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Tributos sobre a folha de pagamento Não obstante aos pesados encargos incidentes nas operações e manutenção dos negócios (IPI, ICMS, IPTU, IR, CSSL, entre outros), as empresas que não estão enquadradas no Simples, para sobreviver, ainda têm que arcar com os pesados encargos sobre a folha de pagamentos, que representa considerável dispêndio dos empresários, muitas vezes, obrigados a terceirizar serviços essências ou optar pela contratação informal, implicando em baixa competitividade dos produtos e serviços, pela reduzida eficiência estrutural do negócio, baixa sinergia e motivação, desintegração das atividades, retrabalho, etc. Contribuições previdenciárias Conforme dispositivo Constitucional e da Lei 8.212/91, a Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social. Define também que as receitas para financiamento deste sistema são constituídas, no que tange às empresas: Pelas contribuições incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço. A contribuição dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário de contribuição, das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro. E as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. Desta forma, as contribuições para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) são distribuídas entre empregador e empregado, não obstante às contribuições dos autônomos, temporários e outros, conforme dispositivo legal. Empregador A referida Lei define que a empresa (responsável tributário pelo recolhimento e repasse) pode ser do tipo individual ou do tipo societário, que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional, equiparando-se a empresa, para os efeitos da Lei, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. Esses encargos estão dispostos na tabela abaixo: • Inss sobre a folha O INSS do empregador é calculado pelo percentual de 20% aplicado sobre o total da folha de pagamento da empresa, não incluídos: - A ajuda de custo. - A parcela in-natura de acordo com os programas aprovados pelo Ministério do Trabalho. - Férias indenizadas. - Abono de Férias. - Indenização compensatória decorrente de despedida sem justa causa. - Diárias de viagens que não excedam 50% da remuneração. - Participações de empregados nos resultados. - Benefícios referentes a Planos de Saúde, inclusive reembolsos, quando estendidos a todos os funcionários. - Reembolso creche para menores de 6 anos. - A bolsa de complementação de estagiário. - O valor correspondente a vestuário, equipamentos e acessórios utilizados no local de trabalho. • Salário educação Este tributo tem como função financiar o ensino fundamental dos empregados e de seus filhos com idade até 14 anos. O recolhimento é feito pelo INSS, sendo 2/3 destes recursos destinados aos Estados e 1/3 ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional (FNDE), via Tesouro Nacional com a prévia autorização do MEC. A alíquota é de 2,5%, incidente sobre a remuneração paga ao empregado, sendo isentos a União os Estados, Distrito Federal e os Municípios, as instituições oficiais de ensino e particulares, estas últimas devidamente autorizadas e reconhecidas, organizações hospitalares e de assistência social com fins filantrópicos, as organizações culturais reconhecidas pelo ME, empresas que mantém escolas de ensino fundamental ou indeniza despesas de autopreparação dos empregados e de seus filhos, bem com as que utilizam esquema misto e optantes pelo SIMPLES. • SAT O Seguro de Acidentes do Trabalho – SAT é calculado em função do grau de risco da atividade do empregado na empresa. A contribuição é de 1% para as atividades em que o risco pra o empregado é leve, 2% para o risco considerado médio e 3% para o risco considerado grave. Essas classificações seguem as determinações do Ministério do Trabalho. • SENAI (Serviço nacional de Aprendizagem Industrial) É uma contribuição paga pelas empresas do setor industrial (exceto as constantes do DL no 1.146/70), empresas de transporte, oficinas gráficas, empresas de telecomunicações, jornalismo, serviço público de produção e distribuição de água, energia, gás, esgoto saneamento, frigorífico e armazém geral, tendo alíquota de 1% sobre o total da remuneração paga aos empregados. São isentas deste tributo as seguintes atividades: • União, Estados, DF e Municípios; • Entidades filantrópicas com isenção; • Empresas que mantiverem por conta própria a aprendizagem industrial; e • As indústrias optantes pelo SIMPLES. • SESI O Serviço Nacional da Indústria – SESI foi criado pela Lei no 9.403/46, tendo como finalidade: • Organização e administração das escolas de aprendizagem industrial, estendida às de transporte e comunicação; • Melhoria das condições de habitação, nutrição e higiene; • Assistência ao trabalhador, atividades educacionais e culturais, bem como valorização do homem. A contribuição é de 1,5% incidente sobre o total da remuneração paga pelas empresas de cunho industrial (as mesmas que contribuem para o SENAI) aos empregados e avulsos que prestam serviços. Estão isentas as organizações citadas no SENAI. • SENAC O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC foi criado pelo DL 8.621/46 é uma instituição aberta a toda a sociedade, que visa financiar as atividades de organização e administração das escolas de aprendizagem comercial, bem como a difusão e aperfeiçoamento do ensino comercial. A alíquota desta contribuição é de 1%, incidente sobre a remuneração paga pelas empresas comerciais aos empregados e avulsos que lhes prestam serviços. São contribuintes deste tributo às empresas de comércio atacadista, varejista, armazenagem (exceto armazéns gerais), empresas de turismo e hospitalidade, estabelecimentos de saúde, empresas de comércio transportador, revendedor e retalhista de óleo diesel, óleo