp., Trufas, etc.
2. Indústria farmacêutica
Produção de antibióticos. O primeiro antibiótico (penicilina) foi descoberto por Fleming a partir de uma colônia de Penicillium notatum que contaminou experimentos realizados com bactérias. Atualmente são conhecidos outros fungos que produzem outros tipos de antibióticos, como por exemplo a griseofulvina.
3. Indústria Química
Os fungos podem produzir vários tipos de produtos como vitaminas (tiamina, riboflavina, biotina), ácidos, enzimas, álcoois, etc.
Exemplos: Morchella hortensis que é comestível e também produz tiamina, biotina, riboflavina, ácido pantotênico, ácido fólico. 
Agaricus blazei que produz substâncias que auxiliam no tratamento de várias enfermidades. 
Aspergillus niger produz ácido glucônico.
4. Indústria alimentícia
a) Panificação (utilização do gás (CO2) produzido no metabolismo da levedura) 
Saccharomyces cerevisiae
b) Produção de queijos (alteração na textura, aroma, sabor)
Penicillium camembertii – produção do queijo Camembertii
Penicillium roquefortii – produção do queijo Roquefortii, etc
5. Indústria de bebidas fermentadas (utilização do álcool produzido durante o crescimento)
Vinho: Saccharomyces cerevisiae predomina
Cerveja: Saccharomyces cerevisiae, S. carlsbergensis
Sakê: Aspergillus oryzae
Bebidas indígenas: Rhizopus sp., Hansenula sp.
6. Biocontroladores
Fungos que tem a capacidade de controlar ou matar outros fungos, insetos, nematóides.
Ex.: Metharhizium anisopliae controla a cigarrinha da cana-de-açúcar. 
 Beauveria bassiana
7. Micorrízicos
Auxiliam as plantas na absorção de elementos (Fósforo) de solos pobres.
Ex.: Endomicorrízicos ( Gigaspora margarita) ou ectomicorrízicos (alguns basidiomicetos). 
8. Decomposição da matéria orgânica
Atuam na fertilidade do solo, desdobrando matéria orgânica, originando nutrientes (elementos tais como N, P, K, S, Fe, Ca, Mg, Zn, etc) que podem ser aproveitados pelas plantas.
Maléficas 
1. Patologia Humana e Animal
Causam doenças denominadas MICOSES, que podem ser superficiais ou profundas.
Ex.: Micoses superficiais: Microsporum canis (“impinge”), Malassezia furfur (“pano branco”).
	Micoses oportunistas: Candida albicans, Aspergillus fumigatus
 Micoses profundas: Paracoccidioides brasiliensis, Criptococcus neoformans., Histoplasma capsulatum
2. Fitopatologia
Causam doenças aos vegetais.
Ex.: Hemileia vastatrix causa a ferrugem do café;
 Colletrotrichum falcatum causa podridão vermelha da cana-de-açúcar;
 Fusarium oxysporum causa murcha em vários tipos de vegetais, atacando o sistema vascular; 
 Phytophtora infestans causa requeima da batatinha;
 Verticillium albo-atrum3. Micetismo
Intoxicações provocadas pela ingestão de fungos macroscópicos.
Venenosos (morte por coma hepático)
Alucinógenos – “micetismo cerebral “ (substâncias psicotróficas- ácido lisérgico, bufotenina e outros) – provocando em alguns casos sintomas semelhantes a esquizofrenia.
4. Venenosos (morte por coma hepático)
Amanita verna, Amanita phalloides, Amanita pantherina, Boletus satanaz, Mycena pura, Lepiota castanea, Lactarius torminosus, etc. 
5. Alucinógenos
Amanita muscaria, Psilocybe mexicana, Russula emética, Inocybe fastigiata, Panaeolina foenisecii. etc
6. Micotoxicoses
Provocadas pela ingestão contínua e prolongada de alimentos contaminados por fungos.
Micotoxinas, podem ser carcinogênicas (câncer de fígado, esôfago), nefrotóxicas, podem lesar coluna cervical, provocar lesões cardiovasculares; hemorragias; ocasionar baixa de imunidade.
Algumas são silenciosas (aflatoxinas), outras não como ergotismo (fogo de santo Antônio) – alucinações, convulsão, gangrena - Claviceps purpurea
Exemplo: Aflatoxina A, A2, B, B2 (são cancerígenas, não são excretadas e se depositam no fígado) podem ser produzidas por Aspergillus flavus, Aspergillus parasiticus, Penicilium citrinum 
Aspergillus ochraceus – ocratoxina.
Fusarium oxysporum, Fusarium moniliforme – zearalenona
Penicillium expansum - patulina
7. Destruição de produtos armazenados (sapróbios)
Causam prejuízo econômico por armazenamento inadequado.
Ex.: Rhizopus spp., Cladosporium resinae (fungo do querozene, pois destrói a camada protetora dos tanques de aviação)
Destroem lentes de aparelhos ópticos estragando suas lentes, tecidos, couros, etc.
8. Podridão e mancha em madeira
Diminui o valor econômico.
Causado freqüentemente por Poliporáceos, conhecidos comumente como “orelha-de pau”(Basidiomycota).
FISIOLOGIA DOS FUNGOS
	O processo vital dos fungos pode ser classificado em: metabolismo, crescimento e reprodução.
I. Metabolismo
	Compreende a tomada de alimentos e seu armazenamento nos pseudotecidos. Este mecanismo compreende nutrição e respiração, armazenamento de substância de reserva sob forma de glicogênio principalmente, esta utilizada no momento de crescimento ativo ou maturação dos esporos.
