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AULA 4 Tributação em operações com produtos e mercadorias

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Tributação em operações com produtos e mercadorias - Operações de compra
Na contabilidade, os termos produtos e mercadorias referem-se aos bens obtidos por estabelecimentos industriais e equiparados ou adquiridos por estabelecimentos comerciais para revenda.
Nas atividades industriais, os insumos adquiridos para obtenção dos produtos são designados por:
- Matéria-prima ou materiais diretos (quando diretamente identificados com o produto, mais fretes e seguros, menos impostos compensáveis) ou indiretos (quando são apropriados aos produtos por critérios de rateio, considerando-se fretes e seguros, menos impostos compensáveis).
- O produto quando pronto para venda, por “produto” ou “produtos acabado” (que quando vendidos assumem o mesmo tratamento adotado nas empresas comerciais.) ou estoque de produtos acabados (que incorporam o total dos custos dos insumos diretos e indiretos consumidos para a obtenção do produto).
Nestas, que têm como objeto a revenda de mercadorias, o fato gerador da transação de venda é a transferência destas aos clientes.(emissão de nota fiscal, na transação à vista, e fatura, na transação a prazo). Gerando receita bruta de vendas ou receita de vendas, ou simplesmente vendas, sendo o resultado líquido, após as deduções das vendas, a receita líquida de vendas, obtido pela confrontação destas com as deduções e o resultado bruto. Após a dedução dos custos de sua obtenção.
Operações de compra e não cumulatividade
A não-cumulatividade foi estendida para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), através das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, respectivamente.
Tributos incidentes nas operações de compra
Estes tributos guardam proporcionalidade com custo de aquisição de mercadorias e matérias-primas, mesmo quando o respectivo montante integre esse preço.
São considerados custos de obtenção de mercadorias ou matérias-primas ou crédito tributário(direito a compensar em operações de venda futuras):
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações - incidente na saída da mercadoria do estabelecimento, ou seja entrega do produto ou prestação de serviço de transporte, no âmbito intermunicipal e interestadual (não cumulativo ou compensável nas operações futuras).
Imposto de Importação: Incidente nas operações de importação quando do desembaraço aduaneiro (não compensável ou não recuperável, portanto integra o custo da mercadoria ou matéria-prima).
PIS: Programa de Integração Social, na parcela incidente sobre a Receita Bruta de Vendas e Serviços (não cumulativo ou compensável nas operações futuras).
COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, antigo FINSOCIAL (não cumulativo ou compensável nas operações futuras).
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados, quando as principais hipótese de incidência são: na importação, pelo desembaraço aduaneiro de produtos de procedência estrangeira e na saída de produto de estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial (não cumulativo ou compensável nas operações futuras nas empresas de cunho industrial ou equiparadas).
Tributos compensáveis ou recuperáveis
São compensáveis/recuperáveis os impostos que apesar de pagos pelo contribuinte de direito, numa primeira etapa, podem ser compensados ou deduzidos do que tiver de ser pago pelo mesmo contribuinte, numa etapa seguinte, ou seja, quando haja incidência desse tributo na saída das mercadorias ou produtos.
Ex: O IPI pago na aquisição de matéria-prima pela indústria; O ICMS pago na aquisição de matéria-prima pela indústria; O ICMS pago na aquisição de mercadorias pelo comerciante; O PIS e a COFINS pagos na aquisição de mercadorias e matérias-primas.
Os impostos compensáveis/recuperáveis são registrados em contas representativas de direitos realizáveis, enquanto os não recuperáveis ou compensáveis integram o custo das mercadorias ou das matérias-primas.
Apuração do IPI ou ICMS a Recolher ou a Compensar/Recuperar
Ao final de cada período o IPI, ICMS, PIS e a COFINS serão apurados os impostos nos Livros Fiscais e nas contas representativas destes direitos.
Caso o montante do IPI, ICMS, PIS e COFINS sobre as vendas, registrados nas contas destes tributos a recolher sejam maiores que os montantes apurados nas compras, registrados nas contas IPI, ICMS, PIS e COFINS a Compensar ou a Recuperar, a diferença significa o saldo a ser pago, que deve ficar evidenciado no Passivo Circulante.
