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IMAGINAR E RECRIAR:
A importância da literatura para o desenvolvimento das competências linguísticas na educação infantil
Daniela Garcia Fontanari
Prof.ª Fernanda dos Santos Paulo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED 1014) – Estágio Educação Infantil
28/11/2016
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo descrever e analisar as etapas do Estágio I do curso de licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, que consistiu na pesquisa, observação e regência com uma turma da Educação Infantil. O tema escolhido teve como área de concentração as metodologias de ensino, baseado em um clássico da literatura: “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, com a finalidade de aguçar a imaginação, incentivar o prazer pela leitura e estimular o desenvolvimento da linguagem escrita. As propostas das regências foram fundamentadas na tipologia de conteúdos: factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais, a fim de propor a reflexão de como é possível planejar e desenvolver práticas pedagógicas diversificadas que oportunizem às crianças o aprendizado do mundo através de uma experiência lúdica, envolvendo a imaginação, a leitura, a escrita, a música, as artes, a ciência, a matemática e, principalmente, a aquisição de valores e sentimentos importantes para a construção de suas identidades. Dessa forma, foi possível perceber a importância do enfoque globalizador para a ampliação dos conteúdos de aprendizagem da leitura e escrita, através da diversificação dos procedimentos metodológicos e da consolidação da avaliação como um processo contínuo e reflexivo, utilizando-se da ludicidade para o desenvolvimento das competências linguísticas básicas dos alunos.
Palavras-chave: Tipologia de conteúdos. Ludicidade. Identidades. Competências linguísticas.
1 INTRODUÇÃO
	
O tema escolhido para o projeto desse estágio foi: “O Pequeno Príncipe visita a Escola Cilika”, cuja área de concentração foi as metodologias de ensino. As regências foram realizadas na Escola Cilika, em Porto Alegre, com uma turma da Educação Infantil, Jardim B, composta por nove crianças, com idade entre cinco e seis anos. A escola é particular e funciona em uma casa ampla de dois pisos, possui infraestrutura completa e dentro das normas padrões de instituições da Educação Infantil. A escola está com um projeto, desde o início do ano letivo, que consiste na leitura da obra “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, para todas as turmas. As crianças além de lerem a história na escola, têm a oportunidade de levar para suas casas o livro, um boneco do Pequeno Príncipe e um diário, no qual a criança e a família podem descrever e/ou desenhar como foi essa experiência.
O planejamento das regências levou em conta a reflexão sobre a finalidade da educação através das dimensões das práticas pedagógicas na construção da identidade e no desenvolvimento das competências linguísticas das crianças através da ludicidade. Também buscou o aprimoramento dos conteúdos: factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais, utilizando como base o livro “O Pequeno Príncipe” para a recriação de uma história sobre a visita do Pequeno Príncipe à Escola Cilika, fazendo uso da imaginação das crianças (“o faz de conta”), onde o personagem da história original passará uma semana na escola, realizando as tarefas diárias. Com isso, explorarão os sentimentos e conceitos sobre suas rotinas, oportunizando o aprendizado do mundo à sua volta, através de uma experiência lúdica que envolve a interdisciplinaridade. 
Frente ao exposto, comentarei, primeiramente, sobre as escolhas e decisões acerca da área de concentração, bem como sobre o tema e a justificativa do projeto de estágio, com base na fundamentação teórica do mesmo. A seguir, relatarei sobre as situações vivenciadas em sala de aula e as impressões sobre a escola, levando em conta o aporte teórico da tipologia de conteúdos, consolidando a importância do uso desses elementos na composição dos planos de aula para a consideração de uma prática pedagógica diversificada, onde a avaliação representa um processo contínuo e reflexivo, utilizando a ludicidade para o desenvolvimento das competências linguísticas dos alunos. Por fim, descreverei minhas impressões sobre o estágio, relatando as contribuições do mesmo para minha formação profissional, além de uma análise do resultado entre a teoria e a prática. 
