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Cancer de Mama Masculino

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SAÚDE DO HOMEM – CÂNCER DE MAMA
Ana Gabrieli Sauer*
Francielli Gomes**
Joslaine Bicicgo Berlanda***
Milena Schneiders****
RESUMO
O câncer de mama é uma neoplasia que atinge ambos os sexos, o presente estudo buscou identificar o nível de conhecimento da população chapecoense sobre a doença, para introduzir futuros métodos de prevenção que atualmente é apenas voltada pro sexo feminino. Foi utilizado como métodos na realização dessa pesquisa, outros artigos na área, para embasamento teórico sobre o câncer de mama no sexo masculino além da realização de uma enquete aleatória em Chapecó/SC, onde foi notória que a maior parte da população, independente da faixa etária, não sabem a doença é desenvolvível em homens também. Identificamos a urgência em se propagar informações sobre a doença, para evitar o descobrimento tardio da neoplasia, e assim evadindo os altos índices de óbitos. 
Palavras-chave: Câncer. Masculino. Câncer de Mama em homens. Neoplasias da Mama Masculina.�
1. INTRODUÇÃO
	A incidência do câncer de mama é um assunto que vem ganhando bastante destaque na atualidade, pois é o câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo perdendo somente para o de pele não melanoma, respondem por aproximadamente 25% dos novos casos de câncer a cada ano.
As campanhas de saúde sobre o câncer de mama são predominantemente voltadas para as mulheres. No Brasil, temos o outubro rosa, um mês de intensa campanha de conscientização e iniciativas de prevenção que visam diminuir a incidência dos agravos da doença. Em contrapartida, são poucos (ou inexistentes) as campanhas destinadas ao câncer de mama masculino, pois sim, os homens também desenvolvem câncer de mama porque também apresentam tecido mamário. Segundo Bonfim (2013), “O câncer de mama masculino é uma neoplasia rara, pouco estudada, estimando-se que, para cada 100 casos novos de câncer mamário feminino, apenas um caso de câncer masculino será encontrado, o que corresponde de 0,8% a 1% do total dos casos de câncer mamário.” No Brasil, conforme pesquisas de 2013 realizadas pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), ocorreram 14.388 mortes por câncer de mama, sendo 181 homens e 14.206 mulheres. Por isso, existe uma necessidade de explorar o assunto para a popularização desse tema, que tem levado ao descobrimento tardio, isto é, já em estágio avançado, fazendo com que o indivíduo vá a óbito. 
	Em Chapecó, por exemplo, existem poucas iniciativas que fazem referência ao câncer de mama masculino, ainda que tenhamos um mês inteiro dedicado à saúde masculina, denominado novembro azul, dedicado à proteção, promoção e prevenção, este não se faz suficiente.
	Tendo em vista o que foi apontado acima, este artigo objetiva verificar o grau de conhecimento da população sobre o câncer de mama masculino em Chapecó. 
2. A POPULAÇÃO E A NEOPLASIA
 
	2.2 Revisão da literatura
O câncer de mama em homens, por se tratar de uma doença rara no sexo masculino, ainda hoje não é um assunto muito discutido, na literatura - em artigos lidos pelo grupo – tem se visto que essa neoplasia a cada 250 mulheres atinge um homem. Bonfim (2013) esclarece, “Devido à raridade da doença o diagnóstico, na maioria dos casos, é feito tardiamente, em estádios mais avançados, o que compromete o prognóstico e acarreta maior morbimortalidade em relação aos casos de neoplasia mamária feminina”, justificando o alto índice de morte entre homens que desenvolve essa doença através do diagnostico tardio da mesma. 
Sobre a doença o autor (BONFIM, 2013) afirma algumas hipóteses de desenvolvimento:
O câncer de mama é uma doença complexa que resulta da interação de múltiplos fatores de risco (ambientais, hormonais, estilo de vida) com um genoma individual. Os principais fatores de risco são: antecedente familiar, insuficiência hepática por causas diversas - incluindo alcoolismo e doenças endêmicas, tratamentos hormonais prolongados, tumores de testículo, orquite, traumas testiculares, tumores de próstata, obesidade, alterações de cariótipo (Síndrome de Klinefelter), ginecomastia, dentre outros.
Apesar de ser considerada rara, estudos mostram um aumento no número de casos diagnosticados “[…] A incidência de câncer de mama masculino aumentou significativamente de 0,86 a 1,06 por 100.000 homens ao longo dos últimos 26 anos” (HAAS, 2009), diversos fatores, como os citados anteriormente, tem conduzido esse aumento de casos, e com os altos índices de óbitos no sexo masculino é notória a falta de dialogo e aprofundamento de pesquisas sobre o mesmo, que infelizmente deixa esse campo da ciência relativamente inexplorado, pois a doença e seu tratamento no sexo masculino é baseado nos dados sobre câncer de mama ocorrido em mulheres. O Dr Itamar (RIESGO, 2008) relata em um de seus artigos, um caso comum da doença, “Paciente masculino, 67 anos, foi encaminhado ao Serviço de Mastologia do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) com história de nódulo em mama direita há 15 anos, de crescimento lento. Referia aumento importante do nódulo há cerca de um ano.” E assim se da vários outros casos como esse, pacientes que apresentam, na maior parte dos casos, idade avançada e/ou algum tipo de desequilíbrio hormonal que tem-se os sintomas ignorados por meses/anos por falta de informação.
		