Metabolismo pode ser: primário (anabolismo e catabolismo - enzimas)
			 secundário (toxinas, antibióticos)
São produtos de metabolismo: proteínas (enzimas), vitaminas, pró-vitaminas, toxinas, antibióticos, etc.
Nutrição
	É a tomada de nutrientes de tecidos vegetais, animais vivos ou de detritos orgânicos por meio das hifas, pois os fungos são seres heterotróficos e quimiorganotróficos, incapazes portanto, de elaborar produtos orgânicos a partir do carbono inorgânico. Necessitam de uma fonte de carbono e de nitrogênio. Realizam a nutrição através de absorção (osmose) dos nutrientes. 	Enzimas auxiliam no desdobramento do substrato, como por exemplo: amido não é assimilável e precisa ser desdobrado em dextrina e maltose; o açúcar de cana tem que ser invertido em glicose e levulose.
Respiração
	Os fungos são seres aeróbios a microaerófilos e seu metabolismo envolve mecanismo enzimático complexo, determinando a transferência de elétrons do doador oxidável ao receptor final de H, que é o oxigênio molecular. Absorvem O2 e desprendem CO2.
II. Crescimento
	Envolve a germinação do esporo, desenvolvimento micelio (parte vegetativa), com suas transformações em estruturas de frutificação ( parte reprodutiva) e finalmente nova formação de esporos. Para o crescimento, todos os organismos requerem uma série de reações químicas para se manterem vivos, crescerem e se multiplicarem. Através dessas reações químicas os organismos ganham peso, aumentam de tamanho e volume, numa fase denominada de crescimento, para passarem depois para a fase de diferenciação, caracterizada pelo aumento de complexidade na forma do organismo, com o aparecimento de células diferenciadas em órgãos. 
	Este crescimento depende de fatores como: temperatura, pH, luminosidade, umidade, teor de nutrientes e influência de outros organismos.
Umidade
	Os fungos necessitam de alto teor de umidade, sendo que poucos sobrevivem em baixos teores. A massa miceliana é composta de 69 a 90% de água; as leveduras possuem 75%; os fungos filamentosos de 84 a 88% e os esporos de 40 a 50%.
Teor de nutrientes
	Quando os fungos são cultivados em meios sintéticos, verifica-se que as diferentes qualidades de alimentos, muitas vezes tem efeito notável sob a forma e atividade reprodutiva. Quase todos quando cultivados em condições favoráveis, crescem rapidamente, formando micelio bem desenvolvido e quando as condições tendem a deter o crescimento, por falta de nutrientes, eles formam corpos frutíferos com bastante esporulação. Os fungos (aclorofilados) conseguem a energia necessária através de oxidação de compostos de Carbono que rende uma apreciável quantidade de energia e é armazenada na forma de ligações fosfato de alta energia no ATP (adenosina trifosfato). Os compostos de Carbono são utilizados na síntese de outros compostos que deles dependem como ácidos nucléicos, material de reserva, material de parede, aminoácidos, proteínas, etc. O suprimento exógeno de Carbono é pois, de fundamental importância para os organismos heterotróficos, o que vale dizer que, sem suprimento exógeno desse composto, os fungos estão impedidos da síntese de elementos essenciais à vida celular e da energia para realização das reações químicas para síntese desses elementos. De modo geral os fungos e outros organismos podem utilizar uma larga faixa de compostos de carbono. Assim monossacarídeos, polissacarídeos, oligossacarídeos, como também aminoácidos, ácidos orgânicos e até lipídeos podem ser utilizados, embora os monossacarídeos sejam mais facilmente metabolizados. Outro nutriente importante é o Nitrogênio, que os fungos podem utilizar tanto na forma de nitratos quanto a amônia. Os fungos também necessitam de outros macronutrientes como: Magnésio, Fósforo, Enxofre e Potássio. Também são importantes os micronutrientes como: Ferro, Zinco, Cobre, Manganês, Molibidênio e Cálcio, alem de vitaminas, que são fatores de crescimento de alguns fungos.
Temperatura
	Os fungos podem suportar uma ampla variação de temperatura, que pode variar conjuntamente com outros fatores (pH, nutrição, etc), porém há influência não só no crescimento da parte vegetativa, como também no tamanho e quantidade de esporos.
	A temperatura média geral de crescimento dos fungos oscila entre 20 a 300C.
	De acordo com a temperatura, os fungos podem ser classificados (COONEY & EMERSON, 1964) em:
Psicrófilos: crescem em temperaturas abaixo de 100C e vão até 200C, com temperatura ótima em torno de 180C. Exemplo: Cladosporium herbarium que consegue produzir esporos à 60C.
Mesófilos: crescem na faixa entre 10 a 400C, com temperatura ótima entre 20 a 350C. Neste grupo se enquadra a maioria dos fungos.
Termófilos: crescem em temperatura mínima de 200C e máxima de 500C ou mais, com temperatura ótima na faixa entre 40 a 500C. Exemplo: Aspergillus fumigatus cresce a 50oC e Byssoclamys fulva a 900C.
Luminosidade
	Influi diferentemente no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, pois na primeira fase os fungos preferem a obscuridade ou luz difusa para desenvolver o micelio e na segunda fase, procuram luz para frutificar (esporular).
Obs.: A luz ultra-violeta é germicida, porém em pequenas doses pode induzir formação de corpos de frutificação em fungos que na obscuridade só conseguem formar micelio vegetativo.
pH
	Os fungos são suscetíveis à acidez ou alcalinidade do meio onde vivem. Em sua maioria crescem rápido e esporulam bem em ligeiro grau de acidez (6,5 a 5,5), porém podem tolerar larga variação (3,5).