2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	
A criança, ao longo de seu desenvolvimento, vai construindo a sua autonomia e a sua identidade, para isso a instituição de educação infantil deve estar organizada de forma a favorecer e valorizar esses processos em seus alunos. Os professores devem atuar de maneira a incentivar a busca por essa autonomia e a formação de suas identidades, estando atentos para a interação e a mediação durante esses processos, através de planejamentos que utilizem as diferentes linguagens de forma dinâmica, com base em objetivos definidos que respondam ao enfoque globalizador, ampliando-os, bem como diversificando os procedimentos metodológicos e incluindo a observação e o registro no processo de avaliação.
Considerando a importância da organização do trabalho pedagógico a partir da tipologia de conteúdos, o projeto de estágio teve sua área de concentração nas metodologias de ensino, tendo como delimitação do tema a importância da literatura para o desenvolvimento das competências linguísticas básicas das crianças, através da ludicidade. A definição do tema e os objetivos desse projeto de recriação de um livro pelas crianças, a partir do clássico O Pequeno Príncipe, apoia-se nas concepções de alguns estudiosos que afirmam que o trabalho com a Literatura Infantil contribui, significativamente, na valorização da criatividade, na independência, na formação de valores, além de auxiliar no desenvolvimento das quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever.
Além disso, o trabalho com a Literatura Infantil nas escolas deve despertar o gosto pela leitura, instigando as crianças a produzir seus próprios textos de forma lúdica, como descreve Zilberman (2005, p. 14): 
A interação da criança com a literatura possibilita uma formação rica em aspectos lúdicos, imaginativos e simbólicos. O desenvolvimento dessa interação, com procedimentos pedagógicos adequados, leva a criança a compreender melhor o texto e seu contexto. Ao misturar livros e brinquedos, livros e brincadeiras, a escola realiza um trabalho de sedução das crianças para a leitura, pois, à medida que o livro entra em sua vida, desde muito cedo e de forma prazerosa, desperta seu imaginário e, consequentemente, o desejo de ler. Partindo desse princípio, acreditamos que as atividades lúdicas envolvendo a leitura, realizadas diariamente pelos professores, bem como a disponibilização de livros de literatura infantil e brinquedos fazem com que os primeiros contatos com a leitura sejam agradáveis e divertidos. Dessa forma, quanto mais lúdico for o trabalho com a literatura infantil, melhor será seu impacto na formação de leitores e na aprendizagem da leitura e da escrita. Ler histórias para as crianças é incitar o imaginário, provocar perguntas e buscar respostas, é despertar grandes e pequenas emoções como rir, chorar, sentir medo e raiva, emoções estas que vêm das histórias ouvidas e lidas. Juntos, livros, brinquedos e brincadeiras fortalecem ainda mais a construção de novos conhecimentos, favorecendo o desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo das crianças. 
A respeito da leitura os RCNEI sugerem que:
Recontar histórias é outra atividade que pode ser desenvolvida pelas crianças. Elas podem contar histórias conhecidas com a ajuda do professor, reconstruindo o texto original à sua maneira. Para isso podem apoiar-se nas ilustrações e na versão lida. Nessas condições, cabe ao professor promover situações para que as crianças compreendam as relações entre o quese fala o texto escrito e a imagem. O professor lê a história, as crianças escutam, observam as gravuras e, frequentemente, depois de algumas leituras, já conseguem recontar a história, utilizando algumas expressões e palavras ouvidas na voz do professor. Nesse sentido, é importante ler as histórias tal quais estão escritas, imprimindo ritmo à narrativa e dando à criança a ideia de que ler significa atribuir significado ao texto e compreendê-lo. (RCNEI, vol. 3, p. 144).
Com relação à escrita ou à reescrita argumentam que:
 	A reelaboração dos textos produzidos, realizada coletivamente com o apoio do professor, faz com que a criança aprenda a conceber a escrita como processo, começando a coordenar os papéis de produtor e leitor a partir da intervenção do professor ou da parceria com outra criança durante o processo de produção. As crianças e o professor podem tentar melhorar o texto, acrescentando, retirando, deslocando ou transformando alguns trechos com o objetivo de torná-lo mais legível para o leitor, mais claro ou agradável de ler. (...) As atividades de reescrita de textos diversos devem se constituir em situações favoráveis à apropriação das características da linguagem escrita, dos gêneros, convenções e formas. Essas situações são planejadas com o objetivo de eliminar algumas dificuldades inerentes à produção de texto, pois consistem em recriar algo a partir do que já existe. Essas situações são aquelas nas quais as crianças reescrevem um texto que já está escrito por alguém e que não é reprodução literal, mas uma versão própria de um texto já existente. Podem reescrever textos já escritos e para tal precisam retirar ou acrescentar elementos com relação ao texto original. (RCNEI, vol. 3, p. 146 e 147).
