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Morte Encefálica

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RELÁTORIO
MORTE ENCEFÁLICA E DOAÇÃO DE ORGÃOS
ANA GABRIELI SAUER
FRANCIELLI GOMES
GREICY CRISTINE KOSVOSKI
JAQUELINE PLAZIDO DE JESUS DA SILVA
JOSLANE BICICGIO BERLANDA
MILENA SCHNEIDERS
CHAPECÓ/SC
2016
No dia 06/10 tivemos a oportunidade de conversar com a Tatiana Gaffuri da Silva (Graduada em Enfermagem pela Universidade do Vale do Itajaí (1996), com especialização em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva pela Universidade do Vale do Itajaí (2000) e em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca - FIOCRUZ (2005). Mestrado em Ciências da Saúde Humana pela Universidade do Contestado (2005). Atualmente é Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) no componente curricular "Cuidado de Enfermagem ao adulto e idoso em situação crítica de saúde", pesquisador do grupo de pesquisa GEPEGECE-UFFS. Coordenador Adjunto de Extensão do campus Chapecó da UFFS, coordenador dos estágios curriculares e atividades práticas do curso de Enfermagem na área hospitalar da UFFS-Chapecó e membro do CONSUNI), que pode nos esclarecer diversas duvidas a respeito da morte encefálica e o processo de doação de órgãos durante o dialogo. 
Para a Professora Tatiana a escolha da área foi baseada no componente de terapia intensiva durante a sua graduação, na qual desenvolveu grande afeição. De inicio, durante os estágios, ela relatou que foi bem complicado lidar com certas situações, em particular de crianças e adolescentes, que geravam um desconforto ao refletir sobre a vida que a mesma poderia ter. Com o tempo aprendeu a lidar com diferentes casos e foi criando uma barreira emocional para não se afetar emocionalmente e psicologicamente, mesmo que em alguns momentos ela sofra junto com a família do paciente, sabe passar por isso. 
Definimos como Morte Encefálica a morte cerebral do paciente, que é de caráter irreversível, independente da presença de atividade cardíaca e/ou reflexos primitivos. As principais causas podem ser:
Politraumatizados com TCE;
Acidente vascular cerebral (AVCH /AVCI);
Tumores cerebrais primários;
Anóxia cerebral (afogamentos, pós-parada cardiorrespiratória);
Intoxicação exógena.
Quando o enfermeiro suspeita de um paciente com ME é iniciado alguns procedimentos para a verificação da mesma, que consiste em alguns passos: 
Reflexo pupilar, as pupilas devem estar com a dilatação média ou completa. Não deve apresentar resposta a estimulação luminosa por 10 segundos e nem reflexos consensual. Pacientes que possui um histórico de cirurgia oftalmológica, trauma ocular devem ter uma atenção especial durante a suspeita. 
Reflexo corneano, não ocorre tosse, náusea, sucção, movimentação facial ou deglutição ao introduzir sonda de aspiração pela traqueia do paciente. 
Reflexo óculo ou cefálico, a cabeça é movimentada em rotação lateral enquanto observa-se o surgimento de qualquer movimento ocular.
Reflexo vestíbulo calórico é certificado a ausência de obstrução do canal auditivo, uma sonda é introduzida pelo ouvido do paciente e é observado por dois minutos seus olhos, para verificar qualquer tipo de movimentação. 
Teste de Apneia
Pré-requisitos: Temp. ≥ 36,5oC; PA sist ≥ 90 mmHg; balanço hídrico nas 6 horas positivo);
Ventilar o paciente (±10 minutos com FiO2 de 100%), para PaO2 alvo ≥ 200 mmHg) ;
Desconectar o circuito do respirador, mantendo uma cânula de O2 na topografia da Carina com fluxo 6 L/min);
Observar movimentos respiratórios (se possível, com ventilômetro acoplado) por até 10 minutos ou até pCO2 ≥ 55 mmHg ;
O teste deverá ser interrompido se hipotensão, arritmia ou queda da saturação de O2.
Interpretação:
Positivo
1. PCO2 > 55mmHg;
2. Aumento da PCO2 em 20mmHg comparada com a gasometria inicial.
Negativo
1. Movimentos respiratórios;
2. Resultados de PCO2 na gasometria inferior aos resultados anteriores.
Inconclusivo
1. Instabilidade hemodinâmica durante o teste;
2. SaO2 < 90%;
3. Arritmias cardíacas.
A constatação do óbito se da ao final da realização de todo o protocolo. No momento que é afirmado a ME alguns passos tem que ser seguido: 
Comunicar o médico assistente.
Comunicar a família do paciente – sem falar sobre transplante de órgãos.
Comunicar a central de doação de órgãos, e considerar o protocolo, se indicado.
Enviar uma cópia da declaração ao órgão controlador estadual.
Registrar todos os passos do protocolo na Folha de evolução e na Folha padronizada.
Após o primeiro exame ser conclusivo para ME, deve-se comunicar a comissão de transplante do Hospital, após a confirmação por outro profissional, comunicar à família a confirmação diagnóstica.
A morte encefálica é de notificação obrigatória ao RIO Transplante. O Termo de Declaração de Morte Encefálica deve ser preenchido, bem como o laudo do exame complementar confirmatório de ser anexado ao prontuário do paciente, mesmo em pacientes não doadores. Lembrando que “Toda morte violenta deverá ser encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), acompanhada do relatório cirúrgico de cada órgão retirado” para se dar entrada no IML é necessário uma declaração de óbito, que é o mesmo para o país inteiro, que deve ser preenchido corretamente com as causas da morte.
Como a Morte Encefálica é um acometimento irreversível, é necessária a decisão da família para a doação dos órgãos, mesmo que o indivíduo acometido seja doador, a decisão final é da família. É encaminhada uma equipe especializada para conversar com a família sobre a importância da doação de órgãos, além de informar sobre os procedimentos e como se dá a doença, tentando minimizar impactos emocionais e psicológicos. A família, que por muitas vezes não aceita o óbito do ente, deverá ser orientada e acolhida por essa equipe. Essa má aceitação é dada pelo fato de que o paciente com ME, aparentemente, está dormindo, inclusive com o coração ainda batendo, podendo ocorrer reflexos espinhais (espasmos musculares) que podem ser vistos pela família como movimentos comuns dos indivíduos. 
Os maiores índices de ME é constatado através de acidentes com grande impacto cranial, o que leva a maior parte dos casos relatados serem com jovens. Não pode ser doador paciente com câncer e HIV. Pacientes alcoólatras podem doar tudo, exceto fígado. Portadores do vírus de Hepatite B e C podem ser doadores se o receptor também tiver o mesmo tipo de vírus, inativo. É impossibilitada a doação de córneas, quando se tem leucemia ou linfomas, sem restrições para os demais tipos de câncer. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
CONTEXTO SOCIAL E PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM II
PROFESSORA JOICE MOREIRA SCHMALFUSS

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