Influência de outros organismos
	A influência que outros organismos possam ter no crescimento de um indivíduo pode ser devido a:
Competição em torno do alimento;
Antagonismo devido elaboração de substâncias tóxicas a esse indivíduo;
Parasitismo.
	A competição entre as diversas espéciesna obtenção de alimentos disponíveis em meio de cultura faz com que umas possuam mais habilidade e desenvolvam-se melhor e mais rápido, enquanto outras fiquem enfezadas e estioladas. Várias espécies podem crescer juntas em um mesmo substrato, porém prejudicam-se mutuamente de várias maneiras, afetando assim quase todas as fases de crescimento.
MORFOLOGIA DO SISTEMA VEGETATIVO E REPRODUTIVO
Sistema vegetativo
	Hifa que se desenvolve e forma o micélio, que pode ser de acordo com o grupo de fungos, contínuo ou cenocítico ou septado. O micélio pode ser holocárpico (toda hifa se transforma em estrutura de reprodução) ou eucárpico (hifa forma corpos de frutificação em certos locais, mas o restante continua na fase vegetativa). Alguns fungos formam pseudotecido (pletênquima).
	Pseudohifa que cresce e forma o pseudomicelio (leveduras).
A célula eucarionte dos fungos possui organelas dos demais organismos, exceto os plastos. Normalmente é menor e mais simples do que as apresentadas por animais e vegetais. Organelas: parede celular (basicamente composta de quitina,), membrana plasmática (fosfolipídeos), vacúolos (digestivos e de reserva), retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, lomassomos, mitocôndrias, centríolos, núcleo e flagelo (alguns fungos).
Diferenciação da hifa em estruturas de acordo com sua função:
a) Propagação da espécie
	Artrósporo: fragmentação do micélio e ou pseudomicelio 
Ex.: Geotrichum candidum e Trichosporon beigelli.
	Blastosporo: fragmentação do pseudomicelio. 
Ex.: Leveduras: Candida spp. entre outras.
b) Resistência
	Clamidósporo: célula hifal de parede espessada que impede a morte da célula. Pode ser isolado ou em cadeia, intercalar ou terminal na hifa. 
Ex.: Fusarium spp., Epidermophyton floccosum.
	Esclerócio: hifa se entrelaça, formando estrutura resistente, de forma e tamanho variado. Ex.: Polyporus sapurema 
c) Disseminação do fungo no substrato
	Estolão: parte da hifa que fica entre dois feixes de rizoides.
 Ex.: Rhizopus spp., Absidia spp.
d) Absorção
	Rizoide: estrutura semelhante a raiz. Ex.: Rhizopus sp., Absidia sp.
	Haustório: semelhante aos rizoides, porém existe em alguns fungos patógenos de plantas que o utilizam para absorver nutrientes das células do hospedeiro. Ex.: Albugo cândida, Melampsora lini
Sistema reprodutivo
	Reprodução: produção de novos indivíduos com as mesmas características da espécie que deu origem. Os fungos se reproduzem assexuada e sexuadamente através de esporos.
Estrutura reprodutiva: esporos.
	Podem variar de: formato (ovais, esféricos, fusiformes, falciformes, etc); número de células (uni, bi ou multicelulares); tamanho (macroesporos “macroconideos” e microesporos “microconídeos”); superfície (lisa, verrucosa, equinulada, ciliada, etc); cor (hialinos e pigmentados).
	Os esporos recebem diferentes denominações de acordo com a origem sexuada ou assexuada, estrutura reprodutiva que onde é formado, se são móveis ou imóveis.
	Exemplos: esporangiosporo – esporo imóvel, assexuado, formado em um esporângio; zoósporo – esporo móvel (flagelado), assexuado, formado em um zoosporângio; conídeo – esporo imóvel, assexuado, formado em um conidióforo; ascósporo – esporo imóvel, sexuado, formado em um ascocarpo.
Tipos de reprodução:
Reprodução assexuada:
	É a transformação de estruturas somáticas, sem troca de fases nucleares, fusão de núcleos, por divisão de células. Importante para disseminação da espécie, pois processa-se várias vezes ao ano e origina a produção de maior número de indivíduos.
Tipos:
	1. Fragmentação do micélio: alguns fungos fragmentam suas hifas como forma de reprodução e cada fragmento se comporta como esporo. Ex.: artrósporo, clamidosporos
 2. Gemação ou gemulação ou brotamento: reprodução que origina gemas, são células somáticas que originam as gemas, que após formadas, separam-se da célula mão que lhes deu origem. Ao formar a gema, o núcleo da célula mãe se divide e um deles migra para a célula filha, que aumenta de tamanho e logo se desprende, formando novo indivíduo. As vezes são produzidas cadeias de gemas denominadas de pseudomicelio. Ex.: Leveduras (blastosporos)
 3. Produção de esporos assexuais: É a forma mais comum de reprodução assexuada. Nos fungos onde o processo ocorre, as hifas vegetativas se diferenciam, dando origem a esporóforos, estruturas nas quais serão formados os esporos. Ex.: conídios, esporangiosporos
	4. Fissão ou bipartição: é a simples partição de uma célula em duas células filhas, por estrangulamento e formação de parede celular (característico das bactérias e de algumas leveduras).
2) Reprodução sexuada: 
	É a que envolve fusão de núcleos diferenciados, que funcionam como gametas, pela penetração do gameta masculino no feminino. Tem duas características fundamentais: a fecundação e a meiose.
Fases da reprodução sexuada: plasmogamia (fusão do protoplasma), cariogamia (fusão dos núcleos haplóides) e meiose (divisão reducional, haploidia, n cromossomos).