combustível e querosene, empresas de processamento de dados, escritórios, consultórios e laboratórios de profissionais liberais (pessoas jurídicas) e tomadores de serviços de trabalhadores avulsos vinculados ao comércio. São isentos: • União, Estados, DF, Municípios e suas autarquias; • Entidades filantrópicas com isenção; • Cooperativa Comercial; e • As empresas optantes pelo SIMPLES. • SESC O Serviço Social do Comércio – SESC foi criado através do DL no 9.853/46 com a finalidade de aplicação em programas que contribuam para o bem-estar social dos empregados das empresas relacionadas e de suas respectivas famílias, bem como planejar e executar medidas que contribuam para o bem estar destes comerciários, promovendo atividades educativas e culturais, visando a valorização do homem. Além das empresas que contribuem para o SENAC, ou seja, empresas consideradas comerciais, são também contribuintes as empresas de comunicação e de publicidade jornalística (exceto gráfica de difusão artística), estabelecimentos de ensino, clubes de futebol profissional e entidades desportivas e equiparadas. A alíquota é de 1,5% incidente sobre o total da remuneração paga aos empregados e avulsos que lhes prestem serviços. • SENAT O Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SENAT segue a mesma estrutura do modelo SENAC, sendo destinado aos trabalhadores com vínculo e autônomos de transportes rodoviários. A alíquota aplicada é de 1% sobre o total da remuneração paga aos empregados e avulsos que lhes prestam serviços. • SEST O Serviço Social do Transporte – SEST segue a mesma estrutura do modelo SESC, sendo destinado aos trabalhadores com vínculo e autônomos de transportes rodoviários. A alíquota é de 1,5% aplicada sobre o total da remuneração paga aos empregados e avulsos que lhes prestamserviços. • SEBRAE O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE foi criado pela Lei no 8.029/90, com algumas alterações posteriores. Este serviço tem como objetivo a aplicação de recursos em programas de apoio ao desenvolvimento das pequenas e microempresas, bem como planejar, coordenar e orientar programas técnicos, projetos e atividades de apoio às micro e pequenas empresas, em conformidade com os programas e políticas nacionais de desenvolvimento nas áreas industrial, comercial e tecnológica. Os contribuintes são todas as empresas sujeitas ás contribuições SENAI/SESI e SENAC/SESC, entretanto, as alíquotas incidentes sobre o total da folha de pagamento mensal são diferenciadas, conforme abaixo: - Alíquota de 0,6%: • Indústrias, transporte ferroviário, empresas de telecomunicações, indústrias de construção civil e armazéns gerais; • Comércio atacadista, varejista, agentes autônomos do comércio, turismo e hospitalidade, estabelecimentos de serviços de saúde, escritórios e consultórios; • Empresas de transporte rodoviário, transporte de valores, distribuição de petróleo; • Tomadores de serviços de trabalhadores avulsos – indústria; • Trabalhadores avulsos vinculados ao comércio; • Contribuição sobre férias dos trabalhadores avulsos vinculados à indústria e ao comércio. - Alíquota 0,3%: • Empresas de comunicação, publicidade, consultórios de profissionais liberais, condomínios e creches; • Estabelecimentos de ensino; • Clubes de futebol profissional; • Entidades desportivas e equiparadas; São isentos: • As empresas optantes pelo SIMPLES. • União, Estados, DF, Municípios e suas autarquias; • Entidades filantrópicas com isenção. • INCRA O INCRA é regido pelo DL no 1.146/70, tendo alíquota de 2,7% sobre a folha de pagamentos das agroindústrias, inclusive cooperativas rurais e demais atividades relacionadas no referido regulamento. As demais atividades empresariais contribuem com 0,2% sobre a folha de pagamento, sendo isentos desta contribuição as seguintes atividades: • Cartórios; Órgãos Federais, Estaduais e Municipais; • Entidades Filantrópicas; • Empresas de trabalho temporário, regulamentadas pela Lei no 6.019/74; • Empresas optantes pelo Simples. OBS: As agroindústrias contribuintes do INCRA são isentas das contribuições SESI/SENAI. • FGTS O FGTS foi criado pela Lei 5.107/1966, quando era optativo, passando a ser obrigatório a partir da Constituição de 1988. Com base na citada Lei, todas as empresas sujeitas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ficam obrigadas a depositar, até o dia 07 do mês seguinte, em conta bancária vinculada ao empregado na CEF, a importância correspondente a 8% da remuneração paga no mês anterior. Desta forma, se um funcionário perceba em um determinado mês um salário de R$1.800, o empregador deverá efetuar o depósito de 8% x R$1.800 = R$144,00 na conta vinculada da Caixa Econômica Federal, até o dia 07 do mês subsequente. Empregado Conforme observado anteriormente, a outra parcela das contribuições é efetivada por desconto na folha de pagamento dos empregados, antes destes receberem o valor total de seu salário, de acordo com os percentuais da tabela abaixo, conforme os dispositivos da Lei n. 8.212/91, do Decreto n. 3.048/99 e Instrução Normativa RFB n. 971/09. Assim, mensalmente, cada funcionário será descontado na fonte do valor referente ao INSS sobre o seu salário. Os percentuais de desconto variam em função da faixa salarial de cada indivíduo, sendo que esta legislação muda com bastante frequência. Tipos de contribuinte: Empregado: quem trabalha para empresa. Empregado doméstico: quem trabalha em uma residência (ex: jardineiro). Trabalhador avulso: quase sempre é um portuário. Contribuinte individual: são os autônomos e todos os que recebem remuneração que não é salário. Segurado facultativo: aquele que tem mais de 16 anos, não tem renda própria, mas decide contribuir. Segurado especial: pequenos agricultores e pescadores.
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