	
2.3 Metodologia
A metodologia usada neste trabalho além da pesquisa de artigos relacionados ao tema foi à pesquisa aplicada e descritiva. Foi utilizado um formulário (Apêndice A) com perguntas elaboradas de forma com que soubéssemos, no fim de cada entrevista, o nível de conhecimento de parte da população de Chapecó, sobre o câncer de mama masculino, que caracteriza o procedimento da pesquisa como sendo estudo de campo.
A coleta de dados foi realizada no dia oito de setembro de 2016, no período da manhã, na Avenida Getúlio Vargas, Centro de Chapecó, onde convidadas a participar da enquete 50 pessoas, todas aceitaram, não houve convite recusado. Foi garantido o anonimato e solicitada à permissão para que usássemos os dados fornecidos na elaboração de um gráfico, para melhor e maior esclarecimento no trabalho (Apêndice B).
No questionário continham perguntas de identificação do entrevistado, tais como: profissão, idade, escolaridade, cidade de residência. Porém a pergunta com mais enfoque era a que citava alguns tipos de cânceres que tem incidência em homens e mulheres, entretanto as pessoas deveriam assinalar somente os que acometem os homens, dentre os quais eram apresentados como: cancêr do colo do útero, próstata, tireóide, pulmão, reto e cólon, mama e esôfago. Em anexo ao questionário haviam informações relevantes sobre o desenvolvimento, diagnóstico, aspectos clínicos, para tirar possíveis dúvidas posteriormente a entrevista.
2.4 Resultados
Após realizada a pesquisa, pode-se constatar que a maioria da população desconhece a ocorrência dessa doença em homens. A maior parte dos entrevistados, porém, ficavam na dúvida quando questionados sobre. Podia-se notar que a questão que abalava os conhecimentos prévios dos indivíduos, fazendo-os refletirem sobre a indagação. Muitas das pessoas depois de terem a confirmação da existência do câncer de mama em homens se interessavam muito pelas informações sobre diagnóstico, como se desenvolve, incidência, entre outras questões. Nota-se que o assunto é restrito ao meio científico e não chega nem mesmo ao meio acadêmico, pois alguns dos pesquisados tinham nível superior e mesmo assim não tinham ouvido falar sobre casos da doença. Dos entrevistados, também pode-se constatar que pessoas que nunca tinham conhecimento, não era por falta de interesse e sim por falta de materiais de domínio público que tenham informações sobre essa enfermidade, contata-se isso a partir do interesse demonstrado pelas pessoas. De todos os participantes, apenas um deles relatou ter conhecimento sobre um caso do câncer. 
Sobre a pesquisa, nota-se a dificuldade de encontrar materiais para a fundamentaçãoteórica de todo o desenvolvimento do artigo, as informações são muito escassas e percebe-se que existe muito pouca abordagem sobre o mesmo. Tudo que se encontra mostra os mesmos dados, que a incidência é relativamente baixa comparada com o câncer feminino, que a grande maioria da população que foi acometida pelo mal deriva de atividades que exigem muita força física, o que nos abre caminho para uma especulação sobre a relação do uso da força motora como agravo para a incidência da doença. Segundo dados coletados pode-se fazer uma correlação entre a idade do indivíduo e a doença, geralmente os acometidos apresentam idade mais avançada (acima de 40 anos). 
3. DISCUSSÃO
Baseando-se em todas as informações coletadas podemos constatar a importância de abordar o assunto na formação do ser humano. Muitas pessoas nunca ouviram falar sobre isso e, para alguns, é inexistente. Isso é grave, pois nessas condições é que muitos homens morrem acometidos pela doença por ter um diagnóstico tardio, por não ter uma campanha que conscientize que ele deve tocar o seu corpo, se apalpar, se examinar, se olhar no espelho e perceber que algo não está certo, assim como a mulher é sempre incentivada. Necessitamos urgentemente de mais artigos que abordem isso, de propagandas na televisão que exponham esse assunto, de folhetos nas bancadas de unidades de saúde e cartazes fixados nas paredes de sala de espera que mostrem em letras maiúsculas que o câncer de mama masculino existe e pode matar, mas que com o tratamento adequado e um diagnóstico precoce pode ser curado. Esse assunto também tem de ser abordado nas escolas na forma de conteúdo, para desde cedo os educandos começarem a se cuidar. Precisa-se lembrar de que o que mais mata é a falta de informações e não a doença. 
A maioria das pessoas não sabe que o homem também tem tecido mamário e por isso pode desenvolver o câncer. Mas com esse desconhecimento os sintomas, como caroço na área do tórax, retração da pele e alterações no mamilo, passam despercebidos. Se o câncer no homem for diagnosticado no mesmo estágio que nas mulheres, a taxa de sobrevida aumenta muito. Devemos ressaltar também que maus hábitos contribuem para o desenvolvimento do câncer, tais qual o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, má alimentação, e também fatores como obesidade, distúrbios hepáticos crônicos, condições genéticas, como a síndrome de Klinefelter’s que resulta em altos níveis de estrogênio, e fatores familiares como histórico de câncer de mama tanto feminino quanto masculino, e eventualmente com uma mutação chamada BRCA2.
Quando passamos a dar a devida importância a algo, é a partir dai que isso se torna real, palpável e um problema que pode ser pensado e solucionado. Por isso devemos encarar a necessidade de divulgação de informações sobre o câncer de mama masculino, como uma medida politica para prevenção da população, até mesmo tem de haver incentivos para a criação de pesquisas sobre, o desenvolvimento de artigos, de cartilhas de informações para serem distribuídas, enfim, todo tipo de informação. �
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Dado o exposto, podemos concluir que o câncer de mama, atualmente voltado às mulheres é um índice preocupante também na população masculina, portanto deve-se ficar atento aos sinais da doença. Assim como nas mulheres, é de obrigatoriedade de todos à conscientização.
	Retomando alguns aspectos desenvolvidos neste artigo, é necessário dar ênfase em alguns fragmentos, tais como o baixo conhecimento da população sobre a doença em homens, e a falta de divulgação e prevenção dos mesmos. Estes fragmentos se devem principalmente pela baixa ocorrência da doença neste sexo, o que dificulta ainda mais o trabalho do profissional perante o paciente. 
	Deduz-se a partir de todo o enredo de pesquisa e estudo que, o preocupante nível de conhecimento da população Chapecoense é praticamente extinguido, e como parte para a solução de tal problemática são os patamares mais mencionados e enfatizados na prática do enfermeiro como profissional, a prevenção e promoção da saúde. 
	Esses patamares estão diretamente ligados a conscientização e conhecimento da população, que neste caso, é inexistente. Portanto como proposta de intervenção, propúnhamos a inserção da promoção da saúde na cidade de Chapecó, com atitudes e métodos de divulgação da doença, para que por fim, possamos chegar na prevenção, onde é o aspecto almejado com a realização deste pesquisa.
 