O projeto de estágio tratou sobre a criação de um livro pelos alunos, estimulado pela imaginação da visita do Pequeno Príncipe à escola, onde esse famoso personagem participaria de todas as atividades de rotina da instituição, como também das propostas por mim estipuladas nos planos de aula. Ao final de cada atividade as crianças davam o relato de como o Pequeno Príncipe havia se sentido na aula: o que ele tinha gostado e o que não tinha; o que havia aprendido de novo e o que havia ensinado aos colegas, sendo tudo registrado por mim para a confecção de cada página do livro dos alunos.
 Ao trabalhar com a produção de um texto literário com as crianças, os planos de aula devem levar em conta os conteúdos que serão abordados nas aulas e como estão sendo planejados. Os conteúdos factuais dão conta do conhecimento de fatos e dados concretos que envolvem a capacidade de memorização do aluno: nome dos personagens, locais existentes na obra, em que período se passou a história, etc. Os conceituais envolvem as competências cognitivas, como: a imaginação, a observação, a abstração, a interpretação, o estabelecimento de relações, a ressignificação da realidade social vivida e o exercício da postura crítica. Os procedimentais envolvem a participação ativa dos alunos na experimentação, no exercício de habilidades, na ação individual e conjunta, na tomada de decisões e na definição de estratégias. Já os atitudinais podem ser pensados como transversais ao conteúdo programático, possibilitando assim, que se trabalhem os valores, as atitudes e as normas, favorecendo o exercício da cidadania e da boa convivência em sala de aula. 
Mediante a isso, os objetivos do projeto foram:
Identificar semelhanças e diferenças entre a vida do Pequeno Príncipe e a vida dos alunos, comparando e distinguindo aspectos históricos de tempo e espaço;
Explorar a diversidade, refletindo sobre a prática de pensar, olhar o outro e interagir com o próximo;
Instigar o desenvolvimento da linguagem escrita;
Estimular a atenção, a concentração e a memória, desenvolvendo habilidades de raciocínio;
Incentivar à prática de virtudes, estabelecendo vínculos entre o texto original e o cotidiano das crianças;
Desenvolver a imaginação criadora;
Encorajar a expressão e a comunicação;
Criar, compartilhar e valorizar suas produções;
Aguçar o prazer pela leitura;
Experimentar a reescrita de histórias e a produção textual.
3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
O estágio foi realizado na Escola Cilika, localizada na Rua Chico Pedro, 308, bairro Camaquã, em Porto Alegre, sendo dividido da seguinte forma: 12 horas de entrevista/observação e 20 horas para a regência de classe, totalizando 32 horas de estágio. A escola atende crianças de 01 a 06 anos e tem sua rotina organizada da seguinte forma:
Segunda-feira “laranja” – música e brinquedo
Terça-feira “verde” – teatro
Quarta-feira “azul” – expressão corporal
Quinta-feira “vermelho” – inglês
Sexta-feira – “amarelo” – biblioteca e psicomotricidade
Sábado e domingo – “lilás” – família
A turma onde foram realizadas a observação e as regências é uma turma de Jardim B composta por nove alunos, sendo quatro meninas e cinco meninos, com faixa etária entre cinco e seis anos. 
Durante o período de observação, tive acesso ao Projeto Político Pedagógico da instituição defende como princípio pedagógico, que o aluno deve iniciar a aprendizagem através de uma ação direta sobre a realidade e, em um processo progressivo, alcançar diferentes graus de distanciamento. A metodologia de projetos com base em um tema permite explorar todo um conjunto de atividades e conteúdos dentro de um contexto, de modo a globalizar os objetivos que se pretendem atingir nas diferentes áreas do conhecimento. Os Projetos Pedagógicos são realizados com os grupos levando em conta as faixas etárias e as necessidades específicas das crianças, desenvolvendo os seguintes momentos: escolha do tema, problematização das informações, sistematização dos resultados e divulgação da pesquisa.
