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MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 52 CAPÍTULO II: MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO No capitulo I estudou-se o gerador em vazio e em carga mas sem que o mesmo esteja conectado a outras máquinas. O Sistema de Potência de um pais ou de uma região ou mesmo de uma grande planta industrial é atendido, entretanto por grande quantidade de geradores em paralelo. A ordem de grandeza da potencia instalada no Brasil é de 96000 MW que adicionados aos 10000MW importados perfaz um total de 106000MW. Esta magnífica instalação é formada por milhares de geradores de diversas potências e rotações bem como de diversas fontes primárias sendo a principal no caso brasileiro a de origem hídrica com aproximadamente 85% do total. Outros países, entretanto tem na geração proporcionada por termoelétricas a gás ou carvão sua fonte principal. A energia de origem nuclear proporcionada pela fissão do Urânio é a principal fonte de energia elétrica França. A necessidade de reduzir os gases de efeito estufa provocados pela queima do carvão, petróleo e gás nessa ordem obrigam os países a utilizar Fontes Alternativas Renováveis. A Energia Eólica parece a mais promissora. Neste caso as dificuldades de conectar os geradores com a rede são outras e não são objeto deste trabalho. Os pré-requisitos para colocar um gerador síncrono em paralelo com uma barra infinita ou com outros geradores são: • 1)sequência de fases do gerador igual à da barra • 2)tensão do gerador igual à tensão da barra • 3)freqüência do gerador igual à freqüência da barra • 4)ângulo entre tensões do gerador e da barra próximo a zero. Os sistemas são dotados de instrumental que proporciona as condições para estabelecer o paralelismo do gerador com a rede ou de um gerador com outro ou outros. Classicamente os componentes que compõem um sistema de sincronismo são Para sincronização manual MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 53 Caixa de lâmpadas (somente para demonstrações laboratoriais de pequenas máquinas) Sincronoscopio ou Voltímetro de zero ou ambos Para sincronização automática Sincronizador: aparelho que monitora a tensão do gerador e da barra ao qual o mesmo será paralelado e que determina o fechamento da chave de manobra quando o mesmo atende os pré-requisitos para o paralelismo Equalizador de Freqüência e Tensão:Para atingir os pré requisitos é necessário conduzir o gerador à freqüência e tensão da barra. As vezes estas funções estão no sincronizador Distribuidor de cargas: Após paralelado é necessário redistribuir a carga para que o gerador recém paralelado assuma a carga que a ele foi destinada. Atualmente estas funções são efetuadas por um único aparelho. Um dos fabricantes bastante conhecidos internacionalmente é a Woodward que disponibiliza vários modelos entre os quais o GCP22 e o GCP2 . A figura 1 mostra uma configuração típica de colocação de duas Usinas Geradoras cada uma com 4 unidades paraleladas entre si e com a rede. MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 54 Figura 1.a: Sistema típico de paralelismo com a rede de 2 usinas Geradoras na mesma planta MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 55 Figura 1.b: Sistema típico de paralelismo com a rede de uma Usina Geradora. As funções do Modulo de Proteção as mínimas para proporcionar segurança ao sistema e são exigidas pela ANEEL ou mesmo pela concessionária O objetivo deste trabalho é mostra teoricamente como se procede para após paralelar um gerador com a barra para ‘’despachar’’ potencia ATIVA e ou REATIVA Analise do despacho de potência ATIVA e REATIVA A análise da sequência da figura 2(primeira no alto à esquerda) mostra um gerador G que deve ser conectado na barra B que já esta alimentada por n geradores e por isso pode ser considerada infinita para G e permite mostrar as etapas de transferência de carga da barra para o gerador recém