	Nos fungos inferiores, a meiose segue imediatamente à cariogamia e nos mais evoluídos, se observa uma fase caracterizada pelo pareamento dos núcleos, a dicariofase. Esta fase ocorre entre a plasmogamia e a cariogamia.
	Algumas espécies produzem no mesmo micélio estruturas sexuais masculinas e femininas, sendo denominados de monóicos e outras, que só produzem estruturas masculinas ou femininas de dióicos.
	Estruturas sexuadas: gametângios. Podem formar células sexuais diferenciadas (gametas), que podem ser morfologicamente iguais (isogametas) ou diferentes (heterogametas). No último caso, o gametangio masculino chama-se anterídio e o feminino, oogônio.
Tipos:
	1. Copulação planogamética – fusão de dois gametas, dos quais pelo menos um é móvel. Os gametas móveis são denominados de planogamentas. Temos: a) gametas móveis e iguais – isogametas; b) gametas móveis e desiguais – anisogametas; c) gameta móvel e outro imóvel – heterogametas. 
	2. Contato gametangial – os gametas ficam reduzidos a protoplastos indiferenciados, com núcleo. Assim eles não saem do interior do gametângio , sendo transferidos diretamente de um para outro gametângio. Os mesmos não se fusionam, se põem em contato e um dos núcleos gaméticos migra do masculino para o feminino.
	3. Copulação gametangial – é caracterizada pela fusão de todo conteúdo dos gametângios masculino e feminino. Ex.: Zygomycota
	4. Espermatização – as estruturas masculinas são representadas pelos espermácios (células pequenas, uninucleadas, haplóides, semelhantes a esporos), que são produzidas de várias maneiras. O conteúdo do espermácio passa para a célula feminina através de um poro. Ex.: Basidiomycota
	5. Somatogamia – as hifas somáticas de micélios compatíveis funcionam como estruturas de reprodução sexuada. Ex.: Basidiomycota
TAXONOMIA DE FUNGOS
	Os taxonomistas têm procurado ordenar as espécies, de acordo com o conhecimento do maior número de caracteres, dentro de um sistema que permita evidenciar não só as afinidades naturais e relação de parentesco como também sua ordem filogenética, possibilitando uma rápida e correta classificação das espécies. 
	Assim temos, Espécies rigorosamente relacionadas, são agrupadas em Gênero; gêneros relacionados são agrupados em uma mesma Família; família em Ordem; ordem em Classe; classe em Filo; filo em Reino.
	Os primeiros Reinos incorporados na classificação formal de Linnaeus e outros autores, foram aqueles dois considerados distintos: 
	1. As plantas – organismos fotossintéticos e fixos; Este Reino compreendia quatro divisões: Tallophyta (bactérias, algas e fungos); Bryophyta; Pteridophyta e Spermatophyta.
	2. Os animais – organismos heterotróficos e móveis.
	Os fungos, embora não fotossintetizassem, foram considerados como planta, por serem imóveis e por possuírem o que se pensava na época serem raízes. 
	As bactérias sendo móveis, tendo forma fotossintética, consideradas plantas. 
	Os protozoários por serem heterotróficos e móveis,poderiam ser classificados como animal.
	No sistema de dois reinos, havia a dificuldade de enquadramento dos organismos unicelulares, uma vez que alguns grupos são colocados tanto no reino Plantae pelos Botânicos, como no reino Animália pelos zoólogos.
	A possibilidade de um terceiro reino para os organismos inferiores foi proposta por Haeckel e outros. Há dois conceitos para o terceiro reino:
	 a) Protista (Haeckel) – onde são incluídos só organismos unicelulares, isolados ou coloniais. Estes organismos que como regra, permanecem unicelulares durante toda vida ou raramente formam colônias frouxas por repetidas clivagens, mas nunca formam tecidos. Exemplo: Esponjas, fungos e ou algas inferiores.
	 b) Protoctista (Hoog e Copeland) – pode incluir organismos unicelulares e organismos que não possuem diferenciação de tecido (multicelulares e multinucleados). Exemplos: Fungos e Algas superiores.
Copeland, mais tarde, propôs o sistema de quatro reinos, baseando-se no caráter de procariota e eucariota.
	1) Reino Mychota ou Monera – incluía os procariotas, organismos sem núcleo definido. As bactérias e cianofíceas.
	2) Reino Protoctista – organismos nucleados. Os protozoários, algas vermelhas e pardas e os fungos.
	3) Reino Plantae – eucariontes clorofilados (cloroplastos).
	4) Reino Animalia – eucariontes multicelulares, que passam durante seu desenvolvimento, pelos estágios de blástula e gastrula.
	Levando em consideração o nível de diferenciação dos tecidos, o sistema de Copeland foi modificado por outros autores. 
	Em virtude do aumento de conhecimento e lacunas que as classificações antigas apresentavam Whittaker apresentou em 1969 um sistema de cinco reinos, levando-se em consideração a condição de unicelular – multicelular – multinucleado, além do modo de nutrição dos seres vivos.
	 1) Monera – para os procariotas;
	 2) Protistas – eucariotas unicelulares;
	 3) Plantae – eucariotas multicelulares fotossintéticos (os produtores);
	 4) Fungi – eucariotas multicelulares redutores;
	 5) Animalia – eucariotas multicelulares consumidores.
	O sistema foi contestado por outros autores com a argumentação de que os organismos classificados entre os protistas eucariontes unicelulares havia alguns polifiléticos (derivados de diferentes ancestrais flagelados), sugerindo-se desde a extinção do reino protista, transformando-o em nível e a criação de outros reinos para acomodar desde os mais simples aos mais complexos organismos.