As atividades são bem executadas, respeitando as rotinas e os projetos pedagógicos, pois a escola acredita que o importante é aprender brincando e que limite com afeto essencial no trabalho com a educação infantil. A maioria das atividades desperta bastante interesse nas crianças, com participação de todos. As crianças são responsáveis pela limpeza e organização dos cantos após seus usos. São crianças ativas, alegres, falantes e respeitam os educadores e funcionários, bem como as rotinas e regras da Escola.
Conforme o projeto do estágio, os alunos confeccionaram um livro próprio, a partir da história do clássico O Pequeno Príncipe, em que, através da imaginação, o personagem central visita a escola e participa das rotinas com as crianças. Assim, os planos de aula utilizaram o cronograma oficial da escola, onde cada dia da semana corresponde a uma cor e têm suas respectivas atividades, os alunos produziram, com meu auxílio, uma página para cada dia, relatando as atividades que o Pequeno Príncipe realizou na instituição. 
No primeiro dia de regência, realizei alguns questionamentos sobre o que já sabiam sobre a história do Pequeno Príncipe, a seguir dei início à leitura do primeiro capítulo do livro: O Pequeno Príncipe para crianças, de Antoine de Saint-Exupéry, após os alunos assistiram ao filme: As Aventuras do Pequeno Príncipe – Em algum lugar do Espaço e ouviram as músicas: Cativar e Pequeno Príncipe. Em seguida, fiz uma roda de conversa com objetivo de imaginar o que o Pequeno Príncipe fez nesse dia, quais foram os seus sentimentos e impressões sobre a escola e sua rotina. Após foi dado início à confecção do livro próprio das crianças: utilizei uma cartolina de cor laranja (cor representativa do dia da semana), onde registrei as descrições dos alunos sobre as rotinas/atividades que o Pequeno Príncipe participou, bem como os sentimentos do personagem e, posteriormente, os alunos recortaram e colaram as atividades que realizaram, montando assim a primeira página do livro.
No segundo dia de regência, fiz uma roda e iniciei com a leitura de mais um capítulo do livro: O Pequeno Príncipe para crianças, de Antoine de Saint-Exupéry, explorando as viagens do personagem pelo Universo e questionando sobre o conhecimento deles acerca dosistema solar, após apresentei às crianças a maquete do Asteroide B 612 (planeta em que o Pequeno Príncipe habita) que confeccionei para a realização de um teatro com os alunos. Cada criança teve a oportunidade de representar o personagem central e dramatizar alguma situação do livro e outras de suas imaginações. A seguir, entreguei aos alunos bolas de isopor de diferentes tamanhos e sugeri que pintassem de acordo com os planetas do sistema solar que haviam aprendido tanto nessa aula quanto na anterior, e também o asteroide do Pequeno Príncipe. Essa atividade foi muito bem aceita pelas crianças, todas procuraram pintar as bolas de acordo com as cores dos planetas que aprenderam no vídeo e no livro. Encerrada essa atividade, reuni a turma em uma roda novamente para que descrevessem como havia sido esse dia, o que o Pequeno Príncipe havia pensado e sentido sobre eles terem ido visitar seu asteroide, o que eles haviam aprendido e se ainda tinham dúvidas sobre algum assunto. Muito participativas todas as crianças queriam relatar seus sentimentos e dúvidas, por isso organizei um sorteio com o dado da chamada para que todos pudessem participar sem muita confusão, pois estavam eufóricos para falar tudo e todos ao mesmo tempo. Assim consegui ouvir todos os relatos e esclarecer as dúvidas que ainda restavam. Muito interessante foi que, na grande maioria das vezes, algumas crianças ajudavam e respondiam às outras. Encerrei a aula confeccionando a segunda página do livro registrando, desenhando, recortando e colando as atividades dessa terça-feira na cartolina verde.