colocado na referida barra MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 56 • Figura 2 (0):Paralelismo inicial Admitindo-se que os pré-requisitos foram atendidos e que a chave de paralelismo foi fechada e, portanto que G está sincronizado com a barra. Quando isto é feito não ocorre qualquer transferência de potência e a corrente é zero. • Figura 2 (1): Aumenta-se a excitação sem alterar o combustível Não haverá aumento de potência que continuará zero, porém ocorre aumento de Ef já que ocorreu aumento de If (excitação). Evidentemente como a tensão interna do gerador Ef aumenta e a tensão dos terminais permanece inalterada já que o gerador está paralelado com a barra prevalecendo a tensão Vb; surgirá então corrente de circulação Ic=(Ef-Vb)/xs sendo xs a reatância de sincronismo Figura 2.0 e 2.1 Figura 2(2): G ‘’envia’’ corrente para a barra porém sem potência ativa:Ia atrasada de 90º de Vg MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 57 • Figura 2 (3): Aumenta-se o combustível sem alterar a excitação Não haverá aumento de Ef já que não ocorreu aumento de If (excitação). A potência aumenta, pois já ocorreu aumento de combustível • Figura 2 (4): Aumenta-se ainda mais o combustível sem alterar a excitação Não haverá aumento de Ef já que não ocorreu aumento de If (excitação). A potência aumenta pois já ocorreu novo aumento de combustível, porém é limitada pelo ângulo d: a partir de 90º o gerador perde o sincronismo. • Figura 2(3) e 2(4): aumenta-se o combustível sem aumentar a excitaçãoÎEf constante mas Efsend aumenta e portanto aumenta d. • Figura 1 (5):Aumenta-se a potência que a Turbina entrega ao gerador sem aumentar a excitação A análise da equação P=3.V.Ef/xs .send permite mostrar que se Ef é constante a maior potencia gerada por G ocorre quando d=90 e send=1 • Figura 1 (6): Aumenta-se a excitação Haverá aumento de Ef já que ocorreu aumento de If (excitação). O limite de aumento de potência aumenta, pois ocorreu aumento de Ef. A análise da equação P=3.V.Ef/xs .send permite mostrar que se Ef aumenta G gera a maior potência MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 58 Figura 2(5) e 2(6): ao aumentar a excitacao aumenta-se a potência gerada por G Exercício 1 Análise de uma máquina síncrona em paralelo com uma barra infinita Figura3 Coloque um gerador de 3000kva 1730 volts em Y com xs=3 pu em paralelo com uma barra infinita. 1.1)Se Vg=Vb Fg=Fb e o ângulo entre as tensões do gerador e da barra é zero, qual será a contribuição no instante inicial antes de ajustar a injeção de combustível? 1.2)Agora ajuste o combustível para que PG=0,5pu, porém sem alterar a excitação. Qual a corrente Ia| ,fator de potência, Ef| e jxs Ia|.. em pu? Observe que se não ocorreu alteração na excitação, a fem Ef não pode mudar; isto significa que o lugar geométrico da fem Ef é um circulo com centro na origem do diagrama fasorial 3,0MVA 1730V,Y xs=3,0 pu MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELOS Penin y Santos 59 ou seja Ef=1 pu. Portanto se Ef=1,0pu e P=3* V*Ef send/xs=1500 KW e como xs=3 pu e xbase=1000/(3000/1,73*1730)=1 ohm e V=Ef=1000 tem-se send=1,5 o que é evidentemente absurdo Conclusão: não é possível o gerador trabalhar nessa região. O limite evidentemente é dado quando send=1 ou seja d=90º 1.3)Qual é, portanto a máxima potência que o alternador poderá fornecer sem ajustar a excitação? P=3*1000*1000*1/3=1000KW. Teoricamente seria possível atingir este ponto com incrementos muito pequenos, porém em termos práticos isto é impossível Por outro lado se o aumento do combustível ocorreu para proporcionar 1000kw de potência ativa significa que 1730*1,73* Icosf =1000000= Icosf=333 A Onde f=45, ou seja, cos f=0,707. Portanto I=471A Figura 4:Limite de fornecimento de potência 1.4)Qual o procedimento para restabelecer o fator de potência unitário? MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 60 Aumenta-se a corrente de excitação para que Ef =Vg+jxsIa