	Dentro do Reino Fungi também foram elaboradas classificações para acomodar os organismos que se acreditava serem fungos. Uma classificação bastante utilizada por ser considerada didática foi a de AINSWORTH (1973):
Reino: FUNGI
Divisão: Myxomycota (organismos que possuíam plasmódio em uma fase da vida). Este grupo subdivide-se em Classes;
	 Eumycota (fungos verdadeiros), com cinco subdivisões:
		Mastigomycotina (fungos inferiores, aquáticos em sua maioria, terrestres, micélio contínuo ou cenocítico limitado, esporos (planosporos) denominados zoósporos, com um ou dois flagelos);
		Zygomycotina (fungos inferiores, terrestres, micélio contínuo ou cenocítico bem desenvolvido, esporos (aplanósporos), sendo os assexuados esporangiosporos e os sexuados zigosporos);
		Ascomycotina (fungos superiores, perfeitos, terrestres, micélio septado bem desenvolvido, esporos (aplanósporos) sexuados denominados ascósporos);
		Basidiomycotina (fungos superiores, perfeitos, terrestres, micélio septado bem desenvolvido, esporos (aplanósporos) sexuados denominados basidiosporos);
		Deuteromycotina (fungos superiores, imperfeitos, terrestres, micélio septado bem desenvolvido, esporos (aplanósporos) assexuados denominados conídeos);
Estudos posteriores (análise genética, composição de parede celular, flagelos, etc.) demonstraram que nem todos os organismos classificados anteriormente como fungos deveriam continuar no Reino. Os taxonomistas procuraram alternativas e atualmente uma das classificações taxonômicas empregadas é a aceita por ALEXOPOULOS et al, 1996, que redistribuiu os organismos em:
Reino FUNGI
Filo Chytridiomycota
Filo Zygomycota
Filo Ascomycota
Filo Basidiomycota
Obs.: A subdivisão Deuteromycotina anteriormente aceita, que engloba os fungos imperfeitos ou mitospóricos hoje só é aceita por alguns autores (Moore-Landecker, 1996) como Filo-forma Deuteromycota.
Reino STRAMENOPILA
Filo Oomycota
Filo Hyphochytridiomycota 
Filo Labyrinthulomycota
Grupo PROTISTA
Filo Plasmodiophoromycota
Filo Dictiosteliomycota
Filo Acrasiomycota
Filo Myxomycota
Descrições das características básicas dos filos pertencentes ao Reino FUNGI.
Filo Chytridiomycota
Caracteres gerais:
Micelio contínuo ausente ou pouco desenvolvido (rizomicelio);
Parede celular: quitina e ou glicana;
Podem ser holocárpicos (endobióticos) ou eucárpicos (epibióticos);
São fungos normalmente aquáticos;
Estrutura de reprodução: zoosporângio que pode ser operculado ou não, mono ou policêntrico;
Esporo flagelado (móvel) denominado zoósporo com um flagelo posterior do tipo chicote;
São decompositores de matéria orgânica.
Exemplos de gêneros: Catenaria, Gonapodya, Cladochytrium, Nowakowskiella, Karlingia, etc.
Filo Zygomycota
Caracteres gerais:
São quase estritamente terrestres, geralmente no solo, matéria orgânica em decomposição, ar, esterco, parasitando outros fungos, etc.;
Micelio contínuo ou cenocítico bem desenvolvido, de crescimento invasivo e rápido;
Ausência de células flageladas (aplanósporos) ou melhor os esporos são imóveis;
São eucárpicos, onde apenas parte do micelio se transforma em estruturas reprodutivas;
Estrutura de reprodução assexuada: esporângios típicos (formados de perídio, columela e esporangiosporos), merosporângios e esporangíolos;
Esporos de origem assexuada, denominados esporangiosporos e os de origem sexuada zigosporo;
Parede celular formada de quitina, quitosano;
Algumas espécies podem ser patogênicas ao homem, produzindo Zigomicoses.
Exemplos de gêneros: Rhizopus, Absidia, Mucor, Syncephalastrum, etc. pertencentes a classe Zygomycetes.
Filo-forma Deuteromycota
	Neste grupo estão enquadrados os fungos com micelio septado bem desenvolvido,hialino ou pigmentado, que se reproduzem apenas assexuadamente por isto podem ser denominados de imperfeitos ou mitospóricos.
Caracteres gerais: 
Maioria dos fungos deste grupo artificial é terrestre, podendo ser encontrados no solo, vegetais vivos e mortos, homem e animais, fazendo parte da cadeia ecológica na ciclagem de nutrientes;
Micelio septado bem desenvolvido, sendo que em algumas famílias podem ser hialinos e em outras pigmentado (coloração amarronzada), porém há um grupo, das Leveduras (classe Blastomycetes), que normalmente não forma micelio verdadeiro e sim pseudomicelio; 
Ausência de células flageladas, sendo os esporos imóveis (aplanósporos);
São eucárpicos na sua grande maioria;
Estrutura de reprodução assexuada denominada de conidióforos, que podem ser simples (como em Aspergillus ou Penicillium) ou complexos (esporodóquio formado pelo gênero Fusarium, além de picnídio, acérvulo e sinêmio);
Só apresenta esporos de origem assexuada, denominados de conídios, sendo estes de forma, tamanho, coloração e septação variada. Os conídios pequenos são denominados de microconídios (sem septos ou com até um septo) e os grandes de macroconídios (além de dois septos, que podem ser dependendo da espécie transversais e também horizontais);
Parede celular: quitina, celulose, glicana, manana.
Maioria das espécies patogênicas ao homem estão dentro deste grupo, causando micoses tanto micoses superficiais como profundas, dependendo das circunstâncias (fator predisponente, localização da micose no organismo). Exemplos de agentes de micoses: (espécies pertencentes aos gêneros) Aspergillus, Penicillium, Fusarium, Candida, Trichosporon, Cryptoccocus, Histoplama, etc.
