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Condenação de clínica

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jusbrasil.com.br
18 de Setembro de 2017
Clínica odontológica é condenada por mal atendimento no pós-
operatório de implantes
A Juíza de Direito da 12ª Vara Cível de Brasília condenou a clínica Hynove
Odontologia Brasília LTDA ao pagamento a paciente idosa da quantia de R$ 5 mil
a título de compensação por dano moral e à devolução de 10 cheques emitidos por
ela, devido a deficiente atendimento odontológico no período pós-operatório de
sua cirurgia para colocação de implantes dentários e a falta de orientação que
culminaram na retirada dos implantes.
Segundo a paciente, foi celebrado um contrato de prestação de serviços com a
clínica para realização de implantes dentários e que, no início do tratamento, após
o primeiro implante, sentiu dores fortes seguidas de imenso desconforto,
recebendo orientação para uso de medicamentos. A medicação não fez efeito e
sofreu muito com as dores, perda de peso, obstrução de respiração e mau cheiro na
boca, tendo procurado o odontólogo responsável para imediata solução, estando
disposta a tirar as próteses e encerrar os serviços de implantes. Não recebeu
tratamento adequado da clínica, pois houve descaso e o odontólogo não retornava
suas ligações telefônicas. Quando conseguia atendimento, os representantes da
clínica se limitavam a informar que não poderiam extrair as próteses, que as dores
eram comuns e que era questão de tempo para que a paciente se acostumasse com
as dores. Contratou os serviços de outra clínica, pagando R$ 22.000,00, para
retirada das próteses. Após a retirada das próteses, foi constatada uma forte
inflamação gengival ao redor dos quatro implantes superiores, e que não sentiu
mais dores e desconforto na boca, voltando a se alimentar adequadamente. A
inflamação gengival poderia ter sido diagnosticada pela clínica, mas houve recusa
na retirada dos implantes, causando-lhe fortes dores, tormentos, desconfortos e
situações vexatórias em face do odor que estava exalando oralmente.
De acordo com a Hynove, foram adotadas todas as providências para que a
paciente saísse satisfeita com os serviços prestados, não sendo negado, em
momento algum, qualquer tipo de atendimento. A paciente recebeu tratamento
para instalação de implantes zigomáticos e que não houve intercorrências ou
sequelas na cirurgia. Menciona que, em 11/2/2011 foi feita instalação do protocolo
superior, porém este não ficou esteticamente adequado, mas a carga foi feita para
que a paciente não perdesse o momento certo de instalação. Posteriormente seriam
PUBLICAR CADASTRE-SE ENTRARPESQUISAR
feitas novas moldagens e, se o caso, repetição da confecção do protocolo superior.
Informou que não foi possível a imediata instalação da prótese nos implantes
inferiores porque um dos implantes apresentava certa mobilidade.
Afirma que foi sugerido à autora esperar pelo prazo de quatro meses para a
instalação da prótese definitiva, período no qual ocorreria a fixação dos implantes
junto ao osso e seria utilizada uma prótese provisória para que a autora não ficasse
sem dentes. Descreve que o dentista verificou a existência de pequena inflamação
gengival ao redor dos implantes superiores após a retirada do protocolo, e que
talvez essa tenha sido a causa das dores relatadas pela paciente. Certificou que
houve desídia da paciente, pois deixou de seguir as recomendações e orientações
passadas pelo dentista no que se refere aos cuidados pós-operatórios e
higienização adequada da boca, tendo sido constatadas placas bacterianas e tártaro
em volta da estrutura da prótese e dos implantes inferiores. Alegou ausência de
vício ou defeito na prestação do serviço e inexistência de dano material ou moral
sofridos pela paciente. Esclareceu que não há prova de retorno da paciente à
clínica após o dia 11/2/2011, quando foi instalado o protocolo superior, e que se a
autora tivesse retornado não haveria recusa no atendimento.
O juiz decidiu que o conjunto probatório é coeso no sentido de que, apesar de
constatada a inflamação gengival reclamada pela autora após a cirurgia para
colocação dos implantes, não houve erro da requerida na colocação dos implantes.
Ocorre que, na fase do pós-operatório a autora buscou atendimento junto à
requerida, mas o atendimento não foi adequado. Isso porque não houve prescrição
de remédios pelos profissionais da requerida à autora para minimizar os efeitos
das dores sofridas, quando seria aceitável, segundo laudo do perito judicial, a
utilização de antimicrobiano, anti-inflamatório e analgésico. Ainda, a requerida
não demonstrou que esclareceu à autora quais seriam as melhores condutas para
superação dessa fase, ou que realizou uma visita na residência da paciente para
verificação de sua condição física após a cirurgia. (...) Neste quadro, tenho que
houve defeito na prestação do serviço em relação à fase de pós-operatório (CDC,
art. 14, § 1º), pois o atendimento à autora foi precário e insatisfatório, já que esta
reclamou de dor e nada lhe foi prestado para minimizar os efeitos. Destaco que a
interrupção do contrato pela autora foi resultado do defeito do serviço ocorrido na
fase de pós-operatório, motivo pelo qual a requerida deve devolver as cártulas dos
cheques emitidos e não compensados. (...) A dor e angústia provocadas na autora
em decorrência de um deficiente atendimento odontológico no período pós-
operatório de sua cirurgia para colocação de implantes dentários e a falta de
orientação sobre a possibilidade de uso de medicamentos contra a dor, agravando
seu estado de saúde físico e psíquico, configuram dano moral.
Processo : 2011.01.1.127129-7
Disponível em: http://tj-df.jusbrasil.com.br/noticias/112126291/clinica-odontologica-e-condenada-por-mal-atendimento-no-pos-
operatorio-de-implantes

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