de tal forma que ângulo de Ia=0 Figura 5 A corrente agora será 1,0pu e o fp será = a 1,0 Exercício 2. Um altern. trif. de pólos lisos G com potência de 100 MVA, 13.8KV Y 60 hz 4 pólos . ARMADURA: possui fator de enrolamento Ke=0,828 devido ao encurtamento e a distribuição. Possui 6 bobinas por pólo e por fase (01 espira por bobina). Nos testes em carga com fp=0 determinou-se a reatância de dispersão pelo método de Pottier xl=0,08pu. As curvas em vazio e em curto são dadas. O gerador deve ser conectado (paralelado) a um barramento que já está alimentado por outros geradores G1, G2, G3...Gn e no qual existe uma carga de 200MVA com fp=0,7071 Ind. Potência mas com aumento da excitação MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 61 Figura 6: colocação de G no barramento Deseja-se reduzir a potência aparente fornecida pelos G1, G2, G3.....Gn, passando-a para G de tal forma que G1, G2, G3.....Gn ‘’enxerguem’’ fp=0,9 Ind. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 8500 9000 9500 10000 10500 11000 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 Vf Icc Figura 5: Curva em vazio e curto de gerador de 100MVA 2.1) Qual a tensão em vazio (Ef) que deve ser ajustada em G para atender essa situação. MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 62 Figura 7:Gerador G alimentando a carga somente indutiva 2.2) Qual a tensão em vazio (Ef) que deve ser ajustada em G para além de atender essa situação, G também proporcione 30MW a carga? Figura 8: Alimentando carga Indutiva e Ativa Solução: 2.1) Qual a tensão em vazio (Ef) que deve ser ajustada em G para atender essa situação. É necessário calcular qual o valor da carga que o gerador G deve suprir: corrente e fator de potência O conjunto inicial de geradores deve passar a alimentar 141,42MW(200.0,7071) e 68,5MVAR. Nestas condições o fator de potência que ‘’enxergado’’ será tg68,5/141,42= e cos =0,9 Ind que é o valor pretendido O gerador G deve fornecer (141,42-68,5)=72.92 MVAR à carga. Desta forma os geradores G1,G2....Gn fornecerão apenas 68,5 MVAR. A potência aparente será 157,13 MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 63 MVA (não há alteração na potência ativa, pois G não recebe combustível para proporcionar potencia ativa as cargas). A corrente do gerador G será 3053 A com fp=0 Indutivo Figura 9: Novo fator de potência ‘’enxergada ‘’ pelos geradores iniciais a)Cálculo de Ef : Solução pelo método da reatância A reatância xs =1,92 ohms foi obtida na curva em vazio e em curto do gerador A tensão em vazio Ef=V|0+jxsIa sendo Ia=3053|0 Ef=7976|0+j1,92.3053|-90=13837|0 b)Cálculo de Ef: Solução pelo método geral b.1)Primeiramente será necessário determinar o valor de FA (FRA) para o que é necessário calcular ER. Para tal é necessário calcular xl=0,08pu.7976/4176=0,153ohms. ER=V+jxlIn=8640V(valores por fase). Este valor determina A’ do triângulo de Pottier. A vertical por A’ determina o ponto B’ do triângulo. Uma paralela à reta do entreferro passando por A’ determina O’ Colocando OC a partir de O’ determina-se C’. B’C’ fornece o valor de FA para corrente nominal=>FA=475 A Como a corrente agora será 3053A FA(3053)=347,3A MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 64 ER=V|0+jxl.Ia sendo Ia=3053|-90 ER=7976|0+j0,08.3053|-90=8443|0 Na curva FR=555|90º FRA(3053)=347,3|-90 Ff=555|90-347,3|-90=902,3|90º Ef=10100 V|0º Observar que ao valor de Ef encontrado pelo Método Geral é mais preciso mas não se aplica para cálculo da potência pela expressão P=3.V.Ef.send/xs. Figura 10- determinação de FA (ou FRA) por Poitier 2.2) 2.2.1)Qual a tensão em vazio (Ef) que deve ser ajustada em G para além de atender essa situação, G também proporcione 30MW a carga? Está implícito que ocorreu injeção de combustível que proporciona potência ativa. O gerador G deverá contribuir com Q=72,9 MVAR e P=30 MW Portanto S=30+j72,9=78,31|-67,63 Cálculo da corrente para carga de 78,31 MVA 78,31.106=13800.I.1,73.cosf Ia=3270|-67,63 MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 65 Ef=7976|0+j1,92.3270|-3270=13987|9.83 ou seja d=9,83º A potência pode ser expressa como: P= 3.V Ef. send/ 1,92 =29800.103 Observar que em 2.1 o valor de If foi ajustada para Ef = 13837V. Para atender a nova situação de potência (ativa +reativa) If devera ser ajustada para Ef=13987 V Na figura 11, em verde na parte superior representa-se a contribuição do gerador G Em preto na parte inferior, representa-se a situação das potências enviadas pelos geradores iniciais Antes da contribuição de G=> 200MVA com fp=0,7071 Indutivo; Com a contribuição de G: com 72,92 MVAR , mas sem qualquer contribuição com potência Ativa =>157,13 MVA Com a contribuição de G: com 72,92 MVAR , e com contribuição de 30MW de Potência Ativa, a Potência Aparente é de => 130,77MVA Figura 11: Gerador G contribuindo com 72,92 MVAR e 30MW 2.2.2)Qual a nova situação se não ocorrer alteração na corrente de excitação e, portanto em Ef ? Em outras palavras deseja-se saber qual o novo valor da Potência Reativa para que o gerador G forneça 30MW sem alteração da corrente de excitação ajustada para Ef=13937V Se Ef=13937 V e admitindo-se que o combustível foi ajustado para 30MW tem-se: P=30.106=3.7976.13937.send /1,92=>send =0,1727; d=9,95º cos9,95=0,985 MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 66 Ef.cosd =13937.cos9,95-7956=13727-7976=5751,5=>tgf=5751,5(13937.send)=2,39 =>f=67,29o (negativo) Ia(ativa)=1256,59 A Ia=3254,86 A =>S=77,71 MVA Ia(reativa)=3002,5 A=>Q=71,930MVAR Ef=13937 xs.Ia=6249,33 V=5751,37V=7976 Efsen =2414,9 Figura 12: Diagrama da Corrente e Ef 2.3) Sem Alterar a excitação qual a máxima potencia que o gerador G pode proporcionar? P=3.7976.13837.sen90/1,92=173689 KW 2.4) Repetir 2.2, mas com contribuição de G aumentada para 100MW MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 67 Está implícito que ocorreu mais injeção de combustível que proporciona mais potência ativa. 2.4.1) Mantendo acorrente de excitação (Neste caso o despacho dos reativos deve diminuir) Como P=3.V.Ef.send/xs=>Ef. send =1,92.100.106/(3.V)=8024 Observar que em 2.1 Ef foi ajustado para 13847V e neste item esta se impondo manutenção de If e portanto de Ef. Portanto send=8024/13847=0,5794 d=35,41º Por outro lado sabe-se que VEf. send /xs=Vf.Ia.cosf=> Ef. send /xs=Ia.cosf Por outro lado V+DV=Ef.cosd=>DV=11285,67-7976=3299,7 tagf=3299,7/8024=0,411=> f=22,35º Portanto a componente ativa da corrente é 100.106/(13800.1,73)=4188,65 E a componente reativa é 1721,53 A Ia=4528,86|-22,35º A O fator de potência nestas condições é 0,925 Indutivo Confirmação: A equação da tensão Ef deve proporcionar o valor de 13937 e ângulo de 35,41º : Ef=7987|0+j1,92.4528,86|-22,35=13862,98|35,45º Os valores são muito próximos confirmando a solução. 2.4.2)Permitindo que a corrente de excitação aumente: O gerador G deverá contribuir com Q=72,9 MVAR e P=100 MW . Calcular a nova excitação. Portanto S=100+j72,9=123,75|-36 Cálculo da corrente para carga de 123,75 MVA 123,75.106=13800.I.1,73.cosf Ia=5183,5|-36 Ef=7976|0+j1,92.5183,5|-36=15998|30,21 ou seja d=30,21º MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 68 xs.Ia=9952 VV=3299,7 xs.Ia Figura 13: Diagramas fasoriais Interpretação do ângulo de potência A figura 14 é de um GS em carga: F e F são os valores máximos da fundamental de distribuições espaciais das FMM’s e dos fluxos. E, V e I são os valores eficazes das fundamentais das fem’s, tensões e correntes Figura 13-Interpretação física do ângulo de potência MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 69 O ângulo d definido entre Ef e V. É também o ângulo entre Ff -campo imposto pelos pólos e F’R - campo que existiria se além de considerar a composição de Ff e FA também se considera-se a dispersão. A derivada do fluxo F’R proporciona a tensão V dos terminais do gerador a menos da queda resistiva. Alguns autores como Che Mun Ong associam a V um eixo qe (eixo