Alem da importância médica (micose e micotoxicose), alguns representantes deste filo podem ser utilizados para fins benéficos comoprodução de antibióticos (penicilina por Penicillium notatum), panificação e indústria de bebidas fermentadas como vinho e cerveja (Saccharomyces cerevisiae).
Filo Ascomycota
Caracteres gerais:
São considerados fungos superiores, devido complexidade de suas estruturas reprodutivas e tipos de reprodução sexuada;
São terrestres, geralmente encontrados no solo, matéria orgânica em decomposição, plantas vivas, etc.
Micelio septado bem desenvolvido, formando em alguns grupos pseudotecido (ascocarpo);
Possuem estruturas complexas de reprodução sexuada, denominadas de ascocarpos, que por sua origem, formato e complexidade dividem-se em: cleistotécio, ascostroma, peritécio e apotécio.
Esporos imóveis (aplanósporos), de origem sexuada, denominados ascósporos, formados dentro de pequenos sacos (ascos) de tamanho e formato variado; dentro dos ascos podem conter entre 4 a 32 ascosporos ou mais;
Parede celular: mais freqüente é a quitina, porem pode ser encontrado também celulose, glicana, manana;
Possuem himênio, que é considerado um camada (coxim) de hifas férteis, onde são formados os ascósporos;
Importância econômica mais voltada para doenças em plantas e por alguns serem comestíveis (trufas). Causando algum tipo de lesão no homem está Piedraia hortai, que causa piedra negra ou quirana (nódulo no pelo - ascostroma).
Filo Basidiomycota
Caracteres gerais:
São terrestres, encontrados geralmente no solo, matéria orgânica em decomposição e em vegetais vivos, sendo muitos macroscópicos (cogumelos e orelhas de pau);
Considerados fungos superiores, devido complexidade de suas estruturas reprodutivas e tipos de reprodução sexuada;
Micélio septado (septo pode ser simples ou complexo do tipo doliporo) bem desenvolvido, com hifas de três tipos (generativa, conjuntiva e esquelétea), formando pseudotecido (basidiocarpo);
Parede celular: pode apresentar quitina ou outros;
Possuem himênio, localizado em lamelas ou poros dos basidiocarpos;
Basidiocarpo de tamanho, formato, consistência variada;
Esporos imóveis (aplanósporos) de origem sexuada os basidiosporos, normalmente em número de 04, formados em estruturas com formato de clava denominadas de basídias;
Importância econômica: causam bastante doenças em vegetais (ferrugens e carvões), podem ser comestíveis (cogumelos)
Reino Stramenopila
	Este reino é composto de organismos que anteriormente estavam enquadrados dentro do reino Fungi, na subdivisão Mastigomycotina.
	Os organismos são em maioria aquáticos, porem algumas espécies podem ser terrestres. Os que vivem em meio aquático são decompositores de matéria orgânica (sapróbios),porem alguns são parasitas de peixes (Saprolegnia), algas e animais (cavalos), até mesmo do ser humano (Pythium insidiosus). Alguns representantes são terrestres, e quase sempre patógenos de plantas de interesse econômico (Pythium).
Micelio contínuo bem desenvolvido, com parede celular composta de celulose e glicana, com ausência de quitina.
	Reprodução assexuada produzindo zoosporângios, estruturas que produzem esporos assexuais móveis denominados zoósporos, que podem apresentar um flagelo do tipo penado (ornamentado) ou dois, um liso e outro penado.
	Reprodução sexuada formando estruturas reprodutivas denominadas oogônio, que produz esporos sexuados denominados oósporos.
Grupo Protista
	Os organismos hoje enquadrados neste grupo pertenciam na antiga taxonomia ao reino Fungi, divisão Myxomycota.
	A característica mais importante que os distingue dos fungos verdadeiros é que em uma parte do ciclo de vida, estes organismos produzem plasmódios ou mixamebas de vida livre.
ZIGOMICOSES
CONCEITO: E doença polimórfica , de etiologia múltipla, sendo causada por diferentes espécies de fungos da classe Zygomycetes,com formas clínicas ocorrendo quase sempre associada a doenças graves. Inicialmente conhecida por ficomicose , em 1976, Ajello propôs o termo Zigomicose, consagrado pelos taxonomistas modernos. É micose rara tanto no H como em animais.
	Enthomophthorales e Mucorales são as duas ordens que dão nome aos dois grupos de Zigomicoses: Entomoftoromicose e Mucormicose.
	ENTOMOFTOROMICOSE - atinge indivíduos aparentemente imunocompetentes, seu micélio cenocítico é envolto por halo eosinófílico característico (fenômeno de Splendore-Hoeplii). Infecção crônica , em geral subcutânea, pode ser dividida em duas entidades clinicas que diferem em aspectos etiológicos e epidemiológicos: conidiobolomicose e basidiobolomicose. Agentes Conidiobolus coronatus, C. incongruus e C. lamprauges ( afeta mucosa nasal e o tecido subcutâneo adjacente formando massas infiltradas – rinozigomicose); Basidiobolus ranarum ( afeta tecido subcutâneo e músculos), pode disseminar.
	MUCORMICOSE – é quase sempre micose oportunista e o seu micélio cenocítico não apresenta halo eosinofílico. Infecção geralmente aguda e grave. Clinicamente apresenta 3 formas: cutânea, disseminada e rinocerebral.
	DISTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA: Cosmopolita, em climas quentes e úmidos. Atinge ambos os sexos e qualquer idade.
