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A ENFERMAGEM EM ROMA

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A ENFERMAGEM EM ROMA
 Para a civilização romana, o instinto de poder visava mais a grandeza da nação do que ao bem da pessoa humana em si, e dessa forma, o indivíduo recebia cuidados do estado como cidadão destinado a tornar-se bom guerreiro, aspecto esse que diferenciava essa civilização da grega, que por sua vez, levava o aspecto humano e pessoal mais em consideração.
 Durante muito tempo a profissão médica não era considerada digna do cidadão romano, e dessa forma quando o médico não era estrangeiro, era escravo, a quem eram, também, confiados os serviços de enfermagem, porém conforme a influência grega foi crescendo, Júlio César que era o imperador da época, começou a conceder o título de cidadão romano a médicos estrangeiros, contudo, as referências descrevendo as práticas de enfermagem nesse período antes de Cristo, são raras.
 As informações que se tem, a respeito dos povos primitivos, na maioria das civilizações é a de que eram os médicos-curandeiros quem cuidavam da cura das doenças. O cuidado dos doentes, envolvendo o alívio em seus sofrimentos e a preocupação com o seu bem-estar, atualmente atributos da enfermagem, ficavam sob a responsabilidade de outras pessoas, possivelmente, escravos ou alguns familiares do doente.
 Apesar de não se terem registros em que seja mencionada a enfermagem, como tal, ou ao trabalho realizado pelo enfermeiro no cuidado aos doentes, supõe-se que a enfermagem com prática curativa tenha sido exercida pelas mães, pelos sacerdotes, religiosos, feiticeiros e pessoas curiosas, não sendo mencionado o cuidado aos doentes como trabalho específico do enfermeiro. As únicas referências que se tem conhecimento da época em questão estão relacionadas com a prática domiciliar de partos e atuação pouco clara de mulheres de classe social elevada que dividiam as atividades dos templos com os sacerdotes. Embora ainda de maneira circunstancial, a prática da enfermagem se estende a passa ser exercida habitualmente por feiticeiros, curandeiros, parteiras leigas e, posteriormente, por religiosos e pessoas curiosas.
 Em grande parte das civilizações quem respondia por essa prática era o “médico-sacerdote”, principalmente em locais que abrigavam doente, pobres e viajantes. A presença do sacerdote na tarefa de cuidar dos doentes articula-se com a ideia de que os povos primitivos interpretavam a doença como uma punição dos deuses, àquelas pessoas que haviam cometido pecados, e a gravidade da doença era proporcional ao pecado que haviam cometido. Ou, entendiam que a doença era causada pelos efeitos do poder diabólico exercido sobre determinadas pessoas. Além do médico-sacerdote havia a figura do escravo, ou de voluntários leigos treinados para cuidar das pessoas doentes.
 As práticas de saúde eram uma espécie de mágica exercida pelos sacerdotes, que estabeleciam uma relação mística entre as práticas religiosas e as de saúde desenvolvidas nos templos.
 Os chamados templos de Esculápios eram locais onde eram tratados os doentes e que se situavam em lugares paradisíacos, cuja beleza natural os tornava convenientes para tratamento dos enfermos. Nesses templos, os doentes eram colocados perto de sanitários e deitados sobre a pele de animais previamente sacrificados. Realizavam-se cerimônias e rituais em que os doentes eram induzidos ao sono, durante o qual, produzia-se a cura. Antes disso eles eram purificados, numa série de banhos em fontes de água pura, dietas, exercícios e medicamentos preparados a partir de ervas e plantas medicinais pelos próprios sacerdotes.
 Nesse jogo entre a natureza e a doença, o sacerdote desempenhava o papel de intérprete dos deuses e aliado da natureza contra a doença. Quando um doente se recuperava, o fato era tido como milagroso, se morresse, era considerado como indigno de viver, ou seja, havia total isenção de responsabilidade do sacerdote nos resultados das ações de saúde.
 Com o passar do tempo, no alvorecer da ciência as práticas de saúde relacionavam-se ao surgimento da filosofia e ao progresso da ciência, quando essas então se baseavam nas relações de causa e efeito. Essa fase começa no sec. V a.C., estendendo-se até os primeiros séculos da Era Cristã. A prática de saúde que era uma atividade de caráter místico e exercido por sacerdotes, passa a ser um produto dessa nova fase, sendo exercida essencialmente com base na experiência, no conhecimento da natureza, e no raciocínio lógico, resultando numa relação de causa e efeito para as doenças, e na especulação filosófica, baseada na investigação livre e na observação dos fenômenos, limitada, entretanto, pelas limitações dos conhecimentos anatômicos e fisiológicos que até então ainda eram precários.
 A prática de saúde, que antes era mística e sacerdotal, passa agora a ser um produto dessa nova fase, com base em preceitos mais racionais, frutos da experiência humana, no conhecimento da natureza, e tudo relacionado a uma reação de causa e efeito para as doenças.
 Como pudemos perceber, não há caracterização nítida da prática de Enfermagem nessa época. Cuidar dos doentes era tarefa praticada por feiticeiros, sacerdotes e mulheres naturalmente dotadas de aptidão e que possuíam conhecimentos rudimentares sobre ervas e preparo de remédios. 
 (Victória Diniz)

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