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CASO 3- THAÍS 4 Objetivos de Aprendizagem Entender os fatores de risco para o nascimento de pré-termo e pós-termo. Explicar as características de um RN pré e pós termo, pontuando suas diferenças. Conhecer as afecções que atingem o pré e o pós-termo De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) parto pré-termo é aquele que acontece antes de 37 semanas de gestação e acima de 22 semanas. O nascimento com idade gestacional entre 32 e 34 semanas corresponde a 70% dos casos (prematuridade incipiente), entre 28 e 32 obedece a 20% do total de partos pré-termo (recém-nascidos muito prematuros) e menores de 28 semanas a 10% dos casos (prematuridade extrema). A gravidez prolongada (GP) tem duração igual ou superior a 42 semanas completas ou com mais de 294 dias, contados a partir do primeiro dia do último período menstrual Riscos: PRÉ-TERMO Algumas intercorrências que levam ao trabalho de parto pré-termo são: -malformação uterina -gestação gemelar -idade materna avançada -incompetência istmo-cervical -malformação fetal -infecção do trato urogenital -baixa escolaridade -mãe solteira -tabagismo, uso de álcool e outras drogas -amniorrexe prematura -ruptura prematura de membranas -bolsa protusa -probabilidade é 50% maior em negras -morte fetal... Dentre os problemas que levam o médico a optar pela interrupção da gestação para salvar a vida da mãe e/ou bebê estão: -pré-eclâmpsia -amniorrexe prematura -sofrimento fetal agudo -trombofilias materna -asma -cardiopatias -doenças tireoidianas -morte fetal -malformação fetal... A incidência de parto pré-termo é maior em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento com condições socioeconômicas desfavoráveis e assistência pré-natal precária. Riscos: PÓS-TERMO Dentre os fatores mais conhecidos associados à GP estão: -anencefalia -primiparidade -anomalias fetais -hipoplasia suprarrenal -deficiência de sulfatase placentária -não modificação do colo uterino em decorrência da produção em excesso de progesterona - idade da mãe (jovem demais ou em idade avançada) - multiparidade e a gestação múltipla -duração longa do ciclo menstrual -várias afecções (lúpus, diabetes, obesidade, epilepsia, alcoolismo) e outros distúrbios neurovegetativos Características: PRÉ-TERMO Pouca gordura, a pele que parece sobrar sobre os ossos é fina e brilhante; Veias bem visíveis; Cabeça grande que parece ser maior do que o resto do corpo; Orelhas moles; Unhas quase ausentes; Atividade do corpo diminuída, adotando uma posição largada na incubadora ou no berço; Sucção e deglutição ausentes ou fracas. Tônus do esfíncter esofagiano inferior diminuído Capacidade gástrica reduzida Motilidade intestinal e reflexo do esfíncter do reto diminuídos Imaturidade enzimática Função renal limitada SNC subdesenvolvido e imaturo Aréolas mamárias reduzidas Escroto liso e sem testículos Grandes lábios da vulva não estão formados, evidenciando os pequenos lábios Durante a infância podem tornar-se evidentes sequelas maiores, como paralisia cerebral, atraso cognitivo global, cegueira e surdez. Além disso, pode haver: anormalidades motoras transitórias e atraso no desenvolvimento motor. Posteriormente podem ser observados, em alguns dos bebês pré-termos, problemas de fala e de linguagem. Na idade escolar, principalmente em bebês com menos de 1.500g, podem ser verificadas dificuldades educacionais, comportamentais e uma pobreza no funcionamento social e adaptativo, mesmo sem alterações evidentes em seu neurodesenvolvimento. O canal arterial é um grande vaso que comunica o tronco da artéria pulmonar com a artéria aorta descendente no feto. Sua patência no feto se deve ao fluxo sanguíneo intenso e à presença de prostaglandina E2 (PGE2). O fechamento pós-natal funcional do canal arterial no recém-nascido a termo ocorre com 12 a 15 horas de vida e o permanente, com 5 a 7 dias, alcançando em alguns casos, até o 21º dia. No prematuro, o canal arterial permanece aberto por um período mais prolongado, e a frequência da persistência do canal arterial é proporcionalmente maior quanto mais imaturo for o recém-nascido. Em 50 a 70% dos prematuros com idade gestacional menor do que 30 semanas, o canal persiste aberto. A persistência do canal arterial (PCA) geralmente acarreta alterações hemodinâmicas significativas nas circulações sistêmica e pulmonar do prematuro desde os primeiros dias de vida. Quanto maior o diâmetro do canal, menor o fluxo sanguíneo sistêmico e maior o pulmonar. PRINCIPAIS SINTOMAS Sopro cardíaco (mais intenso em foco pulmonar, irradiando para o dorso); Taquicardia; Precórdio hiperdinâmico; Aumento da amplitude do pulso; Deterioração do quadro respiratório Características: PÓS-TERMO O feto pode, às vezes, ter peso excessivo e comprimento de 54-55 cm, o que apresenta maior risco para distocias. Pode-se definir distocia como qualquer perturbação no bom andamento do parto em que estejam implicadas alterações em um dos três fatores fundamentais que participam do parto: Força motriz ou contratilidade uterina – caracteriza a distocia funcional Objeto – caracteriza a distocia fetal Trajeto (bacia e partes moles) – caracteriza a distocia do trajeto O cabelo costuma ser abundante O lanugo já está ausente As unhas das mãos e dos pés são maiores que o normal, ultrapassando os dedos. A camada protetora do vérnix caseoso é perdida e o líquido amniótico impregna a pele, dando aspecto de tegumento