	HABITAT: solo, matéria orgânica em decomposição , frutas e pão de trigo e centeio.Podem ser isolados da biota do H (pele dos tratos gastrointestinal, respiratório e urinário), do ar, fezes de vários animais (sapo, rã, lagartixas, morcegos insetívoros, mamíferos) toda variedade de insetos (escaravelho).
	FATORES PREDISPONENTES: doenças debilitantes: diabetes não controlada, doença do sistema reticulo-entotelial (leucemias, linfomas). Uso prolongado de antibiótico, desnutrição, radioterapia prolongada
	MECANISMO DE TRANSMISSÃO: Via respiratória, também por via oral e cutânea
Na mucormicose rinocerebral e pulmonar, os esporos de fungos penetram por inalação e disseminam-se pelos vasos sangüíneos.
Na mucormicose gastrointestinal, os fungos penetram por via oral através de alimentos contaminados e disseminam-se via hematogênica.
A mucormicose cutânea primária é rara, e os fungos penetram por continuidade, lesões pré-existentes ou traumatismo cutâneo
	MUCORMICOSE CUTÂNEA: raramente encontrada, seus agentes mais comuns são Mucor ramosissimus e Rhizopus rhizopodiformis. As lesões são eritematosas e papulosas, o tecido infectado torna-se necrosado e as lesões espalham-se progressivamente 
	MUCORMICOSE SISTÊMICA: com ou sem foco primário pulmonar, o processo pulmonar é progressivo e não controlado, disseminando-se a outros órgãos vitais (baço, coração e estômago, agentes envolvidos: Absidia corymbifera, Rhizopus oryzae, R. microsporus, Mucor hiemalis, M. racemosus. Fenômenos de trombose arterial e pequenas áreas de infarto
	MUCORMICOSE RINOCEREBRAL: está invariavelmente associada a diabetes agudo (ceto-acetose), e é a mais fulminante de todas as doenças micóticas. Principais locais atingidos são os seios nasais e paranasais. Os sinais que mais rapidamente aparecem são no nariz, olhos e cérebro – muco nasal negro ou sanguinolento é observado com formação de tecido necrótico no septo nasal -sintomas como dor de cabeça, calafrios e febre são observados, a dilatação orbitária indica a invasão do cérebro e meninges – encefalite.
DIAGNOSTICO LABORATORIAL
	O fungo independente do gênero apresenta-se com hifas grossas, curtas e cenocíticas. 
	COLETA: biópsia ou necropsia
	EXAME DIRETO – exsudatos ou biópsias, com KOH a 6%, Coloração HE ou indigo-carmim
	OBSERVAR: hífas largas, com septos esparsos, parede celular fina, 3 a 5 cm de largura, isoladamente, contorno irregular, com ou sem reação Splendore-Hoeplii ao redor.
	CULTIVO: AGAR BATATA, AGAR SABOURAUD
	MICOLOGIA DO FUNGO: Possuem crescimento rápido, de 48 a 72h, do tipo invasivo, aspecto algodonoso, coloração de bege a cinza escuro, dependendo do gênero e espécie envolvida.
HIALOHIFOMICOSE – ASPERGILOSES
	DEFINIÇÃO: Infecção fúngica de localização variada (pele, ouvido externo, seios nasais, olhos, brônquios e pulmões) e que se caracteriza por apresentar lesões granulomatosas inflamatórias no H e animais. Disseminação rápida por invasão de vasos sanguíneos pelas hífas causandotrombose. Podem colonizar cavidades pré-existentes. Estes agentes podem ocasionar processos patológicos tais como: alergias, micotoxicoses (aflatoxinas) etc. São considerados oportunitas.
	AGENTES ETIOLÓGICOS: Deuteromycota – Hyphomycetes – Moniliales
		O gênero Aspergillus possui + ou – 600 espécies, e várias podem causar micoses . Exemplos – A. fumigatus.; A. niger; A. clavatus; A. versicolor; A. oryzae; A. glaucus; A. nidulans; A. sydowi, A. flavus; A. terreus etc.
	MECANISMOS DE TRANSMISSÃO: Inalação – exógeno, Ingestão; com disseminação no organismo através dos vasos sanguineos.
	FATORES PREDISPONENTES: A doença varia de acordo com a gravidade e o tempo de evolução clínica. Doenças debilitantes (tuberculose, leucemia, diabetes, carcinoma, linfoma, etc.); alergias; tratamentos prolongados com antibióticos, corticosteróides.
ASPERGILOSES
FORMAS CLÍNICAS:
	A) PULMONAR
Ficam na superfície dos bronquios;
 Broncopulmonar alérgica;
Invasiva (pacientes imunodeprimidos);
Aspergiloma intracavitário (bola fúngica – massa de micélio em cavidade pré-existente circundada por fino tecido fibrótico) que contém células inflamatórias, causado por A. fumigatus
	B) CUTÂNEA – podem acometer o ouvido causando otomicose.Ex. A. niger
	C) ORBITÁRIA – (crônica) seios paranasais.
	D) DISSEMINADA – ocasionando abcessos, granulomas no cerébro, pulmões, rins, fígado, esôfago, etc.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
	COLETA: escarro, lavado brônquico, pele, etc.
	EXAME DIRETO: KOH 10% ou 30%, impregnação pela prata.
Melhor visualização das hífas com diâmetro uniforme (3 a 6 µm). Ramificação dicotômica com ângulo de 45o ou em U, em cortes histológicos impregnados pela prata (método Gomori).
	CULTURA: Agar Sabouraud inicialmente e depois meio Seletivo Ágar Czapeck
		Colônia de crescimento rápido, de granulosa a pulverulenta, com coloração variada (verde, amarelo, ocre etc.)