Para tanto, o saldo devedor da conta ativa IPI, ICMS, PIS e COFINS a Recuperar ou a Compensar deve ser transferido para débito da conta passiva que se encerrará com o lançamento posterior do recolhimento.
Os valores do ICMS, do PIS e da COFINS estão incluídos no preço das mercadorias adquiridas para revenda.
Caso o montante do IPI, ICMS, PIS e COFINS sobre as vendas seja menor que os tributos sobre as compras, a diferença significa saldo a compensar no período seguinte, que deve ficar registrado no Ativo Circulante.
Neste caso, o saldo credor da conta passiva IPI, ICMS, PIS e COFINS a Recolher ou a Pagar que será transferido para crédito o Ativo.
A conta única (conta corrente) é debitada pelo valor das operações de aquisição e creditada pelo valor das operações de venda de mercadorias. Ao final do período de apuração do imposto, essa conta apresentará saldo devedor ou credor. 
Saldo devedor na C/C 
Indica que a empresa tem um crédito contra a Fisco a ser compensado nos período base subseqüentes
Saldo credor 
Indica uma obrigação da empresa junto ao Fisco. Desta forma, se a C/C apresentar saldo devedor (direito – crédito contra o fisco), este deverá ser classificado no ativo. Se a conta apresentar Saldo credor (obrigação em favor do fisco), este saldo deverá ser classificado no passivo.
O IPI tem como fato gerador a saída de produto industrializado do estabelecimento industrial OU Equiparado a industrial, bem como o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira.
Se o adquirente dos produtos sobre os quais incidiu o imposto é contribuinte do IPI (empresa industrial ou equiparada a industrial), cujos produtos adquiridos são utilizados em seu processo industrial, o IPI incidente na operação de aquisição poderá ser recuperado no momento da venda do produto industrializado.  
Se o adquirente não for contribuinte do IPI ou, o contribuinte que não utilize os produtos adquiridos em seu processo industrial, o IPI incidente na compra não será recuperado, compondo o custo de aquisição.
O Imposto de importação, os Fretes, os Seguros e os Outros Gastos, tem o seguinte comportamento:
Conforme já observado, pela própria natureza do imposto de importação, não existe a possibilidade de sua compensação pelo importador. Portanto, o mesmo deverá ser acrescido ao custo de aquisição das mercadorias importadas.
Os fretes, seguros e demais despesas acessórias que o adquirente é obrigado a pagar, integram o custo de aquisição das mercadorias objeto de venda.
As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS e para a COFINS pelo sistema NÃO ACUMULATIVO (Leis nº 10.637/02 e 10.833/03) poderão descontar créditos relativos ao PIS e à COFINS pagos na importação das mercadorias (PIS-IMPORTAÇÃO e COFINS-IMPORTAÇÃO), conforme disposto no art. 1º da Lei nº10.865/2004.
Empresa Industrial:
Empresa industrial, o IPI é recuperável, seu valor não entra na base de cálculo do ICMS por disposição do art. 155, § 22, inciso XI, da Constituição Federal, do PIS por disposição do art. 66, § 32, da Instrução Normativa nº 247/2002 e da COFINS por disposição do art. 8º, § 32, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 404/2004.
O IPI não é recuperável e o produto não se destina à comercialização ou à industrialização e seu valor integra a base de cálculo do ICMS, conforme o art. 155, § 2º, inciso XI, da Constituição Federal e por interpretação ao disposto nos arts. 66, § 3º,da Instrução Normativa nº 247/2002, e 8º, § 3º, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 404/2004, também integra a base de cálculo do PIS e da COFINS para o adquirente.   
Produtos para revenda por Empresa Comercial:
Neste caso a empresa não é contribuinte do IPI. Portanto, não haverá crédito para recuperá-lo. Entretanto, o IPI não integra a base de cálculo do ICMS, conforme dispositivo do art. 155, § 2º, inciso XI, da Constituição Federal. Para os efeitos do PIS e da COFINS, por interpretação ao disposto nos artigos. 66, § 3º, da Instrução Normativa nº247/2002, e 8º, § 3º, inciso I, da Instrução Normativa nº 404/2004.

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