úmido. Outras vezes, os fetos são pequenos, magros (hipotróficos, dismaturos, pós-maturos), o tecido adiposo está diminuído e a pele descama (seca, rachada, frouxa e enrugada) com maceração pigmentar com pregueamento fino e descamação em pequenas lâminas, mais evidenciadas no pescoço, pregas inguinais, grandes lábios e bolsa escrotal; Olhos abertos com aspecto de alerta e fáscies de “velho e preocupado” Acrescidas de mais fatores de agravamento, como: presença de mecônio e sofrimento fetal, evoluindo com mortalidade perinatal. Quanto mais prolongada for a gestação, mais características serão encontradas no recém-nascido, que se apresenta no estádio I com: vérnix caseoso e lanugem ausentes ou escassos; borda livre das unhas ultrapassando a polpa digital; cabelos muito longos, expressão fisionômica de “envelhecimento” e de “preocupação” e os olhos bem abertos (olhar vigil); a magreza atesta a desnutrição intrauterina. No estádio II, as alterações são mais pronunciadas que no anterior. A descamação da pele se faz em grandes placas e estende-se por todo o corpo, alcançando as faces plantar e palmar (“mão de lavadeira”), só respeitando a face. Pregueamento da pele nítido, evidenciando desidratação. No estádio III, há eliminação de mecônio que impregna a pele, unhas, funículos, membranas ovulares, traduzindo sofrimento fetal crônico. No estádio IV, os recém-nascidos exibem tegumento de cor amarelo-brilhante, decorrente da transformação do mecônio. Afecções: PRÉ-TERMO Displasia broncopulmonar (DBP):A doença pulmonar mais comum nos bebés pré-termos caracteriza-se por respiração rápida, difícil e ofegante, pela falta de oxigénio, e tosse. A DBP surge em bebés pré-termos submetidos a ventilação mecânica. Isto é o que ocorre quando os ventiladores ajudam o bebé a respirar até que os pulmões o possam fazer por si próprios. Embora a ventilação seja, muitas vezes, essencial para a sobrevivência do bebé pode causar lesão nos pulmões e através da inflamação conduzir a DBP. DBP pode ser uma transitória, mas em algumas crianças, os sintomas podem persistir para idade adulta, aumentando o risco de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). Síndrome de dificuldade respiratória (SDR):SDR é a principal causa de morte em bebés nascidos prematuramente. Ocorre em bebés cujospulmões não estão totalmente desenvolvidos e é causada principalmente pela falta de uma substância protetora chamada de surfactante. Esta substância ajuda a manter os pulmões do bebé expandidos com ar, e na sua deficiência há necessidade de fornecer oxigénio através de tubos e substituto para o surfactante. SDR pode conduzir a risco aumentado de DBP e infecções respiratórias graves nos dois primeiros anos de vida e uma maior probabilidade de asma mais tarde na vida. Vírus sincicial respiratório (VSR):Quase todos os bebés contraem VSR até aos dois anos de idade. Os bebés de termo obtêm anticorpos maternos durante a gravidez que ajudam a combater a infecção a VSR e a outros vírus. A falta de anticorpos em combinação com pulmões ainda não totalmente desenvolvidos, determina que a prematuridade seja o maior fator de risco para infecção grave da VSR. Os sintomas podem consistir em tosse persistente e respiração sibilante, febre e dificuldade respiratória. Os pais podem ajudar a prevenir a infecção nos seus bebés. Devem incentivar todos os que contatam com o bebé a lavar regularmente as mãos, especialmente antes de tocar o bebé e a limpar os brinquedos, roupa de cama e zonas de brincadeira com frequência. Também não devem permitir que ninguém fume próximo do bebé. Afecções: PÓS-TERMO Depois de 41 semanas, os riscos aumentam substancialmente; no entanto, o risco absoluto ainda é baixo: 1 a 2 mortes por 1.000 gravidezes em curso, entre 41 e 43 semanas. Vários riscos fetais podem ser enumerados, porém os mais relevantes são: -crescimento fetal e placentário inadequado após 41 semanas -alterações degenerativas placentárias crescentes -incidência progressiva de líquido meconial -volume reduzido de líquido amniótico (oligoidramnia) -oxigenação e nutrição fetal deficientes -unidade fetoplacentária gradualmente lesada -índices aumentados de sofrimento fetal -asfixia intrauterina -aspiração de mecônio (a mais temida complicação) -fratura óssea, paralisia nervosa periférica -pneumonia -septicemia -mortes perinatais -macrossomia -hipertensão pulmonar (comum também em filhos de mães que abusaram de aspirina) A Síndrome de Aspiração de Mecônio (SAM) é uma importante causa de morbimortalidade no período neonatal e caracteriza-se por graus variados de insuficiência respiratória. A SAM pode se apresentar desde uma disfunção respiratória leve até um quadro grave que evolui para a morte, apesar do manejo clínico adequado. A SAM tipicamente se apresenta como disfunção respiratória, taquipneia, gemência, batimento de asas do nariz, tempo expiratório prolongado e hipoxemia logo após o nascimento em um recém-nascido com história de mecônio espesso no líquido amniótico, impregnação por mecônio nas unhas, cabelos e cordão umbilical, ou ainda presença de mecônio espesso abaixo das cordas vocais na aspiração traqueal sob visualização direta. Entre as complicações mais frequentes e graves destacam-se o pneumotórax e a hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido, que é observada em mais da metade dos pacientes com SAM grave. SAÚDE DA CRIANÇA
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