No terceiro dia de regência, reuni as crianças em círculo no chão da sala e apresentei o jogo “Memo-Mímica do Pequeno Príncipe”, ensinado as seguintes regras: as cartas foram colocadas de cabeça para baixo no centro da roda, a seguir, o primeiro aluno retira uma carta do monte, virando apenas para si e faz a mímica que está representada pelo Pequeno Príncipe, a seguir todos tentam adivinhar e essa carta é colocada de cabeça para baixo no final do monte. Na sequência, a próxima criança retira outra carta e repete a ação, porém após a turma adivinhar a mímica, esse mesmo aluno deve repetir a mímica que o colega fez antes e após a que ele fez. Assim seguindo até todas as crianças participarem da atividade. Enquanto alguns ajudavam aos outros para lembrarem as mímicas anteriores, um aluno questionou sobre a participação do Pequeno Príncipe no jogo, sugerindo que eu fosse ele e retirasse uma carta também. Entrei na brincadeira com eles e se divertiram muito, dando muitas risadas de minha atuação. Como a turma estava muito agitada com o jogo, pois não queriam parar de brincar para realizar a próxima atividade, resolvi propor que jogaríamos novamente no outro dia, caso todos colaborassem na atividade seguinte. Assim, dirigiram-se até seus lugares nas mesas e iniciaram as demais atividades: primeiro, a leitura do livro /jogo de quebra-cabeças: O mistério dos planetas (também parte da coleção O Pequeno Príncipe para crianças, de Antoine de Saint-Exupéry), composto por cinco páginas de leitura, cada uma com um quebra-cabeça correspondente. Após a leitura da primeira página, todos montaram o quebra-cabeça respectivo, e assim até o final. Essa atividade foi realizada rapidamente pelas crianças, assim passei a próxima tarefa: contar e registrar o número de flores semelhantes à rosa do Pequeno Príncipe que havia na folha de atividades, após colorir as flores e escrever o nome no local indicado. Encerrada essa atividade, mais uma vez conversei com eles sobre as atividades realizadas nesse dia e, à medida que descreviam tudo, anotava seus relatos enquanto eles desenhavam e colavam na terceira página de seu livro: a página de cor azul representativa da quarta-feira do calendário escolar. 
No quarto dia de regência, levei as crianças até a sala de vídeo onde assistiram ao filme: “Vamos cuidar do Meio Ambiente”. Após, conversei com os alunos sobre a importância dos cuidados com o nosso meio ambiente: a separação dos lixos, o desperdício de água e luz, o desmatamento de nossas florestas, questionando o que poderiam fazer ou o que já faziam para preservar nosso planeta. A seguir, apresentei a eles folhas de papel reciclado colorido e demais materiais recicláveis: garrafas pet, tampas de plástico, bobinas do rolo de papel higiênico, etc., sugeri que eles fizessem um grande painel com esses materiais, registrando o que aprenderam sobre os cuidados com o meio ambiente e a preservação de nosso planeta. Todos montaram um grande e lindo painel que foi colado em uma das paredes dessa sala, com mensagens dos alunos que registrei entre cada desenho, colagem ou criação deles no mural. Retornei com as crianças para a sala de aula e realizei um ditado alfabético-numérico, para reforço das letras do alfabeto e dos numerais. Por fim, coloquei a cartolina vermelha no chão da sala e, mais uma vez, as crianças foram montando a quarta página do livro, relatando o que haviam aprendido e como estavam se sentindo, claro sem esquecer-se do colega imaginário, o Pequeno Príncipe.