HUMAN HEALTH - BREAST CANCER
ABSTRACT
Breast cancer is a cancer that affects both sexes, this study sought to identify the level of knowledge of chapecoense population about the disease, to introduce future methods of prevention that is currently only turned pro female. Was used as methods in carrying out this research, other items in the area for theoretical knowledge about breast cancer in men in addition to conducting a random survey in Chapecó / SC, where it was evident that most of the population, regardless of band age, do not know the disease is desenvolvível in men as well. We identified the urgent need to spread information about the disease, to avoid late discovery of the tumor, and thus evading the high rates of deaths.
Keywords: Cancer. Male. Breast cancer in men. Breast Neoplasms Male.
REFERÊNCIAS
	BONFIM, R. J. A. de; et al. Câncer de mama no homem: análise dos aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos em serviço formal brasileiro. Revista Brasileira de Oncologia Clínica, São Luís – MA, v. 10, n. 37, p. 90-96, jul./ago./set. 2013.
	RIESGO, I.S. et al. Câncer de mama em homem: relato de caso e revisão da literatura. Revista da AMRIGS, Porto Alegre – RS, v. 53, n. 2, p. 198-201, abr./jun. 2009.
	HAAS, P.; COSTA, A. B.; SOUZA A. P. de; Epidemiologia do câncer de mama em homens Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo – SP, v. 68, n.3, p. 476-81, jul./dez. 2009.
APÊNDICE A: Formulário de perguntas da enquete realizada na Av. Getúlio Vargas, Chapecó–SC.
APÊNDICE B – Enquete realizada na AV. Getúlio Vargas - SC.
*	Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: ana.g.sauer@gmail.com
*	*	Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: � HYPERLINK "mailto:francielli_gomes@hotmail.com"��francielli_gomes@hotmail.com�
	*** Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: � HYPERLINK "mailto:jobicicgoberlanda@gmail.com"��jobicicgoberlanda@gmail.com�
	**** Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: schneidersmilena@gmail.com

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