		Biópsia: pode ser feita dependendo da necessidade.
		Raio X.
MICOTOXINAS E MICOTOXICOSES
	CONCEITO DE MICOTOXINAS: As micotoxinas são compostos produzidos por fungos filamentosos microscópicos que podem desencadear nos seres vivos processos tóxicos denominados micotoxicoses, pela ingestão em grande quantidade (efeito agudo) ou cumulativo, por pequenas quantidades (efeito crônico).São resistentes a altas temperaturas, superiores a 300oC, e ao ácido estomacal.
	Dentre os fungos produtores dessas micotoxinas temos: Aspergillus dos grupos flavus, ochraceus, fumigatus etc; Penicillium sp.; Fusarium sp; Alternaria sp; Rhizoctonia.
	CONCEITO DE MICOTOXICOSES: São intoxicações de natureza aguda ou crônica provocadas pela ingestão de alimentos contaminados com metabólitos tóxicos produzidos por fungos filamentosos microscópicos.
	Histórico – 1960 – descoberta das aflatoxinas
	Muitas micotoxinas se encontram de forma natural em vários cultivos agrícolas, tipo grãos, sementes ou frutos oleaginosos (amendoim, milho, castanha-do-brasil) ou alimentos ricos em lipídeos (chocolate, leite etc.) e a atividade biológica destes metabólitos tóxicos varia desde efeitos cancerígenos, mutagênicos e teratogênicos até desordens hormonais. Em função disso, a F.A.O. recomenda um maior controle de determinadas micotoxinas.
	Os riscos de micotoxicoses são avaliados em relação a 4 categorias de micotoxinas, cada uma delas associada a uma patologia diferente.
	AFLATOXINAS – Aspergillus – A. flavus, A. ochraceus, B1, B2, G1, G2
	OCRATOXINAS – Aspergillus e Penicillium
	ZEARELONA – Fusarium, Penicillium e Gibberella
	TRICOTECENO – Fusarium, Acremonium e Trichoderma
AFLATOXINAS - em toxidade aguda é hepatotóxicas, e na toxidade crônica hepatocancerígeras com necrose focal e hemorrágica. É a mais estudada por sua alta canceriginidade. 
OCRATOXINAS - quadros de nefropatias, hepatotoxidade, enterites em animais intoxicados, imunossupressão e teratogênesis, efeitos mutagênicos e genotóxico. 
ZEARELONA síndrome estrogênica específica, em animais domésticos (cervos- ♀ vulvovaginites, hipertrofias uterinas e mamarias, perda de peso e dos embriões e em ♂inflamação do prepúcio e atrofia testicular, além de retardo do crescimento em recém-nascidos e em vacas – anemia, abortos, vaginites e infertilidade, a toxina não passa para o leite).
TRICOTECENO - intoxicação sistêmica, em animais com pancitopenia.
As micotoxinas suprimem, também, a imunidade, favorecendo infecções oportunístas.
CLASSIFICAÇÃO SUMÁRIA DOS EFEITOS DAS MICOTOXICOSES.
	TOXICIDADE ORAL AGUDA – A síndrome aguda da micotoxicose apresenta efeito sistêmico levando a óbito. SINAIS: depressão e anorexia, lacrimejamento e salivação intermitente que se agravam com o decorrer dos dias, temperatura subindo para 39oC, aumento do pulso e freqüência respiratória, diarréia, desidratação e morte.
	TOXICIDADE ORAL CRÔNICA – Os sintomas deste tipo ocorrem em animais que ingeriram pequenas quantidades de alimentos tóxicos por períodos longos. Os sinais são os mesmos da fase aguda, mas em menor proporção.
	EFEITO – cumulativo, ligado a alimentos ricos em lipídeos (produção).
FUSARIOSE
	DEFINIÇÃO: inflamação fúngica causada por espécies do Genêro Fusarium sp. Podendo afetar pele, unha, olho (córnea) e também o sistema urinário. Também podem ocasionar micotoxicoses.
	AGENTE ETIOLÓGICO: Fusarium spp.; F. Oxysporum F. Monilliforme, F. Solani
	MECANISMO DE TRANSMISSÃO: Traumatismo exógeno, queimadura, colírios contaminados
	FATORES PREDISPONENTES: Doenças debilitantes: ( leucemia, carcinoma, diabetes, tuberculose) Queimaduras.
	FORMAS CLÍNICAS: Não identificadas – Ceratites, necroses teciduais
	DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
		EXAME DIRETO: KOH A 10%, H/E.
	OBS: normalmente hífas septadas, com diâmetro variando entre 3-7µm, ramificação frequente, ângulo 90o.
		CULTURA: SAB e depois BDA. Hífa septada hialina macro e microconídeos
PENICILIOSE
	Algumas espécies de Penicillium causam infecções na pele e trato respiratório do homem, nomeadamente em individuos imunodeprimidos, como por exemplo os doentes com síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS).
	AGENTE: É o Penicillium marneffei que causa a mais frequente peniciliose, com infecção dos pulmões (pneumonia). 
	HABITAT: É um fungo comum nos solos em algumas regiões.
		É parasita normalmente do rato Rhizomis sinisensis.
		É o único Penicillium com forma dimórfica, em hifas ou leveduras que alterna de acordo com a temperatura. A forma do solo é normalmente a hifa, e dentro dos seres vivos a levedura.
	A peniciliose é semelhante à criptococose, com febre e anemia. É a mais frequente causa de infecções oportunistas em doentes com SIDA/AIDS no Sudoeste Asiático (e.g. 10% dos doentes com SIDA em Hong Kong acabarão por ter um episódio). As infecções dos pulmões generalizam-se em casos graves podendo advir a morte.
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