No quinto e último dia de regência, preparei uma festa de despedida para as crianças: levei um bolo de chocolate com a figura do Pequeno Príncipe por cima e sucos para a realização de um lanche coletivo com os alunos. Como era surpresa para eles, combinei com a direção que deixaria tudo arrumado no salão de atividades para fazer no final da aula. Assim, no início da aula, fomos até a biblioteca para a leitura de mais um capítulo do livro do Pequeno Príncipe e de outras obras escolhidas pelas crianças. Em roda, todos muito atentos escutando minha leitura. Alguns, com mais domínio do conteúdo da obra, antecipavam os acontecimentos, então interrompia a leitura e pedia ao aluno para contar o que aconteceria a seguir. Assim ficamos um bom tempo nessa atividade, a pedido das próprias crianças, pois gostam muito de ouvir e criar histórias. Como era meu último dia e todos já sabiam, estavam muito apegados a mim, disputando meu colo durante a leitura. Dei por encerrada a atividade para que tivesse tempo de confeccionar a última página do livro deles. Dessa forma, retornamos à sala de aula das crianças para a produção da última página: com a cartolina amarela no chão, eles foram desenhando, colando e/ou montando tudo o que estavam narrando referente aos sentimentos e experiências desse último dia. Expliquei às crianças que deveríamos criar um final para nosso livro, porém a maioria não quis encerrar o livro com a despedida do Pequeno Príncipe, alegando que o colega imaginário deveria estar presente no dia da festa de encerramento de ano da escola, bem como exigiram a minha presença no evento. Chamei a diretora até a sala, a pedido dos alunos, e fizeram o pedido a ela. Com sua aprovação, festejaram muito entre abraços, gritos e beijos, jogando-se sobre mim. Assim, achei oportuno encerrar o dia levando as crianças até o salão onde estavam o bolo, os sucos e as lembrancinhas que preparei para cada um. Foi um momento de confraternização maravilhoso que também contou com os demais profissionais da escola. A despedida foi coberta de muito carinho pela parte de todos, alunos e profissionais, algumas crianças chorando, porém ficaram mais calmas quando a diretora lembrou a eles que eu voltaria para a festa de enceramento do ano letivo.
4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO 
O processo de construção desse estágio: pesquisa, observação, planejamentos e regências, possibilitou-me a ampliação da compreensão sobre os diferentes tipos de conteúdos abordados na prática educativa, bem como a revisão dos procedimentos escolares, o seu desenvolvimento e a avaliação. 
A importância do enfoque globalizador na prática educativa, bem como a inclusão dos conteúdos procedimentais – o aprender a fazer – e dos atitudinais – aprender ser e viver junto -, tornam-se importantes instrumentos para a previsão de atividades de interação entre os alunos e entre alunos e professores. Também é fundamental a estipular as regras de convivência, esclarecer os comportamentosesperados, como também envolver os alunos em atividades que abranjam um fazer, uma ação ou a solução de um problema. 
Do mesmo modo, não se pode avaliar apenas aplicando uma prova ao final de um conteúdo didático, por exemplo, pois a prova pode ser um instrumento pra avaliar os conteúdos factuais e conceituais, porém os conteúdos procedimentais e atitudinais precisam ser analisados por meio da interação entre os alunos, da observação de suas posturas e atitudes, fortalecendo aqui o papel do professor como mediador do conhecimento e incentivador das competências linguísticas das crianças durante a educação infantil. 
A inclusão do lúdico no planejamento e desenvolvimento das atividades pedagógicas permite às crianças o aprendizado do mundo por meio da imaginação e do prazer em aprender, proporcionando novas descobertas, resolução de desafios propostos, possibilitando o desenvolvimento integral e sadio de suas competências, além da aquisição de valores e sentimentos importantes para a construção de suas autonomias e identidades, estimulando a cidadania.
 
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. Ed. São Paulo: Scipione, 1993.
As Aventuras de O Pequeno Príncipe. Direção de Franklin Cofod. EUA: Focus Filmes: A2 Distribuidora de Filmes, 1983. Quatro DVDs.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
O Pequeno Príncipe – caixa de colecionador: Memo-Mímica – jogo de mímica e memória. Leya, 2015.
O Pequeno Príncipe – O mistério dos planetas – jogo de quebra-cabeças. Barueri: Ciranda Cultural, 2015.
RUFINO, C.; GOMES, W. A importância da literatura infantil para o desenvolvimento da criança na fase da pré-escola. São José dos Campos: Univap, 1999. 
SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O pequeno príncipe. São Paulo: Geração Editorial, 2015.
SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O pequeno príncipe para crianças. Rio de Janeiro: Agir, 2015.
ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed, 2010.
ZILBERMAN, Regina, A literatura Infantil na escola. São Paulo: Global, 2005.

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