elétrico) e definem d como o ângulo entre qe e q. Ação Sincronizadora na Máquina Síncrona Introducao: A Union for the Coordination of Transmission of Electricity, fornece na Europa electricidade a mais de 450 milhões de pessoas e interligada com a rede CIS, Commonwealth of Independent States (rede Russa e dos antigos países da ex-União Soviética) e com a rede do Norte de África A complexidade deste sistema talvez seja maior que a da America do Norte.Imagine-se o grau de conhecimento exigido para dotar o sistema da confiabilidade que necessita e que de fato possue. A tensão e a freqüência, devem que ser mantidas dentro de valores estreitos de tolerância, para proporcionar aos consumidores energia de forma satisfatória. Os centros de controle (TSO – Transmission System Operator) têm a responsabilidade de atingir este objetivo . A estabilidade das máquinas síncronas que pertencem ao sistema é um dos mais importantes aspectos a ser considerado. Em condições normais de funcionamento, as máquinas síncronas mantêm-se em sincronismo. Quais são as forças de sincronismo que as mantém na velocidade de sincronismo quando por motivos de pequenos mas sempre presentes problemas no sistema de regulação de velocidade uma máquina síncrona tende a afastar-se ligeiramente da velocidade de sincronismo? Explicação: A carga proporcionada por um gerador síncrono paralelado com uma barra infinita depende da quantidade de combustível fornecido ao motor primário (acionador) que o mesmo transforma em potência mecânica no seu eixo. O raciocínio até aqui desenvolvido baseia-se em sistema estável. Na prática ocorre uma situação de regime semi-permanente, ou seja, o regulador de rotação frequentemente injeta quantidades excessivas de combustível durante períodos muito curtos que provocam aumentos momentâneos de potência. Quando isso ocorre haverá um aumento do ângulo d. Como no momento seguinte haverá redução do combustível já que o incremento foi momentâneo e o regulador age no sentido de corrigir o erro, o ângulo d será reduzido . MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 70 Figura 5 Durante o transitório a potência P1 foi incrementada em DP passando de P1=V.Ef.send/xs para P2=V. Ef.sen(d+Dd)/xs momentaneamente. O acréscimo de potência ocorrido foi: DP=P2-P1= V. Ef.sen(d+Dd)/xs- V.Ef.send/xs= V.Ef. /xs. (sen(d+Dd)-send) Considerando que sen(d+Dd)-send=senDd. cosd+ cosDd. send- send= cosd senDd+ send. (cosDd – 1) mas -(1-cosDd)= -2 sen2(Dd/2) portanto: cosd senDd+ send. (cosDd – 1)=cosd send-2. send. sen2(Dd/2) Mas como Dd é muito pequeno sen2Dd pode ser desprezado. Assim tem-se DP= V.Ef. /xs. cosd.senDd Î P= V.Ef. /xs. cosd.Dd Ou seja, quando ocorre uma elevação temporária da potência mecânica fornecida pela turbina ao GS, este reage enviando mais potência ao sistema. Evidentemente o GS desenvolve um conjugado eletromagnético que se opõe ao conjugado mecânico que provocou a aceleração momentânea. Desta forma o ângulo d se restabelece O conjugado de sincronização é, portanto: Ts=P/w=1/w. V.Ef. /xs. cosd.Dd É interessante observar que o conjugado de sincronização é elevado se d for próximo a zero, pois cosd é praticamente 1(cos0=1) MÁQUINAS SÍNCRONAS: TRABALHO EM PARALELO S Penin y Santos 71 Mas se d for próximo a 90º o conjugado de sincronização é praticamente zero, pois cos90=0. A conseqüência prática: quando ocorre um acréscimo de potência mecânica e portanto do conjugado proporcionado pelo acionador se o gerador esta com pouca carga vale dizer com d pequeno o conjugado de sincronização é elevado e se o acréscimo de potência é temporário o ângulo d é imediatamente restabelecido. Se, entretanto o gerador esta com muita carga e o ângulo d é grande o conjugado de sincronização é pequeno e haverá dificuldade para restabelecer a sincronização. Note-se que quanto menor a excitação maior será o d para a mesma carga. P2 P1 p/2 Limite da Estabilidade
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